Mosaicografia 2016

08/nov

Começa nesta quarta, 09 de novembro, em curtíssima temporada, a exposição “Mosaicografia 2016”, somente até dia 20 de novembro no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico de Porto Alegre, RS, um evento internacional. Como a exposição é ao ar livre ela estará aberta 24 horas.
É a oportunidade de ver uma exposição de 400 fotografias, distribuídas em 20 painéis de dez metros cada um, com imagens que tiveram como proposta temática a Preservação. Ao todo são 166 fotógrafos selecionados e outros 24 convidados, do Brasil e do exterior. Profissionais reconhecidos em todo o mundo e artistas iniciantes juntos num grande mosaico exposto num local onde mais de 200 mil pessoas transitam diariamente.
Organização, produção executiva e curadoria de Gilberto Perin e Marcos Monteiro. A Mosaicografia tem patrocínio da TimacAgro e apoio institucional da Aliança Francesa de Porto Alegre e Prefeitura de Porto Alegre. Apoio da Virada Sustentável. Realização do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, e Governo Federal.

 
Até 20 de novembro.

 

Gaudí no Brasil

25/out

O Museu de Arte de Santa Catarina, Masc, Florianópolis, tornou-se a primeira cidade do país a receber a exposição “Gaudí, Barcelona 1900”, do arquiteto catalão Antoni Gaudí. A exposição conta com patrocínio da Arteris, com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte (SOL) e da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

 

 

Curadores destacam processos construtivos dos projetos de Gaudí

 

Os curadores da exposição, Raimon Ramis e Pepe Serra Villalba, destacam os processos construtivos dos projetos de Gaudí por meio de modelos tridimensionais que ressaltam detalhes de sua arquitetura. No design, móveis e objetos, que vão de maçanetas de metal a peças em cerâmica e madeira, mostram como a criação artesanal conseguiu fundamentar a indústria. O conjunto das obras reunidas do consagrado arquiteto catalão testemunha a invenção de uma original geometria, calculada a partir da observação e estudo dos movimentos da natureza. Com este princípio racionalista protagonizado pelo orgânico, Gaudí instaura uma estética moderna única que marcou definitivamente a cidade de Barcelona.

 

Para ilustrar ainda mais a potência de um período em que a capital da Catalunha surge como projeto moderno de cidade, os curadores selecionaram 26 trabalhos entre objetos e elementos decorativos concebidos pelos chamados ensembliers(artesãos de alto nível), além de 16 pinturas. São artistas contemporâneos a Gaudí, que desenvolveram suas obras conforme os preceitos do modernismo catalão. Entre eles destacam-se os pintores Ramón Casas e Santiago Rusiñol, e ensembliers como Gaspar Homar ou Joan Busquets, que decoraram e mobiliaram as casas da burguesia catalã do período.

 

Trata-se da mesma burguesia que colaborou para a inovação e processo de integração entre urbanismo, arquitetura, arte, design e indústria, atuando como mecenas dessa importante geração de artistas e artesãos que configuraram um dos movimentos mais férteis e representativos da cultura catalã. “Um momento em que foram construídos os fundamentos culturais da Catalunha atual, em que o processo industrial, o lado íntimo, o momento, o acaso, a mecanização, entre outros, vão ganhando espaço, e a atividade artística vai se abrindo a novas propostas”, explicam os curadores. Neste panorama, sugere ainda a dupla, a obra de Gaudí condensa o debate técnico, estético, ideológico e social da virada do século.

 

A exposição “Gaudí, Barcelona 1900” reúne 71 obras do mestre catalão, sendo 46 maquetes (quatro delas em escalas monumentais) e 25 peças entre objetos e mobiliário. Completam a mostra mais 42 trabalhos de outros artistas e artesãos de Barcelona, produzidos nos anos 1900. Os trabalhos expostos procedem do Museu Nacional de Arte da Catalunha, Museu do Templo Expiatório da Sagrada Família e da Fundação Catalunya-La Pedrera, Gaudí.

 

 

 

Até 30 de outubro.

Arte, Valor e Mercado

21/out

Galeria Mamute promove no dia 27 de outubro, debate sobre arte e mercado de arte na Sala Multiuso Leste do Santander Cultural, Centro, Porto Alegre, RS. O curso oferece certificado de conclusão pelo PPGAV/UFRGS.O campo artístico tem tido dificuldade em compreender os processos de formação de valor da arte, considerando seus aspectos simbólicos e, principalmente, mercadológicos. Neste evento propomos abrir esta discussão a partir das pesquisas de duas especialistas focadas nestas problemáticas, no Brasil e no mundo, desde o início do século XX até a contemporaneidade. Um debate que diz respeito tanto a artistas, críticos, galeristas, produtores, colecionadores e demais interessados nas práticas artísticas.

 

 

A construção do valor na Arte Moderna e na Arte Contemporânea.

 

Com Maria Lucia Bueno – Mediação Maria Amélia Bulhões

Das 10h às 13h

 

A construção do valor na arte moderna e na contemporânea é um processo altamente complexo, que se desenvolve em diferentes escalas (local e transnacional) entre as instituições e o mercado, envolvendo uma constelação de agentes, eventos e operações. Nesta apresentação, embasada em pesquisas recentes e tendo como referências alguns casos exemplares, vamos abordar a questão a partir de três instâncias específicas:as coleções, as exposições e os arquivos.

 

 

Sobre a palestrante

 

Maria Lucia Bueno, é pesquisadora e professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde atua nos Programas de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens e  em Ciências Sociais. Realizou diversos estágios de pesquisa em nível depós doutorado no exterior, dos quais os mais recentes foram realizados no Institut d’études européennes (Université Paris 8, 2015-16) e no departamento de sociologia da New School for Social Research (New York, 2016), ambos financiados pela Capes. Com pesquisas nas áreas de sociologia da cultura e da arte, e história social da arte, publicou entre outros, Artes Plásticas no Século XX: Modernidade e Globalização (Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp/IMESP/FAPESP, 2001 e em versão eletrônica em Houston, ICAA/MFAH, 2015) e Sociologia das Artes Visuais no Brasil (São Paulo: Editora do Senac, 2012).

 

 

 

O Mercado e o Sistema de Arte Contemporânea no Brasil

 

Com Ana Letícia Fialho – Mediação Niura Borges

Das 14h30 às 17h30

 

O sistema da arte contemporânea no Brasil viveu recentemente um período bastante positivo, de grande visibilidade, dinamismo, expansão e internacionalização. Nesse processo, o crescimento do mercado e os interesses mobilizados por seus agentes (artistas, galeristas e colecionadores) parecem ter sido determinantes. Atualmente, o contexto nacional já não é tão favorável, a instabilidade política e a estagnação da economia estão afetando o campo da cultura, e há fortes indícios de retração dos investimentos públicos e privados no campo da arte contemporânea, enquanto o processo de internacionalização da produção e do mercado parece prosseguir. A fim entender o impacto dessas mudanças recentes na (re)configuração do sistema da arte no Brasil, neste seminário retomaremos dados de pesquisas que apontam para um forte desequilíbrio entre a esfera de produção, o mercado e as instituições.

 

 

Sobre a palestrante

 

Ana Letícia Fialho é Doutora em ciências da arte e da linguagem pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris (EHESS) e bacharel em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é gerente executiva do Programa Cinema do Brasil e pesquisadora associada ao Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP). Com mais de quinze anos de experiência profissional nas áreas de ensino, pesquisa e gestão cultural, já atuou junto a organizações como a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), o Fórum Permanente, a Fundação Iberê Camargo, a Bienal do Mercosul, o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, o Ministério da Cultura, entre outras.É co-autora do livro O valor da obra de arte (Metalivros, 2014).

 

Inscrições na plataforma:  https://goo.gl/LclyMi

 

 

 

Dia 27 de outubro de 2016

 

– Das 10h às 13h– Palestra com Maria Lúcia Bueno, Mediação de Maria Amélia Bulhões, com Coffee break.

 

– Das 14h30 às 17h30 – Palestra com Ana Leticia Fialho, Mediação de Niura Borges, com Coffeebreak

Gonçalo Ivo no MON

20/out

A metáfora de um corpo ou mais especificamente de uma pele na obra de Gonçalo Ivo é o ponto central da mostra “Gonçalo Ivo: A Pele da Pintura”, que poderá ser visitada no Museu Oscar Niemeyer, MON, Curitiba, PR, a partir de 28 de outubro. Com curadoria do crítico Felipe Scovino, a exposição apresenta mais de 100 obras, entre aquarelas, objetos e pinturas, que percorrem a trajetória do artista nas duas últimas décadas. Sob coordenação e supervisão de Flávia Simões de Assis e Waldir Simões de Assis Filho, a exposição “Gonçalo Ivo: A pele da Pintura” teve sua produção realizada por Rafaela Tascae expografia assinada pelo escritório da arquiteta Fernanda Cassou.

 

Gonçalo Ivo é um dos mais destacados artistas brasileiros da geração 80. Radicado na Europa há 15 anos, possui ateliês em Paris e Madri, alternando-se em temporadas de trabalho com o Rio de Janeiro, onde mantém seu ateliê na serra de Teresópolis. Sua obra é reconhecida internacionalmente, sendo exposta em destacadas galerias e museus do Brasil e do exterior. Recentemente seus trabalhos foram apresentados em diversas instituições como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Instituto Moreira Salles – São Paulo e Rio de Janeiro -, Espace Krajcberg, Paris e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

Para Juliana Vosnika, diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, a mostra é um convite para um mergulho na arte em sua camada mais profunda, “Estamos sempre buscando trazer para o nosso visitante o que há de mais prestigiado no cenário nacional e internacional. Esta mostra que apresenta obras de Gonçalo Ivo nos últimos 20 anos é um convite para uma experiência intensa que passa pela excelência técnica e pela inspiração diversificada de um pintor cuja história transcende as fronteiras do Brasil”, relata Juliana.

 

Em “Gonçalo Ivo: A Pele da Pintura”, a curadoria propõe a metáfora da pele como ponto da trajetória do artista, “É uma cor-matéria que vibra incessantemente e também se adequa como uma fina camada epidérmica sobre a tela-corpo. A cor confunde-se com a pele podendo ser na obra de Gonçalo, rugosa, desigual, seca, vibrante.”, analisa Felipe Scovino que reforça também as qualidades harmônicas e musicais da obra de Gonçalo, expressas na escolha dos títulos de algumas de suas obras: como contraponto, acorde, variações para coral e prelúdio. “A qualidade intervalar, que é construída por meio dos módulos de cor, me leva a crer que suas pinturas, agrupadas em um conjunto, podem ser lidas também como uma partitura.”, analisa o curador.

 

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no dia 15 de agosto de 1958, na cidade do Rio de Janeiro, Gonçalo Ivo é filho do poeta Lêdo Ivo e da professora Maria Leda Sarmento de Medeiros Ivo. Levado por seus pais desde a infância, visitou, com assiduidade, os ateliers dos artistas Abelardo Zaluar, Augusto Rodrigues, Emeric Marcier e Iberê Camargo. Estudou pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em 1975, sob a orientação de Aluísio Carvão (1920 – 2001) e Sérgio Campos Melo. Arquiteto, formado pela Universidade Federal Fluminense – UFF, exerce atividades como professor do Departamento de Atividades Educativas do MAM/RJ, entre 1984 e 1986, e como professor visitante da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – EBA/ UFRJ, em 1986. Trabalha também como ilustrador e programador visual para as editoras Global, Record e Pine Press. No decorrer de sua carreira, vem realizando diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. A partir do ano 2000 radicou-se em Paris, cidade que escolheu para se estabelecer com a família e montar atelier. Em 2013, instalou seu segundo atelier na Europa, situado em Madri, alternando períodos de trabalho entre França, Espanha e Brasil. Vários livros foram publicados enfocando sua obra, com textos de críticos brasileiros e internacionais. Gonçalo Ivo é representado em Curitiba, PR, pela Simões de Assis Galeria de Arte.

 

 

Sobre o curador

 

Felipe Scovino é crítico de arte e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui pós-doutorado em Artes Visuais e História e Crítica de Arte pela UFRJ, onde é professor no Programa de Pós- Graduação em Artes Visuais. Seu foco de trabalho é a arte contemporânea e a produção artística brasileira das décadas de 1960 e 1970. Recentemente realizou a curadoria das exposições “Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura”, apresentadas no CCBB de Brasília, Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, Museu de Arte Moderna de São Paulo e na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

 

 

 

De 27 de outubro a 26 de fevereiro.

Coletiva na SIM galeria

17/out

A Sim galeria, Curitiba, Paraná, apresenta a exposição coletiva “Toda janela é um projétil,é um projeto,é uma paisagem” com obras assinadas por Alfredo Volpi, Ana Elisa Egreja, Andre Komatsu, Antonio Bandeira, Antonio Malta Campos, Awst & Walther, Caio Reisewitz, Cícero Dias, Djanira, Edgard de Souza, Guignard, José Pancetti, Julia Kater, Juliana Stein, Luisa Brandelli, Marcelo Moscheta, Manuela Eichner, Mayana Redin, Miguel Bakun, Patricia Leite, Paulo Monteiro e Pedro França. A curadoria é de Paulo Miyada.

 

 

A palavra da curadoria

 

Toda janela é um projétil, é um projeto, é uma paisagem

 

Na história da humanidade, nem toda morada tem janelas e nem toda paisagem se percebe desde ambientes interiores. Mas, toda vez que há janelas, é possível percebê-las como metáfora e metonímia de modelos de privacidade, abordagens do espaço público e concepções da paisagem. Quem abre janelas edita, idealiza e constrói seu território.

 

Na história da arte, nem toda imagem é representação e nem toda representação emula a espacialidade de uma janela. Mas, toda vez que se representa uma paisagem,existe a oportunidade de exemplificar, demonstrar, analisar, criticar e/ou refletir os modos de percepção e concepção do território atuantes em dada época e lugar.

 

Embora lide com escalas espaciais e temporais que podem extrapolar as dimensões das vidas dos indivíduos, a própria concepção da paisagem é uma ação humana,que se faz junto do ambiente natural, mas nunca coincide com ele. Ver o mundo,enquadrá-lo e representá-lo é um ato de linguagem e, por consequência, de desígnio,desejo, expectativa e apreensão.

 

Assim, a história das paisagens de um território não é apenas uma oportunidade para refletir sobre continuidades e rupturas entre estilos, subjetividades e técnicas de dada cultura, mas também um lugar privilegiado de reflexão sobre projetos de humanidade, sociedade e presença em dado ambiente habitado.

 

Toda janela é um projétil, é um projeto, é uma paisagem é um ensaio expositivo com alguns dos mais relevantes paisagistas modernos brasileiros (junto a seus ideais de tempo, espaço e vida) e diversos artistas contemporâneos que se dedicam contínua ou pontualmente a reencontrar imaginários possíveis para a existência em seus territórios.

 

Há um tanto de isomorfismo, outro tanto de coincidência, mas o que realmente motiva este ensaio é fazer aflorar hipóteses de geografia humana cantadas pelos artistas em suas paisagens.

 

O embaralhamento entre tempos e regiões pode servir para deixar latentes ressonâncias entre sentidos poéticos ou processuais, em detrimento de reiterações classificatórias ou cronológicas. Objetos e objetivos transbordam categorizações,enquanto cada artista histórico atrai uma vizinhança peculiar.

 

Cícero Dias evoca uma visada alegórica da paisagem brasileira e, assim, dialoga com Manuela Eichner, Luisa Brandelli, Ana Elisa Egreja, Patricia Leite e Mayana Redin, em um conjunto que traz ainda a ressonância do imaginário vernacular em Djanira.Em seguida, José Pancetti agrega abordagens da paisagem em que são soberanas a duração, a intensidade e a extensão praieiras, acompanhado por Caio Reisewitz,Juliana Stein e a dupla Awst& Walther – além um desdobramento da obra de Redine pontuações de Alfredo Volpi e Miguel Bakun.

 

Já Alberto da Veiga Guignard condensa a paisagem como essencial substância mnemônica que se pode empilhar, acumular ou atravessar. Nisso está acompanhado por Edgard de Souza e Julia Kater. Bakun também pontua a sala e em seguida desfila modos de apreender empiricamente seu entorno, como quem faz da arte ferramenta de teste, assim como Marcelo Moscheta e Pedro França.

 

Adiante, Antonio Bandeira enfrenta a paisagem urbana como tensionamento expressivo da grelha ortogonal, ao lado de André Komatsu e de outro conjunto de obras de França. Finalmente, Volpi aborda também o espaço urbano, mas como ritmo prosaico de cores e formas pictóricas. A malevolência sagaz de seus gestos é aqui aproximada de obras de Antônio Malta Campos e Paulo Monteiro.Frente a esse panorama, algo que talvez impacte os mais inquietos com o estado do mundo em geral e especialmente de nosso país e de suas políticas será o caráter minoritário dos projetos ambientais encapsulados por essas poéticas, o modo como todas elas contrastam radicalmente com o que o Brasil tem anunciado como signo do desenvolvimento e do progresso. Seriam então os artistas sempre românticos em sua concepção da paisagem? Ou será que somos nós demasiado cegos para a correspondência entre o que vemos pela janela e o que vivemos em nossos corpos.

 

Paulo Miyada

 

 

 

De 21 de outubro a 17 de dezembro.

Alberto Martí em Salvador

13/out

“Os Adeuses” é a mostra fotográfica que o Instituto Cervantes, Ladeira da Barra, Salvador, BA, apresenta a partir do dia 17 de outubro em sua galeria de arte. A exposição reúne 51 imagens em preto e branco do premiado fotógrafo espanhol Alberto Martí, que documentou a grande epopéia da emigração de habitantes da Galícia, norte da Espanha, para a América, no final da década de 1950. Um dos pontos de chegada foi o Brasil, com maior concentração no território baiano.

 

 

Na abertura da mostra, no dia 17, às 19h30, haverá uma apresentação de música tradicional galega. A exposição é um dos atos comemorativos à passagem da Semana da Espanha em Salvador, cuja programação incluirá eventos sociais e institucionais, além de desfile militar e uma homenagem ao espanhol Fadrique de Toledo, capitão das tropas que expulsaram os holandeses de Salvador no século XVII. Haverá ainda a chegada ao porto da capital baiana do barco-escola espanhol Juan Sebastian Elcano.

 

 

Sobre o artista

 

Alberto Martí Villardefrancos nasceu em A Coruña, na Galícia, em 1922. Começou a trabalhar aos 12 anos de idade numa tradicional e legendária loja de fotografia galega chamada “Foto Blanco”. Mais tarde, se tornaria um dos fotógrafos mais importantes do centenário periódico “La Voz de Galícia”, onde trabalhou por décadas.  Com mais de 70 anos dedicados à fotografia, Martí recebeu numerosos prêmios nacionais e internacionais, em cidades como Madri, Barcelona e Buenos Aires. A premiação mais importante foi ganha em Madri, em 1960 – o Prêmio Nacional de Fotografia.

 

Com uma visão jornalística e grande senso estético, Alberto Martí foi testemunha de tudo o que ocorreu na cidade de A Coruña durante as últimas sete décadas. Documentou especialmente o embarque dos galegos entre os anos 1957 e 1963 desde os portos da Coruña e Vigo.  São imagens protagonizadas por gente anônima que tinha na fuga da Espanha uma forma de buscar melhores condições de vida na América.

 

 

Navio seqüestrado

 

Com curadoria de José Caruncho, a exposição está estruturada em três áreas: A Ida, A volta e O Navio “Santa Maria” (barco que fazia a rota Caracas-Lisboa-Vigo e foi sequestrado em 1961 com 586 passageiros, pelo Diretório Ibérico de Liberação com o objetivo de atrair a atenção mundial sobre a situação que estavam vivendo Portugal e Espanha com as ditaduras de Salazar e Franco). Segundo Pilar Cagiao Vila, membro do Conselho da Cultura Galega, as fotografias de Alberto Martí rodeavam as partidas dos emigrantes, “desde a chegada ao porto, ao terminal de passageiros, até a espera da partida e a acomodação a bordo, passando pelo mundo dos trâmites, dos papeis e dos funcionários”.

 

 

Até 17 de dezembro.

Evento

11/out

 

O evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani” apresenta seminário, lançamento de publicações e recital no dia 11 de outubro, terça, no Instituto de Artes da UFRGS, Centro, Porto Alegre, RS, com entrada franca para todas as atividades.

 

 

Programação

 

Evento: “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”:15h30: Seminário “Múltiplos e Únicos”, com Carlos Martins, Jailton Moreira e Paulo Silveira; 18h: lançamento das publicações “Vaga-Lume: mostra de vídeo experimental (2002-2011)” e “A última parede”; 18h30: “Lecture-recital: “Scattered Loves”’, de Celso Loureiro Chaves, e ‘Um ponto ao Sul’, de Maria Lucia Cattani: intersecções composicionais”, com Celso Loureiro Chaves e vídeo de Marta Biavaschi.

 

Locais de realização dos eventos: Seminário e lançamento das publicações: Pinacoteca do IA/UFRGS (Rua Senhor dos Passos, 248, primeiro andar); recital: Auditorium Tasso Corrêa do IA/UFRGS.

 

Nesta terça-feira, 11 de outubro de 2016, acontecem no Instituto de Artes da UFRGS as atividades do evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”. Das 15h30 às 18h, será realizado na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo o Seminário “Múltiplos e Únicos” com Carlos Martins, Jailton Moreira e Paulo Silveira. O Seminário busca estabelecer um diálogo com a obra de Maria Lucia Cattani, em exposição na Pinacoteca do IA/UFRGS até o dia 27 de outubro.

 

Logo a seguir, às 18h, serão lançadas as publicações Vaga-Lume: mostra de vídeo experimental (2002-2011), com organização de Elaine Tedesco e Lu Rabello, e A última parede, com organização de Nick Rands, ainda na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo do IA/UFRGS.

 

Finalmente, às 18h30, no Auditorium Tasso Corrêa do IA/UFRGS, haverá a “Lecture-recital: ‘Scattered Loves’, de Celso Loureiro Chaves, e ‘Um ponto ao Sul’, de Maria Lucia Cattani: intersecções composicionais”, com Celso Loureiro Chaves e vídeo de Marta Biavaschi.

 

A exposição “Maria Lucia Cattani: Gestos e Repetições” tem curadoria de Maristela Salvatori e Paulo Silveira e traz a público um panorama da obra Maria Lucia Cattani (1958 – 2015), importante artista que integrou uma geração que ganhou projeção a partir dos anos oitenta e atuou como pesquisadora e docente no IA/UFRGS, tendo integrado o corpo docente de seu Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) de 1991 até sua aposentadoria, em 2013.

 

As atividades buscam preservar a memória e render homenagem à Maria Lucia Cattani. Tem entrada franca sem necessidade de inscrição prévia e fazem parte da programação comemorativa aos 25 anos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do IA/UFRGS. Promovidas pelo Grupo de Pesquisa Expressões do Múltiplo/CNPq, tem apoio da Pró-Reitoria de Extensão e da Pró-Reitoriade Pesquisa da UFRGS, da ADUFRGS Sindical e do Atelier de Massas.

 

 

Sobre os participantes do evento “Diálogos com a obra de Maria Lucia Cattani”.

 

Carlos Martins

 

Gravador, desenhista, museólogo, curador, professor. Na década de 1960, muda-se para São Paulo. Forma-se em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1969. Três anos depois, estuda desenho e pintura na Escola Brasil. Entre 1973 e 1977, viaja para a Europa e frequenta cursos de gravura em metal na Chelsea School of Art, na Sir John Cass School of Arts e na Slade School of Arts, na Inglaterra. Na Itália, em Urbino, frequenta a Academia Raffaelo. De volta ao Brasil, em 1978, participa do 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA. Expõe na 2ª Bienal Iberoamericana, realizada pelo Instituto Cultural Domecq, no México, em 1980. Recebe, em 1982, o prêmio de melhor gravador pela Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA. Em 1986, viaja para Nova York para estudar monotipia. Ao retornar ao Brasil, leciona gravura na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ e no Museu Histórico do Ingá, em Niterói, Rio de Janeiro. Em 1984, funda o Gabinete de Gravura do Museu Nacional de Belas Artes e, entre 1991 e 1995, dirige os Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro. Ao lado de Valéria Piccoli, torna-se curador da Coleção Brasiliana de Jacques Kugel, em 1996. Adquirida pela fundação inglesa Rank-Packard, essa coleção vem para o Brasil, em regime de comodato, sob responsabilidade da Fundação Estudar, e, em 2002, é doada em caráter definitivo. Em 2006, com Valéria Piccoli e EddyStols, publica o livro O Diplomata e Desenhista Benjamin Mary e as Relações da Bélgica com o Império do Brasil.

 

Jailton Moreira

Vive e trabalha em Porto Alegre. Bacharel em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS. Como artista participou de várias exposições individuais e coletivas com destaque para “Trabalhos Insistentes” – Galeria Obra Aberta, Porto Alegre, RS (2002), III e V Bienal de Artes Visuais do Mercosul , Porto Alegre, RS (2001/2005),  Panorama de Arte Brasileira do MAM de São Paulo, São Paulo SP (2001/2003/2005), “Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture” – MAC de Chicago e Barbican Gallery de Londres (2005), V e X Salão Nacional de Artes Plásticas, FUNARTE/INAP, Rio de Janeiro, RJ (1982/1988). Como curador destacam-se a participação no projeto Rumos Visuais Itaú Cultural (1999/2003), e a exposição Convivências – 10 Anos da Bolsa Iberê Camargo, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre (2010/2011). Criador do Torreão (1993/2009), junto com Elida Tessler, espaço de reflexão e criação de arte contemporânea em Porto Alegre. Ministrou cursos de história da arte por várias cidades brasileiras.

 

Paulo Silveira

Professor no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando na graduação e na pós-graduação. Bacharel em Artes Plásticas (com habilitações em Desenho, 1986, e em Pintura, 1988) e em Comunicação Social (1980) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre e Doutor em Artes Visuais pela UFRGS (1999 e 2008, ênfase em História, Teoria e Crítica da Arte), incluindo estágio de pesquisa junto a Université Paris 1, Panthéon-Sorbonne (2006). Pesquisador em história e teoria da arte, com ênfase no estudo da linguagem e contexto de obras e dispositivos instauradores da arte contemporânea, intermídia histórica, percepção da obra de arte, estética e retórica das publicações de artistas e metodologia da pesquisa. Membro do Comitê Brasileiro de História da Arte, CBHA, e da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, ANPAP (comitê de História, Teoria e Crítica de Arte). Colaborador de instituições acadêmicas, grupos de pesquisa e publicações do Brasil e do exterior. Criador e coordenador do Fundar: grupo de pesquisa sobre instauradores da arte contemporânea (UFRGS/CNPq). Juntamente com Maria Lucia Cattani, colaborou com o projeto What will be the canon for the artist’s book in the 21st Century?, University of West of England, Bristol (2010).

 

Celso Loureiro Chaves

Compositor, pianista e arquiteto, ele é Doutor em Artes Musicais pela University of Illinois at Urbana-Champaign, nos Estados Unidos, e professor de História da Música e Composição Musical do Instituto de Artes da UFRGS, além de professor-orientador do Programa de Pós-Graduação em Música da Ufrgs. Atualmente é Pró-Reitor de Pós-Graduação na UFRGS. Como intérprete de piano é uma presença respeitada no circuito musical erudito da capital. Em 1994 gravou o CD Uma ideia de café, com a obra para piano de Armando Albuquerque, o qual foi lançado posteriormente em 2001. Seu livro Memórias do Pierrô Lunar foi lançado pela L&PM em 2006. Seu segundo CD, o primeiro com composições de sua autoria, “Balada para o avião que deixa um rastro de fumaça no céu”, foi lançado em 2013 no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre, com participação da pianista Luciane Cardassi e da Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro, sob a regência de Antônio Carlos Borges Cunha. Por esse CD, Celso recebeu em 2014 o Prêmio Açorianos de Melhor Compositor Erudito.

 

Mostra de Fifi Tong

27/set

A partir da influência da carga genética na construção da família brasileira, a fotógrafa Fifi Tong, de origem chinesa, nascida em Passo Fundo no interior do Rio Grande do Sul e radicada em São Paulo desde 1992, retorna às suas origens para expor 31 retratos em preto e branco nas salas Negras do MARGS, Centro Histórico, Porto Alegre, RS.

 

Tudo começou com o retrato da família de Fifi, após revelar as imagens percebeu que poderia realizar um projeto significativo, eternizando gerações. No início fotografou apenas mulheres, na sequencia resolveu retratar famílias que carregavam traços no tempo. Após quinze anos de pesquisa, a fotógrafa reuniu em seu livro, “Origem – Retratos de Família no Brasil”, 50 fotografias de histórias, de etnias, níveis sociais e de diferentes regiões.

 

Conhecida no meio publicitário como uma das grandes retratistas brasileiras, Fifi clicou filhos e netos de africanos, europeus e asiáticos. Um dos objetivos do livro é propor a discussão do valor da família, mostrando a diversidade que compõem a população brasileira, fruto de migrações incessantes, dotada de uma cultura favorável à miscigenação.

 

Sobre a artista

 

Fotógrafa de origem chinesa, nascida em Passo Fundo no interior do Rio Grande do Sul, começou a fotografar aos 17 anos e logo no primeiro ano, venceu o concurso, Criança Sem Fronteiras, na categoria Amador, em Porto Alegre/RS. Em 1980, aos 18 anos, ingressou no Art Center College of Design, em Pasadena, Califórnia, onde se graduou com o titulo de B.F.A em fotografia. Iniciou sua carreira, trabalhando em Los Angeles e Milão. Como free lancer colaborou para estúdios de grandes agências brasileiras como a DPZ e W/Brasil. Em 1992 abriu estúdio próprio, publicando em 2009, o livro Origem – Retratos de Famílias no Brasil, com exposição homônima no Memorial do Imigrante, em São Paulo, com curadoria de Diógenes Moura. De lá pra cá Origens percorreu o Brasil com exposições individuais em 2013 no Rio de Janeiro no espaço Furnas Cultural e em Salvador no Centro Cultural dos Correios no ano de 2015, já no exterior foi à vez dos argentinos apreciarem as belíssimas imagens captadas pelo olhar sensível de Fifi em Buenos Aires no Centro Cultural Borges e em Salta no Museo de Arte Contemporâneo ambos em 2012. O livro Origem em 2010, foi premiado em terceiro lugar, no International Photography Awards na categoria Livro do Ano. Inquieta a fotógrafa participou paralelamente a este grandioso projeto de outras exposições. Em 2010 da mostra coletiva Eternal Feminine Plural, na Organização Internacional do Trabalho, em Genebra. Em abril de 2012 expos imagens da série Um Lugar Só Seu, no Espaço de Arte Trio, em São Paulo, com curadoria de Carolina Magano Prado. Nesse mesmo ano, participou do XVII Encuentros Abiertos, no Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires, com a individual O Tempo está Passando, série de retratos que documenta pessoas com mais de cem anos. Ainda no mesmo ano, participa da coletiva O Mais Parecido Possível – O Retrato, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, com curadoria de Diógenes Moura. Em outubro de 2013, faz parte da coletiva Jornada da Longevidade Arte e Cultura, com a exposição Entretempos: memória, com texto de Simonetta Persichetti.

 

De 06 de outubro a 06 de novembro.

Ilustrações

A Pinacoteca Aldo Locatelli, localizado na Praça Montevidéu, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, inaugurou a mostra “A Escrita se Fez Imagem”, com ilustrações de Nelson Boeira Fäederich para as obras “Contos Gauchescos” e “Lendas do Sul”, de João Simões Lopes Neto. A exposição faz parte da programação que assinala os 100 anos de morte do escritor pelotense e tem patrocínio da Celulose Riograndense. Na ocasião, foi apresentada a performance “A Casa de Mbororé”, com o ator Hélio Oliveira.

 

Encontram-se expostas cerca de 50 obras de Fäedrich realizadas em têmpera, nanquim e scratchboard (em que se raspa a tinta nanquim preta de uma prancha para revelar as linhas do desenho ) pertencentes ao acervo da Fundacred (empresa que incorporou a Pinacoteca APLUB). A curadoria é de Paula Ramos, autora de “A Modernidade Impressa – Artistas Ilustradores da Livraria do Globo – Porto Alegre”, livro que também recupera e analisa a poética do artista plástico que nasceu em 1912, em Porto Alegre, onde morreu em 1994, tendo atuado também como publicitário, pintor e escultor.

 

O artista, quando trabalhou na Editora Globo, criou capas e ilustrações para livros de vários escritores gaúchos, como Érico Veríssimo e o homenageado Simões Lopes Neto. Os originais de suas ilustrações para “Os Contos de Andersen” estão no acervo do Museu Hans Christian Andersen, na Dinamarca.

 

 
Até 18 de novembro.

Ozi, 30 anos de Arte Urbana

19/set

 

CAIXA Cultural Recife, Praça do Marco Zero – Bairro do Recife Antigo,

PE, apresenta a exposição “Ozi – 30 anos de Arte Urbana no Brasil” em temporada até 20 de novembro de 2016. Ozi é o nome artístico do paulistano Ozéas Duarte, um dos ícones da primeira geração da arte urbana brasileira, que celebra três décadas de trabalho com esta mostra, que tem curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Ozi se destaca no Brasil e no exterior pela pesquisa sobre a técnica de estêncil com estética Pop e reúne na CAIXA um raro material sobre o grafitti nacional.

 

São 85 peças de tamanhos variados que representam um inventário desta importante parte da Street Art brasileira: documentos, registros fotográficos, depoimentos e obras do artista em diferentes tipos de suportes, que datam desde 1984 até o período atual. Para o curador Marco Antonio Teobaldo, é um material raro sobre a história do grafitti no Brasil. “Durante a pesquisa para realização da mostra, foram entrevistados artistas que fizeram parte daquela cena urbana inicial e novos artistas, que traçaram um panorama sobre a Arte Urbana no Brasil e a importância da obra de Ozi neste contexto”, explica.

 

A exposição está dividida em quatro segmentos: “Rua”, “Arte fina”, “Matrizes” e “Bio”. No segmento “Rua” são expostas obras em grandes dimensões, trazendo a linguagem utilizada por Ozi nos espaços públicos dos centros urbanos. As paredes da galeria recebem intervenções com os grafites do artista formando um imenso mural multicolorido.

 

Em “Arte Fina” estão obras criadas em suportes variados, normalmente expostas em galerias e adquiridas por colecionadores durante a trajetória do artista. São telas emolduradas, madeiras, metais, objetos de uso doméstico, latas de spray e outros itens, que formam uma coleção de pinturas, esculturas e assemblages. Entre as obras, há uma série de estêncil sobre bolsas falsificadas com marcas de luxo, compradas no mercado popular da Rua 25 de Março, em São Paulo.

 

Em “Matrizes” será exibido pela primeira vez um conjunto de máscaras de estêncil dos trabalhos mais emblemáticos da sua carreira, criados durante o período de 1984 até 2015. São verdadeiras raridades que estarão disponíveis para a observação dos visitantes, como as obras da série “Museu de Rua”, com referências a artistas como Anita Malfati, Van Gogh, Di Cavalcanti, Roy Lichtenstein e Picasso. Em Bio, dois vídeos reúnem depoimentos do artista e de parceiros de profissão, que remontam a história da Arte Urbana no Brasil. Do acervo pessoal do artista, são exibidas imagens históricas dos primeiros grupos de grafiteiros e suas intervenções na cidade de São Paulo, materiais gráficos de época e recortes de jornal.

 

 

Origem da Cena Urbana

 

A “Street Art” no Brasil surgiu em 1978, em São Paulo, durante o período de ditadura militar, com Alex Vallauri, que reuniu outros artistas como Waldemar Zaidler e Carlos Matuck, e posteriormente Hudnilson Jr., John Howard, Julio Barreto, Ozi e Maurício Villaça.  Este último, abriu as portas de sua casa e transformou-a na galeria Art Brut, que se constituiu em um espaço da cena underground daquela época e acolheu artistas visuais e performáticos, poetas e toda sorte de visitantes atraídos por aquela nova forma de pensamento artístico. Foi a partir do encontro destes artistas, que se iniciou uma série de intervenções e ações públicas na capital paulistana, que fariam história na constituição do grafitti brasileiro.

 

 

Sobre o artista

 

Ozi é paulistano e faz parte da primeira geração do grafitti brasileiro, quando em 1985 iniciou suas primeiras intervenções urbanas, junto com Alex Vallauri e Maurício Villaça. Desde então, desenvolve pesquisa sobre a técnica de estêncil, criando suas obras a partir de uma estética Pop. Durante sua trajetória profissional, participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior. Atualmente é representado pelas galerias Espace-L, em Genebra (Suíça), e A7MA, em São Paulo. Seus trabalhos figuram em publicações nacionais e estrangeiras. Ozi viveu uma época em que a repressão sufocava, segundo ele mesmo, fugir da polícia e das bombas de gás era costumeiro. “Lembro que o Alex Vallauri escrevia “Diretas já” e o Maurício Villaça chegou a pintar uma Salomé dançando com a cabeça do Sarney em suas mãos. O pensamento geral era que qualquer pessoa ligada à arte era subversiva ou comunista”, recorda. Ozi aprendeu a fazer estêncil com Villaça, que o instruiu tecnicamente como recortar as máscaras. Em 1985, registrou na rua a sua primeira arte com estêncil, técnica que acabou se tornando a sua marca registrada durante toda carreira artística.

 

 

Sobre o curador

 

Marco Antonio Teobaldo é jornalista, curador e pesquisador. Mestre em Curadoria em Novas Tecnologias pela Universidad Ramón Llull, de Barcelona, Espanha. Desde 2007, vem trabalhando como pesquisador e curador de Artes Visuais, com especial atenção à Arte Urbana. Atualmente, Teobaldo dirige a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea (Região Portuária do Rio de Janeiro), situada em um dos mais importantes sítios arqueológicos da Rota do Escravos (Unesco), onde realiza propostas curatoriais com artistas brasileiros e estrangeiros, reunindo mídias tradicionais (pintura, desenho e escultura), fotografia, novas tecnologias (vídeo, arte sonora e arte digital), arte urbana e performance. É curador residente da Casa da Tia Ciata, com exposição permanente sobre a memória de uma das maiores referências da história do samba. Junto com o artista visual Eduardo Denne, idealizou o Parede – Festival Internacional de Pôster Arte, em 2008 e 2010, no Rio de Janeiro, que reuniu em sua última edição 175 artistas de diferentes partes do mundo.

 

 

Até 20 de novembro.