Valeska Soares nos EUA

26/mar

“Valeska Soares: Any moment now” que o Phoenix Art Museum, Arizona, exibe  é uma exposição de pesquisa e trata-se do primeiro trabalho de Valeska Soares em um museu dos EUA desde 2003. A exposição apresenta cerca de 45 trabalhos multimídia, esculturas, vídeos e instalações criadas pela artista brasileira durante as últimas duas décadas. Este projeto representa uma parceria histórica entre o Phoenix e o Museu de Arte de Santa Barbara, como parte da hora padrão Getty-LED do Pacífico: la/la Initiative. 

 

Valeska Soares cria obras de arte polidas e minimalistas que incentivam a participação dos visitantes. Através da instalação e assemblage, ela se envolve com tradições da arte internacional e literatura mundial. Em sua arte multifacetada, ela demonstra um fascínio com o espaço e o tempo, bem como o que ocorre além de seus limites percebidos. Suas obras envolvem diretamente a subjetividade dos visitantes, cultivando a experiência pessoal e o conhecimento universal e como cada um deles afeta o outro. As instalações ambientais de Valeska Soares incorporam os efeitos da reflexão, luz, entropia e até aroma. Tais qualidades experienciais são prestados através da incorporação de espelhos suspensos, luminárias, flores perecendo, e vasos de perfume e licor que evaporam lentamente ao longo da exposição. Muitas vezes ela também cria instalações de páginas de livro, capas e ligações para tecer significados entre textos díspares que os telespectadores que se conectam conceitualmente por associação. Passado e futuro, simultaneamente, permeam suas instalações e objetos, sugerindo uma narrativa subjacente que é muitas vezes cíclico. Tecendo juntos os temas da memória, do tempo e do sensorial, Valeska Soares cria obras poéticas que se fundem e expandem sobre as linguagens do Minimalismo e da Arte conceitual. Como o artista brasileiro Vik Muniz afirmou: “…através de uma gama aparentemente inesgotável de técnicas, temas e estratégias, o trabalho de Soares oscila entre a materialidade e a memória, o desejo e a deterioração, a sensação e a intoxicação”.

 

 

Até 15 de julho.

 

Fotos de Alice Quaresma

21/mar

A Casa Nova, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta no dia 24 de março, o projeto solo “Coisas da Vida”, da artista carioca Alice Quaresma. O projeto é inédito e traz como foco o questionamento do movimento e cronologia através da fotografia. Para a sala de projeto solo da Casa Nova, a artista criou um mural fragmentado usando fotografias e paneis coloridos pendurados individualmente criando profundidade e distanciamento entre cada imagem e cor. A instalação permite que o público percorra o trabalho de forma que se surpreendam com a fotografia panorâmica da cidade natal da artista, Rio de Janeiro, ao fundo da sala.
Além disso, o projeto “Coisas da Vida” contemplará seis obras únicas, onde Alice Quaresma cria linhas e marcas gestuais sobre fotografias tiradas no Rio de Janeiro, nos últimos 15 anos. A artista continua investigando os limites da fotografia como um objeto de precisão e verdade. A geometria e marcas gestuais são elementos constantes nos trabalhos da artista, nos quais investiga maneiras de romper com formas representadas nas fotografias. Decisões subjetivas e ocasionais são constantes e aparentes em seus trabalhos, de modo que aproximam suas obras a acontecimentos da vida, trazendo um olhar poético para pequenos encontros e desencontros do dia a dia, criando assim, uma história sem cronologia.

 

 

Sobre a artista

 

Alice Quaresma nasceu no Brasil em 1985 e vive atualmente em Nova York. Possui em seu currículo uma série de prêmios, convites para projetos especiais e residências, incluindo o renomado Prêmio da Foam Talent em Amsterdã. Em 2017, Alice participou de exposições coletivas e individuas na Europa, Estados Unidos e Brasil e integrou um grupo de artistas em duas residências nos Estados Unidos e teve seus trabalhos publicados em revistas, jornais e sites importantes no Brasil, Japão, EUA e Europa. Cursou o MFA no Pratt Institute em 2009 e foi selecionada como umas das vencedoras do prémio PS122 durante o mesmo ano.

 

 

De 24 de março a 21 de abril.

 

Suzana Queiroga no Paço Imperial

20/mar

No dia 21 de março, será inaugurada a exposição Miradouro, com obras recentes e inéditas da artista plástica Suzana Queiroga, que ocuparão três salas do segundo andar do Paço Imperial, Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, em uma área total de 300 m2. Com curadoria de Raphael Fonseca, serão apresentados cerca de quinze trabalhos em grandes dimensões, dentre pinturas, esculturas, instalações e vídeos, que mostram a pesquisa da artista sobre o tempo, a paisagem e a cartografia. A exposição também terá uma parte documental, com diversos estudos, mapas, pesquisas e o processo de trabalho da artista no ateliê. A mostra comemora os dez anos do projeto “Velofluxo”, em que a pesquisa de Suzana Queiroga sobre a cartografia, as cidades, os fluxos e o tempo, culminou com voos no balão Velofluxo, criado pela artista, em que a experiência do voo foi compartilhada com o público no CCBB de Brasília, em 2008. Para este ano, a artista também tem uma exposição programada na Cassia Bomeny Galeria, em Ipanema.

 

“A exposição traz ao público algo da variedade de mídias com as quais Suzana tem trabalhado. Há trabalhos na linguagem da pintura, área na qual seu trabalho foi inicialmente institucionalizado nos anos 1980 e o qual pesquisa sistematicamente. Há trabalhos realizados na linguagem mais próxima ao desenho e à pesquisa de diferentes materialidades de papel. E há também, por fim, trabalhos em vídeo que exploram a relação entre a documentação da paisagem e sua exploração por meio do desenho e da pintura”, conta o curador Raphael Fonseca. 

 

As obras da exposição se relacionam entre si e o percurso da mostra foi criado de forma a aproximar o público. Logo na entrada, estará uma grande pintura redonda, de 1,5m de diâmetro, em óleo sobre tela, com veios em tons de azul, verde e laranja, que representam os fluxos. Nesta mesma sala, haverá desenhos e sketches, montados sobre a parede, sem moldura, trazendo um pouco da atmosfera do ateliê da artista para o museu.

 

Adentrando o grande salão principal, que tem área total de 182m2, estarão cinco pinturas em grande formato, que representam paisagens, não só urbana, mas também aérea e marítima. “No meu trabalho, penso a cartografia de forma ampla. Minha pesquisa envolve a cartografia do tempo, do infinito”, afirma. Nesta mesma sala estará a obra Nuvem”, composta por 24 papéis vegetais, que recebem banhos de pigmentos em tons de cinza, violeta e rosados. “A obra tem uma palheta de nuvem carregada, prestes a chover, quando recebe os últimos raios de sol do dia”, explica a artista, que deu os banhos de pigmento com a intenção de “retirar a rigidez do papel, transformando-o em um campo atmosférico”. Este trabalho, de 2013, é inédito e foi criado como base para os vídeos Mar”, em que a artista vai folheando esses papéis mesclados com imagens de nuvens, e “Cais”, em que os papéis se misturam com ondas do mar.

 

Também estará na exposição o vídeo Atlas” (2015), em que um olho observa o interior de um globo terrestre em constante rotação. “Esse trabalho é uma cartografia mutante, fala do tempo e do fluxo. Em ‘Atlas’, somos observados e ao mesmo tempo observamos a este olho que oprime e inebria, como num voo ou circunavegação infinita às avessas na cartografia terrestre”, conta a artista.

 

A grande instalação Topos”, que ocupará o chão da última sala, é composta por diversos recortes em feltro, que representam as cartografias de várias cidades, reais e imaginárias. “O feltro bruto, feito de aparas de refugo de indústria têxtil possui uma massa corpórea espessa que se projeta no espaço e estabelece uma relação direta com a escala humana e arquitetônica. Ao mesmo tempo possui uma carga simbólica: é um tipo de manta utilizada pela indústria mas também pelo indivíduo morador de rua como cobertor, veste e abrigo”, diz a artista, que ressalta que nesta obra estão presentes elementos que atravessam o seu trabalho nos últimos anos: o fluxo, o tempo, o infinito, as cidades e as cartografias.   

 

A exposição também terá uma grande parte documental, com pesquisas e estudos de ateliê. O espectador entrará em contato com os fragmentos deste percurso através de uma montagem pouco ortodoxa e suportes variados, que incluem desenhos, estudos, mapas, entre outros. Uma oportunidade única e rara de adentrar o ateliê da artista e seu processo de trabalho.

 

 
 
Sobre a artista
 
Suzana Queiroga nasceu no Rio de Janeiro, em 1961, e atua nas artes plásticas desde a década de 1980, suas poéticas atravessam a ideia de fluxo e tempo. Traz à tona questões da expansão da pintura e do plano dialogando com diversos meios, entre os quais instalações, performances, infláveis, audiovisual e escultura. Participou de importantes exposições, no Brasil e no exterior, como “ÁguaAr”, no Centro para Assuntos de Arte e Arquitetura, em Guimarães, Portugal, 2015, onde também foi artista residente e a individual “Prelúdio”, na Galeria Siniscalco, em Nápolis, 2014; realizou uma individual para o Projeto Ver e Sentir do Museu Nacional de Belas Artes, 2017. Acumulou cerca de 12 prêmios como o Prêmio de Aquisição na XVIII Bienal de Cerveira, em Portugal, 2015; 5º Prêmio Marcantônio Vilaça/Funarte para aquisição de acervos, 2012, pelo qual apresentou a individual “Olhos d’Água” no Museu Nacional de Arte Contemporânea de Niterói no ano seguinte; o I Prêmio Nacional de Projéteis de Arte Contemporânea/Funarte, 2005, e a bolsa RIOARTE, 1999. Foi também finalista do 6º Prêmio Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas, cuja coletiva aconteceu no Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia, 2017. Foi artista residente na Akademia der Bildenden der Künste Wien, na Áustria, 2012, no Instituto Hilda Hilst, em São Paulo, 2012, na IV Bienal del Fin del Mundo, na Argentina, 2014, entre outros.
 
De 21 de março a 27 de maio.

Anna Bella & Lygia & Mira & Wanda

07/mar

O MAC Niterói, Mirante da Boa Viagem, Niterói, Rio de Janeiro, RJ, exibe uma exposição só de mulheres, todas importantes nomes do cenário artístico contemporâneo nacional. Com curadoria de Pablo Leon de La Barra e Raphael Fonseca, a mostra “Anna Bella & Lygia & Mira & Wanda” apresenta obras de Anna Bella Geiger (1933-), Lygia Clark (1920-1988), Mira Schendel (1919-1988) e Wanda Pimentel (1943-), presentes na importante Coleção MAC – João Sattamini. Cerca de 50 obras, com técnicas variadas (vídeo, pinturas, gravuras e esculturas), farão parte da exposição. Lygia Clark e Mira Schendel foram grandes pesquisadores das relações entre imagem e geometria no Brasil, sendo que, posteriormente, suas formas saem do plano e se dirigem ao espaço. No caso de Lygia Clark, seu interesse chega mesmo à experimentação de diversos sentidos por parte do público. Enquanto isso, Geiger é uma das precursoras do abstracionismo informal no país. Posteriormente, foi conhecida por suas experimentações na gravura e no vídeo, com destaque para a forma como a palavra exerce um lugar crítico e mesmo humorístico em sua pesquisa. Por fim, Wanda Pimentel é uma artista que trabalha predominantemente com pintura, com criações de obras icônicas durante os anos 1960 e 1970 em que o corpo feminino era fundido a objetos domésticos. Além das telas e esculturas, haverá, ainda, alguns vídeos da Anna Bella Geiger um vídeo sobre a Wanda Pimentel (dirigido pelo Antonio Carlos Fontoura, de 1972).

 

 

Até 11 de novembro.

O Maravilhamento das coisas

28/fev

A Galeria Sancosky, Jardim Paulista, São Paulo, SP, convida para a abertura da exposição “O Maravilhamento das Coisas”, coletiva com curadoria de Julie Dumont – The Bridge Project.  A mostra propõe uma reflexão sobre os desdobramentos da estética do cotidiano na arte contemporânea e reúne trabalhos que borram os limites entre arte erudita e popular, figuração e abstração, original e cópia. Participam os artistas Daniel Barclay, Mariano Barone, Bruno Brito, Leda Catunda, Matheus Chiaratti, Tatiana Dalla Bona, Mayla Goerisch, Martin Lanezan, Mano Penalva e Sergio Pinzón.

 

Através de instalações, esculturas, pinturas e assemblages, a exposição reflete sobre as estratégias de apropriação de referências corriqueiras através da lente subjetiva e afetiva dos artistas, usando objetos e imagens familiares e projetando-os para ou além da parede. Criando novas funções e significados, derrubando fronteiras e transpondo lugares conhecidos para o lugar da arte, a coletiva traz à tona os deslocamentos operados pelos artistas, transformando as coisas do cotidiano e aplicando o paradigma da arte contemporânea na sua relação mais íntima com o público. Neste jogo de possibilidades, de expansão e permeabilidade dos conceitos de obra de arte, beleza e finitude, o visitante é convidado a uma jornada empática no universo pessoal dos artistas, no campo lúdico da arte, o do maravilhamento das coisas.

 

 

Até 31 de março.

Ícone da Arte contemporânea

Baró Galeria, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar a mostra “ZAZEN”, individual do artista Daniel Arsham, importante ícone da arte norte-americana contemporânea. O ato de sentar e permitir o fluxo livre e contínuo de pensamentos recebe, no budismo, o nome de zazen. “Za” significa “sentar” e “zen” refere-se a um estado de concentração profunda. Zazen existe enquanto estado mental, no qual espaço e tempo são suspensos. Em “ZAZEN”, os trabalhos reunidos propõem uma outra experiência e percepção do fluxo do tempo.

 

Conhecido por trabalhos situados entre arte e arquitetura, nos quais intervém em nossas impressões sobre o espaço, a poética de Arsham também tange a dimensão temporal. Os trabalhos do artista tensionam a temporalidade na qual se inscreve a arquitetura onde se instalam: suas obras apresentam-se, no momento e espaço contemporâneos, como objetos que tem permanência em uma escala temporal quase geológica. O tempo, para o artista, não parece ter início ou fim absoluto, pois ele é percebido como uma longa duração, que atravessa e suspende a espacialidade.

 

Dentre os trabalhos que compõe a mostra, destacam-se “Ash and Rose Quartz Eroded Televisions” e o vídeo “Future Relic”. Tais trabalhos fazem parte da série “Fictional Archeology”, no qual o artista se coloca como um arqueólogo do futuro e convida os espectadores a fazerem o mesmo: objetos do presente são recriados como esculturas e expostos como relíquias. Nessa arqueologia ficcional, os artefatos contemporâneos parecem ter sido petrificados, pois são compostos por uma mistura de materiais rochosos, minerais e cimento. Ao contrário do que são hoje, objetos feitos em escala massiva e industrial, marcados pela rápida obsolescência do mundo do consumo, eles assumem um caráter único. Colocamo-nos diante deles como se estivéssemos diante de preciosidades, que resistiram ao tempo e às intempéries, mas que nos fazem rememorar nosso presente.

 

As obras “Blue Gradient Teddy Bear” e “Blue Gradient Seated Female Figure” integram uma instalação semelhante a “Blue Garden”, site specific realizado no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, em 2017, no qual Daniel Arsham recria um jardim zen com areia e duas esculturas.  Na cultura milenar japonesa, tal jardim é um refúgio para concentração e para o fluxo de energia.  As marcas na areia realizadas com um restelo simbolizam, deste modo, o fluxo de água.  No jardim de Arsham, a figura da mulher sentada e de um urso de pelúcia também petrificados substituem as tradicionais pedras como elemento decorativos e criam uma situação de simultaneidade entre o universo tradicional, que se estende temporal e espacialmente, e o mundo contemporâneo fugidio e acelerado. Nos trabalhos que compõem a mostra, Arsham propõe ao espectador a experiência de um tempo que não é concreto – apesar da materialidade dos objetos de suas esculturas e instalações. O tempo, como no budismo, aparece como amplo e cíclico. Ele é, simultaneamente passado, presente e futuro, em um contínuo sem começo, meio e fim.

 

 

De 03 a 31 de março.

 

No Baró Contêiner

Galeria Baró, Jardins, São Paulo, SP, têm o prazer de apresentar “Refôrma”, exposição individual de Amanda Mei, no Baró Contêiner. Nela, as obras expostas giram em torno do conceito da reorganização e reequilíbrio de um modelo, matriz ou molde.

 

Segundo a própria artista: “Refôrma traz a experiência de devolver para a natureza uma geometria falha, um novo uso, um desvio da função original dos materiais por meio da ideia de artificio e camuflagem. A mostra é composta por pinturas e esculturas que tratam do equilíbrio entre elementos de formação do universo, com composições tridimensionais construídas pelo homem ou apropriadas diretamente da natureza. São combinações que se reorganizam de acordo com o meio em que estas se encontram, tal qual uma estrutura molecular ou um planeta.”

 

O conjunto de trabalhos trata da dinâmica dos movimentos de transformação e destruição, a ideia de progresso e sobrevivência. Estes pontos se colocam como um pacto entre o homem e a natureza – seja pelo embate dos diferentes materiais com o espaço físico, da tinta com a parede e dos visitantes com as obras. Os fragmentos de madeira, papelão, argila, tinta se transformam em formas tridimensionais e parecem crescer no espaço como uma arquitetura “não oficial” por um período determinado de tempo. Tais procedimentos refletem a ideia de camuflagem em relação ao deslocamento, função e transformação dos materiais.

 

 

De 03 a 31 de março.

A Cara do Rio 2018 

23/fev

Tudo começou em 2003, quando 25 artistas se reuniram pela primeira vez na mostra “A Cara do Rio”, na galeria Matias Marcier. Agora, em sua 11ª edição, o curador Marcelo Frazão registra a passagem de 323 artistas pela exibição coletiva, com 743 trabalhos realizados ao longo dos anos para o evento. Revelando talentos e dando sequência a trajetórias, depois de quatro verões, a mostra “A Cara do Rio” está de volta ao Centro Cultural dos Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

A Cara do Rio 2018 vai reunir algumas das varias tribos plásticas espalhadas pela cidade, dialogando com o público e apresentando diversas possibilidades técnicas e estéticas através das obras de 90 artistas dentre eles, Paulo Villela,  Denise Araripe, Edineusa Bezerril, Luiz Behring, Marina Vergara, Umberto França, Solange Palatinik, Newton Lesme,  Clare Caulfield, Diana Doctorovich, Fabio Borges, e a jovem Clara Miller (16 anos), além do próprio curador.

 

Neste ambiente plástico de ampla liberdade, o público vai poder apreciar pinturas, fotografias, esculturas monumentais, instalações, cerâmicas, incluindo a ocupação da área externa, entre o prédio do Centro Culural dos Correios e o da Casa França Brasil, com uma obra da escultora Marina Vergara.

 

Os 90 trabalhos apresentados traduzem no seu cerne a visão metalinguística de uma cidade observada através de si própria, contendo abordagens multifacetadas, onde os artistas convidados expressam críticas, declarações, denúncias, ou o descaso. Com um olhar esperançoso, o curador da mostra, – também gravador e professor -, Marcelo Frazão, comenta alguns dos objetivos da exposição: “tentar resgatar a autoestima do carioca, que há anos vem se desgastando, lembrando que o Rio de Janeiro reflete a aura do pais”.

                   

 

De 28 de fevereiro a 22 de abril.

Prêmio na Arco

A Galeria Cavalo, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, recebeuprêmio de melhor stand do setor Opening, destinado a jovens galerias, na feira de arte Arco Madrid 2018. Com obras de Marina Weffort e Pablo Pijnappel, a galeria carioca foi escolhida entre 19 espaços internacionais no setor que conta com curadoria de Stefanie Hessler e Ilaria Gianni. O prêmio foi entregue aos galeristas Ana Elisa Cohen e Felipe Pena por um júri de curadores e profissionais da arte. Com apenas dois anos de existência, essa é a segunda vez que a galeria recebe um prêmio em uma feira internacional, após o de melhor stand no setor New Entries da feira italiana Artissima em 2016.

 

O projeto desse ano conta com a video instalação “Exercícios Sensuais” de Pablo Pijnappel baseada em dois best-sellers americanos de 1968 e 1971 que ensinam homens e mulheres como seduzir seus parceiros, resultando em situações frustrantes quando adaptadas para o Rio de Janeiro atual. Estabelecendo um diálogo com a sensualidade desses vídeos, Marina Weffort exibe obras de sua série “Tecidos”, parte de sua pesquisa na elaboração de composições que se movimentam organicamente no ambiente em que são expostas.

Jorge Feitosa na Galeria VilaNova

A Galeria VilaNova, localizada Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, inicia seu calendário expositivo de 2018 com “Lágrimas de Ouro”, do artista visual Jorge Feitosa, sob curadoria de Bianca Boeckel. Por meio de doze fotografias, oito objetos/esculturas, dois vídeos-performance, uma instalação e um painel formado por vinte imagens, a mostra apresenta um mergulho nas emoções mais íntimas do artista e propõe reflexão sobre a memória do corpo, trazendo a tona questões como deslocamento, identidade e morte.

 

“Nasci em Porto Velho (RO) e me mudei para São Paulo ainda adolescente. Desde pequeno, quando saía com meu pai, costumava ficar sempre olhando para o lado de fora do carro para não perder nada do que se passava, e são algumas dessas imagens e paisagens que permanecem na minha memória, mesmo que fragmentadas.” Ao se aprofundar nessas lembranças ou fragmentos de memórias, Jorge Feitosa extrai de si tudo que há de mais íntimo e pessoal, como afetividades, deslocamentos, informações, emoções e sentimentos, dos quais resultam sua produção artística. Em “Lágrimas de Ouro”, o artista performa frente à câmera cenas advindas de seu próprio subconsciente e as fotografa, criando assim uma forte carga imagética e que, em alguns trabalhos, se aproxima da foto-performance. “Ao interagir com o meio, animais vivos e mortos e matérias orgânicas, suas fotografias e vídeos ganham genuinidade e textura – é como se embarcássemos juntos em suas viagens”, comenta Bianca Boeckel, curadora da exposição.

 

Sobre a técnica, Jorge Feitosa prefere que ela seja desenhada e utilizada naturalmente, para não limitar as possibilidades de suporte. “Fico sempre aberto e atento, observando cada detalhe de tudo, só ai decido a técnica e suporte.” Para esta nova mostra na Galeria VilaNova, a temática do resgate da memória afetiva e emocional continua sendo sua escolha, mas agora na condição de um indivíduo que sofreu um deslocamento físico – remetendo principalmente a sua mudança de Porto Velho (RO) para São Paulo, quando adolescente. Em suas palavras: “Quando estou com uma imagem na cabeça e quero torná-la física, busco fazer isso no menor espaço de tempo para que ela não se perca. Ganho tempo já na seleção do que levo para minhas locações – duas câmeras, um tripé, três baterias, além e claro de contar com a luz natural do ambiente. Gosto que tudo seja rápido, pois na minha cabeça já tenho toda imagem resolvida. Acredito que isso conserva o frescor e a fidelidade que quero transmitir com um trabalho”.

 

A partir da pesquisa de imagens e fragmentos de memória, o artista dá início a um trabalho, revendo a origem dessas imagens. O próximo passo desse processo é sair a campo, geralmente entre São Paulo e Rondônia, onde tenta tornar física a inspiração estética que seu subconsciente buscou. Nas palavras de Ananda Carvalho, professora, crítica de arte e curadora: “Jorge Feitosa reflete sobre as buscas de uma identidade mestiça. O artista nasceu e cresceu em Porto Velho (Rondônia), mas vive na cidade de São Paulo há mais de 30 anos. Mas, além das referências biográficas, seu trabalho procura discutir uma concepção ampliada entre as forças que interferem na constituição das subjetividades do indivíduo contemporâneo”.

 

 

Sobre o artista

 

Jorge Feitosa nasceu em Porto Velho, RO, 1969. Vive e trabalha em São Paulo. É graduado em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2013) e também possui formação em fotografia pelo MAM de São Paulo, onde participou junto ao coletivo de fotógrafos da publicação do livro Luz Marginal Procura Corpo Vago. Pesquisa a performance e sua relação com a fotografia e vídeo, trazendo à tona um imaginário que apresenta questões inerentes ao homem contemporâneo, como por exemplo, a ideia de enraizamento e deslocamento. Entre suas principais exposições destacam-se Foto-Performance, Oficina Cultural Oswald de Andrade, SP (2015), Mappa Dell’arte Nuova – Imago Mundi Art – Fondazione Giorgio Cini, Veneza-Itália (2015), 2ª Bienal de Veneza/Neves, MG, (2015), Das Matizes as matrizes, SP ESTAMPA, Verve Galeria (2015), Performa-Projetos Curados/Curated Projects, SP-Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo (2015), Impressões Impressas, SP ESTAMPA, Verve Galeria (2014), Da Luz ao Inacabado, Galeria 13 – Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2014), Transfigurações – O que precede o corpo, Verve Galeria (2013) e Diálogos e Expressões Gráficas, SP ESTAMPA, no Museu de Belas Artes de São Paulo (2012).

 

 

 

Sobre a Galeria VilaNova

 

Localizada na região do Parque Ibirapuera, a Galeria VilaNova promove artistas em ascensão e consagrados, e tornou-se ponto de encontro para quem aprecia boa arte. Em sua 22ª exposição, a galeria atende a um público exigente, sempre em busca de novidades em fotografia, pinturas, esculturas e diversas mídias. Através de intensa pesquisa e de uma curadoria detalhista, exibe uma grande variedade de arte conceitualmente significativa e visualmente estimulante. Uma combinação de mostras coletivas e solo, além de um acervo eclético e em constante renovação, permitem que colecionadores apreciem trabalhos sempre novos e aprendam sobre as últimas tendências. Bianca Boeckel, proprietária e diretora, atua também como consultora de artistas e clientèle, lançando mão de sua experiência internacional.

 

 

De 1º de março a 07 de abril.