Curso no MAM-Rio

27/maio

Aula inaugural: 27 de maio, das 18h30 às 20h30 – Período: 3, 10, 17 e 24 de junho  e 1 e 8 de julho de 2015, das 18h30 às 20h30

 

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, realiza, de 27 de maio a 8 de julho de 2015, o curso “Amor: do Banquete ao Museu”, organizado pelo psicanalista Guilherme Gutman e pelos curadores Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre que abordará o amor, através da arte e da psicanálise. O curso será realizado sempre às quartas-feiras, das 18h30 às 20h30, na Cinemateca do MAM Rio.

 

A aula inaugural, no dia 27 de maio, será gratuita, ministrada pelo psicanalista Guilherme Gutman com o tema “De volta ao Banquete”, onde serão apresentadas as principais ideias do diálogo platônico, já numa perspectiva da psicanálise. O custo total do curso, com sete aulas, é de R$150, ou R$50 cada aula avulsa. Inscrições pelo email: atendimento@mamrio.org.br.

 

Desde “O Banquete” de Platão – o ponto mais alto do cânone literário sobre o amor no Ocidente e verdadeira matriz de discursos e de formas de relacionamentos amorosos – até a música “All you need is Love”, dos Beatles, espécie de representação imaginária daquelas que seriam, então, as potencialidades ultra-humanas do amor, o leque de abordagens é extenso. Aqui o tema Amor é tomado junto com os seus correlatos, tais como a paixão ou o encantamento, movimentos que, ainda que admitamos como nossos, não estão definitivamente sob a nossa gerência.

 

Com Freud, aprendemos a reconhecer como dor psíquica a incapacidade (latu senso) de trabalhar ou de amar. Aprendemos ainda que a promessa será sempre a de que algo ou alguém nos proporcione interminavelmente a conjugação entre as formas sublimada e erotizadas de amor. Luta inglória e, eventualmente patética. Tal como personagens de uma ópera bufa, insistimos onde o que na verdade insiste são os rigores do automatismo do simbólico. Aí, talvez, uma obra – efeito ou página de todo um percurso de trabalho – possa exceder outros encontros. Do cinema à literatura e à filosofia, da psicanálise à pratica de artistas contemporâneos, várias são as portas de entrada no amor.

 

 

PROGRAMAÇÃO:

QUARTAS-FEIRAS | 18h30 às 20h30

Dia 27 de maio de 2015 – Aula inaugural – gratuita

 

Guilherme Gutman | De volta ao Banquete

 

Apresentação do contexto e das principais ideias do diálogo platônico, já numa perspectiva da psicanálise. A partir disso, procuraremos localizar em que medida “O Banquete” é simultaneamente matriz e depositário das formas de amor no Ocidente.

 

 

Dia 3 de junho de 2015

 

Marcela Oliveira | A cinta de Afrodite

 

Antes do Banquete de Platão, Homero já nos havia legado, em seu grande banquete poético, uma visão nada romântica do amor (distinguindo-se da moderna) e desatrelada da verdade (distinguindo-se da platônica). Na Ilíada, o amor é assunto de Afrodite, “urdidora de enganos”. Graças aos poderes contidos na cinta de Afrodite, Hera é capaz de iludir Zeus, que diz nunca ter sentido tanto desejo, e Helena se unira a Páris, dando origem à sangrenta Guerra de Tróia.

 

 

 

Dia 10 de junho de 2015

 

Cristina Franco Ferraz | Do amor fusional ao risco dos encontros: perspectivas críticas

 

 

A partir da crítica nietzschiana ao amor fusional, de matriz romântica, tematizaremos o caráter crescentemente problemático do vínculo amoroso em regimes de vida pautados por valores ligados ao empreendedorismo, pela ideologia securitária e pela crise da confiabilidade no outro e no mundo. Exploraremos, a seguir, uma performance de Marina Abramovic em que a disponibilidade perceptiva, sensorial, e a abertura ao outro se fazem amorosamente obra.

 

 

Dia 17 de junho de 2015

 

Pedro Duarte | O amor romântico

 

O Romantismo não foi só um movimento estético. Foi uma erótica, um modo de sentir, de se enamorar, de viver e de morrer. Sobretudo, foi um modo de amar. Literatura e arte abriram historicamente uma forma moderna de amar baseada na liberdade individual, ao mesmo tempo que lamentaram a perda do amor antigo, ligado a deuses, como aparecia em Platão. Esta palestra, transitando entre arte e filosofia, apresentará o ideal romântico de amor, deixando a questão sobre o que dele ainda resta hoje.

 

 

Dia 24 de junho de 2015

 

Tadeu Capistrano | Imagens do amor em pânico

 

“Dance Me to The End of Love”.A utilização da melancólica música de Leonard Cohen na abertura de Miss Violence, recente filme de Alexandro Avranas, embala o frio aniversário de uma menina de onze anos, Angélica, que após uma “troca de olhares” com o espectador, joga-se da janela de seu prédio finalizando a comemoração. A partir de uma análise sobre o destino sombrio que este filme grego sugere para o amor, o objetivo desta apresentação é problematizar as imagens dos crimes que envolvem laços afetivos e explorar as relações entre cinismo, crueldade e frieza presentes nas discussões atuais em torno à “moral do espectador”.

 

 

Dia 1 de julho de 2015

 

Auterives Maciel | A experiência do amor na filosofia materialista de Spinoza

 

Mostrando a sua singularidade pelo esclarecimento dos principais aspectos do seu sistema ético.Trabalharei o desejo, a distinção entre ética e moral, a potência do corpo e a relação deste com o pensamento, com o propósito de analisar as nuances existentes entre esta ética e a concepção de amor que dela emergirá.

 

 

Dia 8 de julho de 2015

 

Laura Erber | Envio e extravio: infinito, urgência e impossível na correspondência

 

 

Na tentativa de atingir uma época, um objeto de amor ou de simplesmente deixar um rastro de si mesmo, todo envio comporta sempre um risco de extravio que lhe é constituinte.Toda correspondência lida com a perda de sentido, a falta de resposta e a ausência daquele a quem se destina. Se toda carta de amor é ridícula e se toda carta é sempre, em alguma medida, uma carta de amor, o abismo aberto pelo gesto de endereçamento põe em cena ritmos de espera que vão da urgência a certa experiência de suspensão temporal, de contato mórbido com o infinito. Kafka enviava várias cartas diárias a Felice e sonhava com uma máquina de telegramas instantâneos. Anna Akhmátova escreveu cartas com perguntas para Rilke depois de sua morte. On Kawara escreveu telegramas diários para testemunhar sua existência. Ghérasim Luca escreveu cartas a um destinatário desconhecido movidas pelo anonimato do remetente. Alejandra Pizarnik escreveu poemas que eram missivas de suicídio. A palestra discute diferentes modos de correspondência através de exemplos retirados da literatura e da arte moderna e contemporânea. Abordará também a experiência da exposição Musa sem cabeça, uma fábula do contemporâneo (MAM-Rio 2013) que consistia no envio de telegramas ao Senhor MAM.

 

 

Sobre os professores

 

Guilherme Gutman é médico psiquiatra e psicanalista, professor de psicologia da PUC-Rio, mestre e doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Uerj, crítico de arte.

 

Laura Erber é escritora, artista visual e crítica. Autora de Ghérasim Luca (2012) e Esquilos de Pavlov (2013). Professora adjunta do departamento de Estética e Teoria do Teatro Unirio e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da mesma univerisdade. Integra o Núcleo de investigações em teatro e outras artes.

 

Marcela Oliveira é professora do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, onde se formou doutora e mestre, atuando na graduação e na pós-graduação com especialização em Arte e Filosofia. Desenvolve estudos em filosofia contemporânea, estética e teoria do teatro.

Maria Cristina Franco Ferraz é professora titular de Teoria da Comunicação da UFRJ, e doutora em Filosofia pela Universidade de Paris I – Sorbonne (1992), publicou, entre outros, Nietzsche, o bufão dos deuses (1994), Platão: as artimanhas do fingimento (1999), Homo deletabilis – corpo, percepção, esquecimento: do século XIX ao XXI (2010) e Ruminações: cultura letrada e dispersão hiperconectada.

 

Pedro Duarte é doutor e Mestre em Filosofia pela PUC-Rio, onde atualmente é Professor na Graduação, na Pós-Graduação e na Especialização em Arte e Filosofia. Foi Professor Visitante nas universidades Brown (EUA) e Södertörns (Suécia). É autor dos livros “Estio do tempo: Romantismo e estética moderna” (Zahar) e “A palavra modernista: vanguarda e manifesto” (Casa da Palavra).

 

Tadeu Capistrano é professor de Teoria da Imagem na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Realizou tese de doutorado sobre cinema, tecnologia e percepção pela Uerj, pesquisou na Universidade de Columbia, em Nova York, onde foi Visiting Scholar. Auterives Maciel mestre em Filosofia e doutor em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental ambos pela UFRJ.

Em cartaz na A Gentil Carioca

26/maio

“Djanir”, título da exposição individual de Paulo Paes, é o nome de uma das esculturas chamada fisália que será exibida na galeria A Gentil Carioca Centro, Rio de Janeiro, RJ, a partir de 06 de junho. Djanir, “ sereia cyborg”, como Paulo Paes carinhosamente a intitula, é uma fisália colonizada.

 

Physalia Physalis é um ser marinho, ou colônia de seres, pólipos, cujo nome popular é caravela.Também, fisália é o nome que Paulo Paes dá a suas esculturas subaquáticas. Podem ser fisálias colonizadas, ou seja, esculturas que imersas no mar foram colonizadas por organismos marinhos, como a própria Djanir, ou fisálias virgens, esculturas prontas a entrar no mar e serem adotadas por colecionadores e instituições que se interessem pela participação na pesquisa de Paulo Paes.

O trabalho do artista gira em torno dos processos de adaptação da vida a novos ambientes e condições. Paulo Paes cria e implanta no mar estruturas complexas (fisálias) feitas com descartes do consumo urbano (garrafas plásticas, embalagens de vidro, carcaças metálicas) e materiais naturais (pedra, madeira, osso).Ao interagir com o meio, estas estruturas atraem e fixam vida marinha, consolidando sítios com alta atividade biológica.

 

São abrigos de diversos tamanhos e formas, superfícies rugosas, filamentos, cílios filtrantes, cabos, plataformas etc. cobrindo diversos níveis de profundidade e de iluminação, favorecendo uma gama variada de organismos ao oferecer um substrato para fixação e aproveitamento dos nutrientes disponíveis no meio. Ao cultivo, manutenção e expansão da estrutura colonizada (através de acréscimos demandados pelo seu desenvolvimento), soma-se uma rotina de registros em áudio visual e relatórios de campo.

 

A exposição “Djanir”, primeira exposição de Paulo Paes na galeria A Gentil Carioca, mostrará obras que são resultado da rotina de Paulo Paes. O objeto atual do artista é a rotina (operações e manobras) em torno de aparelhos  marinhos inseridos no bioma para atrair e fixar vida. Esta rotina produz uma cultura material.

 

Serão exibidas na mostra  Djanir, fisália colonizada resultado de 2 anos e 10 meses de vida marítima; amostras de colônias maduras em um aquário de água salgada projetado especialmente para a exposição com o acompanhamento do biólogo Mauricio Andrade; fotografias subaquáticas; esculturas (fisálias virgens); desenhos; quadros (marinhas);  vídeos, textos e relatórios do processo. A exposição conta com o apoio do IEAPM (Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira) cujo coordenador científico é o biólogo Ricardo Coutinho e onde, no campo de provas da Ilha do Farol de Arraial do Cabo, Paulo realiza seus experimentos.

 

 

Sobre o artista

 

Paulo Paes atualmente reside em Cabo Frio, RJ, onde realiza seus experimentos em parceria com o IEAPM (Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira). Desenvolve paralelamente, uma pesquisa com esculturas infláveis de papel de seda, derivadas dos balões juninos de ar quente. Com esse trabalho ganhou o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2012 e fez, em 2013, uma série de intervenções urbanas durante o São João da cidade do Porto, Portugal, em 2013, com patrocínio do Ministério da Cultura do Brasil e a Prefeitura do Porto.

 

 

 

De 06 de junho a 04 de julho.

De Lisboa para a Gamboa

21/maio

A exposição “Rejunte”, de Fábio Carvalho, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, será inaugurada no dia 27 de maio, às 18 horas, na Galeria Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ. Obras inéditas e registros da ação artística em Lisboa, Portugal, realizada a partir do projeto de intervenção urbana “Aposto”, no qual o artista criou três novos padrões de azulejos impressos a laser sobre papel, que foram aplicados com cola de amido em fachadas de prédios lisboetas onde os azulejos originais haviam desaparecido por deterioração ou vandalismo.

 

Foram 35 dias e 300 peças aplicadas em 45 pontos de intervenção. Os “azulejos de papel”, ao mesmo tempo que causam um certo estranhamento ao olhar, podem ser por vezes facilmente confundidos com os azulejos originais. Os projetos de arte urbana de Fábio Carvalho atuam como pequenas inserções, que invadem o espaço e ganham uma força maior ao tensionarem o que já estava lá.

 

Tudo começou a partir dos trabalhos da série “Delicado desejo”, formados por um patchwork de diversas rendas, originalmente produzidas para serem usadas como apliques em roupas femininas. Neste caso, elas são combinadas em formato de armas de fogo em tamanho real,  contrapondo a delicadeza do material com os artefatos normalmente associados com a virilidade bruta. Na exposição “Rejunte” serão apresentadas 4 peças desta série: 3 pistolas e 1 fuzil modelo AR-15. De acordo com o artista, sua produção atual procura questionar o senso comum que reforça a incompatibilidade entre força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade, propondo uma discussão sobre estereótipos de identidade de gênero.

 

A série “Transposto”, trabalho inédito desenvolvido especialmente para a exposição “Rejunte”, parte de azulejos e fragmentos de azulejos portugueses coletados pelo artista em caçambas de lixo de Lisboa, resultado de restos de obras de remodelagem das antigas casas de finais do século XIX e início do século XX. O material foi inserido em moldes com cimento, de forma a se criar “pedaços de parede”, como se tentasse resgatar uma memória daquilo que estes azulejos um dia foram por tanto tempo, antes de serem descartados.

 

Sobre estes “pedaços de paredes” foram colados os mesmos “azulejos de papel” usados na intervenção urbana em Lisboa. O curador Marco Antonio Teobaldo acompanhou pessoalmente a ação artística em Lisboa e ressalta que com este trabalho inédito surge uma transposição das ações urbanas de Lisboa para o Rio de Janeiro, através de azulejos e simulacros de azulejos.

 

A exposição propõe ainda uma ação interativa batizada de “(Re)Junto”, na qual os visitantes poderão colar um “azulejo de papel” diretamente sobre as paredes da galeria, delegando ao público a composição final da obra, numa referência direta a Athos Bulcão, que por vezes deixava por conta dos operários a decisão de como os azulejos deveriam ser aplicados em seus painéis, como ocorreu por exemplo, com a obra da Praça da Apoteose, Sambódromo, Rio de Janeiro, 1983.

 

 

De 27 de maio a 25 de julho.

Claudia Melli no MAM/Rio

20/maio

Para chegar ao resultado final de suas obras, a artista paulistana Claudia Melli trabalha antes com a memória de um lugar, lembranças, que provocam uma ilusão ao espectador. De longe, parecem fotografias, mas basta se aproximar para perceber traços de nanquim sobre vidro, que remetem a um cenário que lembra a fotografia cinematográfica.

 

 

Claudia, que ano passado passou uma temporada em Basel, onde expôs seus trabalhos em uma instituição suiça voltada para a arte contemporânea brasileira, abre sua primeira exposição institucional no Brasil no dia 30 de maio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. A mostra “Lugares onde nunca estive” oferece um percurso pela produção de Claudia Melli nos últimos anos, onde foram selecionadas obras relevantes dentro de cada série. Na exposição serão apresentados 17 trabalhos e outras obras inéditas, quatro em técnica mista utilizando a fotografia e a maior parte em vidro, em diversas dimensões.

 

 

A artista costuma abordar em suas obras a questão da luz e do enquadramento, criando novos horizontes e perspectivas, que são resultado de registros de sua memória que a motivaram a explorar possibilidades, se apropriando de paisagens imaginárias, retomando as indagações sobre a natureza de nossos mecanismos de percepção. Sua técnica de desenho utilizando o nanquim sobre o vidro testa os limites entre desenho, pintura e imagem, tornando perto o que parece distante.

 

 

 

A relação com o vidro

 

 

Claudia Melli começou a pintar com nanquim, papel, tinta, tela, ou seja, materiais que já vinha usando em outros trabalhos. Depois de muitos experimentos, a artista percebeu que o vidro atendia perfeitamente às suas expectativas. Segundo ela, produzir suas obras utilizando o vidro a ensinou a lidar com as questões do material, ora problemáticas, ora fascinantes, e ela foi descobrindo e trabalhando aos poucos com a transparência, o espelhamento, a fragilidade, a condição de que a pintura é feita nas costas do vidro, ou seja, de traz para frente. Assim outras séries e outras paisagens foram sendo pensadas e construídas na medida em que essas questões iam se conectando com seus interesses e com o desenrolar do seu trabalho. “Quase tudo que vemos, vemos através do vidro. É o vidro da janela de casa, da janela do trabalho, o vidro do carro, o vidro da televisão. O vidro se torna a pele onde o dentro e o fora se juntam, a nossa casca do ovo, frágil proteção”, afirma a artista.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Claudia Melli nasceu em São Paulo, onde morou até os 14 anos. Passou a residir no Rio de Janeiro em 1980, onde construiu sua formação artística. Começou a se interessar por pintura no final dos anos 1990 e passou a frequentar aulas no Parque Lage, de pintura, desenho, gravura, teoria, arte digital, entre outros. Influenciada por artistas como Sugimoto, Gerhard Richter, Sindy Sherman, James Turrell, On Kawara e Wong Kar Way, pela relação que o trabalho deles tem com a representação da realidade, ou uma suposta realidade, Claudia vem traçando sua carreira utilizando o desenho, a luz, o enquadramento e o pensamento da fotografia. Já participou de exposições individuais no Rio de Janeiro, São Paulo e em Basel, Suiça, e recebeu em 2012 o II Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea. Seus trabalhos estão em coleções como o Instituto Figueiredo Ferraz; Coleção Gilberto Châteaubriant – MAM RJ; Coleção Banco Espírito Santo ; Artur Lescher; Heitor Martins e José Olympio Pereira.

 

 

 

De 31 de maio a 15 de agosto.

 

Na Anita Schwartz Galeria

18/maio

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir do dia 23 de maio, e do dia 25 de maio para o público, a exposição “Lona”, com 18 pinturas inéditas, em grandes dimensões, feitas pelo artista Gustavo Speridião exclusivamente para esta sua individual que ocupará todo o espaço de arte do Baixo Gávea.

 

O artista, nascido em 1978, é um nome destacado em sua geração, e tem integrado diversas exposições no Brasil e no exterior, como “Parasophia 2015”, com curadoria de Shinji Kohmoto, em Kyoto, Japão; “Here There (Huna Hunak)”, com curadoria de Gunnar B. Kvaran, Thierry Raspail e Hans Ulrich Obrist, no Museum of Art Park, em Doha; “Imagine Brasil”, com curadoria de Gunnar B. Kvaran, Thierry Raspail e Hans Ulrich Obrist, em Lyon, França, e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo; e a individual “Geometrie. Montage. Equilibrage. Photos e Videos”, com curadoria de Jean Luc Monterosso, na Maison Européene de La Photographie, em Paris, em 2013. Ele tem trabalhos em importantes coleções, como Gilberto Chateaubriand/Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, e MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro.

 

O título da exposição é extraído do suporte utilizado, lona de algodão, e as pinturas estarão expostas sem chassi, presas diretamente na parede, “em uma montagem simples”, conta o artista. No grande espaço térreo da galeria, serão quatorze pinturas, com dimensões de 2mx7m cada uma, e no terraço serão quatro lonas, com formato de 5,9m x 2m a 1,80 x 1metro.

 

Esta série de lonas é um desenvolvimento do trabalho de Gustavo Speridião, que tem como foco a pintura e a política, “explorar o plano pictórico e questões políticas, utilizando tinta, carvão e colagens (palavras, abstrações e cartazes)”. O artista fez uma colagem nas lonas com material gráfico coletado entre 2007 e 2014 em vários países, como Brasil, Bolívia, Portugal, Espanha, México, França, Grécia, Rússia e Turquia : “ – São cartazes de rua, políticos, de movimentos sociais”. “Este material ilustra o início da crise econômica mundial de 2008, e seus desdobramentos políticos”, diz ele.

 

No contêiner do terraço será exibido em looping o vídeo “Movimento [Moviment]” (2007/2014), com imagens capturadas entre 2007 e 2014, em diversos países, sobre o movimento social internacional. “Apresentarei obras cujos temas refletem o processo revolucionário mundial e outras que, não se ligando à este processo pelo tema, estão profundamente tomadas e coloridas pela nova consciência que dele surgiu. Utilizo o mesmo plano para campos aparentemente distintos; abstrações panfletárias, pinturas escritas e panfletos abstratos”. Esta é a segunda individual de Gustavo Speridião na Anita Schwartz Galeria de Arte. A primeira foi em 2011.

 

 

Até 04 de julho.

Wilma Martins em livro

Sábado, 23 de maio, às 15h, no Salão Nobre da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, a artista plástica Wilma Martins, – mineira, radicada no Rio de Janeiro -, lança os livros “Cotidiano (Caderno do desenho)”  e “Caderno de Viagem”, vencedores da segunda edição do Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais.  As publicações são parte das comemorações dos 80 anos de vida e 60 anos de sua carreira artística. Os livros serão distribuídos ao público. No dia do lançamento, haverá mesa-redonda com os críticos Frederico Morais (organizador das publicações), as psicanalistas e pesquisadoras de artes visuais Tania Rivera e Flávia Corpas, e a artista.

 

Os dois livros, de caráter fac-similar, reproduzem os cadernos de desenho que Wilma Martins manteve ao longo do tempo. Em suas gravuras, desenhos e pinturas, o universo feminino é personagem principal, por sua pesquisa de imagens do cotidiano e do interior da casa. O projeto pretende destacar a importância do desenho em seis décadas de produção plástica de Wilma Martins, e a relação desta com outras técnicas usadas pela artista, como a pintura, aquarela e a xilogravura.

 

“Cotidiano”, 144 páginas, reúne quase 70 registros de grande parte de sua produção em desenho e pintura, com um texto de apresentação do organizador e uma síntese curricular. Já “Caderno de Viagem”, 140 páginas, reúne mais de 50 desenhos de viagens pelo Brasil, pelos Estados Unidos, Europa e América Latina, acompanhados de trechos de textos de autores, como Julio Cortázar, Sylvio de Vasconcellos, François Cali, Jorge Luiz Borges e Ítalo Calvino, e uma síntese curricular. A tiragem de 1.000 exemplares – 500 de cada livro – será distribuída para centros de pesquisa, fundações, museus, bibliotecas públicas, bibliotecas de universidades com cursos de graduação e/ou pós-graduação na área de Artes Visuais, assim como artistas, críticos, curadores e pesquisadores.

 

Essas publicações e mais um livro de capa dura, abrangendo todas as técnicas da artista, com lançamento no final deste ano, são resultado da mostra “Wilma Martins: Uma Retrospectiva”, realizada no Rio de Janeiro, no Paço Imperial, de novembro de 2013 a fevereiro de 2014, onde foi eleita pelo jornal O Globo uma das dez melhores exposições de 2013 e em Belo Horizonte, na Galeria do Minas Tênis Clube, de março a junho de 2014. Com curadoria de Frederico Morais, a mostra reuniu cerca de 140 obras, de coleções particulares, como a de Gilberto Chateaubriand, e acervos públicos como do MAM Rio, entre gravuras, desenhos, pinturas, aquarelas e  ilustrações para jornais e livros infantis, de 1955 a 2008.

 

Sobre a retrospectiva, Ferreira Gullar escreveu: “(…) essa gravadora, que explorava um universo noturno e delirante, tornou-se depois a desenhista diurna, de desenho limpo e lúcido, que parece constituir o ápice de sua aventura estética. Essa fase de Wilma está entre as melhores coisas que a arte brasileira produziu nestas últimas décadas (…)”, Folha de S. Paulo, 5 de janeiro de 2014. Amigo de Wilma Martins, o escritor Silviano Santiago avaliou o desenho da artista como uma das produções mais destacadas do país, mas também uma das mais desconhecidas. “É um paradoxo”, disse Santiago.

 

 

Sobre a artista

 

Wilma Martins nasceu em Belo Horizonte, 1934, onde frequentou o Instituto de Belas Artes entre 1956 e 1959, tendo como professor Alberto da Veiga Guignard. Além da pintura, do desenho, da gravura e da ilustração, ela exerceu atividades como diagramadora no jornal Estado de Minas e nas revistas Alterosa, de Belo Horizonte, e Jóia, do Rio de Janeiro, e desenhou figurinos para o Balé Klaus Vianna e para o Teatro Universitário (ambos em Belo Horizonte). A artista fez individuais em Belo Horizonte, Ouro Preto, Salvador, Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Curitiba e Buenos Aires. Ela participou das bienais internacionais de São Paulo (1967), Ljubljana/Iugoslávia (1967), Veneza (1978), Genebra e Berlim (1969), entre outras. Seu trabalho esteve na Bienal da Bahia de 1966 e 1968, no Salão Nacional de Arte Moderna de 1961, 1968 e 1975, e no Panorama de Arte Atual Brasileira, do MAM SP (1969 e 1974).

 

Wilma Martins recebeu o Prêmio Itamaraty, na Bienal de São Paulo de 1967, o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna, em 1975, e o Prêmio Principal do Panorama de Arte Atual Brasileira em 1976, no MAM SP, e outros como ilustradora de livros infantis.

Fotografias de Daniela Dacorso

A Galeria Luhda, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, programou para o dia 22 de maio, a exposição “Auto-focus”, individual de Daniela Dacorso, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, na qual a artista apresenta 12 trabalhos inéditos, que representam a sua pesquisa sobre as periferias do Rio de Janeiro, um retrato inusitado de fatos corriqueiros nos subúrbios cariocas, mas que adquirem uma ironia delicada pelo olhar da fotógrafa.

 

Conhecida por ser a primeira fotógrafa a registrar o funk carioca nos anos 90, Daniela Dacorso vem fazendo suas incursões na cena underground desde então, assim como o seu trabalho de fotojornalismo proporcionou-lhe situações mais próximas de seu objeto de estudo e interesse. O seu olhar se volta para determinados pontos nas paisagens suburbanas que passam despercebidos aos menos atentos. Arquitetura, música, dança, religiosidade, moda e arte compõem este caldeirão cultural encontrado pela artista em suas andanças. Daniela Dacoroso admite existir o que chama de “um raciocínio plástico e um sentimento artístico” que lhe interessa nestes locais, cpompletando seu pensamento : ” – É uma lógica que cria soluções alternativas que espelham uma afetividade que eu busco como voyer, nestes espaços urbanos”.

 

O curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, afirma: “…mesmo dentro de uma situação de fragilidade social ou pobreza, Daniela Dacorso consegue imprimir doçura e leveza em cada imagem produzida”. Assim surgiu a obra “Boia”, em que uma cabeça emerge no centro de uma boia, em um dia de Sol a pino em pleno Piscinão de Ramos, 2012. Outra obra que remete a uma poética com a assinatura de Dacorso é “Podrinho”, 2013, que retrata o momento em que o dono de uma barraca de comida de rua finaliza um “podrão” (sanduíche com todo tipo de ingredientes da junk food juntos). O nome no diminutivo é uma espécie de apelo afetivo ao formato da obra, que será apresentada no tamanho de 30 cm X 40 cm.

 

Esta é a primeira exposição individual da artista na Galeria Luhda, que “…se volta para artistas contemporâneos que proporcionam novos olhares sobre o mundo em que vivemos”, como conta a galerista Ludwig Danielia.

 

 

De 22 de maio a 20 de junho.

Marcia Barrozo do Amaral no CIGA

14/maio

A Art Rio apresenta pelo segundo ano consecutivo o CIGA – Circuito Integrado das Galerias de Arte, nos dias 22 e 23 de maio. Mais de 20 galerias, espalhadas por seis bairros, abrem suas portas com uma programação especial de exposições, com objetivo de aproximar cada vez mais o público das artes visuais. A Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, que representa nomes importantes no cenário das artes como Frans Krajcberg e Ascânio MMM vai apresentar trabalhos do artista Luiz Philippe, da série “Malas Prontas”, na qual utiliza azulejos antigos.

 

 

Reedição de obra rara

12/maio

​Um marco da história editorial brasileira, uma edição que levou cinco anos para ser concluída, de autoria de Gilberto Ferrez e concebido por Raymundo de Castro Maya, com 200 ilustrações em preto e branco e 50 pintadas a mão. Trata-se de “A muito leal e heroica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”, cujo lançamento será dia 13 de maio no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

O comitê Rio 450 anos lança edição fac-similar dessa obra rara, além de exposição que exibirá o making-of do livro, que foi originalmente lançado nas comemorações dos 400 anos da cidade, em 1965. Na mostra – design de montagem de Daniela Thomas e Felipe Tassar -, estarão expostas obras originais de Jean Baptiste Debret, Victor Frond, Marc Ferrez, Thomas Ender, Angelo Agostini, entre outros, além de lay-outs, bonecas e correspondências trocadas entre Gilberto Ferrez, Raymundo de Castro Maya, o editor francês Marcel Mouillot, bibliotecas e instituições culturais nacionais e internacionais durante a pesquisa desses cinco anos.

Margaret Mee e a Flor da Lua

Como levar um filme para dentro de uma galeria de arte? Esta é a premissa da exposição “Margaret Mee e a Flor da Lua – um olhar da equipe sobre as filmagens na Amazônia”, na Galeria Modernistas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ. A partir do diário da diretora Malu De Martino, a exposição mostra através de fotografias, croquis em aquarela, objetos e imagens, os bastidores das filmagens do documentário “Margaret Mee e a Flor da Lua” na Amazônia. O olhar da equipe que registrou a cada dia de filmagem, uma perspectiva diferente sobre a Amazônia e a ultima expedição da ilustradora botânica inglesa, Margaret Mee, para retratar a rara Flor da Lua.

 

Através das lentes de Julia Equi, diretora de fotografia, das aquarelas botânicas de Malena Barretto, consultora e ilustradora botânica do filme e do diário de filmagem de Malu De Martino, a Amazônia ganha intensidade sob novos ângulos. A exposição também conta com uma experiência sensorial através dos muitos sons que a floresta possui, fazendo o convidado mergulhar no universo no filme e vivenciar o dia a dia da filmagem.

 

Com curadoria e ambientação da designer Mariana Rodrigues, especialista em projetos sustentáveis, tudo foi criado e será montado a partir de elementos da natureza, como folhas secas e também reaproveitados, como o papelão. Um convite a todos para viver esta experiência de cinema, através da exposição do processo de realização do filme. A data da abertura da exposição foi escolhida por ser o aniversário de nascimento de Margaret Mee, quando completaria 106 anos.

 

 

 

De 22 de maio a 22 de junho.