A voz indígena de Vinícius Vaz.

09/dez

O artista plástico indígena Vinícius Vaz apresenta exposição individual intitulada de A História que o Brasil não Conta. A mostra reúne 16 pinturas impactantes sob a curadoria de Antonio Aversa. Vinícius Vaz, do povo Xakriabá, apresentou sua primeira exposição individual na galeria Mercato + Antiguidade + Design, no Conic, Brasília, DF.

O trabalho de Vinícius Vaz busca dar voz a personagens e temas frequentemente ignorados pelos livros de história. O trabalho de Vinícius Vaz busca dar voz a personagens e temas frequentemente ignorados pelos livros de história. Uma das obras que se destacam é Guernica Tupiniquim, que retrata o assassinato do indígena Galdino, queimado enquanto dormia em um ponto de ônibus na 703 Sul, em Brasília. O episódio ainda ecoa como um símbolo da violência contra os povos originários.. O episódio ainda ecoa como um símbolo da violência contra os povos originários.

Fonte: Metrópoles.

Raul Mourão em Salvador.

O artista carioca inaugura sua terceira exposição individual na Alban Galeria, Ondina, Salvador, BA, nesta quinta-feira, 12 de dezembro, com um conjunto inédito de esculturas, pinturas e desenhos.

Conhecido por sua produção multimídia, Raul Mourão constrói suas obras a partir da observação da paisagem urbana e das relações entre indivíduo e coletividade. Desta vez, o artista elege elementos arquitetônicos de Salvador – como grades e janelas ornamentadas – como ponto de partida para refletir poeticamente sobre a cidade. A exposição poderá ser visitada até 08 de fevereiro.       

A exposição é acompanhada de uma entrevista do curador e crítico de arte Pablo León de la Barra, que conversou com Mourão sobre sua trajetória e a conexão do artista com a capital baiana, entre outros assuntos.  Volume Vivo começou começou a ser pensada em janeiro de 2023 em parceria com Cristina Alban, diretora da galeria, falecida recentemente, a quem Mourão dedica a mostra. Complementa a exposição um vídeo de 20 minutos em parceria com o jovem filmmaker e fotógrafo carioca Tchaca.

Sobre o artista

Raul Mourão nasceu no Rio de Janeiro, em 1967, onde vive e trabalha. Entre suas principais exposições individuais e projetos solo recentes, destacam-se: Cage Head, Americas Society for Arts (2023), Nova York, Estados Unidos; Empty Head, Galeria Nara Roesler (2021), Nova York, Estados Unidos; Fora/Dentro, Museu da República (2018), Rio de Janeiro, Brasil; Você está aqui, Museu Brasileiro de Ecologia e Escultura (MuBE) (2016), São Paulo, Brasil; Please Touch, Bronx Museum (2015), Nova York, Estados Unidos; Tração animal, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio) (2012), Rio de Janeiro, Brasil; Toque devagar, Praça Tiradentes (2012), Rio de Janeiro, Brasil. Entre as coletivas recentes: Utopias e distopias, Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) (2022), Salvador, Brazil; Coleções no MuBE: Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz – Construções e geometrias, Museu de Ecologia e Escultura (MuBE) (2019), São Paulo, Brasil; Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, Oca (2017), São Paulo, Brasil; Mana Seven, Mana Contemporary (2016), Miami, Estados Unidos; Brasil, Beleza?! Contemporary Brazilian Sculpture, Museum Beelden Aan Zee (2016), Haia, Países Baixos; Bienal de Vancouver 2014-2016, Vancouver, Canadá (2014). Seus trabalhos figuram em coleções de importantes instituições, tais como: ASU Art Museum, Tempe, Estados Unidos; Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), Niterói, Brasil; Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brasil.

Até 08 de fevereiro de 2025.

Monumento de Siron Franco.

03/dez

Monumento aos Voluntários Anônimos: Homenagem aos Heróis de Porto Alegre nas Enchentes. Heróis anônimos: Porto Alegre ganha monumento em homenagem aos voluntários das enchentes. A estrutura tem 27 metros de comprimento e dois metros de altura. Projeto foi idealizado pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE) e assinado pelo artista goiano Siron Franco.

De mãos dadas, 30 silhuetas de homens e mulheres, moldadas em perfis de cem quilos cada uma, carregam o peso simbólico do heroísmo e do altruísmo. Juntas, elas representam centenas de pessoas que atuaram na histórica enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio deste ano. O Monumento aos Voluntários Anônimos foi inaugurado no Parque do Pontal, em Porto Alegre.

A escolha de Siron Franco, como criador da obra também simboliza a solidariedade que o estado recebeu de outras partes do Brasil, por meio de doações e também voluntários que ajudaram na tragédia, segundo o Instituto.

“Há 50 anos realizei minhas primeiras exposições em Porto Alegre. Eu era muito jovem, e fui muito bem recebido por artistas mais velhos, como os mestres Ado Malagoli, Xico Stockinger e Vasco Prado. Com Iberê Camargo estive muitas vezes, ainda no Rio. Sempre tive muito carinho por essa terra, tendo participado de diversas exposições individuais e coletivas”, relata Siron Franco.

O Pontal, onde a obra está localizada, foi escolhido como ponto de instalação do monumento por sua relevância durante as enchentes. O local serviu como base para salvamentos e atendimento emergencial às vítimas. Posicionado próximo à entrada do parque, o monumento convida os visitantes a refletirem sobre o legado deixado pelos voluntários.

“Nos sentimos imensamente honrados por poder ajudar a contar essa história de bravura e solidariedade do povo gaúcho”, diz Angelo Boff, diretor Corporativo da SVB, empresa proprietária do complexo.

Foto: Foto: Renan Mattos/Agência RBS.

Doações em exposição no Paço Municipal.

29/nov

O Museu de Arte do Paço Municipal, Praça Montevidéu, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, abriu a exposição “Doações de Rolf Zelmanowicz”. Esta mostra – com curadoria de Ana Laggazio, Victor Dalagnol e Magnólia Leão – apresenta um recorte da doação recebida em junho de 2023 pela Prefeitura de Porto Alegre, reunindo artistas, técnicas e épocas distintas. Nesta seleção – adquiridas durante a vida de Rolf Zelmanowicz -, foram selecionadas algumas obras de artistas destacados, relevantes e atuantes no Rio Grande do Sul ao longo do século XX.

Sobre o colecionador

Rolf Udo Zelmanowicz (Alemanha, 1931 – Porto Alegre, 2023) foi um médico, professor e empresário que, junto com a esposa Elisabete de Medeiros Zelmanowicz (Porto Alegre, 1940, de formação pelo Instituto de Belas Artes) exerceu o papel de mecenas, estimulando diferentes vertentes culturais e proporcionando visibilidade a artistas que, segundo ele próprio, “…mereciam o devido reconhecimento de suas expressões, fossem desenhos, pinturas ou esculturas”.

Artistas participantes:

Alice Soares, Antônio Caringi, Angelo Guido, Antonio Carlos Maciel, Augusto Luiz de Freitas, Carlos Tenius, Danúbio Gonçalves, Elisabete Zelmanowicz, Ernesto Frederico Scheffel, Francis Pelichek, Glenio Bianchetti, Guma, João Fahrion, João Luiz Roth, José Lutzenberger, Léo Dexheimer, Leopoldo Gotuzzo, Libindo Ferrás, Nelson Boeira Faedrich, Oscar Boeira, Pedro Weingärtner, Rose Lutzenberger, Sotero Cosme, Vasco Prado, Xico Stockinger.

Visita da arte argentina contemporânea.

A Coleção Oxenford, considerada a mais expressiva de arte contemporânea da Argentina, será apresentada na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. “Un lento venir viniendo – Capítulo III” fica em cartaz de 07 de dezembro a 23 de fevereiro de 2025. A abertura contará com a performance de bailarinos.

Essa exibição trata-se de um recorte da coleção do empresário Alec Oxenford, que, atualmente, reúne 600 peças de 200 artistas e promove um panorama da arte contemporânea argentina entre o final do século 20 e início do 21. No dia da abertura, ás 15h, será realizada a performance “Soy un disfraz de tigre”, da artista plástica Cecilia Szalkowicz, e às 16h, uma visita guiada pelo poeta e curador independente Mariano Mayer.

A seleção de trabalhos e de artistas para “Un lento venir viniendo” foi dividida em “capítulos” para as três mostras no Brasil, que já passou pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói (Capítulo I) e Instituto Tomie Ohtake (Capítulo II), em São Paulo. Na Fundação Iberê Camargo (Capítulo III), o episódio estético de destaque é a literatura do porto-alegrense João Gilberto Noll (1946-2017), e, em particular, “A céu aberto”, obra que transborda de imagens e procedimentos para dar forma a uma sensibilidade que desafia a nossa própria experiência de mundo.

“Pensamos nas relações com cada cidade e com a arquitetura de cada museu. É realmente como uma história contada em diferentes capítulos. O título (“Um lento vir vindo”, em tradução livre) aponta este movimento, de criar um vínculo aos poucos, e que ele se estabeleça nas duas direções. O “Capítulo III” descobre no conjunto de afetos precários uma zona para o encontro e a retroalimentação entre duas forças experimentais: a literatura de João Gilberto Noll e a arte. A potência precária age como uma plataforma interpretativa com a que as peças selecionadas nos per mitem voltar a experimentar a arte e o mundo, as suas possibilidades e as suas impossibilidades”, destaca Mariano Mayer.

“Capítulo III”, que ocupará o segundo andar da Fundação Iberê Camargo, é composta por 50 obras de 45 artistas e apresenta uma diversidade de linguagens, entre pinturas, fotografias, vídeos, instalações visuais e sonoras, performances, esculturas, colagens e publicações, propondo uma reflexão sobre a “potência do precário” como uma condição de constante transformação e instabilidade, tanto nos objetos quanto nas pessoas.

Participam da mostra na Capital gaúcha trabalhos de Alejandra Mizrahi, Amalia Pica, Cecilia Szalkowicz, Clara Esborraz, Jane Brodie, Inés Raiteri, Julieta García Vázquez e Sofía Bohtlingk, Karina Peisajovich, Luciana Lamothe, Lucrecia Plat, Malena Pizani, María Guerrieri, Mariana López, Paula Castro, Sol Pipkin, Valentina Liernur, Valeria Maggi, Agustín Inchausti, Alberto Goldenstein, Alfredo Londaibere, Diego Bianchi, Dudu Quintanilha, Ernesto Ballesteros, Faivovich & Goldberg, Feliciano Centurión, Gastón Persico, Jorge Macchi, Leopoldo Estol, Luis Garay, Miguel Mitlag, Nicolás Martella, Oscar Bony, Ruy Krygier, Santiago De Paoli, Tirco Matute e Ulises Mazzucca.

Sobre Alec Oxenford

Cofundador da OLX e da letgo, Alec Oxenford é um empresário argentino residente no Brasil. É grande colecionador e membro ativo de comunidades internacionais em prol das artes latino-americanas. Entre 2013 e 2019, dirigiu a Fundación ArteBA. Atualmente, é membro do Acquisition Committee do MALBA e da Latin American and Caribbean Fund (LACF) do MoMA.

Sobre Mariano Mayer

Nascido em Buenos Aires, Mariano Mayer é poeta e curador independente. Entre seus últimos projetos como curador, figuram Prudencio Irazabal (MUSAC, León, 2024) e Táctica Sintáctica (Marres, Mastricht, 2023 e CA2M, Móstoles, 2022). Publicou também Ir al motivo (Galeria Elba Benítez, Madrid, 2023), Fluxus Escrito (Caja Negra, Buenos Aires, 2019) e Justus (Câmara Municipal de Léon, 2007) e dirigiu o programa em torno da arte argentina: Una novela que comienza (CA2M, Móstoles, 2017).

Última itinerância da 35ª Bienal.

26/nov

De 30 de novembro de 2024 a 09 de março de 2025, a cidade de Porto Alegre, RS, receberá a última parada da itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, uma exposição correalizada pela Fundação Iberê Camargo e a Fundação Bienal de São Paulo. Curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel.

O evento encerrará o ciclo de exposições que, ao longo de 2024, percorreu dez cidades brasileiras e três internacionais, ampliando as discussões propostas pela Bienal de São Paulo em sua última edição, realizada em 2023. Ao todo, a 35ª Bienal alcançou 14 cidades, incluindo seu último destino.

Entre os 121 participantes da 35ª Bienal de São Paulo, sete deles estarão presentes com suas obras na Fundação Iberê Camargo: Aurora Cursino dos Santos, Katherine Dunham, MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin), Nontsikelelo Mutiti, Rosana Paulino, Ubirajara Ferreira Braga, e a dupla Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich. Os trabalhos selecionados para a última itinerância refletem diálogos sobre ancestralidade, memória e as complexas relações entre corpos, territórios e resistência, temas centrais desta edição da Bienal.

No dia 30 de novembro, durante a inauguração da itinerância, a entrada é gratuita e a equipe educativa da Fundação Bienal de São Paulo realizará uma visita mediada, às 15h30.

Uma exposição para Lita Cerqueira.

22/nov

Para celebrar os 50 anos do trabalho da Lita Cerqueira, a primeira fotógrafa negra profissional do Brasil, a CAIXA Cultural Salvador, BA, inaugurou, uma exposição que reúne as principais obras da artista que retrata a cultura e a vida do povo negro no país. A visitação é gratuita e ocorre até o dia 20 de dezembro.

A mostra “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 Anos de Fotografia”, organizada em sete núcleos curatoriais, destaca temas como ancestralidade e pertencimento, refletindo a perspectiva única de Lita Cerqueira como uma mulher negra e sua profunda conexão com o cotidiano e as histórias que eterniza através de suas lentes. Com um acervo de mais de 50 mil imagens, com obras em preto e branco de uma das mais ecléticas produções fotográficas do fim do século XX e início do XXI.

“Lita não apenas observa o mundo; ela o vive intensamente. Seu trabalho é um reflexo de sua própria história e das histórias daqueles que ela imortaliza através de suas lentes”, destaca Janaína Damaceno, curadora da mostra. Para Lu Araújo, que assina a coordenação geral, as fotos são manifestações de alma. “Ela consegue capturar a essência de cada pessoa, cada momento, com uma sensibilidade única. Lita é uma guardiã da memória do nosso povo”, afirma.

Em “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 anos de fotografia”, a artista compartilha com o público não apenas imagens, mas uma narrativa visual que resgata a ancestralidade e celebra a cultura negra. A exposição é um convite para reconhecer e valorizar a beleza e a força de um povo que, através das lentes de Lita Cerqueira, ganha visibilidade e respeito, além de pertencimento e resistência.

Eixos da Exposição:

O primeiro eixo da exposição é “Andar com fé”, que retrata o sagrado afro-brasileiro. No segundo, “Para o mundo ficar Odara”, o destaque é a beleza negra. Em “Zum zum zum”, as fotos são das rodas de copeira, enquanto em “Vou fazer minha folia”, o tema é o Carnaval. No quinto eixo, “Filhas de Oxum”, a artista captura a espiritualidade e ancestralidade das festas populares. Já em “Doces Bárbaros” e “Atraca que o Naná vem chegando”, estão os momentos intimistas nos quais a fotógrafa acompanhou grandes nomes da música popular brasileira, como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Atualmente, a artista participa da exposição “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, em Inhotim, parte integrante da mostra dedicada a Abdias Nascimento. Também está nas mostras “Lélia em Nós”, no Sesc Vila Mariana em São Paulo, “Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira” no CCBB de Belo Horizonte e na exposição itinerante “O que vem de dentro”, de Diógenes Moura.

Fonte: Mundo Negro

Arte mural em exibição.

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, recebe a artista amazonense Sãnipã, para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes do centro cultural. De 25 a 29 de novembro, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação de uma nova obra, realizada ao vivo durante o horário de funcionamento do prédio. Será possível observar as escolhas, técnicas e movimentos da artista. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 25 de janeiro de 2025.

A atividade faz parte da terceira temporada do projeto LING apresenta, e conta com a curadoria de Vânia Leal, atual Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e membro do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo. Após a finalização do mural, a artista Sãnipã irá comentar a experiência e o resultado em bate-papo com o público e a curadora, no dia 30 de novembro, sábado, às 11h, em frente à obra. Faça sua inscrição sem custo.

Amazônias: no tremor das vidas

Uma narrativa histórica da arte na Amazônia brasileira compreende muitas “Amazônias”, pois resguarda realidades diversas. Neste cenário, surge o projeto LING apresenta Amazônias: no tremor das vidas, como um disparador nessa perspectiva plural, com artistas que desentravam a compreensão da interculturalidade, dos contatos, das provocações e das possibilidades nesses espaços imensos quando a Amazônia se torna o centro de preocupação da humanidade. O tremor das vidas nas Amazônias está nas placas tectônicas, no tremor das pororocas, do jambu na boca e nos sentidos, no treme das aparelhagens, no tremor do mundo, no negacionismo da ciência, nas narrativas dos povos da floresta, no pó de paricá e no transe como parte da ancestralidade florestânica…A partir dessas provocações, a mostra aponta caminhos e impasses da arte compostos por artistas do continente amazônico. Estes discutem, por meio de investigações e territorialidade, as relações afetivas, políticas, sociais e culturais de identidades e de pertencimento, assim como o “imaginário geográfico”. Defende-se que a arte não pode se limitar à expropriação dos valores simbólicos e saberes materiais dos ribeirinhos, povos indígenas, quilombolas, assentados, afro-indígenas, castanheiros e de todo sujeito que mobiliza a sensibilidade de qualquer artista. É importante também ressaltar que, historicamente, esses sujeitos seguem elaborando estratégias criativas de sobrevivência como protagonistas, por meio de tecnologias ancestrais à manutenção da vida que pulsam nesses lugares poéticos e políticos. Entre o “bom selvagem” idealizado de uma visão romântica e o “inferno verde”, a Amazônia quase mitológica é o ambiente em que cabe ao artista criar pontes críticas com o real, dar asas ao imaginário e fortalecer o simbólico coletivo. Este é o desejo para esta edição do projeto LING apresenta.

Vânia Leal

Sobre a artista

Sãnipã nasceu em Lábrea, Amazonas, 1979. Sãnipã é artista visual dos povos Apurinã e Kamadeni do Amazonas. Sua obra reflete tradições e narrativas indígenas, abordando temas de identidade, ancestralidade e meio ambiente. Em pinturas, gravuras e instalações, expressa a conexão profunda com a natureza e o universo simbólico de seu povo, com uma estética de cores vibrantes e formas orgânicas. Sãnipã tem se destacado em exposições nacionais e internacionais, dando voz às culturas originárias em um contexto contemporâneo. Na 15ª Bienal Naïfs do Brasil, recebeu o prêmio Destaque-Aquisição, com a obra Totem Apurinã Kamadeni adquirida pelo Acervo Sesc, sendo a primeira mulher indígena amazonense na coleção. Suas principais exposições incluem Nipetirã, O Sopro Tribal sobre Outros Olhares, na Galeria do Largo; Amazônia Sou Eu!, em Nova Iorque; e a individual Dança Sagrada do Povo Apurinã, no Museu Amazônico.

Sobre a curadora

Vânia Leal Machado nasceu em Macapá, Amapá. Atualmente vive e trabalha em Belém, no Pará. Mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura e atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões. Foi Curadora Educacional do Projeto Arte Pará e fez a curadoria de exposições como Mastarel: Rotas Imaginais (2019) de Elaine Arruda no Banco da Amazônia, Tecidos de Certeza (2019) de Elisa Arruda na Galeria Elf, Coleção Eduardo Vasconcelos (2021) nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes no Centur,  A inversão do cotidiano (2022) de Elisa Arruda na Galeria Ruy Meira, Nhe Amba (2022) de Xadalu Tupã Jekupe no SESC Paraty, Gravado na Alma (2023) de Eduardo Vasconcelos no Banco da Amazônia, entre outras. Também foi curadora da primeira Bienal das Amazônias em 2022-2023. Atualmente, é Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e faz parte do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.

No Centro Histórico de Salvador.

14/nov

Depois de ganhar CEP baiano e abrir uma galeria de arte, o artista paulista Vik Muniz faz mais um investimento no Centro Histórico de Salvador, BA. Ele e Malu Barreto adquiriram um casarão, na Rua do Paço, no Santo Antônio Além do Carmo – mesmo bairro onde está localizada sua casa, – que funcionará como um espaço para agitos culturais já neste próximo verão. Na programação, estão previstas ações como almoço com música, rodas de samba, exposições, e outros eventos, sempre com o viés cultural. O espaço vai ganhar o nome de Casa Arara, o mesmo do camarote que Malu Barreto comandou até o último carnaval, na Avenida Marquês de Sapacuí, no Rio.

Gonçalo Ivo em Fortaleza.

Nome de referência na arte contemporânea, Gonçalo Ivo realiza exposição com obras inéditas na Galeria Multiarte, Fortaleza, CE. Conhecido pelo uso refinado de cores e formas geométricas em suas obras, sendo um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira inaugura a mostra “Zeigeist”. A exposição segue em cartaz até 17 de janeiro de 2025.

Com curadoria de Luiz Chysostomo de Oliveira Filho, presidente do Museu de Arte do Rio, a mostra conta com 56 pinturas feitas sobre tela, madeira, papel e pedra, e será acompanhada do livro “Gonçalo Ivo – Zeitgeist”. A exposição é a terceira de Gonçalo Ivo na qual busca retratar “o espírito do tempo” e reúne produções feitas nos últimos sete anos. A exposição é intitulada “Zeitgeist”, termo que significa “espírito de uma época”, e contará ainda com a exibição do filme “Gonçalo Ivo – Uma Biografia de Cor”, dirigido por Katia Maciel, feito especialmente para a mostra.

As pinturas, que fazem parte da produção mais recente do artista, integram as séries Le jeu des perles de verre (Jogos de contas de vidro), Cosmogonias e L’inventaire des pierres solitaires (O inventário das pedras solitárias).

As mais de 50 pinturas, foram guiadas pelo sentimento – e também, pela geografia, feitas em diversas partes do mundo, dos Estados Unidos ao ateliê em Teresópolis, além de Madri e Paris, as duas principais cidades onde Gonçalo Ivo faz morada. “Elas têm uma variedade não só geográfica, como etária. São obras de um artista que é um artista nômade”, conclui.