Gravuras na Baró Galeria

09/nov

A BARÓ Galeria, São Paulo, SP, apresenta a mostra “O Sentido do Original na Gravura”, composta por gravuras em diálogo com trabalhos originais de artistas e poetas visuais contemporâneos. As gravuras apresentadas são editadas e impressas por Gravuras no Brasil, parceira da BARÓ Galeria para esta ocasião. Destacam-se na sala principal obras gráficas do artista Almandrade e nas salas seguintes obras de Cezar Brandão, Jorge Francisco Soto, Clemente Padin e Falves Silva. O conjunto da mostra oferece um pequeno panorama de uma experiência visual latinoamericana (Brasil e Uruguai) e sua dimensão poética, buscando cativar um olhar crítico e sensível, além do desenvolvimento do gosto pela arte.

 

Até 12 de janeiro de 2019.

Arte participativa

25/out

No próximo dia 30 de outubro, o Museu Nacional de Belas Artes (MnBA), Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição participativa “Arte Aproxima”, com obras dos artistas Ernesto Neto, Efrain Almeida, Priscila Fiszman, Emilia Estrada, Aline Gonet e da psicóloga Robertha Blatt, idealizadora do projeto, que tem o objetivo de familiarizar o público jovem com o mundo da arte, despertando trocas sensíveis e novas experiências. Com curadoria de Lisette Lagnado, será criado um circuito inédito integrado entre as obras contemporâneas e pinturas emblemáticas da história da arte pertencentes ao Museu, como “A Primeira Missa” (1948), de Cândido Portinari (1903-1962), e obras do século XIX, de artistas como Victor Meirelles (1832-1903) e Pedro Peres (1841-1923). A exposição é incentivada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura Carioca.

 

“A arte é curativa e transformadora, permite entrar em contato consigo mesmo, trazendo insights. Os artistas vivenciam isso durante a produção das obras, mas essa oportunidade pode existir para todos. O projeto tem como objetivo democratizar e disponibilizar essa experiência para as pessoas”, diz Robertha Blatt, que é psicóloga, educadora há 20 anos e tem 15 anos de experiência em terapia de família. A exposição é aberta a crianças de todas as idades e será complementada com a participação do público. Os artistas e educadores estarão presentes na mostra e os trabalhos criados pelo público ao longo da exposição, através das atividades propostas e dos materiais disponíveis, ficarão expostos, integrando-se às obras existentes, como um grande tricô coletivo que será produzido pelo público e, ainda, uma estrutura a ser construída com tijolos contendo desenhos feitos pelas crianças. Ao longo da exposição, haverá, ainda, conversas com os artistas, a curadora e a idealizadora do projeto.

 

 

Circuito da exposição

 

A mostra começa no segundo andar do Museu Nacional de Belas Artes, onde estão as pinturas “Primeira Missa no Brasil” (1861), de Victor Meirelles (1832-1903) e “Elevação da Cruz” (1879), de Pedro Peres (1841-1923). A artista Emilia Estrada desenvolveu especialmente para a ocasião uma versão do jogo de telefone sem fio, com a finalidade de criar narrativas sobre a história do Brasil.

 

O percurso segue na Sala de Chá, convertida em ambiente imersivo. O lugar foi renomeado de “campo sagrado” por Robertha Blatt, que convida as pessoas a percorrerem um caminho espiral sugerido por amplas camadas de tecidos de voal colorido. Nessa instalação, as crianças recebem uma segunda pele que lhes permite abraçar sensorialmente o espaço externo. Vestidas de ‘guri-guru’, poderão explorar livremente a experimentação desta veste e são convidados a seguirem assim até a sala onde está exposta ‘A Primeira Missa’, de Cândido Portinari (1903-1962), pintura histórica que completa agora 70 anos, consagrada pelo crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) como ‘uma de suas obras mais bem concebidas. Segundo a educadora Aline Gonet, “o trabalho manual é uma porta de interação com o mundo. “Rosa dos Ventos” é uma proposição que desenvolve a intimidade emocional a partir de técnicas manuais. As pontas de nossos dedos têm uma grande densidade de terminações nervosas, o que permite ao cérebro identificar o que os dedos estão explorando”. “A cada dia, uma trança de tricô amarelo (a cor sagrada na tradição cristã e chinesa, como nos lembra Pedrosa) irá crescer no espaço expositivo, evidenciando a presença de encontros e brincadeiras anteriores”, conta a curadora.

 

Na sala de exposição, a fruição e compreensão do quadro de Cândido Portinari, momento histórico que representa um “enxerto de civilização cristã”, ganha relevo graças a um conjunto de três esculturas de Efarin Almeida, evocando as informações ausentes na grandiosa pintura realizada setenta anos atrás: a fauna, a flora e a presença de povos indígenas quando os portugueses chegaram ao Brasil. Os estandartes com desenhos sobre tela de Emilia Estrada criam uma perspectiva crítica desse maravilhoso Novo Mundo com sua obra “Fake News / Cacofonia”.

 

“Língua de fogo” é a obra-oficina de Priscila Fiszman, em parceria com a bombeira do MnBA, que irá abraçar o tema da segurança e prevenções, explicando o funcionamento de um extintor. Desenhando sobre tijolos, o público irá colaborar na construção coletiva de um templo. “O incêndio do Museu Nacional do Rio, na Quinta da Boa Vista, acarretou a perda de um patrimônio incalculável, mas, também, um trauma ainda incalculável no inconsciente coletivo”, ressalta a curadora. Seguindo na exploração de possibilidades de interação sensorial, de Ernesto Neto introduz a ideia de “esculturacura”, pontuando um recolhimento interior necessário para enfrentar a atual conjuntura sociopolítica, agravada com a disseminação de relações mediadas pela tecnologia. A obra “EstrelaTerra vibra nois. Todos somos nós” consiste em crochê com voal de algodão, bambu, areia, quartzo transparente, folhas secas e folhas de louro e permite que público entre na obra e tenha experiências sensoriais.

 

 

Sobre o projeto

 

Desenvolvido ao longo de um ano, em colaboração com crianças, famílias, pedagogos, artistas, ativistas e psicólogos, o projeto surge da experiência clínica de Robertha Blatt, que vem elaborando novas abordagens para o jovem público acessar emoções difíceis de serem expressas. Por meio de estímulos lúdicos, conversas e dinâmicas, acredita-se na ecologia transformadora da experiência estética como catalizadora de linguagem. O projeto traz em seu bojo a utopia de reconectar as pessoas com a pulsão criativa da vida. A produção executiva é feita pela Next Produções.

 

 

Sobre a curadora

 

Lisette Lagnado é Doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo, crítica de arte e curadora independente. Foi curadora-chefe da 27a Bienal de São Paulo (2006) e da exposição “Desvíos de la deriva”, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri (2010). Dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ), onde foi também curadora dos programas públicos (2014-2017). Em 2017, foi curadora da exposição “O Nome do Medo”, de Rivane Neuenschwander em colaboração com Guto Carvalhoneto (Museu de Arte do Rio, MAR). Em 2018, curou a exposição “Cabelo – Luz com trevas” (BNDES, RJ), duas mostras monográficas sobre León Ferrari (Galeria Nara Roesler, SP e NY), e a coletiva “Com o ar pesado demais pra respirar” (Galeria Athena, RJ).

 

 

Sobre a idealizadora

 

Robertha Blatt atua nas fronteiras entre arte, psicologia e educação. Há 15 anos, pesquisa a articulação de práticas terapêuticas e expressões artísticas, trafegando pelos papéis de educadora infantil, terapeuta de família, psicóloga, mãe e artista. Especializada em terapia de família e casal. Seu consultório-ateliê disponibiliza recursos multissensoriais que viabilizam outras manifestações expressivas além do discurso verbal. Explora imersões em museus pelo mundo, observando a interação entre as pessoas e as proposições destes espaços. Interessa- se pelo estudo de terapia somática e bodynamic. Realiza palestras e encontros com os temas voltados para educação e psicologia. Investiga a relação dinâmica entre a expressão das emoções, a criação artística e a construção de si.

 

 

Nilcemar Nogueira – Secretária Municipal de Cultura

 

À frente da Secretaria Municipal de Cultura, temos direcionado esforços para a implementação de uma política de estado baseada na democratização cultural da cidade. Com o compromisso de dar fim ao pesadelo da “cidade partida”, nossa gestão acredita que os conceitos de centro e periferia não contemplam uma política cultural de fato integradora. Por isso, foi traçado um novo mapa simbólico, em que toda a cidade é o centro e cada região é um manancial de produção pulsante de cultura. Para avançar nesse processo de ressignificação e equacionar as potencialidades, elegemos cinco eixos estratégicos: gestão de escuta ampliada e participativa, cultura pela diversidade e cidadania, programa integrado de fomento à cultura, valorização da rede de equipamentos culturais, e memória e patrimônio cultural. Assim pudemos colocar em prática uma série de ações efetivas, com foco no lema “Cultura+Diversidade”. A cultura plural, rica e forte do Rio de Janeiro é, ao lado na natureza opulenta, o grande capital da cidade. Ela tem poder regenerador, capaz de corrigir rumos e mudar vidas. Fortalecer, apoiar e difundir nossa cultura não é apenas dever de cada um de nós: é questão de sobrevivência e de resistência.

 

 

Encontros públicos:

 

01 de novembro de 2018 (quinta-feira), das 14h30 às 17h

 

Junto com artistas propositores, Lisette Lagnado e Robertha Blatt discutem concepção, processo criativo e expõem métodos de trabalho. Ernesto Neto ensinará meditação para as crianças dentro de sua escultura.

 

 

10 de novembro de 2018 (sábado), das 14h às 17h

Roda de conversa com Ernesto Neto e convidados.

 

 

Até 30 de novembro.

“Moradas”, instalação&bordados

10/out

A Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, inaugura dia 13 de outubro, “Moradas”, exposição individual de Angela Camara Correa. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. Esta é a primeira vez, desde a sua fundação, que a galeria realiza uma exposição cujas principais obras exibidas foram criadas com a participação de seus visitantes. “Moradas” foi concebida com pouco mais de 1.200 rosas, cujos caules foram cortados e reunidos com alfinetes, formando pequenas armações em formatos de casas. Uma parte destes objetos é justaposta na parede e o restante, é pendurada por fios de nylon descendo do teto. De acordo com a artista, este trabalho foi idealizado a partir da sua necessidade de oferecer simbolicamente algum tipo de morada para os Pretos Novos.

 

“Toalha de viagem” é uma obra criada a partir da toalha de mesa herdada de sua família alemã e que viaja com ela para os mais remotos cantos para, junto com os moradores locais, compartilhar momentos de conversas ou até mesmo refeições, enquanto fluem os bordados em linha vermelha. O curador da mostra explica que, a partir deste mesmo princípio, em março deste ano, Angela depositou sobre a mesa de leitura da biblioteca do Instituto Pretos Novos (IPN) uma toalha de mesa que ganhou do hotel onde estava hospedada e deixou novelos de linha vermelha e um conjunto de agulhas para quem quisesse deixar algum registro.

 

A instalação “Sopro” é composta por uma escultura em gesso, feita a partir da técnica de modelagem com a cabeça da artista e enterrada em um grande volume de sal grosso disposto no chão da galeria. Segundo a artista, a obra sugere que a partir da representação do seu corpo deitado, como se tivesse aspirando o ar para cima, impulsionasse uma matéria etérea de suas moradas para o alto.

 

A partir da pergunta “O quê nos une?” um grupo de pessoas convidadas pela artista respondeu individualmente com bordados em linha vermelha em voil. Razão pela qual, muitos deles estão escritos em português e alemão, reunindo mais de 500 participantes, desde a sua concepção, iniciada em 2003.

 

Composições criadas a partir de registros fotográficos encontrados nos álbuns da família da artista, reiteram este delicado tratado de sua ancestralidade com a série “Enlaços”. Bordados que lembram acabamentos de panos de prato, reúnem retratos com as três últimas gerações de mulheres (avó, mãe e ela mesma). Enquanto que em “Entrelaços”, imagens do casal de avós maternos são cobertas por um papel transparente, com impressões de sombras de flores e folhas.

 

O curador Marco Antonio Teobaldo revela que “…os vestígios das memórias da artista se materializam com a sua surpreendente capacidade de preservar e ressignificar objetos pessoais, que são verdadeiras relíquias de seu passado, como o vestido de noiva de sua avó, exibido ao lado de seu pequeno vestido de batizado, na instalação “Ser em ser”. Com as marcas deixadas pelo tempo, estas duas peças de vestuário cerimonial religioso evocam a resistência da matéria frágil e o reencontro de histórias”.

 

Sobre a artista

 

A artista visual Angela Câmara Correa é paulistana e vive há mais de 20 anos na Alemanha, onde trabalha como professora e desenvolve sua pesquisa e boa parte da produção artística, que trata de questões da sua memória afetiva. Fazendo uso de técnicas variadas, como desenho, pintura, escultura, bordado, fotografia e assemblages, a artista cria um repertório que, de uma forma ou de outra, remonta algumas passagens de sua vida ou de seus familiares. Este vínculo com as suas origens a estimula a vir periodicamente ao Brasil, mais precisamente na região Amazônica, para participar de projetos sociais junto às populações ribeirinhas e germinar novas propostas de trabalhos artísticos.

 

 

Abertura: 13 de outubro de 2018 às 12 horas.

 

Visitação: de 16 de outubro a 01 de dezembro.

Individual de Hugo Houayek

09/out

O artista Hugo Houayek apresenta a exposição “Cimento manchado de batom” na Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, composta de obras à base de esmalte de unha, cimento e batom.

 

No lugar das tintas a óleo, acrílicas ou aquarelas, pequenas pinceladas de esmalte de unha e muitas camadas de batom. A relação corpo-pintura é abordada através das obras do artista, que ocupam os dois andares da galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, a partir do dia 10 de outubro, com curadoria de Raphael Fonseca (curador do Museu de Arte Contemporânea de Niterói). “Cimento Manchado de Batom”, sua sexta individual, apresenta trabalhos elaborados nos últimos anos de sua pesquisa como artista visual, a maioria deles desenvolvida durante o seu doutorado em Linguagens Visuais na Escola de Belas-Artes da UFRJ.

As obras selecionadas abrangem tanto pinturas quanto objetos que, de diferentes maneiras, formam uma posição crítica em seu pensamento pictórico. O artista possui uma longa pesquisa sobre o campo da pintura, suas margens e limites, como um corpo que não para de olhar incessantemente.

 

 

A palavra do artista

 

“Sempre existiu o desejo dentro da história da pintura em fazer da tela uma pele e a própria pintura um corpo. É análogo ao desejo de Pigmaleão de dar vida à sua escultura. Então, esses materiais – batom, esmalte -, que são usados para cobrir o corpo humano, de maneira que o corpo vire tela, vira uma pintura. Nesses trabalhos estabeleço uma relação metafórica entre o corpo humano e a pintura.  Toda pintura seria um corpo maquiado”.

 

 

Além das pinturas feitas sobre papel A4 e A5, as esculturas – feitas em cimento pintado, de tamanhos variados, algumas com formas orgânicas – são pintadas com spray de tinta acrílica e também entram na relação metafórica com o corpo humano. Ou seja, a escultura também quer ser corpo.

 

 

A palavra do curador

 

“Os materiais utilizados em algumas dessas obras escapam das matérias tradicionalmente usadas na prática da pintura e ampliam o seu campo. A relação entre a banalidade dessas opções de técnicas e a suposta erudição da prática pictórica é tensionada e revista pelo olhar do artista”.

 

 

Sobre o artista

 

Hugo Houayek desenvolve uma pesquisa artística sobre o campo pictórico, suas margens e limites, entendendo a pintura como um corpo de mil olhos que não para de olhar incessantemente. De maneira que a pintura se comporta como uma linguagem, com todas as suas imperfeições, impossibilidades e fracassos. Doutorando na Linha de Linguagens Visuais no programa de pós-graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes na UFRJ. Possui Mestrado em Linguagens Visuais (2010) e graduação em Pintura (2006) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi professor substituto no curso de Artes Visuais na EBA na UFRJ.

 

 

Sobre o curador

 

Raphael Fonseca é pesquisador nas áreas da Curadoria, História da Arte, Crítica e Educação. Curador do MAC-Niterói e professor do Colégio Pedro II. Doutor em Crítica e História da Arte pela UERJ. Recebeu o Prêmio Marcantonio Vilaça de curadoria (2015) e o prêmio de curadoria do Centro Cultural São Paulo (2017). Curador residente na Manchester School of Art (maio-agosto de 2016).

 

 

Até 10 de novembro.

Tunga • “Sem título” da série From La Voie Humide

04/out

06/10/2018

14:00 às 17:00

 

Pavilhão da Bienal (1º andar)

 

Ativação da obra de Tunga, parte da exposição “A infinita história das coisas ou o fim da tragédia do um”, de Sofia Borges, realizada por três mulheres que se alternam entre atividades de debulhar espigas de milho, costurar pérolas nas espigas e descansar.

Brasília extemporânea

A exposição “Brasília Extemporânea”, em cartaz na Casa Niemayer, Brasília, DF, assinada pela curadora Ana Avelar, propõe obras de artistas que se depararam com essa cidade atual, ou que dialogam com aspectos dela, sejam eles simbólicos, históricos, políticos ou sociais, buscando levar adiante um debate que se deteve, em grande parte e por muito tempo, entre apoiadores e críticos de sua fundação e projeto inicial. São trabalhos de naturezas diversas (instalações, filmes, vídeos, objetos, intervenções), que informam sobre uma realidade negligenciada, mas não menos constituinte, da “capital planejada”.ACasa Niemeyer, é a antiga residência de Oscar Niemeyer, cujo estilo colonial é por si só um fato peculiar dentro das experiências modernistas do arquiteto.

 

 

Artistas participantes

 

Adirley Queirós, Camila Soato, Cao Guimarães, Christus Nóbrega, Clara Ianni, Clarisse Tarran, Diego Castro, Ding Musa, Dora Smék, Gabriela Masson (Lovelove6), Gê Orthof, Helô Sanvoy, Gregório Soares, Isabela Couto, João Trevisan, Joana Pimenta, Karina Dias, Laercio Redondo, Lenora de Barros, Luciana Paiva, Luiz Alphonsus,  Márcio H Mota, Milton Machado, Nuno Ramos, Raquel Nava, Paul Setúbal, Peter de Brito, Vera Holtz e Xico Chaves.

 

 

Até 15 de fevereiro de 2019.

Instalações no MAM Rio

21/set

O MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no próximo dia 22 de setembro, às 15h, em seus jardins e pilotis, três grandes instalações de Cesar Oiticica Filho, que integram a exposição “Metaimagens”, com curadoria de Fernando Cocchiarale. Nos pilotis estarão duas obras interativas. “Caixa de Dança 1” (2002) em que faixas de tecidos cobertos por LEDs estarão à disposição do público para serem vestidos. O convite é para que o público dance, e tenha seus movimentos captados por uma câmera digital. As imagens serão enviadas ao participante por email. “Caixa de Dança 5.0” (2018) é outra grande instalação composta por quatro telas translúcidas dispostas como paredes de um cubo, com oito metros de face, em algodão muito fino, onde são projetadas imagens, vistas tanto do lado de fora como de dentro. Dessa forma, as imagens em movimento estão em sentido de fuga quando vistas do lado interno, e são convergentes, do outro lado, como que atingindo o espectador que está fora do cubo, criando a sensação de contração/expansão, dependendo do ponto de vista. O espectador poderá também dançar, ao som da música que integra a obra. Nos jardins do MAM estará a obra “É Tudo Verdade”, de Cesar Oiticica Filho em parceria com o artista Carlos Cirenza, formada por um conjunto de velas feitas de lona, com nove metros de altura por seis metros de largura, onde estarão estampados os rostos de figuras emblemáticas para o país como Dragão do Mar, Zumbi, Anastácia e Marielle, pintadas com tinta acrílica em tons de vermelho. Até o próximo dia 30 de setembro o conjunto será completado com as imagens dos rostos de Lampião, Olga, Antônio Conselheiro, Jacaré, e o artista José Oiticica, avô de Cesar.

O Poder da Multiplicação

13/set

Artistas contemporâneos do Rio Grande do Sul e da Alemanha apresentados na exposição lidam com as questões referentes à arte reprodutível de maneiras muito diferentes em exibição no MARGS, Porto Alegre, RS.

 

 

Artistas e obras

 

 

Vergara

E as gravuras que são pinturas

 

Os pigmentos foram emancipados pela poética de Vergara, foram elevados a uma potência léxica e, simultaneamente, a uma função sintática na pintura. Tanto produzem sentidos quanto estruturam essa produção de significados.

 

 

Marcelo Chardosim

Procuram-se pessoas que gostem de Alvorada!

 

De modo pragmático ou poético, Marcelo Chardosim desenvolve seu trabalho arte-vida apostando nas atitudes do cotidiano, na educação emancipadora, nas coisas que estão ao nosso lado e pelas quais podemos e devemos lutar.

 

 

Hélio Fervenza

Arte do desencontro

 

Ocorre que, aparentemente, não há nada nos parênteses fixados na superfície do museu. As perguntas, pouco a pouco, fazem-se outras: se não há nada, tudo cabe? O público, diante desses sinais, está fora ou está dentro?

 

 

Flavya Mutran

Desmemórias

 

Apostando na relação entre fotografia e objeto, Mutran propõe uma reflexão abrangente sobre a tecnologia como fenômeno social no qual novas questões estéticas nos convocam para outro tipo de percepção

 

 

Helena Kanaan

Da matéria aos fluxos da natureza, dos tempos e da vida

 

Os procedimentos litográficos desenvolvidos por Helena Kanaan constituem princípios que remetem ao deslizante e ao escorregadio do informe

 

 

Rafael Pagatinie

Sua estratégia artística: por um retrato calado contra o colapso da memória

 

Se há um artista do circuito contemporâneo da arte, no Brasil, obcecadamente dedicado a subverter e construir variadas imagens potentes que aludem à história política do país permeada pela violência, esse nome é Rafael Pagatini.

 

 

Xadalu

Um olhar etnográfico

 

Os procedimentos artísticos que utiliza com a matriz serigráfica despertam de modo inspirador uma reflexão sobre esses signos e suas relações étnicas com os lugares que sua obra ocupa.

 

 

Regina Silveira

A reprodutibilidade e o poder, mesmo

 

O eixo em torno do qual se move e estrutura-se a obra de Regina Silveira é formado por processos e poéticas que expandem linguagens nascidas da expressão gráfica.

 

 

Ottjörg A.C.

Histórias ocultas

 

As gravuras de Ottjörg A.C. estão carregadas de sentidos históricos. As marcas, as fissuras, os cortes nas superfícies, assim como seus processos de impressão e escolhas de matrizes, ampliam as possibilidades de compreensão das narrativas históricas.

 

 

Thomas Kilpper 

Vestígios impressos da História

 

O compromisso contra todas as formas de opressão política marca a obra artística de Thomas Kilpper, sempre, reportando-se a um contexto local ou a um projeto.

 

 

Hanna Hennenkemper

Uma arqueologia da impressão

 

Desenhar e gravar são, para Hanna Hennenkemper, atividades corporais, sendo que essas também devem transparecer no resultado.

 

 

Olaf Holzapfel

Uso gráfico de ambientes locais

 

A produção artística de Olaf Holzapfel abrange as mais diversas mídias, como pintura e gravura, escultura, instalação, fotografia e filme.

 

 

Tim Berresheim

Multiplicação múltipla

 

Com o auxílio de ferramentas como aplicativos de realidade aumentada ou do aixCave – um sistema de realidade virtual da RWTH, Universidade de Aachen, que permite a recepção imersiva e interativa de imagens ‒, algumas obras selecionadas podem ser contempladas de maneira múltipla.

 

 

Vera Chaves Barcellos

Desnaturar o dispositivo: Inflexões Fotopictográficas

 

Inquirir as especificidades dos meios da arte tem sido algo recorrente em práticas da arte contemporânea por artistas que trabalham com imagens de imagens. A reutilização de imagens preexistentes, emprestadas dos meios de comunicação de massa, muitas vezes, passa por transformações plásticas para questionar regimes visuais da arte, como mostram trabalhos da artista Vera Chaves Barcellos.

33ª Bienal de São Paulo

06/set

Intitulada “Afinidades afetivas”, mostra com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro busca modelo alternativo ao uso de temáticas, privilegiando o olhar dos artistas sobre seus próprios contextos criativos

 

De 07 de setembro a 09 de dezembro de 2018, a 33ª Bienal de São Paulo – “Afinidades afetivas” vai privilegiar a experiência individual do espectador na apreciação das obras, em detrimento de um tema que favoreceria uma compreensão pré-estabelecida. O título escolhido pelo curador Gabriel Pérez-Barreiro – apontado pela Fundação Bienal de São Paulo para conceber a mostra – remete ao romance de Johann Wolfgang von Goethe “Afinidades eletivas”, de 1809, e à tese “Da natureza afetiva da forma na obra de arte”, de 1949, de Mário Pedrosa.

 

O título não tem o intuito de dar direcionamento temático à exposição, mas caracteriza a forma de organizar a exposição a partir de vínculos, afinidades artísticas e culturais entre os artistas envolvidos. Como no texto de Pedrosa, há uma proposta de investigação das formas pelas quais a arte cria um ambiente de relação e comunicação, passando do artista para o objeto e para o observador. Presença, atenção e influência do meio são as premissas que norteiam a curadoria desta edição, numa reação a um mundo de verdades prontas, no qual a fragmentação da informação e a dificuldade de concentração levam à alienação e à passividade.

 

O curador crê no aspecto positivo de uma mudança radical do sistema operacional da Bienal. Para esta edição, ao lado dos doze projetos individuais eleitos por Pérez-Barreiro, os sete artistas-curadores escolhidos por ele já definiram suas propostas expositivas, com total liberdade na escolha dos artistas e seleção das obras – a única limitação imposta a eles foi que incluíssem em suas exposições trabalhos de sua própria autoria.

 

 

Proposições curatoriais concebidas pelos artistas-curadores

 

A partir de seu interesse em questões como repetição, narrativa e tradução, Alejandro Cesarco (Montevidéu, Uruguai, 1975) realiza uma curadoria de obras de artistas que compartilham de suas inquietações conceituais e estéticas. Intitulada  “Aos nossos pais, “a mostra propõe questionamentos acerca de como o passado (a história) ao mesmo tempo possibilita e frustra potencialidades e de como ele pode ser reescrito pelo trabalho do artista, gerador de diferenças a partir de repetições”, explica. Além de Cesarco, participam da mostra artistas de três diferentes gerações, entre os quais Sturtevant (EUA, 1924 – França, 2014), Louise Lawler (EUA, 1947) e Cameron Rowland (EUA, 1988). “Dedicar esta exposição a uma relação primária (biológica ou adotiva, literal ou metafórica) é construir uma genealogia e uma tentativa de aproximação da fonte central de nossas interpretações, métodos, inibições, possibilidades e expectativas”.

 

Antonio Ballester Moreno (Madri, Espanha, 1977) aborda sua curadoria na 33ª Bienal como forma de contextualizar um universo baseado na relação íntima entre biologia e cultura, com referências à história da abstração e sua interação com natureza, pedagogia e espiritualidade. Para tanto, ele relaciona a produção de filósofos, cientistas e artistas: “somos todos criadores de nosso próprio mundo, mas entendo que tamanha variedade de linguagens nos separou da noção do que nos é comum, então esta proposta salienta o estudo de nossas origens, sejam elas relacionadas a aspectos naturais, sociais ou subjetivos – os três eixos que organizam a exposição”, afirma. Intitulada sentido/comum, a mostra abarca desde brinquedos educativos das vanguardas históricas e obras da Escuela de Vallecas à presença de artistas contemporâneos. Dentre os participantes, encontram-se o filósofo e pedagogo Friedrich Fröbel (Alemanha, 1782-1852); Andrea Büttner (Alemanha, 1972); Mark Dion (EUA, 1961); e Rafael Sánchez-Mateos Paniagua (Espanha, 1979), que contribuiu também com a publicação educativa “Convite à atenção”.

 

Para sua exposição intitulada “O pássaro lento”, Claudia Fontes (Buenos Aires, Argentina, 1964) parte de uma metanarrativa: um livro fictício homônimo cujo conteúdo é desconhecido, salvo por alguns fragmentos e por seus vestígios materiais. Fontes e os artistas convidados apresentam trabalhos que ativam as aproximações entre artes visuais, literatura e tradução através de experiências que propõem uma temporalidade expandida. “A experiência de velocidade e lentidão são experiências políticas enraizadas no corpo. Ambas influenciam nossos entendimentos de espaço, distância e possibilidade.”, afirma Fontes. Em um processo curatorial horizontal e colaborativo, todos os participantes, à exceção de Roderick Hietbrink (Holanda, 1975), desenvolvem obras comissionadas para a ocasião: Ben Rivers (UK, 1972), Daniel Bozhkov (Bulgária, 1959), Elba Bairon (Bolívia, 1947), Katrín Sigurdardóttir (Islândia/EUA, 1967), Pablo Martín Ruiz (Argentina, 1964), Paola Sferco (Argentina, 1974), Sebastián Castagna (Argentina, 1965) e Žilvinas Landzbergas (Lituânia, 1979).

 

Para sua exposição,”Stargazer II [Mira-estrela II]”, Mamma Andersson (Luleå, Suécia, 1962) reúne um grupo de artistas que têm inspirado e nutrido sua produção como pintora. A seleção inclui uma ampla gama de referências, como ícones russos do século 15, os “outsiders” Henry Darger (EUA, 1892-1973) e Dick Bengtsson (Suécia, 1936-1989); e artistas contemporâneos como a cineasta Gunvor Nelson (Suécia, 1931) e o piloto de caça e artista sonoro Åke Hodell (Suécia, 1919-2000), entre outros. Em comum, todos os participantes compartilham o interesse pela figuração expressiva e pelo corpo humano. “Estou interessada em artistas que trabalham com a melancolia e a introspecção como um modo de vida e uma forma de sobrevivência”, afirma Andersson. A exposição inclui também uma quantidade significativa de pinturas de Andersson, estabelecendo um diálogo vibrante entre sua obra e suas inspirações artísticas.

 

A curadoria de Sofia Borges (Ribeirão Preto, Brasil, 1984), “A infinita história das coisas ou o fim da tragédia do um”, parte de interpretações filosóficas sobre a tragédia grega para mergulhar em uma colagem de referências mitológicas e investigar os limites da representação e da impossibilidade da linguagem enquanto instrumento de mediação do real. “Eu passei anos procurando, através da imagem, desvendar o estado de representação das coisas, até que entendi se tratar de uma questão sem solução, visto que ela é na verdade o problema do significado. A linguagem é em si trágica, porque ambígua, e não se pode usar uma matéria para falar de outra”, explica. Seu projeto expositivo se constrói a partir de um modelo curatorial misto em que a seleção de peças específicas é acompanhada por trabalhos comissionados. Uma das particularidades da proposta – que inclui obras de Jennifer Tee (Holanda, 1973), Leda Catunda (Brasil, 1961), Sarah Lucas (UK, 1962) e Tal Isaac Hadad (França, 1976), entre outros – é sua ativação por um programa de experimentações ao longo da duração da Bienal.

 

Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, Brasil, 1946), que sempre considerou a história da arte como material de trabalho, projeta na curadoria “Os aparecimentos” obras de diversos artistas confrontadas com trabalhos de sua autoria. “Visto que a produção de um artista trata de inúmeras questões que variam ao longo do tempo, escolhi obras que desviam do que mais se conhece de cada um deles e se destacam por seu valor e especificidade. O resultado da relação entre as peças escolhidas passou a ser o principal interesse desta seleção”, explica. Caldas propõe uma reflexão sobre a poética, a natureza das formas e das ideias e suas implicações na atividade artística desde o final do século 19. “Procurei, através da tensão entre obras muito diversas, as surpresas esclarecedoras que resultam destes confrontos”, comenta. A partir de uma visão desafiadora do artista sobre sua própria obra e dos enfrentamentos muitas vezes inusitados – como entre trabalhos de Victor Hugo (França, 1802-1885), Jorge Oteiza (Espanha, 1908-2003) e Vicente do Rego Monteiro (Brasil, 1899-1970) – abrem-se novas possibilidades de leitura para a arte.

 

Para seu projeto expositivo intitulado “sempre, nunca”, composto exclusivamente por obras comissionadas,Wura-Natasha Ogunji (St. Louis, EUA, 1970) convidou as artistas Lhola Amira (África do Sul, 1984), Mame-Diarra Niang (França, 1982), Nicole Vlado (EUA, 1980), ruby onyinyechi amanze (Nigéria, 1982) e Youmna Chlala (Líbano, 1974) para criar, assim como ela, novos trabalhos em um processo curatorial colaborativo e horizontal. A produção dessas seis artistas “concilia aspectos íntimos (como corpo, memória e gesto) a épicos (arquitetura, história, nação)”, explica Ogunji. “Em diálogo aberto e contínuo, nossos projetos individuais abarcam práticas e linguagens distintas, que convergem em ideias e questões cruciais para a experimentação, a liberdade e o processo criativo”. O trabalho dessas artistas é afetado por suas histórias individuais e pelas complexas relações que mantêm com suas terras, nações e territórios. “Suas obras quebram as narrativas hegemônicas e abraçam interrupções como aberturas necessárias”, complementa a artista-curadora.

 

 

Os projetos individuais selecionados por Gabriel Pérez-Barreiro

 

Entre os doze projetos individuais escolhidos pelo curador, três deles são de artistas homenageados: Aníbal López (Cidade da Guatemala, Guatemala, 1964-2014), Feliciano Centurión (San Ignacio, Paraguai, 1962 – Buenos Aires, Argentina, 1996) e Lucia Nogueira (Goiânia, Brasil, 1950 – Londres, Reino Unido, 1998). “Eu queria artistas que fossem históricos, mas ao mesmo tempo não consagrados, ou seja, que esses núcleos não fossem apenas a reiteração de nomes que já conhecemos. Os artistas homenageados são pouco conhecidos na América Latina, mas são expoentes de sua geração, então trazê-los à Bienal é uma forma de resgatá-los do desaparecimento da história da arte e mostrá-los para as novas gerações”, diz Pérez-Barreiro. Para o curador, a realização dessas exposições também significa uma contribuição expressiva da Fundação Bienal na pesquisa, catalogação e recuperação desses acervos.

 

Aníbal López, também conhecido por A-1 53167, o número de sua cédula de identidade, foi um dos precursores da performance em seu país. Sua obra, que inclui vídeo, performance, live act e intervenções urbanas, entre outras formas de expressão, tem forte caráter político e se volta para questões de disputas entre fronteiras nacionais, culturas indígenas, abusos militares e até do mercado de arte. Registros em vídeo e fotografias de ações efêmeras, realizadas como forma de protesto à objetificação e fetichização da arte, compõem a mostra.

 

O universo queer é abordado com delicadeza por Feliciano Centurión, que deixou seu país natal, o Paraguai, para radicar-se na Argentina, onde se tornou expoente da chamada geração “Rojas” (primeiros artistas a expor na galeria do Centro Cultural Rector Ricardo Rojas, da Universidad de Buenos Aires) até ser vitimado por complicações decorrentes da AIDS, aos 34 anos. Centurión trabalhava primordialmente com tecidos e bordados, incorporando peças como lenços e crochês comprados em feirinhas portenhas. Descendente de uma família de bordadeiras, ele se apropria de práticas artesanais como linguagem artística para expressar elementos de sua história pessoal a partir de uma tradição familiar comum na cultura paraguaia.

 

Ainda pouco conhecida no Brasil, a goiana Lucia Nogueira é uma figura essencial para compreender a arte britânica do período e desenvolveu uma carreira internacionalmente reconhecida. Suas esculturas e instalações, foco da individual incluída na 33ª Bienal, subvertem o utilitarismo de objetos com um humor sutil, tanto pela associação inusitada entre elementos quanto pelo jogo semântico constantemente presente em seus títulos, criando uma atmosfera de estranheza e poesia.

 

Projetos individuais de outros nove artistas, dos quais oito foram especialmente comissionados, completam a seleção de Pérez-Barreiro. Do grupo, o único a exibir um trabalho histórico é Siron Franco (Goiás Velho, Brasil, 1950), com a série de pinturas Césio/Rua 57. Nela, Franco eterniza a impressão de horror e isolamento causada pelo acidente radioativo acontecido em 1987 no Bairro Popular, em Goiânia, com o elemento Césio 137. Nascido e criado naquele bairro, o artista retornou à sua cidade natal logo após o acidente, na contramão da população local, deixando definitivamente o eixo Rio-São Paulo. Seus registros da catástrofe ambiental marcaram uma guinada em sua carreira, antes de temática irônica, para o uso de alegorias com elementos simbólicos.

 

Os oito artistas com projetos comissionados têm em comum o desenvolvimento de trabalhos que não se encaixam numa estrutura temática. “São pesquisas complexas que funcionam individualmente e não precisam de um contexto adicional para que o espectador se relacione com os trabalhos”, explica Pérez-Barreiro.

 

O portenho Alejandro Corujeira (Buenos Aires, Argentina, 1961) possui uma concepção formal leve e fluida, que parece querer captar o movimento da natureza. Ele terá esculturas e pinturas apresentadas na mostra. Denise Milan (São Paulo, Brasil, 1954) cria esculturas e instalações com grandes pedras e cristais. Na 33ª Bienal, a artista exibirá novos trabalhos nesses formatos.

 

O cotidiano serve de inspiração às obras de Maria Laet (Rio de Janeiro, Brasil, 1982), que exibirá um novo vídeo na 33a Bienal, e de Vânia Mignone (Campinas, Brasil, 1967), que trará pinturas inéditas. Nelson Felix (Rio de Janeiro, Brasil, 1954), que em seu “trabalho formal parece materializar uma consciência planetária”, nas palavras de Pérez-Barreiro, mostrará uma nova instalação escultórica.

 

As pesquisas de Bruno Moreschi (Maringá, Brasil, 1982) e Luiza Crosman (Rio de Janeiro, Brasil, 1987) se relacionam com a corrente da crítica institucional e fogem de suportes artísticos tradicionais. “Com esses artistas teremos, dentro da exposição, um olhar crítico sobre como a arte funciona, é exibida e justificada”, afirma Pérez-Barreiro. Partindo de uma abordagem pessoal e poética, Tamar Guimarães (Viçosa, Brasil, 1967), que une uma abordagem crítica sobre as instituições a preocupações poéticas e narrativas, apresentará um novo vídeo.

 

33ª Bienal de São Paulo – “Afinidades afetivas” de 07 de setembro a 09 de dezembro.

Terças, quartas, sextas, domingos e dom e feriados: 9h – 19h (entrada até 18h).

Quintas, sábados: 9h – 22h (entrada até 21h)

MAM 70: MAM e MAC USP

27/ago

O Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, exibirá “MAM 70: MAM e MAC USP”, uma exposição comemorativa. A exibição é uma colaboração entre o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Museu de Arte Contemporânea da USP, com destaque para mostras emblemáticas da primeira fase do MAM, nas décadas de 1940 e 1950, antes da doação de sua coleção para o MAC. A mostra visa identificar os elementos em comum entre as instituições. Serão apresentadas exposições importantes na narrativa da história da arte brasileira, como a primeira Bienal de São Paulo, realizada pelo MAM em 1951, e a mostra do Grupo Ruptura, em 1952. Além das mostras periódicas Jovem Arte Contemporânea, criada pelo MAC em 1967, e o Panorama da Arte Brasileira, criado pelo MAM em 1969. Estas mostras, juntamente com a Bienal, ocuparam papel fundamental no calendário artístico brasileiro, consagrando-o no circuito internacional. Serão expostas obras integrantes das mostras originais do MAM e de mostras posteriores do MAM e do MAC, construindo uma genealogia de exposições a partir de uma raiz museológica comum. A curadoria é de Ana Magalhães, Helouise Costa e Felipe Chaimovich.

 

 

De 04 de setembro (abertura) até 16 de dezembro