Tunga na Itália

02/maio

A Galeria Franco Noero exibe a segunda exposição individual de obras de Tunga na Itália, pela primeira vez exibida nos espaços da Piazza Carignano 2, Turim, Itália. Tunga foi um dos mais importantes e influentes artistas brasileiros de sua geração, e ele se expressou através de uma variedade extremamente eclética de mídias e linguagens artísticas, variando de desenho a escultura, instalação, fotografia, performance, cinema, vídeo e escrita. Os trabalhos expostos nesta exposição são de grande impacto simbólico. Alguns deles nunca foram exibidos antes e estão sendo apresentados pela primeira vez. O foco está nos processos e referências mais caros ao artista e nas obras que ele criou durante os últimos anos de sua carreira, antes de sua morte prematura. Eles vão desde a escala mais íntima de desenhos e pequenas esculturas ao poder e majestade de uma grande instalação de grande alcance. A exposição abre com dois elementos que são absolutamente típicos da arte de Tunga. Dois fantoches pendurados no teto da sala de entrada, suspensos em expectativa teatral, convidam o visitante a olhar atentamente para os materiais de que são feitos: cristal de rocha e esponja.

 

Até 20 de junho.

 

Dois em Aspen

11/mar

A Marianne Boesky Gallery apresenta “Tropical Molecule”, exposição dos trabalhos do designer Hugo França e do artista Thiago Rocha Pitta, em Aspen, Colorado, USA. Diferentes em suas abordagens conceituais e estéticas, Rocha Pitta e França estão unidos pelo compromisso de se envolver e respeitar o ambiente natural, especialmente em seu país de origem, o Brasil. Em exposição até 31 de março, a mostra inclui o mobiliário escultural característico de França ao lado de uma seleção de aquarelas, afrescos e fotografias de Rocha Pitta. Uma nova escultura de Rocha Pitta também será instalada no exterior da galeria. As obras, juntas pela primeira vez, capturam as fronteiras entre arte e design e destacam a Natureza e o Tempo como poderosas fontes de inspiração.

Um livro para a História

A marchand brasileira Cérès Franco, será motivo de livro. Radicada na França desde os anos 1960 e após desenvolver no Brasil – com Jean Boghicci – uma famosa exposição na qual reuniu jovens artistas contemporâneos franceses e brasileros no MAM-Rio. Fixando-se em Paris, lá criou a Galerie L’Oeil de Boeuf que serviu de esteio a diversos artistas brasileiros e latinos que fugiam  das ditaduras em seus países durante os anos 1970. Agora, ganhará um livro contando a história de sua coleção.

 

A editora Lelivredart publicará um volume dedicado a Cérès Franco, suas escolhas artísticas, suas reuniões e seus compromissos que constituem a essência de sua coleção: “Cérès Franco, História de uma coleção”. O autor, Raphaël Koenig, é doutor em Literatura Comparada pela Universidade de Harvard. Sua tese foi dedicada à recepção da arte dos loucos e da arte brut pelos avant-gardes, de Prinzhorn a Dubuffet. Seu projeto editorial parte de uma simples observação: há uma relação quase simbiótica entre a trajetória biográfica de Cérès Franco e a constituição de sua coleção.

 

Os grandes colecionadores gradualmente segregam em torno deles uma espécie de concha ou casulo, um habitat que se assemelha a eles e que testemunha seu caráter, suas prioridades pessoais, políticas e estéticas, e os acidentes significativos de suas trajetórias biográficas …

 

Este livro não será um catálogo raisonné de sua coleção, mas sim, através da narrativa biográfica, propor uma série de janelas abertas sobre as principais obras da coleção, apreendidas na especificidade de seus respectivos contextos históricos. Este livro também destacará a importância de Paris como centro do mundo da arte após 1945, destacando a notável expansão internacional da coleção Cérès Franco.

 

Jean-Hubert Martin, Diretor Honorário do Museu Nacional de Arte Moderna Centro Pompidou de Paris, ex-presidente do Museu Nacional de Arte Africana e Oceânica em Paris, também curador de grandes exposições, incluindo “Les Magicians de la terre” em 1989 e a exposição “Carambolages” mais recentemente no Grand Palais, escreverá o prefácio do livro.

 

Duas exposições na Europa

28/jan

 

Entre o final de janeiro e início de fevereiro, o fotógrafo e artista visual, Gilberto Perin realiza duas exposições na Europa nas quais apresenta série inédita na “Exposição de Arte Contemporânea da América Latina”, em Genebra, Suíça, e inaugura individual em Lisboa, Portugal. A série inédita “Fake Photos”, composta de 11 imagens que misturam o conceito de fake fotos, fake news e o paradoxo de René Magritte (“A Traição das Imagens”), será exibida em Genebra, a partir do dia 23 de janeiro. Já a série “Sem Identificação”, que foi exposta em 2018 no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, entra em cartaz na A Pequena Galeria, em Lisboa, no dia 07 de fevereiro.

 

A Exposição de Arte Contemporânea da América Latina (Exposition D’Art Contemporain D’Amérique Latine), no Centro de Artes da Ecole Internationale de Genève – Ecolint, vai exibir obras de 13 artistas e coletivos da América Latina até o dia 28 de fevereiro. Gilberto Perin foi convidado a expor na Ecolint após participar, no ano passado, de um projeto em parceria entre o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), sua Associação de Amigos (AAMARGS) e a escola da Unesco. O projeto “Travessia” propiciou um intercâmbio cultural entre estudantes gaúchos e suíços e artistas convidados. Além de Gilberto, outros dois artistas brasileiros que participaram do projeto também terão seus trabalhos expostos na Ecolint: o pintor Britto Velho e o fotógrafo Nilton Santolin.

 

Em “Fake Photos”, – seu trabalho mais recente -, o artista traduz suas inquietações sobre a autenticidade e a veracidade das imagens produzidas, além de fazer uma reflexão sobre o atual momento político no Brasil e suas relações com as fake news: ao carimbar as imagens com as palavras “Fake Photos”, Gilberto Perin nega tudo aquilo que apresenta. “A relação das minhas fotografias com essa temática me fez pensar sobre as fake news e, no meu caso específico como fotógrafo, nas fake photos. Afinal, o que é arte contemporânea? A fotografia pode ser vista como arte? Os carimbos chamam a atenção sobre se o que vemos na realidade é somente uma imagem ou é aquilo que queremos ver”, explica.

 

A série “Sem Identificação” é uma crítica irônica e reflexiva do momento atual, repleto de informações e mensagens visuais. O fotógrafo – junto aos modelos que posaram nus – produziu imagens icônicas, inspiradas em obras de arte conhecidas, e outras que surgiram espontaneamente no momento do ensaio fotográfico. Nas 25 fotografias que compõem a série, os corpos aparecem sem cabeças – efeito obtido apenas com o enquadramento da câmera. “A falta da cabeça e a ausência do olhar causa certo estranhamento e passa a significar uma identidade perdida, levando-se em conta que a cabeça é o centro de tudo: das emoções até a decisão da nossa vida ou morte. Em tempos de selfies, “Sem Identificação” tem concepção simples e direta, onde a nudez é apenas a parcela aparente daquilo que não é revelado sobre a nossa identidade e pensamento”, afirma o fotógrafo.

 

Sobre o artista

Gilberto Perin nasceu em Guaporé, RS, vive e trabalha em Porto Alegre. Formado em Comunicação Social pela PUC-RS, é fotógrafo, diretor de cena e roteirista. Tem dois livros publicados: “Camisa Brasileira” (2011) e “Fotografias para Imaginar” (2015). Suas obras são publicadas em livros, jornais e revistas brasileiras e também no exterior, e fazem parte de acervos de museus, entidades culturais e coleções particulares. Entre suas exposições individuais, destacam-se: “Linha d’Água e Sem Identificação” (2018) no MARGS; “Fotografias para Imaginar” (2013 e 2015), no Instituto dos Arquitetos do Brasil e Pinacoteca Aldo Locatelli, as duas em Porto Alegre: “Vestiário” (2013), no Museu do Futebol de São Paulo; “Camisa Brasileira” (2010 a 2018), Porto Alegre, no interior do Rio Grande do Sul, na França e Itália; “Conexões Infinitas” (2009), no Centro Cultural Erico Verissimo, em Porto Alegre. Participou também de exposições coletivas, como “Queermuseu” (2017 e 2018), no Santander Cultural em Porto Alegre e no Parque Laje no Rio de Janeiro; “A Fonte de Duchamp, 100 Anos de Arte Contemporânea”, MARGS, Porto Alegre; “Objectif Sport” (2016), circuito internacional da Aliança Francesa, em Porto Alegre na Galeria La Photo; “Manifesto: Poder, Desejo, Intervenção” (2014), MARGS, Porto Alegre; “The Beautiful Game: o Reino da Camisa Amarela” (2014), Museu dos Direitos Humanos do Mercosul, Porto Alegre; “De Humani Corporis Fabrica”, MARGS, Porto Alegre; “Cromo Museu” (2012), MARGS, Porto Alegre.

 

 

“Fake Photos” – Exposition D’Art Contemporain D’Amérique Latine

De 23 de janeiro a 28 de fevereiro de 2019 – Entrada franca

Local: Centre Des Arts – École Internationale de Genève – Ecolint

Campus La Grade Boissiére – 62, route de Chêne, CH-1208 – Genebra – Suíça

 

 

“Sem Identificação”

De 07 de fevereiro a 08 de março de 2019 – Entrada franca

Local: A Pequena Galeria –  Av. 24 de Julho 4C, 1200-109 – Lisboa – Portugal

 

Caetano Dias no México

20/dez

O questionamento da nossa realidade, cada vez mais complexa, e o papel da própria arte dentro dessa realidade, colocando questões básicas sobre a nossa existência e o nosso lugar no mundo atual, onde a arte não faz afirmações, faz perguntas, em trabalhos com vídeo, pintura, obras tridimensionais, instalação multimídia, fotografia digital, performance, refletindo as relações entre corpo e identidade, memória e pertencimento, levando a discussão sobre ideias e poéticas, são alguns dos principais eixos da arte de Caetano Dias.

 

Uma das vertentes deste trabalho em fotografias e vídeos está em exposição na cidade de San Cristóbal de Las Casas, no extremo sul do México, fronteira com a Guatemala, no estado de Chiapas, México, como integrante da programação do XVII Festival Tragameluz, com curadoria de Luciana Accioly. O artista é exclusivo da galeria Paulo Darzé, Salvador, Bahia.

 

 

Sobre o artista

 

Caetano Dias é considerado pela crítica nacional como um dos mais importantes artistas surgidos ultimamente na Bahia. Nasceu em Feira de Santana, Bahia, em 1959. Vive e mora em Salvador, Bahia. Começou a expor individualmente a partir de 1989. Participou de exposições importantes representando a Bahia e o Brasil, como XVIII Festival de La Peinture (França), The Brazilian Northeast Festival Contemporary Art (Portugal), Feira Internacional de Arte (Estados Unidos). Entre suas individuais fora do Brasil temos: Nova York (Neuhoff Galery), Paris (Galerie Vivendi), Havana (Casa das Américas). Sua obra foi premiada no 16º Festival de Arte Contemporânea Sesc/Videobrasil (2007) com residência no Le Fresnoy, em Tourcoing, França.

Bechara em Lisboa/Pintura e instalação

26/nov

A galeria Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa, Portugal, inaugurou a exposição individual Um raio todos os dias do artista José Bechara. A exposição reúne trabalhos produzidos a partir de 2017 e 2018 e inclui alguns inéditos. O conjunto é formado por cerca de 20 pinturas de grande, médio e pequenos formatos, muitas das quais produzidas com recurso ao processo habitual do artista: a intervenção de acrílico e oxidação de emulsões metálicas sobre lona usada de caminhão.

 

Nesta nova fase de trabalhos, José Bechara alarga o campo de pesquisa sobre o desenho, a pintura, a escultura e a instalação ao construir obras quase imersivas e expansivas que estendem a linha, a superfície, o plano a outras possibilidades, reconfigurando o espaço expositivo da galeria.

 

A exposição apresenta uma instalação inédita de grande escala, produzido a partir da ordenação no espaço arquitetônico de vidros planos e uma variedade de objetos em madeira, papel cartão, outros elementos metálicos e eventualmente mármore. O uso desta multiplicidade de materiais propõe uma discussão sobre fronteiras e gêneros das linguagens visuais fazendo colidir práticas oriundas das experiências escultórica, pictórica e gráfica. Situar o trabalho entre fronteiras, chamar atenção para uma permanente oscilação entregêneros constitui matéria fundamental nas investigações de Bechara. É esta impertinência e transitoriedade do seu trabalho que o artista transpõe para a própria existência.

 

A palavra do artista

 

Tudo é frágil em meu trabalho que contém esforço e dificuldades para emergir, assim como nós, indivíduos humanos. Embora possam parecer nascer de operações brutais os trabalhos podem quebrar-se, despencar de diferentes alturas, desfazer-se por uma perturbação inesperada do espaço ao redor. Minha geometria hesita. Ora aparece, ora desaparece. Falha, portanto, como falhamos. Esforça-se, como nos esforçamos para existir.

 

 

Sobre o artista

 

José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), localizada na mesma cidade. Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 29ª Panorama da Arte Brasileira; 5ª Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011; 1ª Bienalsur – Buenos Aires; 7ª Bienal de Arte Internacional de Beijing e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial – RJ. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições como MAM Rio de Janeiro – BR; Culturgest – PT; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, BR; Fundação Calouste Gulbenkian – PT; MEIAC – ES; Instituto Valenciano de Arte Moderna – ES; MAC Paraná – BR; MAM Bahia -BR; MAC Niterói – BR; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, – BR; Museu Vale – BR; Haus der Kilturen der Welt – DE; Ludwig Forum Fur Intl Kunst – DE; Kunst Museum – DE; Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) – BR; Centro Cultural São Paulo – BR; ASU Art Museum – USA; Museo Patio Herreriano (Museo de Arte Contemporáneo Español) – ES; MARCO de Vigo – ES; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Carpe Diem Arte e Pesquisa – PT; CAAA – PT; Musee Bozar – BE; Museu Casa das Onze Janelas – BR; Casa de Vidro/Instituto Lina Bo e P.M. Bardi – BR; Museu Oscar Niemeyer – BR; Centro de Arte Contemporáneo de Málaga (CAC Málaga) – ES; Museu Casal Solleric – ES; Fundação Eva Klabin – BR; entre outras. Possui obras integrando coleções públicas e privadas, a exemplo de Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – BR; Centre Pompidou – FR; Pinacoteca do Estado de São Paulo – BR; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; ASU Art Museum USA; Museu Oscar Niemeyer – BR; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM RIO -BR; Coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz/Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Coleção João Sattamini/MAC Niterói – BR; Instituto Itaú Cultural -BR; MAM Bahia – BR; MAC Paraná – BR; Culturgest -PT; Benetton Foundation-IT/CAC Málaga – ES; MOLAA – USA; Ella Fontanal Cisneros – USA; Universidade Cândido Mendes – BR; MARCO de Vigo – ES; Brasilea Stiftung – CH; Fundo BGA – BR, entre outras.

 

 

Até 12 de janeiro de 2019.

Art Basel Miami Beach 2018

23/nov

A Bergamin & Gomide tem o prazer de anunciar a sua 5ª participação na Art Basel Miami Beach! Este ano a feira contará com mais de 200 galerias e vai acontecer no Convention Center de Miami.

 

Para essa edição, vamos apresentar um projeto curatorial que propõe um diálogo entre artistas internacionais e obras históricas brasileiras, tendo como recorte principal a produção artística de 1970 a 1990. Com destaque para Mira Schendel, Ivan Serpa, Antoni Tàpies, Tunga, Fabio Mauri. Também participaremos do projeto Kabinett, com obras do carioca Paulo Roberto Leal.

 

Nesta obra sem título da década de 1980, José Resende valoriza muito a escolha dos materiais, que possuem uma qualidade expressiva. A cera se solidifica facilmente, permitindo que o gesto do artista seja cristalizado na obra. As potencialidades expressivas dos materiais utilizados também estão em ressonância com as investigações da Arte Povera e do Pós-Minimalismo Americano.

 

Esperamos sua visita no estande D4!

 

 

 

5 a 9 de Dezembro [December 5th – 9th]
Estande D4. Convention Center, Miami Beach

José Resende

Tomie Ohtake em NY

30/out

A Galeria Nara Roesler | Nova York, apresenta um novo desdobramento da aclamada exposição “Tomie Ohtake: Nas Pontas dos Dedos”, com curadoria de Paulo Miyada, curador chefe do Instituto Tomie Ohtake. Especialmente organizada por Miyada para a filial de New York e incluindo pinturas, estudos, gravuras e fotografias, esta exposição concisa apresenta exemplares do rico corpo de obra criado por Tomie Ohtake nas décadas de 1960 e 70, além de raros registros do processo feitos pela própria artista. A exposição é um desdobramento das exposições “Tomie Ohtake: na ponta dos dedos” apresentadas na Galeria Nara Roesler | São Paulo (agosto a setembro de 2017) e na Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro (fevereiro a março de 2018) e proporciona um enfoque único sobre o desenvolvimento das composições da artista, de colagens de recortes de revistas a óleos sobre tela.

 

 

Sobre a artista

 

Tomie Ohtake é uma figura fundamental na história da abstração brasileira. Sua dedicada investigação dos aspectos formais, temporais e espirituais da cor, da forma e do gesto resultaram num corpo de obra extraordinário, produzido ao longo de seis décadas. Nascida em 1913, ela teve uma criação tradicional em Kyoto e viajou ao Brasil em 1936 para visitar um de seus irmãos, que fizera parte de uma grande onda de imigração japonesa ao país. Impossibilitada de voltar ao Japão devido à Segunda Guerra Mundial, Tomie Ohtake destacou que dois fatores foram fundamentais em sua decisão de se estabelecer permanentemente no Brasil: ela encantou-se de imediato com a luminosidade tropical única do país, e percebeu que no Brasil teria a oportunidade de ser uma artista com liberdades criativas que lhe seriam negadas, como mulher, no Japão. Após casar-se e criar seus dois filhos, dedicou-se a seu trabalho e estabeleceu uma ligação estreita com o grupo Seibi, uma rede informal de artistas nipo-brasileiros unidos por seu interesse pela abstração. Mas Tomie Ohtake também era ligada a grupos mais amplos de críticos e artistas, como Willys de Castro, Mário Pedrosa, Paulo Herkenhoff e Mira Schendel, entre outros. Essa multiplicidade de filiações e ligações a desobrigava de alinhar-se com qualquer abordagem artística específica, colocando-a numa trajetória artística singular. Foram Mira Schendel e, principalmente, Paulo Herkenhoff que incentivaram a artista a empregar mais explicitamente elementos das tradições japonesas, como o zen-budismo e a caligrafia. Em 1975, Tomie Ohtake afirmou: “Meu trabalho é ocidental, mas tem grande influência japonesa, um reflexo da minha criação. Esta influência está na busca da síntese: poucos elementos devem dizer muito. Na poesia haiku, por exemplo, fala-se do mundo em dezessete sílabas”.

 

 

A palavra do curador Paulo Miyada

 

 

Tomie Ohtake: Nas pontas dos dedos I. Cortes de cores Na passagem entre as décadas de 1950 e 1960, a primeira incursão de Tomie Ohtake na pintura abstrata tornou-se conhecida pelo caráter “cego” de um informalismo feito com intensidade e sem premeditação, muitas vezes com pinceladas lançadas, literalmente, de olhos fechados. A seguir, logo no princípio dos anos 1960, sua pintura condensou-se em formas mais claras, apresentadas em composições com nítida distinção de figura e fundo. As figuras, no caso, assemelham-se a formas geométricas simples, porém de contornos tremeluzentes, como se rasgadas com a ponta dos dedos. O que pouca gente sabe é que isso não é mera similitude: nessa época, a artista de fato começou a fazer estudos usando papéis coloridos retirados de revistas e rasgados à mão. Era uma forma de lidar com a instantaneidade do gesto e impregnar todo o processo de pintura com um teso equilíbrio entre acaso e controle. As composições encontradas por Tomie Ohtake nas diminutas colagens serviram de roteiro para pinturas.

 

De 01 de novembro a 22 de dezembro.

Portinari em Portugal

26/out

Na celebração do seu 11.º aniversário, o Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira, Portugal, apresenta até 03 de março de 2019, a exposição “Candido Portinari em Portugal”. Uma oportunidade para o público português entrar em contato com as pinturas, desenhos, e a presença de Portinari – materializada em suas obras – , um dos maiores nomes da pintura brasileira, oportunizando desse modo, uma proximidade com o ideário neorrealista português. A exposição “Candido Portinari em Portugal” tem o Alto Patrocínio do Presidente da República e foi inaugurada no dia 20 de outubro, contando com as presenças do Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, da Diretora do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Mônica Xexéo e do filho de Candido Portinari, Prof. João Candido Portinari.

 

O principal destaque desta exposição é, sem dúvida, a mítica obra “Café”, generosamente cedida pelo Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, e que regressa a Portugal 78 anos depois de ser exposta pela primeira vez em 1940, no Pavilhão do Brasil na “Exposição do Mundo Português”. Mas este projeto expositivo, com curadoria da diretora científica do museu, Raquel Henriques da Silva, e de Luísa Duarte Santos, apresenta outras obras relevantes do artista que, com a volta de “Café”, permitirá celebrar o artista estrangeiro que mais obras tem em Portugal. “Candido Portinari em Portugal” apresenta pinturas e desenhos cedidos pelo Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado (Lisboa), Museu Nacional Soares dos Reis (Porto), Museu Calouste Gulbenkian (Lisboa), Casa da Achada – Centro Mário Dionísio (Lisboa), Museu Ferreira de Castro (Sintra) e Fundação Millennium BCP (Lisboa),  além de importantes fundos documentais do próprio Museu do Neo-Realismo (Vila Franca de Xira), numa exposição de grande qualidade e de dimensão internacional, o que vem sublinhar também as características únicas do Museu do Neo-Realismo no panorama cultural português.

 

 

Ao longo dos 11 anos de existência do Museu do Neo-Realismo nas atuais instalações, projetadas pelo Arq.º Alcino Soutinho, têm sido exponencialmente multiplicadas as redes de contatos e as colaborações com curadores e universidades, que têm trazido novos olhares sobre o movimento neorrealista e as suas diversas expressões artísticas. Vocacionado para o estudo e divulgação deste movimento literário, o Museu do Neo-Realismo, cuja gestão está a cargo da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, tem promovido uma prática continuada de investigação em torno do seu patrimônio, apostando, simultaneamente, em conteúdos programáticos de rigor crítico e amplitude interpretativa.

 

Desde outubro de 2007, o Museu produziu uma média de 10 exposições biobibliográficas, documentais e de artes plásticas por ano, a maioria das quais documentadas pela edição de catálogos. O Museu do Neo-Realismo tende hoje a ultrapassar as fronteiras da sua vocação temática original para se situar, cada vez mais, no território das ideias e da cultura do século XX, relacionando assim outras correntes literárias, artísticas e de pensamento.

No ano passado, duas das mais importantes obras de Portinari, resgatadas de um incêndio ocorrido em 1949, foram expostas no Museu do Chiado. As obras intitulavam-se “Chorinho” e “Cavalo-marinho”, e foram inseridas na exposição “A Mão-de-olhos-azuis de Cândido Portinari”, com curadoria de Maria de Aires Silveira, que ficou patente de outubro a dezembro naquele museu. Estes dois painéis pertenciam a um conjunto de oito, de temática musical, pertencentes à Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, e foram os únicos sobreviventes de um incêndio ocorrido na emissora, em 1949.

Bergamin & Gomide na FIAC 2018

05/out

17 a 21 de Outubro [October 17th – 21st]

Estande 0.D36. Grand Palais, Paris

 

A Bergamin & Gomide tem o prazer de anunciar a sua 1ª participação na FIAC! Este ano a feira contará com 175 galerias e vai acontecer no Grand Palais em Paris.

 

Para essa edição inaugural, vamos apresentar um projeto curatorial de obras históricas das vanguardas abstratas latino-americanas de Ivan Serpa, Lygia Pape, Samson Flexor, Judith Lauand e Lothar Charoux entre outros.

 

A obra sem título de Aluísio Carvão é de 1959, mesmo ano do manifesto Neo-Concreto: suas estruturas reduzidas são rigorosas na geometria linear e o contraste estabelece um ritmo ótico, fazendo desta, uma obra relevante da época.

 

 

Esperamos sua visita no estande 0.D36!

 

Bergamin & Gomide has the pleasure to announce its first participation at FIAC! This year, the fair will present 175 galleries at the Grand Palais in Paris.

 

For this début, we will present a curated project of works historical by Latin-American Abstract artists such as Ivan Serpa, Lygia Pape, Samson Flexor, Judith Lauand and Lothar Charoux, among others.

 

The untitled work by Aluísio Carvão is from 1959, same year of the Neo-Concrete manifesto: its reduced structures are rigorous in the linear geometry and the contrast stablishes an optic rhythm, making this, a relevant work from its time.

 

Come and visit us at stand 0.D36!