Deusas da Terra – Transmutando o Cotidiano.

22/nov

A exibição individual com esculturas de Michele Rocha propõe uma imersão no universo feminino, com abertura no dia 23 de novembro, no Espaço Cultural Correios de Niterói, RJ. Idealizada pela artista plástica Michele Rocha, a exposição “Deusas da Terra – Transmutando o Cotidiano”, foi inspirada no livro “Os Nove Arquétipos da Alma Feminina”, de Cherry Gilchrist, conectando esses símbolos ao cotidiano das mulheres e apresentando uma jornada de autoconhecimento, cura e transformação. Com curadoria de Renato Moreth e organização de Michele Rocha em parceria com Neide Lúcia, a individual ocupará o Espaço Cultural Correios até janeiro de 2025. Um espaço interativo com painel instagramável disponibiliza o quiz “Descubra sua Deusa”. As esculturas de Michele Rocha foram produzidas em cerâmica, bronze e pedras, materiais que, combinados, evocam uma verdadeira alquimia, simbolizando as forças elementares da Natureza e a conexão das mulheres com a Terra. Esse processo de transformação da matéria bruta em arte representa a metamorfose da argila para a obra final, celebrando a cerâmica como uma expressão da arte da terra e do poder curativo da criação.

Sobre a artista

Michele Rocha é uma artista plástica premiada e reconhecida por seu trabalho com esculturas que abordam as figuras femininas. Sua trajetória artística inclui Premiações no Clube Naval de Belas Artes do Rio de Janeiro, em três edições desse importante salão. Na Academia Brasileira de Belas Artes, teve seu reconhecimento reforçando sua relevância artística e técnica. Michele Rocha faz parte do International Sculpture Center, ampliando alcance no cenário artístico internacional. Realizou imersão internacional em Faenza, na Itália, em um dos maiores centros de cerâmica do mundo. Essa experiência aprofundou sua compreensão cultural e técnica, ampliando a qualidade e a visão artística de seu trabalho. Participou de diversas exposições coletivas, incluindo “Bendito Fruto” e “Potências”, em Niterói, além de salões de arte como o Clube Naval de Belas Artes do Rio de Janeiro e a Academia Brasileira de Belas Artes. A artista também é conhecida por seu trabalho educativo e de inclusão, especialmente em oficinas voltadas ao público feminino durante as exposições e encontro de ceramistas, que incluem “Modelando Minha Deusa Interior” (oficina que explora a escultura como meio de expressão e autoconhecimento, convidando as participantes a reconectar-se com a essência feminina) e “O Corpo” e “O Feminino”, onde aborda temas como maternidade, força e sensibilidade feminina, criando um espaço de cura e expressão para mulheres.

Até 18 de janeiro de 2025.

Uma exposição para Lita Cerqueira.

Para celebrar os 50 anos do trabalho da Lita Cerqueira, a primeira fotógrafa negra profissional do Brasil, a CAIXA Cultural Salvador, BA, inaugurou, uma exposição que reúne as principais obras da artista que retrata a cultura e a vida do povo negro no país. A visitação é gratuita e ocorre até o dia 20 de dezembro.

A mostra “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 Anos de Fotografia”, organizada em sete núcleos curatoriais, destaca temas como ancestralidade e pertencimento, refletindo a perspectiva única de Lita Cerqueira como uma mulher negra e sua profunda conexão com o cotidiano e as histórias que eterniza através de suas lentes. Com um acervo de mais de 50 mil imagens, com obras em preto e branco de uma das mais ecléticas produções fotográficas do fim do século XX e início do XXI.

“Lita não apenas observa o mundo; ela o vive intensamente. Seu trabalho é um reflexo de sua própria história e das histórias daqueles que ela imortaliza através de suas lentes”, destaca Janaína Damaceno, curadora da mostra. Para Lu Araújo, que assina a coordenação geral, as fotos são manifestações de alma. “Ela consegue capturar a essência de cada pessoa, cada momento, com uma sensibilidade única. Lita é uma guardiã da memória do nosso povo”, afirma.

Em “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 anos de fotografia”, a artista compartilha com o público não apenas imagens, mas uma narrativa visual que resgata a ancestralidade e celebra a cultura negra. A exposição é um convite para reconhecer e valorizar a beleza e a força de um povo que, através das lentes de Lita Cerqueira, ganha visibilidade e respeito, além de pertencimento e resistência.

Eixos da Exposição:

O primeiro eixo da exposição é “Andar com fé”, que retrata o sagrado afro-brasileiro. No segundo, “Para o mundo ficar Odara”, o destaque é a beleza negra. Em “Zum zum zum”, as fotos são das rodas de copeira, enquanto em “Vou fazer minha folia”, o tema é o Carnaval. No quinto eixo, “Filhas de Oxum”, a artista captura a espiritualidade e ancestralidade das festas populares. Já em “Doces Bárbaros” e “Atraca que o Naná vem chegando”, estão os momentos intimistas nos quais a fotógrafa acompanhou grandes nomes da música popular brasileira, como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa. Atualmente, a artista participa da exposição “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, em Inhotim, parte integrante da mostra dedicada a Abdias Nascimento. Também está nas mostras “Lélia em Nós”, no Sesc Vila Mariana em São Paulo, “Encruzilhadas da Arte Afro-brasileira” no CCBB de Belo Horizonte e na exposição itinerante “O que vem de dentro”, de Diógenes Moura.

Fonte: Mundo Negro

Fotografias de José Manuel Ballester.

Artista de renome com obras que integram coleções de importantes instituições mundo afora, José Manuel Ballester encerra o calendário de exposições do Instituto Cervantes  de São Paulo, Avenida Paulista, em 2024. “Maravilha”, mostra de fotografias com curadoria de Juan Manuel Bonet. José Manuel Ballester realiza um percurso visual e arquitetônico por algumas das principais metrópoles do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília. Através de fotos capturadas em diversas viagens pelo país, desde 2007, José Manuel Ballester convida o visitante a contemplar paisagens urbanas e espaços pelo seu olhar refinado e poético, destacando as peculiaridades de cada uma dessas cidades retratadas. Este projeto sucede outras duas exposições: “Fervor do Brasil”, realizada na Casa de América em 2019, e uma anterior, na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2010, quando foram apresentadas apenas fotografias da cidade de São Paulo.

Sobre o artista

José Manuel Ballester nasceu em 1960 em Madrid, pintor e fotógrafo. Licenciou-se em Belas Artes em 1984 pela Universidade Complutense de Madrid e recebeu diversas pemiações como o Prêmio Nacional de Gravura em 1999. Prêmio Goya de Pintura Villa de Madrid e, posteriormente, em 2008, o Prêmio de Fotografia da Comunidade de Madri. Prêmio Nacional de Fotografia 2010. Prêmio Lifetime Achievement da Enaire Foundation 2023. Sua carreira artística começou na pintura com um interesse especial pela técnica das escolas italiana e flamenga dos séculos XV e XVIII. A partir de 1990, começou a combinar pintura e fotografia. Entre as suas inúmeras exposições destacam-se “Lugares de Passagem” (Valência 2003), “Setting Out” (Nova Iorque 2003) ou “Sala 523” (Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid 2005), “Fervor de Metrópolis” (Pinacoteca del Estado de São Paulo 2010), “Abstração na Realidade”, Sala Alcalá 31 (Comunidade de Madrid 2011), “Espaços Ocultos” na Academia de Espanha em Roma (2012), Edifício “Bosques de luz” Tabacalera, Madrid (2013) e recentemente “Allumar” Museu da Electricidade (Lisboa 2015) e “Museos en Blanco” na Ivorypress Gallery (2015). “Bilbao 2020-05-15” no Museu Guggenheim de Bilbao (2020) e “Hidden Spaces 2007 2020” no Museu da Nova Jerusalém em Moscou. Coletivamente, ele expôs em inúmeras ocasiões na ARCO, ART CHICAGO, ART FORUM BERLIN, PARISPHOTO e ART MIAMI, além de outras cidades como Nova York, Dallas, São Paulo, Dubai, Pequim, Xangai, Toronto, entre muitas outras. Suas obras fazem parte das coleções do Centro de Arte Reina Sofia (MNCARS), Museu Marugame de Arte Contemporânea Espanhola no Japão, IVAM em Valência, Museu de Arte Pérez e Fundação de Arte Cisneros Fontanals em Miami, Academia Central de Belas Artes em Pequim, Patio Herreriano em Valladolid, Museu do Século 21 em Kentucky, Museu Würth em Logroño, Fundação Telefónica, Banco Espírito Santo de Lisboa, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Guggenheim de Bilbao, Coleção Iberdrola, Coleção Cristina Masaveu Peterson, Fundação Enaire, Fundação Engel, Museu de Arte Pérez, Fundação Coca Cola e Museu do Prado, entre outros.

Até 28 de fevereiro de 2025.

Arte mural em exibição.

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, recebe a artista amazonense Sãnipã, para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes do centro cultural. De 25 a 29 de novembro, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação de uma nova obra, realizada ao vivo durante o horário de funcionamento do prédio. Será possível observar as escolhas, técnicas e movimentos da artista. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 25 de janeiro de 2025.

A atividade faz parte da terceira temporada do projeto LING apresenta, e conta com a curadoria de Vânia Leal, atual Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e membro do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo. Após a finalização do mural, a artista Sãnipã irá comentar a experiência e o resultado em bate-papo com o público e a curadora, no dia 30 de novembro, sábado, às 11h, em frente à obra. Faça sua inscrição sem custo.

Amazônias: no tremor das vidas

Uma narrativa histórica da arte na Amazônia brasileira compreende muitas “Amazônias”, pois resguarda realidades diversas. Neste cenário, surge o projeto LING apresenta Amazônias: no tremor das vidas, como um disparador nessa perspectiva plural, com artistas que desentravam a compreensão da interculturalidade, dos contatos, das provocações e das possibilidades nesses espaços imensos quando a Amazônia se torna o centro de preocupação da humanidade. O tremor das vidas nas Amazônias está nas placas tectônicas, no tremor das pororocas, do jambu na boca e nos sentidos, no treme das aparelhagens, no tremor do mundo, no negacionismo da ciência, nas narrativas dos povos da floresta, no pó de paricá e no transe como parte da ancestralidade florestânica…A partir dessas provocações, a mostra aponta caminhos e impasses da arte compostos por artistas do continente amazônico. Estes discutem, por meio de investigações e territorialidade, as relações afetivas, políticas, sociais e culturais de identidades e de pertencimento, assim como o “imaginário geográfico”. Defende-se que a arte não pode se limitar à expropriação dos valores simbólicos e saberes materiais dos ribeirinhos, povos indígenas, quilombolas, assentados, afro-indígenas, castanheiros e de todo sujeito que mobiliza a sensibilidade de qualquer artista. É importante também ressaltar que, historicamente, esses sujeitos seguem elaborando estratégias criativas de sobrevivência como protagonistas, por meio de tecnologias ancestrais à manutenção da vida que pulsam nesses lugares poéticos e políticos. Entre o “bom selvagem” idealizado de uma visão romântica e o “inferno verde”, a Amazônia quase mitológica é o ambiente em que cabe ao artista criar pontes críticas com o real, dar asas ao imaginário e fortalecer o simbólico coletivo. Este é o desejo para esta edição do projeto LING apresenta.

Vânia Leal

Sobre a artista

Sãnipã nasceu em Lábrea, Amazonas, 1979. Sãnipã é artista visual dos povos Apurinã e Kamadeni do Amazonas. Sua obra reflete tradições e narrativas indígenas, abordando temas de identidade, ancestralidade e meio ambiente. Em pinturas, gravuras e instalações, expressa a conexão profunda com a natureza e o universo simbólico de seu povo, com uma estética de cores vibrantes e formas orgânicas. Sãnipã tem se destacado em exposições nacionais e internacionais, dando voz às culturas originárias em um contexto contemporâneo. Na 15ª Bienal Naïfs do Brasil, recebeu o prêmio Destaque-Aquisição, com a obra Totem Apurinã Kamadeni adquirida pelo Acervo Sesc, sendo a primeira mulher indígena amazonense na coleção. Suas principais exposições incluem Nipetirã, O Sopro Tribal sobre Outros Olhares, na Galeria do Largo; Amazônia Sou Eu!, em Nova Iorque; e a individual Dança Sagrada do Povo Apurinã, no Museu Amazônico.

Sobre a curadora

Vânia Leal Machado nasceu em Macapá, Amapá. Atualmente vive e trabalha em Belém, no Pará. Mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura e atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões. Foi Curadora Educacional do Projeto Arte Pará e fez a curadoria de exposições como Mastarel: Rotas Imaginais (2019) de Elaine Arruda no Banco da Amazônia, Tecidos de Certeza (2019) de Elisa Arruda na Galeria Elf, Coleção Eduardo Vasconcelos (2021) nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes no Centur,  A inversão do cotidiano (2022) de Elisa Arruda na Galeria Ruy Meira, Nhe Amba (2022) de Xadalu Tupã Jekupe no SESC Paraty, Gravado na Alma (2023) de Eduardo Vasconcelos no Banco da Amazônia, entre outras. Também foi curadora da primeira Bienal das Amazônias em 2022-2023. Atualmente, é Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e faz parte do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.

Temas existenciais e sociais.

14/nov

“Raízes do Sentir: Conexões e Reflexos” no Espaço do Feminino, exposição de Micha na Alma da Rua I, Vila Madalena, São Paulo, SP, explora o coração como elo transformador e sensorial.

A Galeria Alma da Rua I apresenta “Raízes do Sentir – Ecos, Reflexos e Conexões”, sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap. Micha, a artista expositora, possui uma trajetória marcada pela investigação profunda das emoções humanas e do universo feminino reúne obras recentes em uma série de esculturas, pinturas, instalações e objetos, revelando a constante busca pela transformação do ser por meio da arte. Em sua sexta exposição individual, Micha explora o coração humano ampliado para além de sua função biológica, tratá-lo como um portal para uma percepção sensível e subjetiva. A abertura acontece em 16 de novembro.

A mostra se organiza como uma exploração das múltiplas camadas emocionais e quânticas que constituem o ser humano. O coração emerge como símbolo central, representando um espaço de conexão e transmutação. Para Micha, ele é um elemento de estudo que dialoga com questões da neurociência, anatomia e estudos quânticos, uma abordagem que a artista desenvolve com rigor e que reflete em cada obra apresentada. A essência do feminino permeia toda a exposição, revelando aspectos de afeto, intuição e vulnerabilidade, elementos intrínsecos ao processo criativo da artista.

Com a exibição de obras inéditas e outras que já circularam em bienais e instituições culturais, Micha convida o espectador a se aproximar de uma linguagem visual que vai além da tinta e do papel. Trabalhando com materiais variados como couro, metal, cerâmica portuguesa, gesso, madeira e prata, a artista experimenta texturas e superfícies que complementam o conteúdo simbólico de sua pesquisa. Em uma abordagem que une o sagrado feminino e elementos decoloniais, suas criações assumem uma identidade única e coesa, impulsionando reflexões sobre o interior do ser e suas conexões invisíveis.

Ao longo de sua carreira, Micha tem se destacado por uma prática que une a arte visual à pesquisa científica, colaborando com o Instituto Heart Match (EUA) e desenvolvendo projetos urbanos, culturais e sociais. Com participação em mostras no Brasil e no exterior, sua obra reflete uma identidade artística marcada pelo estudo contínuo e pela experimentação, integrando temas existenciais e sociais de maneira crítica e poética.

Até 18 de dezembro.

Camadas sobrepostas de energia.

A Gentil Carioca Rio de Janeiro, anuncia Ègbé ọ̀run Ẹgbẹ́ àiyé, exposição de Kelton Campos Fausto, com abertura no dia 23 de novembro, sábado, das 18h às 23h.

A palavra do curador

“Kelton Campos Fausto (1996, São Paulo, Brasil) compreende o seu trabalho de arte como um ponto de indução e criação a espaços espirituais, conjurando outras formas e percepções de vida por corporalidades que somente existem implicadas ao que também é incorpóreo. Em sua obra, a artista vai de encontro a disrupção entre o que é material e imaterial através das relações entre os campos terreno e espiritual segundo a cosmologia iorubá, propondo uma desorientação da razão para nos abrirmos à sensibilidade, ao mistério e ao indizível que nos envolve. Trabalhando principalmente a partir do contexto da grande metrópole paulista e tendo nascido e crescido na Brasilândia, na zona norte do município de São Paulo, a artista nunca perdeu de vista que, embaixo desta dura ficção de concreto que experienciamos todos os dias, existe a terra da qual viemos e para onde vamos. Desde 2017, vem desenvolvendo práticas com vídeo, pintura, cerâmica, direção de arte e performance nos campos das artes visuais e da moda, que convidam o público a repensar suas formas de vida como corpos elementais de terra, abordando a dimensão espiritual pelos Itans que relatam as origens dos seres e as suas relações de coexistência e interdependência. Sua exposição individual n’A Gentil Carioca apresenta o mais recente recorte da sua extensa pesquisa ao contexto do Rio de Janeiro, onde Kelton dá a ver as muitas camadas sobrepostas de energia entre o Aiye e o Orun para fazer brotar novas formas de vida, apesar de solos marcados por um passado colonial e por um presente de grande complexidade social e ecológica.”, explica o curador Matheus Morani, autor do texto de apresentação da mostra.

Aberta à visitação até o dia 01 de fevereiro de 2025.

No Centro Histórico de Salvador.

Depois de ganhar CEP baiano e abrir uma galeria de arte, o artista paulista Vik Muniz faz mais um investimento no Centro Histórico de Salvador, BA. Ele e Malu Barreto adquiriram um casarão, na Rua do Paço, no Santo Antônio Além do Carmo – mesmo bairro onde está localizada sua casa, – que funcionará como um espaço para agitos culturais já neste próximo verão. Na programação, estão previstas ações como almoço com música, rodas de samba, exposições, e outros eventos, sempre com o viés cultural. O espaço vai ganhar o nome de Casa Arara, o mesmo do camarote que Malu Barreto comandou até o último carnaval, na Avenida Marquês de Sapacuí, no Rio.

Gonçalo Ivo em Fortaleza.

Nome de referência na arte contemporânea, Gonçalo Ivo realiza exposição com obras inéditas na Galeria Multiarte, Fortaleza, CE. Conhecido pelo uso refinado de cores e formas geométricas em suas obras, sendo um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira inaugura a mostra “Zeigeist”. A exposição segue em cartaz até 17 de janeiro de 2025.

Com curadoria de Luiz Chysostomo de Oliveira Filho, presidente do Museu de Arte do Rio, a mostra conta com 56 pinturas feitas sobre tela, madeira, papel e pedra, e será acompanhada do livro “Gonçalo Ivo – Zeitgeist”. A exposição é a terceira de Gonçalo Ivo na qual busca retratar “o espírito do tempo” e reúne produções feitas nos últimos sete anos. A exposição é intitulada “Zeitgeist”, termo que significa “espírito de uma época”, e contará ainda com a exibição do filme “Gonçalo Ivo – Uma Biografia de Cor”, dirigido por Katia Maciel, feito especialmente para a mostra.

As pinturas, que fazem parte da produção mais recente do artista, integram as séries Le jeu des perles de verre (Jogos de contas de vidro), Cosmogonias e L’inventaire des pierres solitaires (O inventário das pedras solitárias).

As mais de 50 pinturas, foram guiadas pelo sentimento – e também, pela geografia, feitas em diversas partes do mundo, dos Estados Unidos ao ateliê em Teresópolis, além de Madri e Paris, as duas principais cidades onde Gonçalo Ivo faz morada. “Elas têm uma variedade não só geográfica, como etária. São obras de um artista que é um artista nômade”, conclui.

Luiz Zerbini no Paraná.

O MON, Curitiba, PR, realiza a terceira edição de “Afinidades”, iniciativa que aproxima o seu acervo do público quando será inaugurada no dia 22 de novembro, data do aniversário de 22 anos do Museu Oscar Niemeyer, a exposição “Afinidades III – Cochicho”. Com curadoria de Marc Pottier, o artista contemporâneo Luiz Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense para serem apresentadas ao lado das suas, na Sala 7.

Para a secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, “Afinidades III – Cochicho” reforça o compromisso do Museu Oscar Niemeyer com a valorização do acervo paranaense e com a promoção de diálogos entre diferentes gerações de artistas. “Este é um projeto que aproxima o público do rico patrimônio cultural do Paraná, além de criar novas conexões a partir do olhar de Luiz Zerbini sobre a natureza e as paisagens brasileira e paranaense”, afirma.

“É muito mais que uma mostra. É a terceira edição de uma importante realização do Museu Oscar Niemeyer que intenciona valorizar e dar visibilidade ao seu acervo”, explica a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.

Desta vez, Luiz Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense que estão presentes no acervo do MON: Guido Viaro, Miguel Bakun, Bruno Lechowski, Guilherme William Michaud e Theodoro de Bona. “Em comum, ou por afinidade, assim como as suas obras apresentadas aqui, todos os trabalhos escolhidos têm como tema a natureza”, explica a diretora. “O resultado é surpreendente”.

Curadoria

De sua autoria, Luiz Zerbini apresenta na exposição 44 pinturas, 11 aquarelas e 12 monotipias. “Com estas obras, ele nos leva para sua intimidade”, explica o curador, Marc Pottier. Segundo ele, após visitar as coleções do MON, o artista decidiu apresentar pela primeira vez o que chama de “diários de viagem”: obras suas em que a natureza é sempre o tema principal.

“No acervo do MON, Zerbini encontrou artistas paisagistas cujas visões o sensibilizaram”, explica o curador. Pottier afirma que Zerbini sempre esteve atento a esse tipo de trabalho, observando com atenção, por exemplo, as paisagens mineiras de Guignard, os diálogos cromáticos do artista paulista Rodrigo Andrade, as marinhas de Pancetti, as obras do paisagista francês Corot e do artista americano Winslow Homer, conhecido pelas suas paisagens marítimas, entre outros.

“Com ‘Afinidades III – Cochicho”, ele traz para o MON esse olhar delicado e intimista em relação à natureza, criando, assim, um momento para se parar e meditar, antes que seja tarde demais”, diz o curador.

Até 18 de maio de 2025.

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O Surrealismo de Walter Lewy.

O centenário do surrealismo nas artes visuais é celebrado mudialmente. A Galeria Frente, Cerqueira César, São Paulo, SP, sob curadoria do crítico de arte Jacob Klintowicz exibe exposição retrospectiva de Walter Lewy e promove uma visita guiada no dia 21 de novembro. O movimento artístico e literário surgido na Europa teve grande impacto cultural, pois valorizava a intuição e a criação, e acreditava que o subconsciente era fonte inesgotável de criatividade e liberdade. O poeta francês Guillaume Apollinaire criou a expressão “surrealismo” em 1917, mas o manifesto surrealista foi lançado oficialmente em Paris, em 1924, pelos franceses André Breton, Yvan Goll e Marcel Alland.

O movimento surrealista chegou ao Brasil por volta de 1930, durante o movimento modernista, e podemos reconhecer sua influência nas obras de Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Ismael Nery. Mas foi somente em Walter Lewy que ele encontrou plena realização. A trajetória do artista alemão nascido em Bad Oldesloe foi marcada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. De origem judaica e com formação erudita na Escola de Artes e Ofícios de Dortmund, entre 1923 e 1927, ele se viu obrigado a fugir dos delírios nazistas em sua terra natal.

Walter Lewy marcou presença ativamente do cenário cultural, tendo participado das primeiras Bienais de São Paulo: 1° Bienal em 1951, 2° Bienal em 1953, 3° Bienal em 1955, 6° Bienal em 1961, 8° Bienal: Sala Especial Surrealismo e Arte Fantástica em 1965, 13° Bienal em 1975, e na mostra Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, em 1985. Também integrou várias edições do Salão Paulista de Arte Moderna, além de inúmeros Panorama de Arte Atual Brasileira, realizados pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Seu currículo extenso de exposições conferiu ao artista amplo reconhecimento de seu trabalho e prestígio entre importantes atores e agentes culturais do sistema das artes visuais no Brasil.