Jorge Salomão no Oi Futuro

22/nov

A exposição “Jorge Salomão – No meio de tudo isso”, tem curadoria de Alberto Saraiva. Jorge Salomão é um dos convidados do Projeto Poesia Visual 2 está em cartaz na Galeria 1 (primeiro andar) e Vitrine do Oi Futuro, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Poeta, letrista, diretor de teatro, irmão de Waly, Jorge Salomão nasceu na Bahia e mora no Rio de Janeiro desde 1969, onde sempre marcou presença na cena cultural. É autor de canções gravadas por nomes como Marina Lima, Adriana Calcanhotto, Cássia Eller, Barão Vermelho, Zizi Possi e Zé Ricardo, entre outros. Figura cultuadíssima no Rio de Janeiro, completou 70 anos em o3 de novembro e está lançando novo livro de poesias, “Alguns poemas e + alguns”.

 

 

Até 08 de janeiro de 2017.

Mostra de Marina Rheingantz

31/out

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Terra Líquida”, quarta exposição individual de Marina Rheingantz exibindo pinturas inéditas de formatos variados, desde peças em grande formatos a outras de menores dimensões, que operam no limiar da figuração. São paisagens mínimas que remetem a falésias, serras, mares, charcos, campos e terras caipiras, lugares visitados e inventados que se descolam do real e incorporam a geometria e a textura da pintura.

 

Em “Terra Líquida”, trabalho que dá nome à exposição, emaranhados de poças d’água unificam a tela e criam caminhos entre elementos reconhecíveis que sugerem um clube hípico. Com mais de quatro metros de largura, é a maior pintura já executada por Marina, o que exigiu da artista um movimento constante de aproximação e distanciamento ao pintá-la, um movimento que se repete para o espectador. A composição sugere um processo de desconstrução de uma imagem com sucessivas camadas de pintura, resultando na reconstrução de uma memória.

 

No entanto, um olhar mais apurado revela o protagonismo da tinta no processo da artista. Marina não persegue uma ideia narrativa – ela deposita sobre a tela camadas de pinceladas robustas, trabalhando a superfície e ouvindo a pintura. Ao escutar a cor e a tinta, a imagem se insinua e a artista segue, agora sim de encontro a uma possível narrativa. A imagem não é o começo e nem o fim, ela acontece no meio do caminho.

 

Nas pinturas sobre linho da série “Bordados” as cores de fundo ganham tratamento quadriculado, como nos tecidos próprios para bordar, por meio de sutis alterações tonais e controladas pinceladas. Barras coloridas introduzem aos poucos novas cores no trabalho, enquanto linhas grossas traçam padrões assimétricos e sugestivas paisagens distendidas.

 

A abertura será pontuada pelo lançamento do livro “Terra Líquida”, pela Editora Cobogó, o qual abrange toda a produção da artista, com ensaio assinado pelo crítico e curador Rodrigo Moura.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Marina Rheingantz, nasceu 1983 em Araraquara, SP. A artista é graduada em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Integrou o grupo de jovens artistas paulistas conhecido como 2000e8, que reafirmou a força da pintura como linguagem artística nos anos recentes. Teve mostras individuais no Centro Cultural São Paulo (2012) e no Centro Universitário Maria Antônia (2011), entre outras. Exposições coletivas incluem Projeto Piauí (Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, 2016), Soft Power (KunsthalKAdE, Amersfoort, Holanda, 2016), Os muitos e o um (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2016) e No Man’s Land – Women Artists from the Rubell Family Collection (Contemporary Arts Foundation, Miami, 2015). Seutrabalho está em coleções como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Itaú Cultural.

 

 

De 05 de novembro a 22 de dezembro.

Evento

11/out

 

O evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani” apresenta seminário, lançamento de publicações e recital no dia 11 de outubro, terça, no Instituto de Artes da UFRGS, Centro, Porto Alegre, RS, com entrada franca para todas as atividades.

 

 

Programação

 

Evento: “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”:15h30: Seminário “Múltiplos e Únicos”, com Carlos Martins, Jailton Moreira e Paulo Silveira; 18h: lançamento das publicações “Vaga-Lume: mostra de vídeo experimental (2002-2011)” e “A última parede”; 18h30: “Lecture-recital: “Scattered Loves”’, de Celso Loureiro Chaves, e ‘Um ponto ao Sul’, de Maria Lucia Cattani: intersecções composicionais”, com Celso Loureiro Chaves e vídeo de Marta Biavaschi.

 

Locais de realização dos eventos: Seminário e lançamento das publicações: Pinacoteca do IA/UFRGS (Rua Senhor dos Passos, 248, primeiro andar); recital: Auditorium Tasso Corrêa do IA/UFRGS.

 

Nesta terça-feira, 11 de outubro de 2016, acontecem no Instituto de Artes da UFRGS as atividades do evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”. Das 15h30 às 18h, será realizado na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo o Seminário “Múltiplos e Únicos” com Carlos Martins, Jailton Moreira e Paulo Silveira. O Seminário busca estabelecer um diálogo com a obra de Maria Lucia Cattani, em exposição na Pinacoteca do IA/UFRGS até o dia 27 de outubro.

 

Logo a seguir, às 18h, serão lançadas as publicações Vaga-Lume: mostra de vídeo experimental (2002-2011), com organização de Elaine Tedesco e Lu Rabello, e A última parede, com organização de Nick Rands, ainda na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo do IA/UFRGS.

 

Finalmente, às 18h30, no Auditorium Tasso Corrêa do IA/UFRGS, haverá a “Lecture-recital: ‘Scattered Loves’, de Celso Loureiro Chaves, e ‘Um ponto ao Sul’, de Maria Lucia Cattani: intersecções composicionais”, com Celso Loureiro Chaves e vídeo de Marta Biavaschi.

 

A exposição “Maria Lucia Cattani: Gestos e Repetições” tem curadoria de Maristela Salvatori e Paulo Silveira e traz a público um panorama da obra Maria Lucia Cattani (1958 – 2015), importante artista que integrou uma geração que ganhou projeção a partir dos anos oitenta e atuou como pesquisadora e docente no IA/UFRGS, tendo integrado o corpo docente de seu Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) de 1991 até sua aposentadoria, em 2013.

 

As atividades buscam preservar a memória e render homenagem à Maria Lucia Cattani. Tem entrada franca sem necessidade de inscrição prévia e fazem parte da programação comemorativa aos 25 anos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do IA/UFRGS. Promovidas pelo Grupo de Pesquisa Expressões do Múltiplo/CNPq, tem apoio da Pró-Reitoria de Extensão e da Pró-Reitoriade Pesquisa da UFRGS, da ADUFRGS Sindical e do Atelier de Massas.

 

 

Sobre os participantes do evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”.

 

Carlos Martins

 

Gravador, desenhista, museólogo, curador, professor. Na década de 1960, muda-se para São Paulo. Forma-se em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1969. Três anos depois, estuda desenho e pintura na Escola Brasil. Entre 1973 e 1977, viaja para a Europa e frequenta cursos de gravura em metal na Chelsea School of Art, na Sir John Cass School of Arts e na Slade School of Arts, na Inglaterra. Na Itália, em Urbino, frequenta a Academia Raffaelo. De volta ao Brasil, em 1978, participa do 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA. Expõe na 2ª Bienal Iberoamericana, realizada pelo Instituto Cultural Domecq, no México, em 1980. Recebe, em 1982, o prêmio de melhor gravador pela Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA. Em 1986, viaja para Nova York para estudar monotipia. Ao retornar ao Brasil, leciona gravura na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ e no Museu Histórico do Ingá, em Niterói, Rio de Janeiro. Em 1984, funda o Gabinete de Gravura do Museu Nacional de Belas Artes e, entre 1991 e 1995, dirige os Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro. Ao lado de Valéria Piccoli, torna-se curador da Coleção Brasiliana de Jacques Kugel, em 1996. Adquirida pela fundação inglesa Rank-Packard, essa coleção vem para o Brasil, em regime de comodato, sob responsabilidade da Fundação Estudar, e, em 2002, é doada em caráter definitivo. Em 2006, com Valéria Piccoli e EddyStols, publica o livro O Diplomata e Desenhista Benjamin Mary e as Relações da Bélgica com o Império do Brasil.

 

Jailton Moreira

Vive e trabalha em Porto Alegre. Bacharel em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS. Como artista participou de várias exposições individuais e coletivas com destaque para “Trabalhos Insistentes” – Galeria Obra Aberta, Porto Alegre, RS (2002), III e V Bienal de Artes Visuais do Mercosul , Porto Alegre, RS (2001/2005),  Panorama de Arte Brasileira do MAM de São Paulo, São Paulo SP (2001/2003/2005), “Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture” – MAC de Chicago e Barbican Gallery de Londres (2005), V e X Salão Nacional de Artes Plásticas, FUNARTE/INAP, Rio de Janeiro, RJ (1982/1988). Como curador destacam-se a participação no projeto Rumos Visuais Itaú Cultural (1999/2003), e a exposição Convivências – 10 Anos da Bolsa Iberê Camargo, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre (2010/2011). Criador do Torreão (1993/2009), junto com Elida Tessler, espaço de reflexão e criação de arte contemporânea em Porto Alegre. Ministrou cursos de história da arte por várias cidades brasileiras.

 

Paulo Silveira

Professor no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando na graduação e na pós-graduação. Bacharel em Artes Plásticas (com habilitações em Desenho, 1986, e em Pintura, 1988) e em Comunicação Social (1980) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre e Doutor em Artes Visuais pela UFRGS (1999 e 2008, ênfase em História, Teoria e Crítica da Arte), incluindo estágio de pesquisa junto a Université Paris 1, Panthéon-Sorbonne (2006). Pesquisador em história e teoria da arte, com ênfase no estudo da linguagem e contexto de obras e dispositivos instauradores da arte contemporânea, intermídia histórica, percepção da obra de arte, estética e retórica das publicações de artistas e metodologia da pesquisa. Membro do Comitê Brasileiro de História da Arte, CBHA, e da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, ANPAP (comitê de História, Teoria e Crítica de Arte). Colaborador de instituições acadêmicas, grupos de pesquisa e publicações do Brasil e do exterior. Criador e coordenador do Fundar: grupo de pesquisa sobre instauradores da arte contemporânea (UFRGS/CNPq). Juntamente com Maria Lucia Cattani, colaborou com o projeto What will be the canon for the artist’s book in the 21st Century?, University of West of England, Bristol (2010).

 

Celso Loureiro Chaves

Compositor, pianista e arquiteto, ele é Doutor em Artes Musicais pela University of Illinois at Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, e professor de História da Música e Composição Musical do Instituto de Artes da UFRGS, além de professor-orientador do Programa de Pós-Graduação em Música da Ufrgs. Atualmente é Pró-Reitor de Pós-Graduação na UFRGS. Como intérprete de piano é uma presença respeitada no circuito musical erudito da capital. Em 1994 gravou o CD Uma ideia de café, com a obra para piano de Armando Albuquerque, o qual foi lançado posteriormente em 2001. Seu livro Memórias do Pierrô Lunar foi lançado pela L&PM em 2006. Seu segundo CD, o primeiro com composições de sua autoria, “Balada para o avião que deixa um rastro de fumaça no céu”, foi lançado em 2013 no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre, com participação da pianista Luciane Cardassi e da Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, sob a regência de Antônio Carlos Borges Cunha. Por esse CD, Celso recebeu em 2014 o Prêmio Açorianos de Melhor Compositor Erudito.

 

Livro e exposição de Valeska Soares

06/out

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Lugar Comum”, quinta exposição individual de Valeska Soares.  Em esculturas e trabalhos de parede recentes a artista utiliza linho, bastidores de costura, tapeçaria e peças de mobiliário para explorar a relação entre a abstração, a memória e experiência cotidiana. “Lugar Comum” refere-se metaforicamente a um denominador emocional que estes objetos de natureza e épocas distintas criam na relação entre a obra e o público.

 

Ground (2016) dá título a um grupo de trabalhos composto por tapetes antigos recortados, pintados, dobrados e enrolados em composições geométricas simples que se estruturam em termos da escala e da padronagem – quase imperceptível pela idade dos tapetes – mas também do peso, brilho e cor.  A escolha do tapete parte do interesse por uma qualidade doméstica e transcultural, por ser um objeto de uso religioso, decorativo e até monetário presente em inúmeras culturas na história do Oriente e Ocidente.

 

A geometria também está presente nos trabalhos da série Conjunction (2016) feitos com bastidores de costura aplicados diretamente sobre linho cru e preto, sem chassis. Os bastidores delimitam áreas lisas na superfície drapeada que são então bordadas, pintadas ou laminadas. A paleta é reduzida ao tom bege do linho, ao vermelho, preto e branco das linhas e tintas e, finalmente, à prata e ao ouro que banham os bastidores da obra Constellation (2016). Referências históricas à Abstração Geométrica permeiam os trabalhos de forma oblíqua. Construtivismo, Minimalismo, Concretismo sugerem um lugar de origem da artista – e das obras – sem se revelar nominalmente em um trabalho ou outro.

 

Na obra que dá nome a exposição, Lugar Comum (2016), quatro cadeiras de madeira e palhinha são unidas por seus acentos formando uma cruz perfeita onde a forma toma o lugar da função. Num movimento igualmente preciso, Valeska substitui uma portinhola retangular de uma antiga porta por um espelho de latão para compor a obra Untitled (2016). Nas duas esculturas fica evidente o jogo entre abstração, afeto e memória que permeia todas as obras da exposição.

 

Na ocasião da abertura da exposição, foi lançada a publicação “Valeska Soares”, uma co-publicação das editoras Mousse (Milão) e Cobogó (Rio de Janeiro). O livro cobre a produção da artista nos últimos dez anos e inclui texto de Jens Hoffmann e uma entrevista com a artista conduzida por Kelly Taxter, respectivamente Diretor de Exposições e Curadora Assistente do Jewish Museum, Nova York (EUA).

 

 

Sobre a artista

 

Valeska Soares participou das Bienais de São Paulo (2008), Sharjah (2009), Istambul e Taipei (2006), além da 51ª Bienal de Veneza (2005). Em 2009, inaugurou um pavilhão individual no Inhotim Centro de Arte Contemporânea (MG). Entre suas exposições individuais destacam-se Jewish Museum, Nova York (EUA); Bronx Museum of the Arts, EUA; Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey, México; New Museum, EUA. Sua obra está em importantes coleções públicas, como Hirsh horn Museum and Sculpture Garden, Washington; The Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York; The Carnegie Museum of Art, Pittsburgh; Cisneros Fontanals Art Fundation, Miami; e Tate Modern, Londres.

 

 

 

Até 22 de outubro.

 

 

Livro de artista

29/ago

Na quarta-feira, 31 de agosto, às 11 horas, será lançado na Pinacoteca Barão do Santo Ângelo, no Instituto de Artes da UFRGS, Centro, Porto Alegre, RS, o livro “O livro de artista e a enciclopédia visual”, baseado na tese de doutorado de Amir Brito Cadôr, pesquisador e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Na obra de Cadôr, o estudo dos livros de artista é apresentado sob a forma de uma enciclopédia, que é ao mesmo tempo um manual de construção de uma Enciclopédia Visual. São mais de 70 verbetes distribuídos em 12 capítulos temáticos, que tratam das poéticas do arquivo, da coleção e do inventário, além da arte da memória, a montagem e a alegoria contemporânea. A poesia visual, a metalinguagem e os paratextos editoriais são destacados em outros capítulos. São abordadas também a produção e a transmissão de conhecimento através de imagens, assim como o uso de mapas, pictogramas e diagramas em livros de artista. São reproduzidas mais de 150 obras, sendo que a maioria dos livros estudados pertencem à Coleção Livro de Artista da UFMG.

 

“Meu objetivo foi colocar os livros de artista em relação uns com os outros, percebê-los como parte de um sistema de conhecimentos e aproximá-los de conceitos associados à prática enciclopédica… Procuro mostrar como se dá a produção e transmissão de conhecimento por meio de imagens, pensadas do ponto de vista dos artistas que se apropriam de ilustrações técnicas e de procedimentos científicos para instaurar a dúvida mais do que produzir certezas”, afirma Amir Brito Cadôr, que falará sobre sua pesquisa no lançamento.

 

O design do livro é da Casa Rex, de Gustavo Piqueira. A publicação tem 656 páginas e foi editada pela Universidade Federal de Minas Gerais.

A arte de Tozzi em livro

24/ago

Será lançado nesta próxima quinta-feira, dia 25, a partir das 19hs, no Instituto Europeodi Design, Rua Maranhão, 617, Higienópolis, São Paulo, SP, o livro “Claudio Tozzi. Público/ Privado”, cuja autoria traz a assinatura do crítico de arte Jacob Klintowitz. Este livro faz uma análise do percurso do artista, das questões estéticas e sociais dele e de sua geração brasileira, e discute as manifestações de sua arte na condição de obra privada e/ou pública.A seguir, um recorte do texto ensaístico do livro.

 

 

A palavra de Jacob Klintowitz

 

Um observador desatento não reconheceria na obra atual de Claudio Tozzi o mesmo autor das obras de algumas décadas anteriores. A transformação formal da obra do artista tem sido notável e, mais até do que isto, a aparência, a visualidade das obras, dá a sensação de que a alteração se deu no próprio cerne desta obra, na concepção que o artista tem do mundo, na sua cosmovisão, na sua abordagem desta visão e no seu método de criação, na maneira como no seu espírito surge a imagem e se materializa no suporte. Da maneira de ser do artista à sua expressão. E, no entanto, esta conclusão estaria longe da verdade.

 

Certamente é uma contradição em termos, um observador desatento. Ainda que, por comodidade de espírito, muitas pessoas permaneçam muito tempo com os mesmos juízos de valor. Para nós é útil este observador imóvel e indiferente ao tempo histórico e ao tempo pessoal, pois evidencia o caráter dinâmico do percurso do artista, as transformações de seu trabalho e nos estimula a expor o núcleo permanente, o elemento unificador da ação e do método de Claudio Tozzi. O processo contínuo e ininterrupto de transformação, de criação inovadora de suas formas, demanda um observador igualmente flexível.

 

A produção atual da obra de Claudio Tozzi emerge de profundas questões estéticas e filosóficas e ajuda a iluminar o passado do artista. E, de muitas maneiras, é tal a sua transformação em relação ao passado, que evidencia o sentido da produção inicial de sua geração e as questões das décadas de 60 e 70, em boa parte respostas ao impacto causado pela nova sociedade de produção e consumo em massa e a espetacularização de todos os processos e narcisismos patologicamente infantilizados em razão do formidável desenvolvimento dos meios tecnológicos de comunicação que acompanhou e possibilitou este inicio de globalização da vida planetária.

 

A sociedade de produção e consumo em massa, por sua própria natureza, tende a homogeneizar as pessoas pelo padrão médio ou, em certos casos, pelo menor padrão possível, como se pode ver na manipulação de opinião e engajamento político. E a sociedade do espetáculo não só conferiu aos indivíduos a possibilidade de protagonismo, mesmo que efêmero, como avançou até a criação de protagonismo em grupos restritos, desde grupos de opinião, grupos profissionais, grupos políticos, até a montagem de veículos tecnológicos de controle pessoal. A previsão é de que estes recursos tecnológicos continuem a evoluir em alta velocidade.

 

E o processo de globalização acentuou a interdependência econômica dos países, tornou mais imediata e evidente a influência cultural de alguns países sobre outros, cultura em seu caráter antropológico, o de cultura em seu sentido totalizante dos processos de linguagem e não apenas como concepção de formas. Boa parte da produção de formas culturais está atrelada ao desenvolvimento tecnológico e à capacidade do mercado consumidor de ampará-la, o que já indica quais os países dominantes. Entende-se facilmente, portanto, como a produção estética deste período está fixada em objetos industriais, em figuras carismáticas nacionalistas em oposição nacionalista à globalização e em visões do urbanismo predatório.

 

O fetiche do objeto é resultado direto desta situação social. A arte trouxe este objeto para dentro do seu espaço e o glorificou. A banalidade do objeto industrial evidentemente chocou o mundo de repertório culto. A imprensa de muitas maneiras pretendeu ver uma posição crítica nesta glorificação que transformou o objeto vulgar em protagonista. Mas é difícil acreditar nesta postura crítica. Talvez na origem, no ponto de partida…

 

Sobre o artista

 

Claudio Tozzi, nasceu em São Paulo, SP, 1944. Pintor, desenhista e programador visual. Formado em 1968 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, continuou a atividade como artista plástico em 1963, através de uma obra na gráfica, e ganhou o concurso para o cartaz do XI Salão Paulista de Arte Moderna. Em 1969 realiza viagem de estudos à Europa, quando realiza as séries “Astronautas” e “Parafusos”, com gravuras, objetos e pinturas. A partir de 1972 sua obra evoluiu do pop para o conceitual. Realizou estudos com a cor, o pigmento e a luz. Recebeu diversos prêmios, entre os quais: Prêmio da Crítica (APCA), objeto em 1973, Prêmio da Crítica (ABCA) de viagem ao exterior em 1975, Prêmio de Viagem ao Exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (NAM) em 1979. Temas urbanos e conflitos sociais são predominantes em sua obra e constituem o seu universo visual. Realizou o painel “Zebra”, na Praça da República, e o painel “Colcha de retalhos”, para a estação de metrô Sé.

Fotos em co-autoria indígena

13/ago

Em 2008, o fotógrafo e educador visual Danilo Christidis começou a visitar Vherá Poty, cacique da aldeia Guarani Mbyá de Itapuã, em Viamão, no Rio Grande do Sul, a fim de ensiná-lo a fotografar. Não demorou muito para que os papéis se invertessem – Poty se mostrou um fotografo talentoso e passou a ensinar a Danilo como perceber sua comunidade, cultura, filosofia e costumes. “Vamos te receber como uma criança, que precisa ser ensinada a perceber o mundo como nós percebemos”, disse o cacique.

 

O resultado desse intercâmbio está no livro de fotografias “Os Guarani Mbyá”, com registros feitos pela dupla ao longo de sete anos em visita a quinze comunidades indígenas dos Mbyá, subgrupo Guarani que mantém uma unidade religiosa e linguística bem delineada, o que permite o reconhecimento de seus iguais ainda que em aldeias distantes. Do livro, foram selecionadas 24 fotografias para a exposição de mesmo nome, que estreou em Porto Alegre em 2015,já passou por Tucumán (Argentina) e Montevidéu (Uruguai), e chega ao Rio de Janeiro, agora em exposição no Rio Design Barra.

 

As imagens compõe um retrato único de uma sociodiversidade pouco conhecida pelos brasileiros, em íntima comunhão com as matas subtropicais do sul e sudeste do Brasil, distinta por características como organização social, relação com a natureza, religiosidade, arte, educação, medicina, modos produtivos e manejo de recursos naturais, culinária, gestação e parto, além da compreensão da infância, velhice, nascimento e morte. A importância do entorno como fonte para a vida Guarani-Mbyá se reflete em todos os aspectos do “seu modo de ser”.

 

Quem traz a exposição pela primeira vez ao Rio de Janeiro é a marca carioca Reserva, através de seu programa de incentivo ao empreendedorismo social, Rebeldes com Causa. No período da exposição, a loja Reserva do Rio Design Barra terá venda exclusiva do livro “Os Guarani Mbyá”, por R$ 99,00, com renda destinada a projetos sociais conduzidos por Vherá Poty.

 

 
De 15 de agosto a 04 de setembro.

Histórias em Niterói

13/jul

O Museu de Arte Contemporânea – MAC Niterói, Mirante da Boa Viagem, Niterói, RJ, apresenta a exposição “A Arte de Contar Histórias”, que tem a curadoria da norueguesa convidada Selene Wendt. Essa mostra, que ocupa o Salão Principal, a Varanda e o Mezanino, investe na perspectiva de diálogos vivos entre exposições, arquitetura e sociedade, reunindo artistas brasileiros e estrangeiros inspirados pelas grandes obras literárias latinoamericanas e universais.

 

São 22 artistas ao todo. A mostra acontece simultaneamente no Museu Janete Costa, localizado a poucos metros do MAC, com instalações, objetos, vídeos e poesia visual. Destacam-se a videoinstalação “Três Telas, Nós e não Nós”, de Sérgio Bernardes e Guilherme Vaz, no salão principal do MAC, explorando as múltiplas faces da cultura brasileira; e a escultura “Cicleprototemple”, de Ernesto Neto, um coração com tambores acolhendo os visitantes como participantes das pulsações de um museu vivo. A mostra apresenta obras ainda obras de André Parente, Cao Guimaraes, Cristina Lucas, Dulcinéia Catadora, Eder Santos, Elida Tessler, Fabio Morais, Gilvan Barreto, Magne Furuholmen, MariláDardot, Nina Yuen, Pablo Lobato, Rosana Ricalde, Ulf Nilsen e William Kentridge.

 

“A Arte de Contar Histórias” é diretamente inspirada pelo livro “O Narrador”, de Mario Vargas Llosa, uma história cativante com narrativa intrincada que justapõe a voz do narrador com capítulos relacionados à mitologia indígena peruana. “O Narrador” contém todos os elementos de um romance clássico, premiado: uma luta pessoal profunda e uma busca pelo sentido e verdade encontrada ao longo da trajetória de uma viagem de descobertas transformadoras. A história sugere muitos dos temas fundamentais nesta exposição e também capta a singularidade e originalidade para contar histórias de muitos dos artistas apresentados. Assim como Mario Vargas Llosa nos guia por entre um mundo mítico e mágico com seu relato poético de um contador de história, os artistas incluídos nesta exposição são contadores de histórias que captam nossa imaginação com suas interpretações de algumas das maiores histórias escritas até hoje. Como qualquer história, as narrativas são intrincadas e inter-relacionadas, às vezes se superpondo, entrando e saindo do tempo e do lugar, são ricas de metáforas e simbolismo, e transmitidas com uma força e convicção inequívocas. Algumas das narrativas fundamentais evoluem de viagens pessoais, outras têm uma abordagem mais analítica ou teórica, mas todas as obras contam histórias tanto pessoais quanto universais. O fio de ouro que ata esses trabalhos é tipicamente tecido de narrativas literárias preexistentes, encontradas em épicos universais, que são indiscutivelmente transformados de modo singular em novas histórias.

 

 

 

Sobre o MAC Niterói

 

Símbolo da cidade, patrimônio nacional e considerado uma das maravilhas arquitetônicas do mundo, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói) – está sendo reaberto oficialmente depois de passar por um inédito conjunto de obras. Os visitantes vão encontrar um museu mais sustentável e com inovações. A reabertura do MAC marca também o lançamento do programa “MAC+20”, com exposições que ressaltam a importância e potência histórica da Coleção MAC Sattamini e, simultaneamente, celebram novas perspectivas curatoriais, através de colaborações nacionais e internacionais.

 

 

Até 24 de julho.

SIM galeria, mostra e livro

13/jun

A SIM Galeria, Curitiba, PR, convida para o bate papo de lançamento do livro de Paolo Ridolfi com a presença do artista e do curador da mostra Agnaldo Farias. HOJE, segunda-feira, 13 de junho de 2016, às 19h30. Ao mesmo tempo a galeria apresenta a exposição “Chafariz” na qual o artista apresenta seus mais recentes trabalhos em pinturas e objetos.

 

A obra pictórica de Paolo Ridolfi, em janelas, ora mais, ora menos figurativas, promove com a exposição “Chafariz”, sobretudo, uma série de encontros fortuitos entre cores incisivas, linhas vigorosas e superfícies diversas. Conservando o que é informal e comunitário, próprios do espaço que ocupa o chafariz, o título da exposição articula a integração em suas obras entre marcas de memórias individuais do artista- como traços de um rabiscar aprendidos na infância- e coletivas – como os índices tipográficos de cartazes urbanos que o cercam.

 

Paolo Ridolfi revela em “Chafariz” um momento de abertura em sua criação para a intervenção do acidental e do acaso revelados tanto na alteridade do seu inconsciente como na cidade ao redor. O movimento que primordialmente ordena e coordena toda a produção aqui cede lugar a graciosas surpresas que escorrem sobre suas telas, cobrem os tridimensionais rígidos, que espontaneamente evocam elementos recorrentes ao mesmo tempo em que convidam a presença de formas inéditas.

 

A data de abertura da exposição marca também o lançamento do livro intitulado “Paolo Ridolfi” com organização da SIM Galeria e curadoria de Agnaldo Farias, assim fazendo da exposição “Chafariz” um marco de dupla importância na trajetória de Paolo Ridolfi e na trajetória da arte contemporânea brasileira.

 

Mostra de João Farkas

31/maio

O povo, a paisagem e a vida na vila de Trancoso e arredores entre 1977 e 1993, compõem a exposição com 27 fotografias (sendo 4 impressas em alumínio de alta permanência, e as restantes emjato de tinta sobre papel de algodão, com qualidade museográfica,  nas dimensões de 60 x 90 cm), que João Farkas apresenta na Paulo Darzé Galeria de Arte, Salvador, Bahia.

 

A relação de João Farkas com Trancoso vem de longas datas, inteiramente verificado ao nos defrontarmos em suas imagens com a construção de casinhas de barro, a subsistência pela pesca, o lazer por meio da natureza, e um cenário da vida de um local pacato, através de seu povo, da sua paisagem e do seu cotidiano em imagens da vila de Trancoso e arredores entre 1977 e 1993.  Para o fotógrafo, a mostra, onde vemos um local pacato, tem o desejo que o hoje tenha orgulho deste ontem e reconheça a cultura local, além de alertar os turistas para a beleza e a magia, e que não se esqueçam de olhar o céu.

 

AntonioRisério, em longo texto no livro, onde analisa antropologicamente e historicamente a região, inicia dizendo: “As fotos de João Farkas me tocam assim, simultaneamente, em três planos: o estético (lembrando-me uma observação de Victor Hugo em Os Trabalhadores do Mar: à beleza basta ser bela para fazer bem), o histórico e o antropológico, sem nunca eclipsar o presente. Deixo a leitura do plano estético para filósofos, artistas e críticos do fazer artístico. E me concentro no Brasil profundo da zona cabralina de nossa fachada atlântica, hoje tantas vezes transformado e desfigurado. Não para analisá-lo, obviamente, que isto aqui não é um estudo ou ensaio. Mas para tocar em alguns pontos memoriais e presenciais que as belas fotos de Farkas avivam”.

 

Durante a abertura da mostra foi lançado – nacionalmente – o livro “Trancoso”, Editora Cobogó, com 128 páginas, projeto gráfico de Kiko Farkas, textos assinados porWalter Firmo e Antônio Risério, com apoio editorial da Paulo Darzé Galeria de Arte.

 

 

 

A palavra do artista

 

João Farkas e a Bahia é um amor antigo. “Tem aí uma história boa também, um parentesco indireto com Jorge Amado, porque meu tio Joelson, muito próximo a nós (casado com a irmã de minha mãe, Fanny) era irmão de Jorge e James. E a Bahia sempre foi uma coisa muito presente em nossa família. Meu pai, Thomas Farkas, tinha um fascínio brutal pela Bahia. Perguntado certa vez quem ele gostaria de ser se não fosse o Thomaz, respondeu: Batatinha. Vim muitas vezes a Salvador com ele e me hospedei algumas vezes na casa do Rio Vermelho, tendo sempre a riqueza cultural baiana muito presente”.

 

“Com Trancoso a coisa aconteceu na época da contracultura, após a ressaca da militância política. Foi uma descoberta do paraíso. E minha ligação foi imediata. Pensei em morar lá, comprei terreno, fiz casa e inúmeros amigos. Mas percebi que se morasse lá não faria o registro daquilo tudo que me parecia tão frágil e tão preciso. Aquele equilíbrio de séculos entre o homem e seu ambiente que nós mesmos os forasteiros acabaríamos alterando. Os fotógrafos que estavam por lá tinham as lentes mofadas e os filmes derretidos pelo calor. Era impossível trabalhar morando lá. Então eu virei um cigano que vinha sempre que possível e fotografava sistematicamente tudo: o trabalho, as festas, as casas, as pessoas. Fui aceito como uma pessoa local. Fotografava livremente”.

 

“Então quando começaram a sugerir que eu fizesse exposição deste material e livro eu pensei que os primeiros que deveriam ver este material e poder usufruir dele seria a própria comunidade. Daí nasceu o projeto de um Memorial do Povo, da Cultura e da Paisagem de Trancoso. Um pequeno museu que inauguramos agora em março de 2016. Foram 30 obras doadas que estão expostas provisoriamente no espaço da comunidade, no centro de Trancoso. Esta foi minha doação a eles. Doei também o uso de minhas imagens da vila para usos culturais. Uma das sensações mais gratificantes de minha vida foi ver o pessoal de Trancoso curtindo a exposição, reconhecendo amigos e parentes, discutindo as fotografias e a forma de vida de então. Maravilhoso”.

 

“Trazer isto a Salvador é outra missão, que o Paulo Darzé me ajuda a cumprir. A gente tem a sensação que a Bahia tem tantas coisas maravilhosas: a chapada, Itacaré, a costa do coco, do dendê, o recôncavo, a Baía de Camamu, é tanta coisa, tanta riqueza, que a região de Trancoso é mais usufruída pelos ‘sudestinos’ como diz Risério ou pelos franceses, italianos, holandeses e americanos do que pelos próprios baianos. É preciso incluir Trancoso na geografia dos soteropolitanos”.

 

 

Texto de Walter Firmo – De Quase Nada, Tudo

 

Ao pousar os olhos nas fotografias obtidas pela retina humanitária de João Farkas – numa memorável viagem aos confins de um paraíso terrestre em vias de extinção – penso no fazer fotográfico; ou como foi bom para a pintura o descobrimento da fotografia, uma vez que, libertada revelaram-se os Picassos e Dalis relegando o homem máquina fotográfica como um instrumento que se alimenta da realidade e que muito circunstancialmente nos devolve algo que vale a pena. A fotografia ainda é demasiadamente jovem (infinitos serão seus rumos) para um vaticínio seguro de sua maioridade como arte ou aquilo. Afinal o que é arte? Nestas fotografias tenho a sensação da gratificação do estar, do viver e isto me basta. O João é um emissário audaz, vigilante na arte de transmitir encantos mil a desafortunados cosmopolitanos. A função social da fotografia é também nos remeter o sopro da aragem e o doce perfume da felicidade e João segreda, na função decimal do segundo eterno “amém” folhas e sentimentos, luzes e arrabaldes daquela comunidade costeira arredia mas hospitaleira.O brilho de Farkas é puro estado sólido do espírito lírico, direito clássico na maneira de olhar o valor das coisas dimensionando o simples e transformando o quase nada em tudo, isto porque o toque mágico da lira do povo – preciso e paulatino – mostra o afago da necessidade de se ver nenhum momento supérfluo, porém, intimista e revelador.Visionário e carinhoso azuleja o singular na razão direta do cidadão que ama seu país, enaltecendo suas cores, expressando sua aldeia e sua gente, discursando o ambiente iluminado e as nuvens glorificadas; de quebra uma inesquecível aula de sociologia desnudando com elegância o caráter dos caboclos, mulatos e cafuzos “com todas as suas roupas comuns dependuradas salpicando de estrelas nosso chão”. É ele quem diz: “Eu queria uma coisa que saísse do coração, não importava o tamanho.” Aí a gente medita e também galopa o prazer do seu olhar, a candura, o mistério, ser feliz é estar, heróis de si mesmos, o riso, o digno, o gesto, a fatalidade de ser simples.Aliás, seu impiedoso olhar equilibra-se na fronteira do fio da navalha flutuando entre o simples e o simplório. Porém, nosso “intrépido” cavaleiro apeando o animal enleva e sublima o passeio – pé-ante-pé, de porta em porta – e empunhando o bisturi de sua intacta retina revela amálgamas da alma primeira valorizando olhos, caras e bocas, decifrando-nos num estudo psicológico “farkiano” toda a sofisticação do simples onde a crítica cede lugar à análise e as doçuras e sutilezas desfilam ao sol dará – pois foi assim que o artista escolheu.

 

 

Até 14 de maio.