O universo de Emanoel Araujo

11/jun

Será dia 13 de junho, às 19 horas, na Paulo Darzé Galeria, Salvador, Bahia, o lançamento do livro “O Universo de Emanoel Araujo”.

 

O livro “O Universo de Emanoel Araújo” contém textos e imagens sobre a vida e a obra do artista, através da apresentação de 180 trabalhos, representados nas variadas fases e meios de sua criação: cartazes, livros, xilogravuras, esculturas em aço, madeira, concreto, fibra de vidro,  máscaras, painéis em mármore, concreto e granito, gravuras, totens, relevos, estruturas, biombos, mostrando neste panorama sua produção, onde se vê explicitamente a raiz africana, nagô e iorubá, e o interesse nato do artista pela cultura popular baiana e as tradições modernistas brasileiras e europeias.

 

Com rica complementação de fotos e textos de Claudio Leal, Odorico Tavares, Hugo Loetscher, Waldeloir Rego, além do próprio Emanoel Araújo, como o que abre a publicação, sobre São Paulo, e ao final um caderno com artigos, entrevistas e pensamentos, denominado “Reflexos”, onde o artista descreve fatos de sua trajetória, homenageia amigos e reflete sobre a fundação do Museu Afro Brasil, entre outros. A publicação é uma edição limitada de três mil exemplares, pela Capella Editorial, e contou com o patrocínio da Biolab, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

 

Sobre o artista

 

Emanoel Araujo nasceu em 15 de novembro de 1940, em Santo Amaro da Purificação. Descendente de três gerações de ourives veio a se tornar aprendiz de marceneiro e talhador, e ainda criança, aos 13 anos, passou a trabalhar na Imprensa Oficial da sua cidade, em linotipia e composição gráfica. Esta experiência do fazer foi fundamental na sua formação, tanto no domínio técnico, quanto no da expressão. Após completar o curso secundário mudou-se para Salvador, com planos de cursar Arquitetura. Na capital começou a frequentar exposições, visitar museus e ateliers, levando-o então a ingressar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Realizou sua primeira exposição individual aos 20 anos, ainda na Bahia, mas já mostrava sua obra em 1965 na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e na Galeria Astreia, em São Paulo. Ao longo dos anos, acrescentou ao seu currículo dezenas de exposições individuais e coletivas, não apenas em vários Estados brasileiros como em diversas partes do mundo – México, Cuba, Chile, Nigéria, Israel, Japão, Estados Unidos e alguns países da Europa. Foi contemplado no decorrer da sua carreira com considerável número de prêmios, entre os quais a Medalha de Ouro da III Bienal Gráfica de Florença, Itália (l972), dois prêmios (gravura e escultura) por linguagens distintas, sendo, em 1974, considerado o melhor gravador do ano, e em 1983 o melhor escultor do ano, ambos concedidos pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo. Em 2007 recebeu o Prêmio Ciccillo Matarazzo – ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte por sua contribuição à Arte e à Cultura brasileira. Muitas de suas obras estão em coleções particulares, edifícios públicos, e em Museus como o Museu deArte Moderna/RJ; Fundação Rockfeller/NY, USA; Austin/Texas, USA; Arte Moderna de Firenze/Itália; County Museum/Los Angeles, Califórnia, USA; Arte Contemporânea/SP; Sidney/Austrália; Kansai/Japão; Arte São Paulo-MASP/SP; Arte de Brasília/DF; Palácio do Itamaraty/Brasília, DF; Nacional de Belas Artes/RJ; Brennand/PE; Museu de Pernambuco/PE. Além da atividade como artista, se tornou um dos principais gestores da área cultural no Brasil, tendo dirigido o Museu de Arte da Bahia (1981 a 1983), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992 a 2002), tendo tornado esta última um dos mais importantes museus do Brasil. Em 2004 criou o Museu Afro Brasil, sediado em São Paulo, onde atualmente é Diretor Executivo e Curador. Sua última exposição na Bahia foi em outubro de 2011, na Paulo Darzé Galeria, com o título “Geometria do medo”, apresentando 21 relevos, todos brancos. Com esta mostra encerra seus quase vinte e cinco anos sem que realizasse uma exposição na Bahia.

 

Nazareth Pacheco na Kogan Amaro

27/maio

Expoente de uma geração de artistas que despontou entre as décadas de 1980 e 1990, tempo em que o País entrava em ebulição com pautas relacionadas à mulher, Nazareth Pacheco tomou sua condição feminina e sua biografia, em particular as narrativas relacionadas à história de seu corpo, como matéria-prima para suas obras tridimensionais. Após um mergulho no passado, em meio às lembranças afetivas, a artista emergiu dando vida a trabalhos inéditos, agora exibidos em “Registros/Records”, individual na Galeria Kogan Amaro, Jardim Paulista, São Paulo, SP..

A mostra reúne trabalhos que evidenciam sua produção artística dos últimos cinco anos, período em que Nazareth Pacheco viveu o luto de seus pais, figuras importantes em sua trajetória e formação, e algumas tantas intervenções cirúrgicas em seu corpo, decorrentes de um problema congênito que a acompanha desde a infância. É assim que a artista conjuga passado e presente, ideia aparente em Registros (2019), instalação feita a partir de recortes de exames médicos seus e dos seus pais. Fincada no teto da Galeria, a obra se esparrama até o chão e faz lembrar uma espécie de cascata, densa e fluida como a vida.

Nazareth cresceu em um ambiente de incentivo aos trabalhos artesanais, com mãe e avó adeptas ao tricô e ao bordado. Foi com elas que aprendeu o ofício, na época de extrema importância para lhe ajudar a desenvolver habilidades com as mãos, que também passaram por processos cirúrgicos. É dessa memória que surge Vida (2019), trabalho composto por camisolas de sua mãe, vestes distintas e delicadas, hoje apresentadas com restauros de pérolas e cristais, uma ressignificação singela para as avarias deixadas pelo tempo. A intimidade com os objetos clínicos é uma constante na vida e na obra da artista, não apenas pelas sucessivas operações, mas, também, por sua figura paterna. Em homenagem a seu pai, médico neurologista, Nazareth exibe DELE (2018), uma tríade de instrumentos fundidos em bronze. Sem medo ou pudor, Nazareth Pacheco convida o público a imergir em seu íntimo. É o que faz na série Momentos (2017), na qual exibe registros em polaroids do pré e do pós-operatório de uma de suas inúmeras cirurgias.

Na ocasião da abertura, a artista lançou um livro que documenta seus mais de 30 anos de trajetória. Intitulado “Nazareth Pacheco”, a publicação foi idealizada pela artista e contou com a colaboração de colegas de longa data. O livro foi organizado por Regina Teixeira da Costa e contempla análises de autores de diversas gerações, como Ivo Mesquita, Marcus Lontra da Costa e Tadeu Chiarelli, além de críticas inéditas assinadas por Cauê Alves e Moacir dos Anjos.

Até 15 de junho.

Fotolivro na São Paulo Flutuante

15/maio

 


“Noite Insular: Jardins Invisíveis” é resultado de uma imersão de cinco meses em Cuba, e apresenta fotografias analógicas que tomam como ponto de referência o imaginário marítimo e exploram um conceito subjetivo de “insularidade”, evocando tensões entre o senso de isolamento e o anseio por cruzar os limites da ilha. Lançamento na galeria São Paulo Flutuante, Rua estados Unidos, 2186, Jardim América, São Paulo, SP, dia 20 de maio de 2019, ás 19h. O fotógrafo baiano Rodrigo Sombra lança seu fotolivro “Noite Insular: Jardins Invisíveis”, editado por Patricia Karallis e publicado pela prestigiada editora britânica Paper Journal. O evento de apresentação do fotolivro acontece simultaneamente em São Paulo, onde está com exposição homônima em cartaz, e em Londres, na Tate Modern. A publicação é resultado de uma imersão de cinco meses em Cuba e tem por referência o imaginário marítimo da ilha, explorando uma concepção subjetiva de “insularidade”. Traço decisivo da cultura cubana, a insularidade se faz sentir na obra de Sombra para além do seu sentido meramente geográfico. Neste projeto – composto por exposição na Galeria São Paulo Flutuante, sob curadoria de Regina Boni, e pelo presente fotolivro -, o conceito serve como chave para explorar as dinâmicas do desejo na Cuba contemporânea, evocando tensões entre o senso de isolamento e o anseio por cruzar os limites da ilha.
Ao tomar conhecimento de uma convocatória de projetos a serem editados como fotolivro pela Paper Journal, em 2018, Rodrigo Sombra inscreveu “Noite Insular: Jardins Invisíveis” e, entre 421 projetos enviados, foi um dos três selecionados. “A Paper Journal foi sempre uma referência, um norte para mim. Devo muitas descobertas à Paper Journal, ela foi sempre uma clareira à qual eu podia recorrer, um espaço aberto ao risco no mundo fotográfico. Ter sido selecionado para editar meu primeiro fotolivro com eles foi como uma confirmação de que os caminhos que eu intuía no meu trabalho poderiam encontrar ressonância com as coisas que eu mais me identifico na fotografia contemporânea”, comenta o fotógrafo.

A edição do livro ocorreu ao longo de vários meses, a partir de um diálogo frequente com a editora da Paper Journal, Patricia Karallis. Nos dizeres de Sombra: “Sinto que as rimas visuais, a força narrativa, o sentido de conjunto, cresceu muito a partir do olhar de Patricia. Ela é uma editora engenhosa. Consegue não apenas extrair um sentido narrativo, um efeito dramático, da combinação de imagens, como é atenta às variações de cor e atmosfera no sequenciamento das fotos”. Em 2018, fotógrafo e editora fizeram uma prévia do fotolivro, apresentada na feira de livros de arte do MoMA, em Nova Iorque. Após colherem várias respostas e a partir desses comentários sobre a prévia, foram realizadas seguidas revisões na edição. No início de 2019, Sombra retornou a Cuba para fotografar uma última vez, e assim foi fechada a edição final com alguns acréscimos.

Acerca do projeto, Rodrigo Sombra destaca que fotolivro e exposição são similares sob diversos aspectos, uma vez que várias das imagens que estão expostas na Galeria São Paulo Flutuante aparecem no livro. Além disso, o fotógrafo ainda comenta: “As relações contraditórias com o estrangeiro em Cuba; a questão da insularidade, o imaginário marítimo; a iconografia popular urbana; a estética construtiva: todos esses dados perpassam as fotos que compõem a série nas duas plataformas, livro e galeria. Por outro lado, sinto que o livro alterna a presença usual dos retratos com mais imagens de paisagens e naturezas mortas. Sondar os espaços vazios, tentar entender como como os dilemas da vida em Cuba se exprimem em vestígios dispersos pela paisagem, era algo importante para mim, e isso aparece com força no livro”.

 

Mais sobre o projeto “Noite Insular: Jardins Invisíveis”:

“Sua ida a Cuba é o encontro com um nó histórico, cultural, geopolítico e existencial”, afirma Caetano Veloso, a respeito da obra de Sombra, no texto de apresentação. “Ao invés de esconder ou congelar as figuras humanas e seus entornos em formalismo frio, tais composições sublinham-lhes o mistério, a sensualidade, o desamparo e o prazer de ser. Sombra revela-se um artista verdadeiro e um observador sensível. A beleza de suas fotos reside na aventura humana de quem capta e de quem é captado. Isso leva quem as vê a pensar mais longe e sentir mais fundo”, diz o compositor sobre “Noite Insular: Jardins Invisíveis”. O título da série é inspirado num poema do escritor cubano José Lezama Lima. Para o fotógrafo Rodrigo Sombra, “Noite Insular: Jardins Invisíveis” explora os estímulos da presença estrangeira em Cuba, cada vez mais intensos desde a recente abertura cultural e econômica da ilha. Ao abordar as relações contraditórias entre os cubanos e a influência estrangeira, Sombra esboça uma estética de forte apelo geométrico. Com frequência, a base documental de suas imagens se perde em jogos de linhas e sombras que aspiram à abstração. Descortina-se assim a de visão uma Cuba insuspeitada, em tudo avessa às imagens exóticas do turismo ou à grandiloquência da propaganda revolucionária. À diferença das multidões celebradas nas fotografias oficiais cubanas, em suas fotos Sombra privilegia o indivíduo. Nelas, veem-se corpos esquivos, frequentemente sombreados, que nos interrogam sobre o que vemos, e também sobre aquilo que é ocultado. Sua câmera se abre ainda aos signos da cultura popular: símbolos religiosos, tatuagens, logomarcas esportivas e bandeiras estrangeiras, rastros dos novos imaginários a povoar a ilha interior dos cubanos.

 

Sobre o artista

Rodrigo Sombra. Fotógrafo baiano, nasceu em Ipiaú, em 1986. Em 2012, integrou a exposição coletiva “Uma visita ao Benin – Fotografias de uma Viagem”, no Museu Afro Brasil, em São Paulo, com curadoria de Emanoel Araújo. Também participou de coletivas no Rayko Photo Center e Dryansky Gallery, em San Francisco, Califórnia, onde viveu por três anos. Em 2018, “Noite Insular: Jardins Invisíveis”, sua série sobre a Cuba contemporânea, foi selecionada para ser editada como livro pela revista e editora britânica Paper Journal. Foi um dos 3 artistas selecionados pela Paper Journal em uma convocatória que recebeu mais de 400 projetos de todo o mundo. O livro será lançado em maio de 2019, em Londres e em São Paulo.

 

Sobre a editora Paper Journal

Lançada em 2013, a revista impressa e on-line Paper Journal é atualizada regularmente com entrevistas, reportagens, visitas a estúdios e resenhas de fotolivros. Tem como objetivo oferecer o que há de melhor em artes visuais contemporâneas. É única e apresenta tipos diferentes de fotografia, de fotógrafos desconhecidos ou novos e de nomes estabelecidos. Nossos colaboradores variam entre jornalistas, editores de moda, estilistas, fotógrafos e profissionais do setor. Em 2018, passamos de on-line para off-line, com nossa primeira edição impressa. Esta edição foi lançada em Londres, na Webber Gallery, bem como na New York Art Book Fair, e foi nomeada para o Lucie Award na categoria Revista de Fotografia do Ano. Paper Journal 01 é vendida em todo o mundo, em livrarias e lojas especializadas. Com sede em Melbourne, Londres e em Nova York, e com colaboradores de todo o mundo, a Paper Journal continua a crescer com uma série de exposições independentes, publicações impressas, palestras e eventos.

Fotos de Murilo Salles

06/maio

O cineasta e fotógrafo Murilo Salles lança um livro e faz a exposição de um trabalho seu ainda inédito: a fotografia ensaística. Em exposição, ampliações em tamanhos variados, sendo ao todo 18 fotos. A abertura e o lançamento do livro serão no dia 07 de maio, às 19h, na Mul.ti.plo Espaço Arte, Rua Dias Ferreira, 417 – Sala 206, Leblon, Rio de Janeiro, RJ. A exposição fica em cartaz até 1º de junho. “Murilo Salles Fotografias 1975-1979”, da Numa Editora, apresenta 116 fotografias escolhidas dessa época, feitas entre 1975, no set de “Dona Flor e seus dois maridos”, e 1979, no set de “Cabaré Mineiro”.

Durante cinco anos, após ter fotografado “Dona Flor e seus dois maridos” e já considerado um dos mais talentosos fotógrafos do cinema brasileiro, com apenas 25 anos, Murilo se jogou na estrada com sua Nikon F2 a tiracolo. Ele rodou o mundo, de Nova York a Paris, Roma e Maputo, até voltar ao Brasil para as filmagens de “Cabaré Mineiro”. Nesse tempo, produziu um trabalho de pesquisas e treinamento que revela porque Murilo se torna, tão precocemente, uma referência como fotógrafo de cinema. Murilo ainda fotografou “Eu te amo”, “O beijo no asfalto” e “Tabu” até que passou a se dedicar à direção. Em 1984, lançou o seu primeiro longa-metragem, o premiado “Nunca fomos tão felizes”, seguido de “Faca de dois gumes”, “Como nascem os anjos”, “Nome próprio”, entre outros filmes de ficção e documentários. Voltou à fotografia em grande forma com “Árido Movie”, em 2004.

“As fotografias nesses cinco anos serviram, principalmente, para treinar o árduo caminho no uso da cor, do contraste e nos limites da exposição. Uma experiência que foi intensa e radical”, comenta Murilo no texto do livro, que tem projeto gráfico de Rara Dias, parceira também na escolha das fotos e das composições temáticas entre elas. Mauricio Lissovsky assina o ensaio crítico e o livro conta ainda com uma cronologia do autor. Mas não esperem título, lente e demais informações sobre cada foto. “Não coloco título nem digo onde tirei minhas fotografias porque isso não é importante. O que interessa é a imagem. No título do livro está escrito o período em que elas foram realizadas porque acho importante perspectivar a época que estava fazendo essas fotos. A mais nova tem 40 anos!”

“As fotografias do Murilo são posteriores ao cinema não em virtude da cronologia ou da desconstrução, mas porque vieram depois da condenação da fotografia à imobilidade e em contraposição ao seu confinamento. Suas fotos vieram depois do cinema porque recusam a premissa de que o movimento seja uma prerrogativa do mundo que o cinema apenas imita ou reproduz. Não sai ao encalço dos objetos móveis, como fazem os fotógrafos fascinados pela velocidade, pelo milésimo de segundo; são os próprios movimentos do cinema que sua fotografia busca. Em outras palavras, sua câmera não persegue a imobilidade do mundo, para eventualmente interrompê-lo; ela se alimenta da própria mobilidade do quadro.”, escreveu Mauricio Lissovsky em seu texto no livro.

Um livro para a História

11/mar

A marchand brasileira Cérès Franco, será motivo de livro. Radicada na França desde os anos 1960 e após desenvolver no Brasil – com Jean Boghicci – uma famosa exposição na qual reuniu jovens artistas contemporâneos franceses e brasileros no MAM-Rio. Fixando-se em Paris, lá criou a Galerie L’Oeil de Boeuf que serviu de esteio a diversos artistas brasileiros e latinos que fugiam  das ditaduras em seus países durante os anos 1970. Agora, ganhará um livro contando a história de sua coleção.

 

A editora Lelivredart publicará um volume dedicado a Cérès Franco, suas escolhas artísticas, suas reuniões e seus compromissos que constituem a essência de sua coleção: “Cérès Franco, História de uma coleção”. O autor, Raphaël Koenig, é doutor em Literatura Comparada pela Universidade de Harvard. Sua tese foi dedicada à recepção da arte dos loucos e da arte brut pelos avant-gardes, de Prinzhorn a Dubuffet. Seu projeto editorial parte de uma simples observação: há uma relação quase simbiótica entre a trajetória biográfica de Cérès Franco e a constituição de sua coleção.

 

Os grandes colecionadores gradualmente segregam em torno deles uma espécie de concha ou casulo, um habitat que se assemelha a eles e que testemunha seu caráter, suas prioridades pessoais, políticas e estéticas, e os acidentes significativos de suas trajetórias biográficas …

 

Este livro não será um catálogo raisonné de sua coleção, mas sim, através da narrativa biográfica, propor uma série de janelas abertas sobre as principais obras da coleção, apreendidas na especificidade de seus respectivos contextos históricos. Este livro também destacará a importância de Paris como centro do mundo da arte após 1945, destacando a notável expansão internacional da coleção Cérès Franco.

 

Jean-Hubert Martin, Diretor Honorário do Museu Nacional de Arte Moderna Centro Pompidou de Paris, ex-presidente do Museu Nacional de Arte Africana e Oceânica em Paris, também curador de grandes exposições, incluindo “Les Magicians de la terre” em 1989 e a exposição “Carambolages” mais recentemente no Grand Palais, escreverá o prefácio do livro.

 

Exposição, festa e livro

11/fev

Quem estiver em Salvador, dia 14, a partir das 17 horas, tem um endereço certo. A Paulo Darzé Galeria anuncia com uma festa, literalmente, contando com barraquinhas de pipoca, algodão-doce, cachorro-quente, abará e acarajé, a abertura da exposição e lançamento do livro Caretas de Maragojipe, do fotógrafo João Farkas, tradição que remonta há mais de um século, durante os dias da folia, dos moradores desta cidade do Recôncavo baiano, distante 140 km da capital da Bahia, Salvador, quando a população se transforma nos “caretas”, figuras festeiras multicoloridas e sem identidade.

 

Esses personagens seduziram imediatamente o fotógrafo João Farkas, que no dizer do crítico Agnaldo Faria “com seu trabalho quer conhecer esse imenso território humano e geográfico do Brasil, e tem feito disto o nervo de sua produção poética”, na construção de um ensaio fotográfico que demandou um registro, durante cinco anos, desde 2014, realizado através de retratos dos habitantes ao se vestir usando máscaras e fantasias. Máscaras que mantêm foliões anônimos, anonimato que se torna uma das coisas mais divertidas de um Carnaval ao poder se cruzar incógnita a cidade em festa, como é a sua tradição. A exposição terá temporada até o dia 14 de março.

 

 

Sobre o artista

 

João Farkas nasceu em São Paulo, capital, em 1955. Começou seus estudos graduando-se em filosofia pela Universidade de São Paulo e, posteriormente, mudou-se para Nova York, onde estudou no International Center of Photography (ICP) e na School of Visual Arts (SVA). Seus trabalhos, já foi fotógrafo correspondente da Veja e da IstoÉ, onde foi também editor de fotografia, fazem parte de importantes acervos e museus brasileiros, além de estarem no acervo do ICP, no Maison Européenne de la Photographie, um dos mais respeitados acervos de fotografia do mundo, onde suas obras estão acompanhadas de outras 20 mil imagens representativas de nomes como Henri Cartier-Bresson, Robert Frank, Johan van der Keuken, Larry Clark, Sebastião Salgado e Rogério Reis.

Revista HOBLICUA #5

04/fev

Sinopse

Walmir Ayala tem uma obra extensa e muito significativa no cenário de nossa Literatura. Nascido em Porto Alegre, em 1933, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1955, logo após o lançamento de seu primeiro livro “Face dispersa”. Walmir era um intelectual multifacetado. Viveu no Rio de Janeiro até seu falecimento, em 1991. Poeta de valor inestimável, foi também romancista, dramaturgo, ensaísta, crítico literário e de arte. Walmir era multifacetado.

 

HOBLICUA #5: ESPECIAL WALMIR AYALA
Idioma: Português
Encadernação: Brochura, formato: 18 x 27 x 1,5, 200 páginas

Organizador: Carlos Newton Junior

25 anos de trajetória

12/dez

 

 

Livro reúne pesquisa da artista sobre dobras e vincos em diferentes suportes e mídias. Artista visual conceituada, com importante currículo de exposições no Brasil e no exterior, Valéria Costa Pinto reúne em livro 25 anos de sua trajetória na arte contemporânea brasileira. Com tiragem limitada, tradução em inglês e acabamento de luxo, a edição de arte comemorativa reúne a instigante obra da artista com base em esculturas flexíveis nos mais diferentes suportes – papel, tecido, fotografias, persianas –, além de vasto trabalho em vídeo. Um texto inédito de Luiza Interlenghi percorre a obra artística de Valéria, de 1991 até 2016. Textos de renomados críticos brasileiros mergulham em cada fase de sua carreira. O lançamento do livro acontece no dia 18 de dezembro, na Livraria Argumento, no Rio de Janeiro, com a presença da artista.

 

Com 244 páginas coloridas, a edição debruça-se sobre a incansável e minuciosa pesquisa de Valéria sobre dobras, vincos e seus desdobramentos em diferentes suportes e mídias, considerando conceitos sobre continuidade, movimento, tempo e simultaneidade. Além de Luiza Interlenghi, que também responde pela organização do livro, assinam os textos críticos: Paulo Sergio Duarte, Adolfo Montejo Navas, Mauricio Lissovsky, Marcia Mello, Masé Lemos e Denise Carvalho. O livro traz, ainda, uma pequena entrevista com Paulo Herkenfoff e uma poesia inédita de Tunga. A publicação, com a coordenação editorial de Nelson Ricardo Martins, tem o selo da Editora Fase 10 – Ação Contemporânea.

 

Desde sua primeira mostra individual em1991, na Galeria Millan (SP), Valéria Costa Pinto expôs em instituições como Casa França Brasil, Brazilian American Cultural Institute, Washington (EUA), Galeria Debret, Paris (França), Culturgest, Lisboa (Portugal), Centro Cultural da Light (RJ), Paço Imperial (RJ), Caixa Cultural (Brasília), além de diversas galerias de arte. Foi ganhadora do primeiro Prêmio Icatu de Arte e do Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio, Paço Imperial. Atualmente, é representada no Rio de Janeiro pela Galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea e, em São Paulo, pela Galeria Arte Formatto.

 

 

Sobre a artista

 

Formada em design e pós-graduada em História da Arte e da Arquitetura no Brasil, Valéria vem trabalhando com arte desde 1983. Seu trabalho artístico transita entre a escultura, o objeto, a fotografia, o vídeo e o desenho, misturando os diversos meios. Em 1991 realizou sua primeira exposição individual na Galeria Millan, SP, e, em 1993, no Centro Cultural, SP. No Rio, expôs individualmente na Fundação Casa França Brasil, em 1994, e, no ano seguinte, no Palácio das Artes, BH, e, no Brazilian American Cultural Institute, Washington, EUA. Em 1996 ganhou o primeiro Prêmio Icatu de Arte, indo viver em Paris. Expôs na Galeria Debret, Paris, FR, e na Culturgest, Lisboa, PT. Realizou inúmeras exposições no Rio e em São Paulo, como na Galeria Cândido Mendes, Galeria Silvia Cintra, Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Galeria Tempo, RJ, e na Galeria Rosa Barbosa, SP, e em instituições culturais como Centro Cultural da Light, RJ, Paço Imperial, RJ, e Caixa Cultural, Brasília. Participou de inúmeras exposições coletivas, como no Centro Cultural da Justiça Federal, RJ, Instituto Tomie Ohtake, SP, entre outros. Em 2014 foi uma das vencedoras do Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio, realizando exposição no Paço Imperial, RJ. Atualmente, é representada no Rio de Janeiro pela Galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea e, em São Paulo, pela Galeria Arte Formatto.

 

 

Sinopse

 

O livro de Valéria Costa Pinto aborda sua trajetória artística nos 25 anos de sua carreira, desde 1991 até 2016. Reúne um texto inédito de Luiza Interlenghi abordando todo o período citado e uma compilação de textos de época realizados por diversos autores durante seu percurso: Paulo Sergio Duarte, Adolfo Montejo Navas, Mauricio Lissovsky, Marcia Mello, Masé Lemos, Denise Carvalho, entrevista com Paulo Herkenfoff e uma poesia inédita de Tunga. Com tiragem limitada de 230 exemplares, a publicação tem o selo da Editora Fase 10 – Ação Contemporânea.

 

 

Ficha técnica

 

Livro: Valéria Costa Pinto

Textos: Percursos da dobra – Luiza Interlenghi e coletânea de textos de época de diversos autores
Organização editorial: Luiza Interlenghi

Coordenação editorial: Nelson Ricardo Martins
Tradução: Alexandra Joy Forman, Ben Kohn
Editora Fase 10 – Ação Contemporânea
Tiragem 230 exemplares
Preço: R$ 120
Número de páginas: 244
Ano: 2018

Novo livro de Beatriz Milhazes

05/dez

A Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, lança o livro “Beatriz Milhazes Colagens”, pela Editora Cobogó. Durante o evento – 05 de dezembro – 19hs – , uma conversa entre a artista e a curadora Luiza Interlenghi. É a primeira monografia dedicada às colagens da artista. A edição conta com organização e ensaio crítico de Frédéric Paul, curador do Centre George Pompidou, e entrevista realizada por Richard Armstrong, diretor do Guggenheim Museum de Nova York.

 

Durante uma residência na Bretanha, em 2003, Beatriz Milhazes ofereceu chocolates e doces para a equipe do centro de arte, pedindo que cada um lhe devolvesse os papéis das embalagens depois de comerem. Em sua mala, ela já havia trazido do Brasil toda uma seleção de embalagens. Foi desse modo que a artista iniciou um novo projeto: o de colagens.

 

Até então, a colagem era, para Beatriz, uma atividade secundária, uma espécie de rascunho das pinturas. “Ajudou a desenvolver minha linguagem sobre pintura apenas com tinta, desenhos originais criados por mim mesma, mantendo a intensidade, a lealdade das cores. Eu podia justapor e conferir as imagens antes de colá-las na tela, e também a textura da superfície era lisa”, relembra Milhazes.

 

Com o tempo, a técnica das colagens foi ganhando um rumo próprio e destaque dentro do atelier de Milhazes. “Existe uma troca muito interessante entre minhas colagens em papel e minha pintura. Cada processo tem seu próprio tempo e suas necessidades. Só precisamos ouvir”, explica a artista em entrevista dada a Richard Armstrong publicada no livro.

 

“As colagens têm uma espécie de diálogo com um diário imaginário. Os papéis colecionados vêm de uma variedade de interesses: às vezes é uma atração estética, em outras são parte de uma rotina, como embalagens de chocolate ou recortes que sobraram de impressões existentes. Por isso a construção da composição da colagem cria um diálogo que só existe na colagem”, afirma a artista.

 

Para o organizador do livro, o curador do departamento de arte contemporânea do Centre George Pompidou, Frédéric Paul, ao utilizar ingredientes descartáveis para suas colagens, Milhazes enfatiza a aceleração dos ciclos do gosto artístico. “A futilidade da guloseima e das compras são a expressão da fútil versatilidade dos indicadores de tendências. São também, seguramente, a expressão da presumida futilidade decorativa. A obra de Milhazes possui a extraordinária complexidade das coisas simples, e nos coloca diante de uma estonteante evidência plástica”, conclui Paul.

 

 

Beatriz Milhazes, Colagens
Editora Cobogó 2018
Organização: Frédéric Paul
Textos: Frédéric Paul e Richard Armstrong
Português/Inglês Capa dura
240 páginas 20 x 24 cm
ISBN: 978-85-5591-064-7
Preço de capa: R$ 125,00

22 artistas, uma antologia

03/out

O livro “Da arte e de 22 artistas brasileiros. Uma antologia.” de autoria do crítico de arte Jacob Klintowitz, ganhou lançamento na Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina, São Paulo, SP, uma edição do Instituo Olga Kos. Klintowitz assina ensaio sobre arte e identidade nacional chamado de “No céu azul”, título – homenagem ao poeta Issa Kobayashi (1763-1827) cujo Hai Kai serve como epígrafe do novo livro.

 

 

Da arte e de 22 artistas brasileiros. Uma antologia. Por Jacob Klintowitz.

 

Artistas: Antonio Peticov, Caciporé Torres, Carlos Araujo, Célia Rachel RVK, Claudio Tozzi, Eduardo Iglesias, Emile Tuchband, Ermelindo Nardin, Gustavo Rosa, Inácio Rodrigues, Inos Corradin, Isabelle Tuchband, Ivald Granato, Marcello Grassmann, Neto Sansone, Newton Mesquita, Rubens Matuck, Sara Belz, Takashi Fukushima, Verena Matzen, Yugo Mabe, Yutaka Toyota.

 

 

A palavra do autor

 

“O notável desta seleção de artistas brasileiros é que o critério foi unicamente a qualidade de suas obras. Não buscamos neles a identidade cultural do Brasil, porque isto nos parece impossível. A nossa identidade será dada pela soma, nunca pela subtração. Esta pergunta, a da verdadeira identidade, tão comum em países novos ou emergentes, não tem sentido, pois o que caracteriza uma nação não é uma estrutura estática, mas um processo em permanente transformação. Todos os dias o nosso país nasce de novo. Esta mutação é um motivo de permanente entusiasmo e esperança. Nós faremos o nosso mundo. Neste conjunto antológico de arte felizmente temos várias tendências e processos criativos diferenciados. Cada artista é o seu próprio mundo. Não há uma corrente estética hegemônica. O que podemos afirmar é que estes artistas estão entre os mais atuantes do nosso país nas últimas décadas. A unidade desta mostra é a multiplicidade de vertentes. Aqui se privilegiou a individualidade. O outro elemento de unidade é a generosidade, pois todos eles estão profundamente envolvidos no Projeto do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural e foram mestres nas oficinas de criatividade do IOK. E, segundo os seus emocionados e emocionantes depoimentos, foram mestres que aprenderam com os seus alunos. Mestre é aquele que tem capacidade de aprender. Todos os dias aprendemos isto, não é?”.