Roberto Magalhães em livro

05/ago

O artista Roberto Magalhães, um dos maiores coloristas de sua geração, e Leonardo Kaz, à frente da editora Aprazível, lançam, em parceria com a Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, o projeto “Sem pé nem cabeça”, que será oficialmente lançado na abertura da Art Rio, no stand da Galeria Marcia Barrozo do Amaral, que acontece de 9 a 13 de setembro, mas que já pode ser visto na Galeria.

 

A obra “Sem pé nem cabeça”, com tiragem de 50 exemplares, é uma moldura / caixa em acrílico (um livro objeto), com designer assinado por Lúcia Bertazzo, e acrílico produzido por Joana Angert. Cada trabalho, com cores de acrílico diferentes, recebe na tela um desenho original e único de Roberto Magalhães, de diversas épocas, como da década de 60, e outros mais recentes, da década de 90. Em uma das duas gavetas laterais está o livro inédito “Sem pé nem cabeça” que reúne todos esses desenhos do artista, com técnicas e tamanhos diferentes, como pastel oleoso, guache, aquarela, lápis de cor, nanquim, ou seja, todos os materiais possíveis de desenho. Na outra gaveta está um pergaminho com desenhos esotéricos de Roberto, da série “Viagem Astral”.

 

Segundo Marcia Barrozo do Amaral, este trabalho oferece várias possibilidades e recebe a proteção do acrílico, material que protege a obra ainda mais que o vidro.

 

Roberto fala das imagens, da quantidade de imagens diferentes que costumam brotar ininterruptamente em seu pensamento. De uma maneira inesgotável, segundo ele, ou melhor: como uma torneira aberta no mundo, sem forma e sem tempo.

 

 

Sobre o artista

 

Roberto Magalhães surgiu na cena artística brasileira no início da década de 1960. É um dos principais integrantes do grupo de jovens pintores que realizaram, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Opinião 65”, iniciativa revolucionária por trazer uma nova linguagem visual para as artes plásticas no Brasil.Ganhou, em 1966, o cobiçado prêmio de viagem ao exterior no XV Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Fixou residência em Paris entre 1967 e 1969, desfrutando do prêmio recebido na IV Bienal de Paris e participou de exposições no exterior. Depois de oito anos sem expor – suas inquietações e questionamentos o tinham levado ao misticismo -, em 1975, Magalhães recomeçou sua vida artística, expondo e lecionando no Museu de Arte Moderna. Em variadas técnicas, Roberto Magalhães constrói uma longa trajetória, destacando-se como uma das referências nas artes plásticas no Brasil e consolidando-se no circuito internacional, incluindo passagens pela IV Bienal Internacional de Gravura (Tóquio, 1964), “Brazilian Art Today”/Royal Academy (Londres, 1964), “Opinião 65”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1965), VII Bienal de São Paulo (1965), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1966), “Modernidade ― Arte Brasileira do Século XX”/Museu de Arte Moderna (Paris, 1987), Embaixada do Brasil (Londres, 1988), “Exposição Retrospectiva ― 30 anos”/Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 1992), “Xilografia/Xilogravura”/Museu de Las Artes (Guadalajara, Mexico, 1995), “Retrospectiva”/Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, 1996), “Roberto Magalhães ― Pinturas, Dibujos y Grabados”/Museo de Arte Contemporáneo de Caracas Sofía Imber (Caracas, Venezuela, 1998), Instituto de Cultura Brasil-Colômbia (Bogotá, Colômbia, 2000), “Desenhos”/Instituto Moreira Salles (Rio de Janeiro, 2001), “Otrebor ― A Outra Margem/Caixa Cultural (Rio de Janeiro e Brasília, 2008), “Preto/Branco 1963-1966 ― Xilogravuras e Desenhos”/Parque Lage (Rio de Janeiro, 2011), “Roberto Magalhães ― Pinturas e Desenhos”/Art Museum of Beijing Fine Art (China, 2011).

Lançamento

27/jul

Será lançado no dia 6 de agosto, a partir das 19h00, na Cinemateca Brasileira, Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, São Paulo, SP, o livro sobre a obra do artista plástico Inos Corradin, “O Ilusionista na estrada”. O volume procura ser fiel ao trabalho de Inos. O título, “O Ilusionista…”, se refere ao mágico e comovente personagem constante em sua pintura e é também uma referência à Commedia dell’ arte, fonte histórica de sua arte. E também é uma alusão a própria vida deste pintor de 85 anos, herói aos 14 anos da resistência italiana na Segunda Guerra Mundial, e tão poeticamente entusiasmado hoje quanto foi na sua adolescência.
A seguir um pequeno recorte do ensaio do crítico de arte Jacob Klintowitz sobre Inos

 

 

  Em Inos Corradin todo mar é lua e toda lua é sonho.

 

Todas as coisas querem ser preservadas até a eternidade. Aliás, se a eternidade existe, tudo é eternidade, inclusive o que deseja se tornar eternidade. É tão persistente a sobrevivência de certas técnicas, como a pintura, e de algumas formas artísticas, que penso que elas fazem parte deste duplo, o desejo de ser eterno e o oceano de eternidade.

 

Em apoio à complexidade do seu personagem principal, a alma manifesta do trabalho de Inos Corradin, aquele que o acompanha desde sempre, o Ilusionista, o mágico, este artista da transformação e das aparências, existem relatos ancestrais, narrativas míticas de sua onipresença, pois o Ilusionista é um ser especial e sagrado. A primeira carta do Tarô é o Ilusionista. É ele que oficia o diálogo entre o céu e a terra. O Ilusionista canaliza o fluxo luminoso entre o Homem e o Divino.

 

Talvez Inos Corradin pertença ao grupo restrito de profetas, aqueles que denunciam os poderosos e as práticas convencionais e amortecedoras e preveem as desgraças futuras.

Ou, talvez, seja só um pintor poeta, e esteja entre aqueles cuja obra pretende traçar um mapa do labirinto incompreensível e indecifrável onde estamos: a nossa vida neste universo constituído de formas que englobam formas e de presenças que não vemos e só deduzimos. Este universo que ora nos parece sem sentido, ora nos parece fruto de um plano perfeito.

 

…Inos Corradin fica entregue aos seus solilóquios, à lembrança de sua pregressa vida aventurosa, à leitura de ficção e história, e ao desenrolar espontâneo dos seus pensamentos. Inos filosofa. É neste momento que ele desenha e planeja a sua pintura do dia que virá. À noite, o raciocínio, o discernimento, a capacidade de estabelecer os limites, o contorno dos objetos, das paisagens, dos personagens. A cada noite a sua meditação. De dia, a emoção de colorir o mundo, de dar vida ao pensamento, de permitir que a emoção aflore, que o amor domine tudo e o que pensou, o que desenhou, se torne pintura e sensação do mundo. A cada alvorecer, o sentimento do universo.

Marcelo Greco, livro e mostra

02/jul

Marcelo Greco promove o lançamento do livro “Sombras Secas”, e inaugura exposição individual homônima no MIS – Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP, com curadoria de Diógenes Moura. Composta por 35 fotografias em preto e branco – um recorte do livro -, a exposição apresenta paisagens escuras e pouco definidas, no intuito de estabelecer uma experiência sensorial e emocional com a cidade onde o fotógrafo vive, apresentando sua visão avassaladora sobre as relações humanas.

 

O projeto “Sombras Secas” propõe uma imersão na geografia interna da vida, oferece cenas de um centro urbano dissecado entre dor e prazer. As imagens de Marcelo Greco estabelecem uma forma de diálogo com o inconsciente, nos levando a um imaginário mais próximo dos sonhos, como em uma a cidade fantasiosa criada pelo espectador. O fotógrafo paulistano não pretende retratar a urbe em si, mas utiliza as imagens como agentes de provocação. “Aqui é assim: ou você entende que a cidade tem alma ou ela te engolirá nos próximos 30 segundos.”, comenta sobre a capital paulistana, onde reside. Neste contexto, o trabalho nos sugere uma reflexão sobre as relações com a metrópole, com a existência em uma sociedade ao mesmo tempo caótica e em busca de uma quase impossível harmonia. Nas fotografias, Marcelo Greco utiliza elementos visuais como reflexos, desfoque, enquadramentos assimétricos, grafismos, o que resulta em uma abordagem pessoal e única sobre o tema.

 

Uma criação artística é fruto sempre das interlocuções do criador com o universo que o cerca. De acordo com Diógenes Moura, “Sombras Secas” trata do desaparecimento do homem no ambiente construído a sua volta. “(…): às vezes a partir de uma abstração, outras vezes São Paulo sendo desvendada aos poucos, como o anúncio de uma matéria que urge em se impor e, ao mesmo tempo, desaparecer.”. O livro ganhou a chancela da Schoeler Editions.

 

Lançamento e abertura: 02 de julho, quinta-feira, às 19h.

 

 

Exposição: de 02 de julho a 23 de agosto.

​Arquivo urbano

24/jun

A Luste Cultural exibe, no Senac Lapa Faustolo, São Paulo, SP, a mostra Arquivo Urbano: 100 Anos de Fotografia e Moda no Brasil, da editora de moda, artista plástica e designer de joias Jussara Romão, que também assina a curadoria e a expografia. Composta por 120 fotografias e vídeos, a exposição apresenta um panorama dos hábitos e costumes dos brasileiros nos últimos 100 anos, com ênfase na moda feminina cotidiana. Na data da abertura da exposição, a autora ainda participa de uma conversa aberta com o diretor de arte Guilherme Rex e com o jornalista Mário Mendes.

 

 

 

Durante amplo período de pesquisa iconográfica, feita por Goya Cruz, foram resgatadas fotografias – oriundas de álbuns de família, instituições, museus e acervos particulares – que traçam uma análise social e histórica da sociedade brasileira, ao longo dos últimos 100 anos. Além de fotógrafos anônimos, que registraram o dia a dia de suas famílias, a pesquisa inclui imagens de nomes consagrados, como Augusto Malta, Jean Manzon e Marcio Scavone. Com este material e, partindo do pressuposto de que “Tudo o que acontece na sociedade se reflete na forma de vestir”, surgiu o projeto Arquivo Urbano, composto por um livro (lançado em 2013, pela Luste Editores), e pela presente exposição. O livro – que foi finalista do Prêmio Jabuti 2014 na categoria Artes e Fotografia -, traz as imagens, acompanhadas por um texto de autoria de Mario Mendes, e relatam comportamentos difundidos por fontes como cinema, rádio, jornais, revistas e televisão, desvendando o país antes e depois do advento da indústria da moda.

 

 

Ocorridas do início do século XX para o XXI, grandes transformações na sociedade geraram diversas mudanças nos hábitos e costumes da população. “A moda, o lazer, a alimentação: tudo mudou de forma extraordinária”, comenta Jussara Romão.

 

 

A exposição Arquivo Urbano: 100 Anos de Fotografia e Moda no Brasil apresenta uma história do país. Não a história oficial de políticos e homens importantes, mas a vida cotidiana dos brasileiros e sua evolução – um tema de interesse para os mais diversos públicos. A mostra representa, desta forma, um importante registro não apenas para historiadores e estudantes, mas também para o público em geral, uma vez que traz imagens curiosas, que contam a trajetória do Brasil de modo pouco usual.

 

 

 

De 30 de junho a 24 de julho.

Sérvulo Esmeraldo/ Traço volume espaço

17/jun

O artista plástico Sérvulo Esmeraldo retorna a São Paulo para ocupar o térreo da galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, com obras executadas em 2015, ano seguinte à exposição de parte de seu arquivo pessoal apresentada no IAC-Instituto de Arte Contemporânea, responsável por este acervo que registra, sobretudo, processos de criação. Um dos artistas brasileiros de maior destaque pelo caráter inovador de sua obra, Esmeraldo, 86 anos, continua o inventor de sempre: firme, atento, certeiro. A presente exposição é a evidência do frescor e da vitalidade de uma produção que, embora madura, continua pulsante. Completa a exposição uma série de 10 desenhos realizados em 2015 especialmente para a presente mostra. Caligráficos, eles são o traço que trata do volume e do espaço.

 

 

Na abertura da exposição foi lançado o livro “Sérvulo Esmeraldo – A Linha e a Luz”, com organização de Dora Freitas e Sílvia Furtado, publicado pela Lumiar Comunicação. A obra reúne anotações e escritos de várias décadas do artista em torno de seu trabalho, além de estudos e obras.

 

 

Com 27 trabalhos – 10 esculturas, 07 relevos e 10 desenhos -, sendo 22 inéditos, “Traço Volume Espaço” traz uma síntese da produção do artista partindo de 1978 até 2015. A escolha dos trabalhos pontua de certo modo o seu retorno ao Brasil, no final dos anos 1970, após os 22 anos em que viveu na França. É nesta fase que o artista redescobre a volúpia do clima tropical brasileiro, e se deixa seduzir pela luz natural de Fortaleza, cidade em que vive e trabalha desde então.

 

 

Um dos destaques da mostra é a escultura de grande formato “Discos”, projetada em 1978, que será exposta a céu aberto, no jardim da galeria. Evocando a excelência e o alto rigor construtivo do artista, a obra é composta por dois discos acoplados, em aço pintado em preto e branco, recortando com precisão círculos e semicírculos que impressionam pela coerência geométrica e leveza. Outras duas esculturas de composições móveis, em médio formato – Sem Título (1997-2015), com três discos, e Sem Título (1981-2015), composta por dois prismas – trabalham a ocupação do espaço, interesse constante em sua obra. Completam o núcleo escultórico cinco peças em formatos piramidais e prismáticos, projetadas em 1981 e agora realizadas, que evidenciam a ousadia tropical de Sérvulo, que as pintou em cores vibrantes e luminosas.

 

 

Ao contrário das esculturas, os relevos expostos são obras do artista maduro. O mais antigo, o “Cilindros Parabólicos” (projetada em 2001), da série “Teoremas”, foi realizado especialmente para a presente exposição. As obras dessa famosa série de Sérvulo são mais do que simples evocações poéticas de demonstrações matemáticas. “São apropriações de diagramas de teoremas matemáticos da antiguidade e da modernidade que, despojados de suas referências algébricas, tornam-se imagens sensíveis de ideias abstratas”, aponta o crítico Fernando Cocchiarale. Os demais relevos, em aço, têm contorno e estrutura na linha e podem ser compreendidos como desenhos no espaço. Dois deles são grandes volumes transparentes.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Sérvulo Esmeraldo, nasceu em Crato, CE, vive e trabalha em Fortaleza. Escultor, gravador e desenhista, iniciou-se profissionalmente no final da década de 1940, frequentando o ateliê livre da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), em Fortaleza. Transferiu-se para São Paulo em 1951. O trabalho temporário na Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) nutriu seu interesse pela matemática e repercutiu em seu futuro: em 1957, trabalhando como xilógrafo e ilustrador do Correio Paulistano, expôs individualmente no Museu de Arte Moderna de São Paulo uma coleção de gravuras de natureza geométrica construtiva. O refinamento do seu trabalho foi decisivo para a obtenção da bolsa de estudos do governo francês que o levou, no mesmo ano, para uma longa estada na França. Em Paris, frequentou o ateliê de litogravura da École Nationale des Beaux-Arts e estudou com Johnny Friedlaender. Na década de 1960 dedicou-se à projetos movidos a motores, ímãs e eletroímãs. Utilizando-se apenas da magia da eletricidade estática chegou à série de “Excitables”, trabalho que o particularizou na arte cinética internacional. Em 1977 iniciou o retorno à terra natal, trabalhando em projetos de arte pública que incluíam esculturas monumentais na paisagem urbana de Fortaleza, cidade para onde se mudou em 1980 e que hoje abriga cerca de quarenta obras de sua autoria. Foi o idealizador e curador da Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras (Fortaleza, 1986 e 1991). Com diversas exposições realizadas e participação em importantes salões, bienais e outras mostras coletivas na Europa e nas Américas (Realité Nouvelle, Salon de Mai, Bienale de Paris, Trienal de Milão, Bienal Internacional de São Paulo, entre outras), sua obra está representada nos principais museus do país e em coleções públicas e privadas do Brasil e exterior. Em 2011, a Pinacoteca do Estado de São Paulo organizou importante retrospectiva da obra do artista.

 

 

 

Até 01 de agosto.

Iconografia de Salvador

A Editora Caramurê Publicações lança no próximo dia 19, na Livraria da Travessa, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, obra sobre a história de Salvador contada através de imagens da cidade. No livro intitulado “Salvador, uma iconografia através dos séculos” de autoria da historiadora da arte carioca Fernanda Terra e coautoria dos baianos Francisco Senna e Daniel Rebouças, Salvador é mostrada sob a ótica de vários artistas e viajantes, que ao longo dos séculos, retrataram as paisagens, o povo e seus costumes na cidade consolidada como o mais importante porto do país até o século XIX.

 

 

Foram cerca de dois anos entre a ideia e a etapa de pesquisa da publicação. O livro transporta o leitor através de mapas, gravuras, desenhos, aquarelas e periódicos do acervo da Fundação Biblioteca Nacional para uma cidade dos períodos da Colônia e do Império. A autora traça ainda um olhar sobre a obra de arte, com comentários sobre os gravadores, editores, artistas e cartógrafos que registraram a Cidade de São Salvador em seus trabalhos. A obra recebe patrocínio do Ministério da Cultura e da GPE, Global Participações em Energia através da Lei Rouanet.

 

 

 

Dia 19 de junho, sexta feira, a partir das 19 horas Local: Livraria da Travessa – Endereço Rua Visconde de Pirajá, 572 – Ipanema – Rio de Janeiro – RJ – 324 páginas – Valor: R$ 130,00

 

Decio Vieira livro e exposição no MAR

03/jun

A FGV Projetos lançou o livro “Decio Vieira”, primeira publicação sobre a vida e obra do importante artista neoconcretista brasileiro, idealizada pelo diretor Cesar Cunha Campos. O lançamento foi realizado no MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, junto à inauguração da exposição com obras do pintor, organizada por Paulo Herkenhoff. A partir de uma pesquisa desenvolvida ao longo de dois anos, “Decio Vieira” reúne 200 imagens e apresenta as diversas fases e experiências do artista, incluindo suas primeiras exposições, as amizades, leituras e influências, com destaque para Ivan Serpa e Alfredo Volpi. A obra também valoriza a iniciativa da Fundação Getulio Vargas, que na década de 1940 formou uma geração de artistas por meio do Curso de Desenho de Propaganda e de Artes Gráficas, onde em 1946, Decio Vieira iniciou sua carreira artística.
A publicação, a primeira sobre o artista, tem textos assinados por Paulo Herkenhoff, diretor cultural do MAR, e colaboração de Frederico Morais, e é um percurso pela vida e obra do artista, por meio de suas diversas experiências e formas de expressão. Com 428 páginas e mais de 200 fotos, o livro apresenta as suas diversas fases e contextualiza as primeiras exposições, amizades, leituras e influências, com especial destaque para Ivan Serpa. Apresenta também a colaboração de Alfredo Volpi, a partir da parceria que estabeleceram ao trabalhar juntos no painel Dom Bosco, no Palácio dos Arcos, em Brasília, em 1966. Além disso, inclui o artigo inédito “Decio Vieira e o neoconcretismo: vigor e lirismo”, escrito pelo crítico de arte Frederico Morais, coordenador dos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro enquanto Decio lecionava na instituição, nos anos 1970.
“O parco conhecimento do significado histórico da trajetória de Decio Vieira revela as dificuldades de se mapear o projeto construtivo em profundidade e o apego aos principais nomes já consagrados pelo sistema da arte. Espera-se, com essa publicação e a mostra, que a produção do artista venha a ser melhor conhecida e que novos estudos de sua obra possam ser estimulados”, afirma Paulo Herkenhoff.

 

 

Sobre o artista

 

Ainda na década de 1950, Decio Vieira participou do movimento neoconcreto e assumiu a liderança do Grupo Frente, considerado um marco no movimento construtivo das artes plásticas no Brasil e composto por nomes como Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape e Antonio Bandeira. A partir da segunda metade dos anos 1960 o artista viu sua carreira se consolidar com uma exposição individual no Hotel Copacabana Palace e o trabalho com Volpi no afresco Dom Bosco, para o Palácio dos Arcos, em Brasília. Já na década de 1970, Decio criou um projeto de educação artística para crianças na Rocinha e começou a lecionar no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, nos cursos coordenados pelo crítico de arte Frederico Morais, autor de “Decio Vieira e o neoconcretismo: vigor e lirismo”, artigo inédito a ser lançado como um dos capítulos da publicação da FGV Projetos.  Decio Vieira esteve entre os artistas que, na década de 1950, estavam ligados aos movimentos concreto e neoconcreto, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esteve ao lado de Alfredo Volpi, Antonio Bandeira, Aluísio Carvão, Lygia Clark, Anna Bella Geiger, Fayga Ostrower, Abraham Palatnik e Ivan Serpa, que lideraram o Grupo Frente, considerado um marco no movimento construtivo das artes plásticas no Brasil.

 

 

Até 09 de agosto.

Marcelo Cipis, obra em livro

02/jun

O artista Marcelo Cipis lançou seu livro na Galeria Emma Thomas, Jardim Europa, São Paulo, SP, publicado pela Editora da Universidade de São Paulo dentro da Coleção Artistas da USP. Este volume da Coleção mostra a obra de Marcelo Cipis, desde os primeiros trabalhos até a produção recente de meados da década de 2000. Desde o início de seu trabalho artístico, nos anos de 1980, Marcelo Cipis transita entre os diferentes movimentos de arte, reprocessando influências e “…criando uma espécie de mistura de caráter sempre lúdico e experimental”, segundo afirma.

 
No livro, Valéria Piccoli analisa a obra do artista e comenta sua trajetória, afirmando sobre sua obra: “Cipis retira dos objetos o seu sentido utilitário e o contexto que lhes dá significação, enfatizando sua dimensão de cópia. Ele tem consciência do poder que o artista tem de transformar o sentido dos objetos ao manipulá-los por meio da representação. Mais que qualquer objeto em si, o que interessa a Cipis são as infinitas possibilidades de representá-lo.” O evento contou com a presença do artista autografando a obra.

 

 
Sobre o artista

 
Marcelo Cipis nasceu em São Paulo, 1959. Entre 1977 e 1982 estuda arquitetura na FAUUSP. Entre 1980 e 1987 participa de todos os Salões Paulistas de Arte Contemporânea. Em 1988 é convidado a participar do workshop Berlin-in-São Paulo, expondo no MASP e no Kunsthalle de Berlin. Em 1991 participa da 21ª Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Cipis Transworld Art, Industry and Commerce. Em 1992 e 1994 participa da Bienal de La Habana. Em 1993 participa da coletiva Verde-Amarelo – Arte Contemporânea Brasileira no Fujita Vente Museum em Tóquio. Em 1988 realiza individual na Casa Triângulo em São Paulo. Em 2000 publica seu primeiro livro como autor chamado 530g de Ilustrações pelo Ateliê Editorial, uma compilação das ilustrações publicadas na Folha de São Paulo, e recebe a bolsa da Pollock-Krasner Foundation de Nova York. Em 2004 realiza individual na Galeria Virgílio em São Paulo. Entre 2005 e 2014 publica uma série de títulos como autor e ilustrador. Em 2013 é indicado ao Prêmio PIPA e realiza exposições no Centro Cultural São Paulo e na FUNARTE em São Paulo. Em 2014 participa da coletiva Brazil Arbeit und Freundshaft no Pivô em São Paulo e realiza individual na Galeria Emma Thomas em São Paulo. Entre os prêmios recebidos estão o 12º, 18º 19º, e 25º prêmios Abril de Jornalismo, melhor pintura em 1990 pela APCA com a exposição Pyrex Paintins & Recents Works na Galeria Kramer em São Paulo e em 1994 o Prêmio Jabuti pela melhor capa para o livro “Como Água para chocolate”.

Novo livro de Rosana Ricalde

A artista plástica Rosana Ricalde lançou novo livro. A obra, denominada “Entre Imagem e Linguagem”, recebeu textos da crítica de arte Glória Ferreira. O livro saiu com o selo da Editora Apicuri. O lançamento foi na Livraria da Travessa de Botafogo, Rio de Janeiro, RJ. Rosana Formou-se pela EBA/RJ em 1994. Trabalha no Rio de Janeiro e em Rio das Ostras, na Região dos Lagos, RJ, onde reside. Realizou exposições individuais no Rio de Janeiro e em São Paulo e também no exterior, em cidades como Madri, Oslo, Miami, Lisboa e Havana. Seus trabalhos fazem parte da Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM-Rio. Participou de projetos de residências artísticas em São Tomé e Príncipe, em 2008, Ilha de Susak, na Croácia, em 2008, e em Rotterdam, na Holanda, em 2005.

Wilma Martins em livro

18/maio

Sábado, 23 de maio, às 15h, no Salão Nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, a artista plástica Wilma Martins, – mineira, radicada no Rio de Janeiro -, lança os livros “Cotidiano (Caderno do desenho)”  e “Caderno de Viagem”, vencedores da segunda edição do Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais.  As publicações são parte das comemorações dos 80 anos de vida e 60 anos de sua carreira artística. Os livros serão distribuídos ao público. No dia do lançamento, haverá mesa-redonda com os críticos Frederico Morais (organizador das publicações), as psicanalistas e pesquisadoras de artes visuais Tania Rivera e Flávia Corpas, e a artista.

 

Os dois livros, de caráter fac-similar, reproduzem os cadernos de desenho que Wilma Martins manteve ao longo do tempo. Em suas gravuras, desenhos e pinturas, o universo feminino é personagem principal, por sua pesquisa de imagens do cotidiano e do interior da casa. O projeto pretende destacar a importância do desenho em seis décadas de produção plástica de Wilma Martins, e a relação desta com outras técnicas usadas pela artista, como a pintura, aquarela e a xilogravura.

 

“Cotidiano”, 144 páginas, reúne quase 70 registros de grande parte de sua produção em desenho e pintura, com um texto de apresentação do organizador e uma síntese curricular. Já “Caderno de Viagem”, 140 páginas, reúne mais de 50 desenhos de viagens pelo Brasil, pelos Estados Unidos, Europa e América Latina, acompanhados de trechos de textos de autores, como Julio Cortázar, Sylvio de Vasconcellos, François Cali, Jorge Luiz Borges e Ítalo Calvino, e uma síntese curricular. A tiragem de 1.000 exemplares – 500 de cada livro – será distribuída para centros de pesquisa, fundações, museus, bibliotecas públicas, bibliotecas de universidades com cursos de graduação e/ou pós-graduação na área de Artes Visuais, assim como artistas, críticos, curadores e pesquisadores.

 

Essas publicações e mais um livro de capa dura, abrangendo todas as técnicas da artista, com lançamento no final deste ano, são resultado da mostra “Wilma Martins: Uma Retrospectiva”, realizada no Rio de Janeiro, no Paço Imperial, de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, onde foi eleita pelo jornal O Globo uma das dez melhores exposições de 2013 e em Belo Horizonte, na Galeria do Minas Tênis Clube, de março a junho de 2014. Com curadoria de Frederico Morais, a mostra reuniu cerca de 140 obras, de coleções particulares, como a de Gilberto Chateaubriand, e acervos públicos como do MAM Rio, entre gravuras, desenhos, pinturas, aquarelas e  ilustrações para jornais e livros infantis, de 1955 a 2008.

 

Sobre a retrospectiva, Ferreira Gullar escreveu: “(…) essa gravadora, que explorava um universo noturno e delirante, tornou-se depois a desenhista diurna, de desenho limpo e lúcido, que parece constituir o ápice de sua aventura estética. Essa fase de Wilma está entre as melhores coisas que a arte brasileira produziu nestas últimas décadas (…)”, Folha de S. Paulo, 5 de janeiro de 2014. Amigo de Wilma Martins, o escritor Silviano Santiago avaliou o desenho da artista como uma das produções mais destacadas do país, mas também uma das mais desconhecidas. “É um paradoxo”, disse Santiago.

 

 

Sobre a artista

 

Wilma Martins nasceu em Belo Horizonte, 1934, onde frequentou o Instituto de Belas Artes entre 1956 e 1959, tendo como professor Alberto da Veiga Guignard. Além da pintura, do desenho, da gravura e da ilustração, ela exerceu atividades como diagramadora no jornal Estado de Minas e nas revistas Alterosa, de Belo Horizonte, e Jóia, do Rio de Janeiro, e desenhou figurinos para o Balé Klaus Vianna e para o Teatro Universitário (ambos em Belo Horizonte). A artista fez individuais em Belo Horizonte, Ouro Preto, Salvador, Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Curitiba e Buenos Aires. Ela participou das bienais internacionais de São Paulo (1967), Ljubljana/Iugoslávia (1967), Veneza (1978), Genebra e Berlim (1969), entre outras. Seu trabalho esteve na Bienal da Bahia de 1966 e 1968, no Salão Nacional de Arte Moderna de 1961, 1968 e 1975, e no Panorama de Arte Atual Brasileira, do MAM SP (1969 e 1974).

 

Wilma Martins recebeu o Prêmio Itamaraty, na Bienal de São Paulo de 1967, o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna, em 1975, e o Prêmio Principal do Panorama de Arte Atual Brasileira em 1976, no MAM SP, e outros como ilustradora de livros infantis.