Visita da arte argentina contemporânea.

29/nov

A Coleção Oxenford, considerada a mais expressiva de arte contemporânea da Argentina, será apresentada na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. “Un lento venir viniendo – Capítulo III” fica em cartaz de 07 de dezembro a 23 de fevereiro de 2025. A abertura contará com a performance de bailarinos.

Essa exibição trata-se de um recorte da coleção do empresário Alec Oxenford, que, atualmente, reúne 600 peças de 200 artistas e promove um panorama da arte contemporânea argentina entre o final do século 20 e início do 21. No dia da abertura, ás 15h, será realizada a performance “Soy un disfraz de tigre”, da artista plástica Cecilia Szalkowicz, e às 16h, uma visita guiada pelo poeta e curador independente Mariano Mayer.

A seleção de trabalhos e de artistas para “Un lento venir viniendo” foi dividida em “capítulos” para as três mostras no Brasil, que já passou pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói (Capítulo I) e Instituto Tomie Ohtake (Capítulo II), em São Paulo. Na Fundação Iberê Camargo (Capítulo III), o episódio estético de destaque é a literatura do porto-alegrense João Gilberto Noll (1946-2017), e, em particular, “A céu aberto”, obra que transborda de imagens e procedimentos para dar forma a uma sensibilidade que desafia a nossa própria experiência de mundo.

“Pensamos nas relações com cada cidade e com a arquitetura de cada museu. É realmente como uma história contada em diferentes capítulos. O título (“Um lento vir vindo”, em tradução livre) aponta este movimento, de criar um vínculo aos poucos, e que ele se estabeleça nas duas direções. O “Capítulo III” descobre no conjunto de afetos precários uma zona para o encontro e a retroalimentação entre duas forças experimentais: a literatura de João Gilberto Noll e a arte. A potência precária age como uma plataforma interpretativa com a que as peças selecionadas nos per mitem voltar a experimentar a arte e o mundo, as suas possibilidades e as suas impossibilidades”, destaca Mariano Mayer.

“Capítulo III”, que ocupará o segundo andar da Fundação Iberê Camargo, é composta por 50 obras de 45 artistas e apresenta uma diversidade de linguagens, entre pinturas, fotografias, vídeos, instalações visuais e sonoras, performances, esculturas, colagens e publicações, propondo uma reflexão sobre a “potência do precário” como uma condição de constante transformação e instabilidade, tanto nos objetos quanto nas pessoas.

Participam da mostra na Capital gaúcha trabalhos de Alejandra Mizrahi, Amalia Pica, Cecilia Szalkowicz, Clara Esborraz, Jane Brodie, Inés Raiteri, Julieta García Vázquez e Sofía Bohtlingk, Karina Peisajovich, Luciana Lamothe, Lucrecia Plat, Malena Pizani, María Guerrieri, Mariana López, Paula Castro, Sol Pipkin, Valentina Liernur, Valeria Maggi, Agustín Inchausti, Alberto Goldenstein, Alfredo Londaibere, Diego Bianchi, Dudu Quintanilha, Ernesto Ballesteros, Faivovich & Goldberg, Feliciano Centurión, Gastón Persico, Jorge Macchi, Leopoldo Estol, Luis Garay, Miguel Mitlag, Nicolás Martella, Oscar Bony, Ruy Krygier, Santiago De Paoli, Tirco Matute e Ulises Mazzucca.

Sobre Alec Oxenford

Cofundador da OLX e da letgo, Alec Oxenford é um empresário argentino residente no Brasil. É grande colecionador e membro ativo de comunidades internacionais em prol das artes latino-americanas. Entre 2013 e 2019, dirigiu a Fundación ArteBA. Atualmente, é membro do Acquisition Committee do MALBA e da Latin American and Caribbean Fund (LACF) do MoMA.

Sobre Mariano Mayer

Nascido em Buenos Aires, Mariano Mayer é poeta e curador independente. Entre seus últimos projetos como curador, figuram Prudencio Irazabal (MUSAC, León, 2024) e Táctica Sintáctica (Marres, Mastricht, 2023 e CA2M, Móstoles, 2022). Publicou também Ir al motivo (Galeria Elba Benítez, Madrid, 2023), Fluxus Escrito (Caja Negra, Buenos Aires, 2019) e Justus (Câmara Municipal de Léon, 2007) e dirigiu o programa em torno da arte argentina: Una novela que comienza (CA2M, Móstoles, 2017).

Última itinerância da 35ª Bienal.

26/nov

De 30 de novembro de 2024 a 09 de março de 2025, a cidade de Porto Alegre, RS, receberá a última parada da itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, uma exposição correalizada pela Fundação Iberê Camargo e a Fundação Bienal de São Paulo. Curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel.

O evento encerrará o ciclo de exposições que, ao longo de 2024, percorreu dez cidades brasileiras e três internacionais, ampliando as discussões propostas pela Bienal de São Paulo em sua última edição, realizada em 2023. Ao todo, a 35ª Bienal alcançou 14 cidades, incluindo seu último destino.

Entre os 121 participantes da 35ª Bienal de São Paulo, sete deles estarão presentes com suas obras na Fundação Iberê Camargo: Aurora Cursino dos Santos, Katherine Dunham, MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin), Nontsikelelo Mutiti, Rosana Paulino, Ubirajara Ferreira Braga, e a dupla Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich. Os trabalhos selecionados para a última itinerância refletem diálogos sobre ancestralidade, memória e as complexas relações entre corpos, territórios e resistência, temas centrais desta edição da Bienal.

No dia 30 de novembro, durante a inauguração da itinerância, a entrada é gratuita e a equipe educativa da Fundação Bienal de São Paulo realizará uma visita mediada, às 15h30.

Uma exposição para Lita Cerqueira.

22/nov

Para celebrar os 50 anos do trabalho da Lita Cerqueira, a primeira fotógrafa negra profissional do Brasil, a CAIXA Cultural Salvador, BA, inaugurou, uma exposição que reúne as principais obras da artista que retrata a cultura e a vida do povo negro no país. A visitação é gratuita e ocorre até o dia 20 de dezembro.

A mostra “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 Anos de Fotografia”, organizada em sete núcleos curatoriais, destaca temas como ancestralidade e pertencimento, refletindo a perspectiva única de Lita Cerqueira como uma mulher negra e sua profunda conexão com o cotidiano e as histórias que eterniza através de suas lentes. Com um acervo de mais de 50 mil imagens, com obras em preto e branco de uma das mais ecléticas produções fotográficas do fim do século XX e início do XXI.

“Lita não apenas observa o mundo; ela o vive intensamente. Seu trabalho é um reflexo de sua própria história e das histórias daqueles que ela imortaliza através de suas lentes”, destaca Janaína Damaceno, curadora da mostra. Para Lu Araújo, que assina a coordenação geral, as fotos são manifestações de alma. “Ela consegue capturar a essência de cada pessoa, cada momento, com uma sensibilidade única. Lita é uma guardiã da memória do nosso povo”, afirma.

Em “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 anos de fotografia”, a artista compartilha com o público não apenas imagens, mas uma narrativa visual que resgata a ancestralidade e celebra a cultura negra. A exposição é um convite para reconhecer e valorizar a beleza e a força de um povo que, através das lentes de Lita Cerqueira, ganha visibilidade e respeito, além de pertencimento e resistência.

Eixos da Exposição:

O primeiro eixo da exposição é “Andar com fé”, que retrata o sagrado afro-brasileiro. No segundo, “Para o mundo ficar Odara”, o destaque é a beleza negra. Em “Zum zum zum”, as fotos são das rodas de copeira, enquanto em “Vou fazer minha folia”, o tema é o Carnaval. No quinto eixo, “Filhas de Oxum”, a artista captura a espiritualidade e ancestralidade das festas populares. Já em “Doces Bárbaros” e “Atraca que o Naná vem chegando”, estão os momentos intimistas nos quais a fotógrafa acompanhou grandes nomes da música popular brasileira, como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Atualmente, a artista participa da exposição “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, em Inhotim, parte integrante da mostra dedicada a Abdias Nascimento. Também está nas mostras “Lélia em Nós”, no Sesc Vila Mariana em São Paulo, “Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira” no CCBB de Belo Horizonte e na exposição itinerante “O que vem de dentro”, de Diógenes Moura.

Fonte: Mundo Negro

Arte mural em exibição.

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, recebe a artista amazonense Sãnipã, para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes do centro cultural. De 25 a 29 de novembro, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação de uma nova obra, realizada ao vivo durante o horário de funcionamento do prédio. Será possível observar as escolhas, técnicas e movimentos da artista. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 25 de janeiro de 2025.

A atividade faz parte da terceira temporada do projeto LING apresenta, e conta com a curadoria de Vânia Leal, atual Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e membro do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo. Após a finalização do mural, a artista Sãnipã irá comentar a experiência e o resultado em bate-papo com o público e a curadora, no dia 30 de novembro, sábado, às 11h, em frente à obra. Faça sua inscrição sem custo.

Amazônias: no tremor das vidas

Uma narrativa histórica da arte na Amazônia brasileira compreende muitas “Amazônias”, pois resguarda realidades diversas. Neste cenário, surge o projeto LING apresenta Amazônias: no tremor das vidas, como um disparador nessa perspectiva plural, com artistas que desentravam a compreensão da interculturalidade, dos contatos, das provocações e das possibilidades nesses espaços imensos quando a Amazônia se torna o centro de preocupação da humanidade. O tremor das vidas nas Amazônias está nas placas tectônicas, no tremor das pororocas, do jambu na boca e nos sentidos, no treme das aparelhagens, no tremor do mundo, no negacionismo da ciência, nas narrativas dos povos da floresta, no pó de paricá e no transe como parte da ancestralidade florestânica…A partir dessas provocações, a mostra aponta caminhos e impasses da arte compostos por artistas do continente amazônico. Estes discutem, por meio de investigações e territorialidade, as relações afetivas, políticas, sociais e culturais de identidades e de pertencimento, assim como o “imaginário geográfico”. Defende-se que a arte não pode se limitar à expropriação dos valores simbólicos e saberes materiais dos ribeirinhos, povos indígenas, quilombolas, assentados, afro-indígenas, castanheiros e de todo sujeito que mobiliza a sensibilidade de qualquer artista. É importante também ressaltar que, historicamente, esses sujeitos seguem elaborando estratégias criativas de sobrevivência como protagonistas, por meio de tecnologias ancestrais à manutenção da vida que pulsam nesses lugares poéticos e políticos. Entre o “bom selvagem” idealizado de uma visão romântica e o “inferno verde”, a Amazônia quase mitológica é o ambiente em que cabe ao artista criar pontes críticas com o real, dar asas ao imaginário e fortalecer o simbólico coletivo. Este é o desejo para esta edição do projeto LING apresenta.

Vânia Leal

Sobre a artista

Sãnipã nasceu em Lábrea, Amazonas, 1979. Sãnipã é artista visual dos povos Apurinã e Kamadeni do Amazonas. Sua obra reflete tradições e narrativas indígenas, abordando temas de identidade, ancestralidade e meio ambiente. Em pinturas, gravuras e instalações, expressa a conexão profunda com a natureza e o universo simbólico de seu povo, com uma estética de cores vibrantes e formas orgânicas. Sãnipã tem se destacado em exposições nacionais e internacionais, dando voz às culturas originárias em um contexto contemporâneo. Na 15ª Bienal Naïfs do Brasil, recebeu o prêmio Destaque-Aquisição, com a obra Totem Apurinã Kamadeni adquirida pelo Acervo Sesc, sendo a primeira mulher indígena amazonense na coleção. Suas principais exposições incluem Nipetirã, O Sopro Tribal sobre Outros Olhares, na Galeria do Largo; Amazônia Sou Eu!, em Nova Iorque; e a individual Dança Sagrada do Povo Apurinã, no Museu Amazônico.

Sobre a curadora

Vânia Leal Machado nasceu em Macapá, Amapá. Atualmente vive e trabalha em Belém, no Pará. Mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura e atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões. Foi Curadora Educacional do Projeto Arte Pará e fez a curadoria de exposições como Mastarel: Rotas Imaginais (2019) de Elaine Arruda no Banco da Amazônia, Tecidos de Certeza (2019) de Elisa Arruda na Galeria Elf, Coleção Eduardo Vasconcelos (2021) nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes no Centur,  A inversão do cotidiano (2022) de Elisa Arruda na Galeria Ruy Meira, Nhe Amba (2022) de Xadalu Tupã Jekupe no SESC Paraty, Gravado na Alma (2023) de Eduardo Vasconcelos no Banco da Amazônia, entre outras. Também foi curadora da primeira Bienal das Amazônias em 2022-2023. Atualmente, é Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e faz parte do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.

No Centro Histórico de Salvador.

14/nov

Depois de ganhar CEP baiano e abrir uma galeria de arte, o artista paulista Vik Muniz faz mais um investimento no Centro Histórico de Salvador, BA. Ele e Malu Barreto adquiriram um casarão, na Rua do Paço, no Santo Antônio Além do Carmo – mesmo bairro onde está localizada sua casa, – que funcionará como um espaço para agitos culturais já neste próximo verão. Na programação, estão previstas ações como almoço com música, rodas de samba, exposições, e outros eventos, sempre com o viés cultural. O espaço vai ganhar o nome de Casa Arara, o mesmo do camarote que Malu Barreto comandou até o último carnaval, na Avenida Marquês de Sapacuí, no Rio.

Gonçalo Ivo em Fortaleza.

Nome de referência na arte contemporânea, Gonçalo Ivo realiza exposição com obras inéditas na Galeria Multiarte, Fortaleza, CE. Conhecido pelo uso refinado de cores e formas geométricas em suas obras, sendo um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira inaugura a mostra “Zeigeist”. A exposição segue em cartaz até 17 de janeiro de 2025.

Com curadoria de Luiz Chysostomo de Oliveira Filho, presidente do Museu de Arte do Rio, a mostra conta com 56 pinturas feitas sobre tela, madeira, papel e pedra, e será acompanhada do livro “Gonçalo Ivo – Zeitgeist”. A exposição é a terceira de Gonçalo Ivo na qual busca retratar “o espírito do tempo” e reúne produções feitas nos últimos sete anos. A exposição é intitulada “Zeitgeist”, termo que significa “espírito de uma época”, e contará ainda com a exibição do filme “Gonçalo Ivo – Uma Biografia de Cor”, dirigido por Katia Maciel, feito especialmente para a mostra.

As pinturas, que fazem parte da produção mais recente do artista, integram as séries Le jeu des perles de verre (Jogos de contas de vidro), Cosmogonias e L’inventaire des pierres solitaires (O inventário das pedras solitárias).

As mais de 50 pinturas, foram guiadas pelo sentimento – e também, pela geografia, feitas em diversas partes do mundo, dos Estados Unidos ao ateliê em Teresópolis, além de Madri e Paris, as duas principais cidades onde Gonçalo Ivo faz morada. “Elas têm uma variedade não só geográfica, como etária. São obras de um artista que é um artista nômade”, conclui.

Luiz Zerbini no Paraná.

O MON, Curitiba, PR, realiza a terceira edição de “Afinidades”, iniciativa que aproxima o seu acervo do público quando será inaugurada no dia 22 de novembro, data do aniversário de 22 anos do Museu Oscar Niemeyer, a exposição “Afinidades III – Cochicho”. Com curadoria de Marc Pottier, o artista contemporâneo Luiz Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense para serem apresentadas ao lado das suas, na Sala 7.

Para a secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, “Afinidades III – Cochicho” reforça o compromisso do Museu Oscar Niemeyer com a valorização do acervo paranaense e com a promoção de diálogos entre diferentes gerações de artistas. “Este é um projeto que aproxima o público do rico patrimônio cultural do Paraná, além de criar novas conexões a partir do olhar de Luiz Zerbini sobre a natureza e as paisagens brasileira e paranaense”, afirma.

“É muito mais que uma mostra. É a terceira edição de uma importante realização do Museu Oscar Niemeyer que intenciona valorizar e dar visibilidade ao seu acervo”, explica a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.

Desta vez, Luiz Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense que estão presentes no acervo do MON: Guido Viaro, Miguel Bakun, Bruno Lechowski, Guilherme William Michaud e Theodoro de Bona. “Em comum, ou por afinidade, assim como as suas obras apresentadas aqui, todos os trabalhos escolhidos têm como tema a natureza”, explica a diretora. “O resultado é surpreendente”.

Curadoria

De sua autoria, Luiz Zerbini apresenta na exposição 44 pinturas, 11 aquarelas e 12 monotipias. “Com estas obras, ele nos leva para sua intimidade”, explica o curador, Marc Pottier. Segundo ele, após visitar as coleções do MON, o artista decidiu apresentar pela primeira vez o que chama de “diários de viagem”: obras suas em que a natureza é sempre o tema principal.

“No acervo do MON, Zerbini encontrou artistas paisagistas cujas visões o sensibilizaram”, explica o curador. Pottier afirma que Zerbini sempre esteve atento a esse tipo de trabalho, observando com atenção, por exemplo, as paisagens mineiras de Guignard, os diálogos cromáticos do artista paulista Rodrigo Andrade, as marinhas de Pancetti, as obras do paisagista francês Corot e do artista americano Winslow Homer, conhecido pelas suas paisagens marítimas, entre outros.

“Com ‘Afinidades III – Cochicho”, ele traz para o MON esse olhar delicado e intimista em relação à natureza, criando, assim, um momento para se parar e meditar, antes que seja tarde demais”, diz o curador.

Até 18 de maio de 2025.

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Siron Franco realiza um monumento.

Com 27 metros de comprimento e dois metros de altura, o Monumento ao Voluntário Anônimo é feito de aço e formado por 30 perfis de homens e mulheres – com cerca de cem quilos cada uma – de mãos dadas, simbolizando o trabalho incansável dos voluntários civis que atuaram nos resgates. O Pontal, Porto Alegre, RS, foi um dos principais pontos de resgate das vítimas da enchente. Escolhido pelos voluntários, serviu de apoio para os salvamentos, primeiros socorros e atendimento das vítimas. Agora, foi escolhido pelo IEE para sediar a homenagem. O “Monumento ao Voluntário Anônimo”, criado por Siron Franco e financiado pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), será inaugurado no dia 02 de dezembro, às 18h30min, no Parque Pontal. Na data, também será comemorado o aniversário de 40 anos do IEE. O curador da iniciativa do monumento é Renato Malcon, empresário com extenso currículo na gestão de instituições culturais do Estado.

A palavra do artista

“Há 50 anos realizei minhas primeiras exposições em Porto Alegre. Eu era muito jovem, e fui superbem recebido por artistas mais velhos, como os mestres Ado Malagoli, Xico Stockinger, Vasco Prado. Com Iberê Camargo estive muitas vezes, ainda no Rio. Sempre tive muito carinho por essa terra, tendo participado de diversas exposições individuais e coletivas”,  relata Siron Franco. “Acompanhei pelo noticiário a enchente, o sofrimento, as perdas, assim como o salvamento realizado pelas pessoas. Os voluntários fizeram um trabalho realmente incrível e emocionante. Ao receber o convite, fiquei muito honrado, e fiz questão de aceitar imediatamente. É uma honra louvar essas pessoas que espontaneamente se envolveram nessas ações de salvamento, resgate”, completa.

Sobre o artista

Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte, Siron Franco (nascido Gessiron Alves Franco, em Goiás Velho, Goiás, em 1947) tem uma produção artística de predominância pictórica, em que mescla, ora num vocabulário surrealista, ora com abstrações ainda passíveis de identificação alegórica, comentários críticos sobre problemas sociais e personagens da cultura pop e do cerrado goiano. Ainda que com predomínio da pintura em sua obra, a produção de Siron Franco tem uma variedade técnica e material bastante rica, coerente com seus temas, que seguem das crônicas do cotidiano à crítica às fissuras sociais, com enfoque considerável na contingência do entorno de Goiás, com sua população laboral e indígena.

A poética de Tunga – uma introdução.

31/out

Em celebração aos 10 anos do Centro Cultural Instituto Ling, Três Figueiras, Porto Alegre, RS, será exibida a exposição “A poética de Tunga – uma introdução”, com curadoria de Paulo Sergio Duarte. A mostra apresenta uma seleção de 64 obras de diferentes fases, sendo 43 inéditas, expondo temas e conceitos que atravessam toda a poética do artista. Esta é a primeira exposição individual de Tunga na cidade de Porto Alegre, considerado uma das figuras mais emblemáticas da cena artística nacional.

A abertura, no dia 05 de novembro, terça-feira, às 19h, terá um bate-papo com Antônio Mourão, filho de Tunga e cofundador do Instituto Tunga ao lado de Clara Gerchmann, gestora do acervo. O encontro será no auditório do Instituto Ling, com entrada franca. Para participar, basta fazer a inscrição prévia pelo site.

A mostra fica em cartaz até 08 de março de 2025, com visitas livres e a possibilidade de visitas com mediação para grupos, mediante agendamento prévio e sem custo pelo site do Instituto Ling.

Frida Baranek em exibição em Trancoso.

29/out

A exposição “Dentro/Fora”, Galeria Hugo França, Rodovia BA 001, Trancoso, Porto Seguro/BA, tem como objetivo mostrar a trajetória de uma artista que teve que, e que quis montar seu ateliê nos quatro cantos do mundo, desde sua primeira exposição individual, até os dias de hoje. Frida Baranek produz trabalhos com ressonância profundamente pessoal, tecidos a partir de suas próprias memórias. Podemos vivenciar a exposição como o diário íntimo de uma artista feminina (com todas as dificuldades que isso ainda representa) que se nutre de todas as influências das culturas em que ela esteve imersa. A mostra traça a trajetória da artista desde sua primeira exposição na Petite Galerie no Rio de Janeiro até suas influências e residências na Europa e Estados Unidos.

“Dentro/Fora” explora a relação entre matéria e forma, utilizando materiais como tela de aço galvanizado, acrílico, vidro e metais variados. Inspirada pelo movimento “American Anti-Form” dos anos 1960 e por artistas como Eva Hesse e Robert Morris, Frida Baranek cria esculturas que frequentemente permanecem no chão, evocando continuidade e transformação.

A exposição reflete a dualidade experienciada por Frida Baranek em sua carreira nômade entre Brasil e Portugal, adaptando seu trabalho às mudanças culturais e pessoais. Suas obras testemunham a interação entre o “Dentro” íntimo da artista e o “Fora” dinâmico do ambiente, revelando um diálogo com a memória, a experiência e a mudança. Os visitantes são convidados a contemplar as esculturas instaladas no ambiente amplo da Galeria Hugo França, que conecta genuinamente com a natureza ao redor, e o espaço emocional compartilhado por Frida Baranek através de suas criações. Obras como “Fronteira”, “Ma Mémoire”, “Balance” entre outras, compõem a mostra. Artista contemporânea brasileira e internacional, Frida Baranek continua a desafiar as fronteiras da escultura contemporânea. A curadoria é de Marc Pottier e a exibição é uma parceria com a Galeria Raquel Arnaud.    

Até 25 de setembro.