O Rio de Juarez Machado

16/set

Chama-se “Rio de Outrora e Rio de Agora”, a exposição individual de pinturas que marca o retorno de exposições de Juarez Machado no Brasil. A mostra foi inaugurada na Galeria de Arte Maurício Pontual, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, em Copacabana. Uma visão divertida e peculiar do Rio, retratado em duas épocas pelo artista catarinense, atualmente radicado na França.

 

 

Juarez Machado, um eterno criador de imagens

 

Juarez Machado é um artista que transcende a pintura propriamente dita, com seu humor irreverente, este artista sempre deixou sua marca. Nesta exposição, Juarez Machado escolheu como tema a cidade do Rio de Janeiro, retratando duas épocas com seus traços muito peculiares.

 

Mauricio Pontual

 

 

Até 30 de setembro.

Nelson Leirner no Projeto Respiração

12/set

O Projeto Respiração, na Fundação Eva Klabin, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, em sua edição de aniversário – a 19ª desde 2004 -, a exposição “Nossa casa, minha vida – Visite apartamento mobiliado no local”, uma intervenção do artista Nelson Leirner, um dos grandes nomes da arte, na casa-museu da Lagoa. O curador Marcio Doctors destaca que convidou Nelson Leirner por ser “um artista que conserva o frescor inventivo da juventude, capaz de encontrar saídas estéticas surpreendentes para as situações mais adversas, da mesma forma que o Projeto Respiração foi uma estratégia curatorial, pioneira no mundo, criada para provocar novas leituras de um acervo fabuloso de arte clássica que estava engessado pelo tempo na Fundação Eva Klabin”.

 

“Leirner mantém-se coerente com a sua linguagem, conservando, com espírito lúdico, uma fina ironia e uma crítica contundente das estruturas políticas do mundo da arte e da sociedade contemporânea”.

 

Em texto que acompanha a exposição, o próprio artista escreve sobre seu trabalho “Nossa casa minha vida – Visite apartamento mobiliado no local”: “Convidado por Marcio Doctors – curador da Fundação Eva Klabin e do Projeto Respiração – a participar com uma intervenção comemorando os Dez anos do bem-sucedido evento, me vi sentado em um dos luxuosos quartos da mansão situada na Lagoa, discutindo com Marcio como seria minha ação. A suntuosidade da casa e o nobre lugar onde estava edificada me faziam pensar em como utilizar o espaço oferecido sem nem uma intervenção em seu interior.  Minha primeira intenção foi colocar o palacete à venda. Hipoteticamente vendido serviria para a construção de um edifício  usufruído por uma classe A, o que politicamente me desagradava como conceito. Foi a partir deste pensamento que me ocorreu inverter o seu uso: faria uma intervenção sem entrar no mérito destes programas sociais, e sim apontar todos os desmandos praticados em seu uso pelo nosso governo. Resolvi usar o programa ‘Minha Casa Minha Vida’ construindo dentro de uma das salas um apartamento totalmente mobiliado em 24 metros quadrados para ser habitado por uma família composta de um casal e dois filhos. Fiz questão de não dar minha opinião, mas sim recolher o material vindo de nossa imprensa. O recolhido daria para escrever um livro, e vou abaixo anexar algumas linhas que corroboram o projeto:

 

‘(…) Habitar não é apenas morar, mas sim ter necessariamente acesso a transporte, infraestrutura urbana…escola, postos de saúde, enfim um conceito que implica convivência, funcionalidade e mobilidade social…

(…) Enquanto não controla com responsabilidade e comando firme, as obras do Minha Casa Minha Vida servem somente para dar oportunidade a seus auxiliares  de fazerem um ‘pé de meia’, como ‘Minha Casa Minha oportunidade’.

(…) Mobilidade…Falta de Planejamento …as pessoas querem morar perto de onde existe trabalho.

(…) Quadrilha que explorava 5 mil pessoas em seis condomínios do Minha Casa Minha Vida…

(…) Dilma utiliza telão com transmissão ao vivo para entregar casas em sete Estados.

(…) Dilma só pode entregar obras até sexta feira: um dia antes, ela e dez ministros vão participar de solenidade em sete Estados para inaugurações simultâneas do Minha Casa.

(…) residencial do Minha Casa Minha Vida apresentam riscos… rachaduras, forro cedendo, e casas inclinadas são problemas encontrados.

(…) Famílias ocupam casas interminadas… Residências estão sem teto, portas, janelas…

(…) Após cinco anos de espera, grupo invade conjunto do Minha Casa Minha Vida’.

…e muito mais…”.

 

 

Sobre a Coleção Eva Klabin

 

A Fundação Eva Klabin possui um acervo com obras que remontam do Egito Antigo ao Impressionismo. As obras de arte, espalhadas pelas diferentes salas da casa, em meio ao mobiliário e objetos de arte decorativas, refletem a paixão da colecionadora Eva Klabin (São Paulo,1903-Rio de Janeiro,1991) pela arte. A colecionadora reuniu um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, com mais de duas mil peças, procedentes de quatro continentes e cobrindo um arco de tempo de quase cinquenta séculos. Um dos grandes destaques do acervo é a coleção dos mestres da Renascença e do Maneirismo, onde podem ser vistas pinturas, esculturas e relevos de artistas como Tintoretto, Botticelli, Bernardo Strozzi, Guiberti, Luca e Andrea della Robbia, entre outros. É possível também deparar-se com gravuras de Rembrandt ou uma paisagem do impressionista Camille Pissarro, assim como pinturas inglesas dos sec. XVIII de Reynolds e Gainsborough ou pinturas flamengas e holandesas do sec. XV ao XVII de artistas como Isenbrandt, Jan Provost, Govaert Flinck ou Gerard Ter Borch. Outras atrações são as coleções de objetos de arte chinesa de diferentes dinastias e as cerâmicas pré-colombianas, dos diferentes povos que habitaram as Américas.

 

 

Até 16 de novembro.

Tapetes Voadores na ArtRio

 

Luste Editores promove o lançamento do livro “Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica”, da artista plástica Cristina Schleder, na edição 2014 da ArtRio, Pier Mauá, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A obra conta com fotografias autorais que registram texturas, tramas e detalhes de sua inspiração maior – a Natureza, sendo que as imagens e espelhamentos de alguns fragmentos possibilitam novos significados à importância e beleza deste ecossistema. O patrocínio é do Banco Pine.

 

Para a criação da série, Cristina Schleder adentrou a área da Mata Atlântica munida de olhos treinados em busca do inusitado, do oculto, e não de uma mera imagem. Em seus momentos preferidos, os “pós-chuva” ou os dias nublados de luz prateada, quando a vegetação atinge seu pico de beleza, a artista vislumbrava detalhes de cores que surgiam em troncos e musgos, criando uma inédita fábula visual formada por fotografias marcantes. Sua imersão era tamanha que encontrava novos personagens, os quais a acolhiam e descortinavam um novo cenário, levando-a a lembrar das estórias em que os seres viajavam em tapetes voadores. Desenhos, formatos, cores e padronagens surgiam diante da artista, leves e harmônicos, que possibilitavam a imaginação de Cristina alçar vôo.

 

Nas palavras da própria artista, travestida em uma personagem de contos: “(…) a verdade deste pensamento mágico conseguia levá-la para todos os lugares imaginados, sentada em seu próprio tapete voador que a mata, com seus fios, tramas e bordados, teceu especialmente para ela.”

 

 

 Quando: 13 de setembro, às 15h

Leilão

10/set

O jantar beneficente da abertura da ArtRio 2014 será realizado no dia 10 de setembro às 20h no Museu de Arte Moderna (MAM), seguido de um Leilão de Arte. Os recursos arrecadados com a venda dos convites e das obras de arte serão destinados ao Hospital Pro Criança – Jutta Batista. idealizado pela Dra. Rosa Celia e integralmente construído com a generosidade da sociedade e com apoio Governamental.

 

O Hospital está localizado na Rua Dona Mariana 220 em Botafogo, tem equipamentos de última geração, uma equipe altamente qualificada, 3 centros cirúrgicos e conta com 70 leitos para atender a todas as especialidades médicas pediátricas, dos quais 21 serão dedicados a crianças cardíacas carentes.

 

Obras de Adriana Varejão, Albano Afonso, Afonso Tostes, Alexandre Mazza, Ana Holck, Angelo Venoza, Antonio Dias, Beth Jobim, Bonadei, Bruno Miguel, Cabelo, Carlito Carvalhosa, Carlos Vergara, Daniel Senise, Ding Musa, Eduardo Coimbra, Enrica Bernardelli, Ernesto Neto,  Fernando de La Rocque, Gabriela Machado, Galvão, Gonçalo Ivo, José Bechara, Luisa Baldan, Marcelo Solá, Marcos Chaves, Maria Carmen Perlingeiro, Maria Klabin, Maria Laet, Nazareno, Nina Pandolfo, Nunca, Otávio Schipper, Raul Mourão, Rubens Gerchman, Sandra Cinto, Tatiana Grinberg, Vicente de Mello, Walmor Corrêa, Vik Muniz e Volpi.

 

Você pode ajudar o Hospital Pro Criança adquirindo convites a R$ 500 (individual) e obras de artistas brasileiros consagrados durante o leilão. Caso seja de seu interesse adquirir convites, pedimos que encaminhe seu nome, endereço e CPF para o e-mail:
leilaoprocrianca@gmail.com

Data: 10/09/14 às 20h

 

Local: Museu de Arte Moderna – MAM – RJ – Av. Infante Dom Henrique 85 – Parque do Flamengo – Rio de Janeiro – RJ

Preço do convite individual: R$ 500,00

 

Dados para depósito:
Pro Criança Cardíaca
Banco Bradesco – 237
Agência 0227-5
cc 115.500-8
CNPJ 10.489.487/0001-71

 

Agradecemos antecipadamente o seu inestimável apoio.

 

Exposições:

 

De 03 a 05 de setembro – Das 11:00 às 19:00  na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro
Rua Prudente de Moraes, 326 – Ipanema – f: (21) 25221544

 

 

De 10 a 14  de Setembro – ArtRio
Leiloeiro: Walter Rezende

Toz no Art Rua

A terceira edição da Art Rua acontece no Centro Cultural Ação da Cidadania, na região portuária do Rio de Janeiro, ocupando uma área total de 14.000 m². Com trabalhos inéditos de diversos artistas brasileiros e estrangeiros, estimando receber cerca de 30 mil pessoas durante os três dias de programação, a feira, comandada por André Bretas, tem como objetivo apresentar ao público carioca as galerias que trafegam neste meio, e neste ano conta com a participação de 20 galerias nacionais e internacionais.

 

Entre os artistas estão sete grafiteiros que pintarão sete murais gigantes (os maiores já feitos pelo Art Rua) A curadoria foi feita pelo Instagrafite, uma das maiores redes colaborativas de arte urbana do mundo, que acaba de alcançar a marca de um milhão de seguidores. Entre esses grafiteiros estão apenas dois brasileiros, os dois representados pela carioca Galeria Movimento, no Rio, que tem à frente o marchand Ricardo Kimaid. Ricardo desde 2006 aposta na arte urbana e lançou artistas como o darling Toz e Ramon Martins, os selecionados para esta mostra. Ricardo terá o maior estande da feira, com 45 m2, e ainda lançará uma linha assinada por Toz, especialmente para a ocasião: “Vamos levar múltiplos com tiragens limitadas dos chamados prints, que são impressões produzidas por Toz com valores bem mais enxutos do que os vendidos na galeria”, afirma Ricardo. A intenção é que todos possam levar para casa uma obra do artista que começou com a arte de rua e hoje estampa grandes coleções de arte.

 

 

 

De 11 a 14 de setembro.

Sete artistas e projeto “Solo”

A Galeria Emma Thomas chega à quarta edição da ArtRio, Pier Mauá, Centro, Rio de Janeiro, RJ,  com a mostra “Arquipélago” e também apresenta obra do artista Lucas Simões no projeto “Solo”. Nesta edição do evento, a Emma Thomas promove duas ações distintas. Em seu estande V11, a Galeria apresenta a mostra “Arquipélago” com curadoria de Daniela Name e a participação de sete artistas representados pela galeria. Já o artista Lucas Simões foi selecionado para desenvolver um projeto no “Solo Project da Art Rio”, escolhido pelos curadores Pablo Leon de la Barra e Julieta Gonzalez. Este programa existe desde a primeira edição da ArtRio, em 2011, e traz a cada ano uma temática diferente. Em 2014, os curadores selecionaram obras históricas e contemporâneas que exploram a materialidade do concreto.

 

 

Arquipélago

 

Para esta mostra, a curadora Daniela Name partiu do poema “Os Ilhéus”, de Antônio Cícero (“Em arquipélagos, os ilhéus/ pisarão ruínas ao lume/ do mar, maravilhados e incréus…”), para se debruçar sobre o trabalho de sete artistas da Emma Thomas  -Bruno Miguel, Carlos Contente, Erica Ferrari, Lucas Simões, Pontogor, Rodrigo Bueno e Rodrigo Zamora – unindo-os a partir da relação destas obras com a arquitetura e das relações que estabelecem com o espaço físico. Nas estereografias da série “Palácios”, Erica Ferrari reinventa lugares estratégicos para a vida política, mergulhando-os em novos contextos: a arquitetura ganha fluidez aquosa de um delírio, escorre, se duplica. Os palácios reais e irreais de Erica dialogam com a série “Estado Laico”, de Rodrigo Bueno, em que os palácios de Brasília – que parecem já ter nascido como ruínas do futuro – são cotejados com tudo aquilo que o sonho da capital federal pareceu esconder. São imagens de “Não ditos” – nome, aliás, da série de esculturas de Lucas Simões selecionadas para a mostra. Nestas peças, o artista reinventa arquiteturas e insinua discursos. Quantas páginas em branco uma construção pode recalcar? Rodrigo Zamora cria sua obra justamente a partir daquilo que é recalcado, enquanto Bruno Miguel e Contente mergulham na criação de uma malha discursiva e midiática, muitas vezes fabulosa. Já a escultura de Pontogor, insinua que toda a construção – inclusive a desta mostra – tem um pouco de gambiarra, de adaptação.

 

Como ilhas de um mesmo arquiteto, os artistas reunidos nesta exposição são banhados pelo mesmo mar, mas têm naturezas distintas. Seus trabalhos também falam de um tempo em que a rede ininterrupta oferece uma conexão a tudo e a todo mundo, mas também é cúpula de solidão, espelho selfie. Estas cidades cheias de náufragos estão à deriva nas águas que banham este “Arquipélago”. O projeto especial da galeria inclui a realização de um sarau com poemas de Antonio Cicero na sexta-feira, dia 12, no estande da Emma Thomas (V11 – Pavilhao 2). Os artistas participantes de Arquipélago e convidados recebem o publico a partir das 18h.

 

 

Lucas Simões apresenta “Engessado”, na mostra “Solo”

 

Selecionado para “Solo Project da Art Rio”, Lucas mostra a nova série de esculturas que são uma reação crítica à fetichização e engessamento da obra “Bichos” propostos pela artista Lygia Clark a partir de 1960. Essas esculturas, formadas por placas metálicas conectadas por dobradiças, sem forma pré definida, acontecem na ativação do público através da manipulação. A ascensão dos movimentos concreto e neo concreto transformaram esses objetos em desejo de consumo e em algumas instituições são apresentados subvertendo seu conceito, expostas como objetos estáticos, em redomas de acrílico. Os “Engessados” são esculturas baseadas em algumas destas obras, como se estas estivessem encravadas num volume escultórico maior. Eles são expostos em superfície abrasiva e estão livres para a manipulação do público. O atrito entre a superfície e o gesso levará a um contínuo desgaste das peças e, por último, seu completo desaparecimento.

 

 

De 10 a 14 de setembro.

Ricardo Basbaum na Laura Alvim

09/set

A Galeria Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a individual “nbp-etc: escolher linhas de repetição”, de Ricardo Basbaum, sob curadoria de Glória Ferreira, com trabalhos inéditos ou nunca apresentados no Rio de Janeiro.

 

“nbp-etc: escolher linhas de repetição” é mais uma etapa da prática artística de Ricardo Basbaum, que por mais de duas décadas tem desenvolvido projetos em diversas linguagens. Com foco na relação com o visitante, na produção de som a partir da escrita, na postura investigativa e auto-reflexiva do artista e na construção de plataformas colaborativas e de performances, o artista, atuante desde os anos 80, pesquisa a arte como mecanismo para articular experiência sensorial, sociabilidade e linguagem.

 

A exposição começa impedindo a entrada direta do visitante na galeria. Ele se depara com estruturas arquitetônico-escultóricas que o obrigam a desviar e buscar outro percurso de acesso, construindo uma relação evidente com o corpo. “É uma performance ‘compulsória’”, propõe o artista. Nas paredes da mesma sala, há jogos de palavras, com refrões, citações e repetições, para vocalização aberta. Na noite de abertura, os cantores Lucila Tragtenberg e Licio Bruno realizam experimentos de livre vocalização dos textos.

 

Na sala seguinte, Basbaum usa diagramas em que se pode visualizar processos de pensamento conceitual de sua produção. Dois grandes diagramas desenhados sobre a parede contêm comentários sobre o ambiente da arte dos anos 80 no Rio de Janeiro e sobre o vocabulário com o qual o artista vem construindo o projeto NBP – Novas Bases para a Personalidade, em desdobramento desde os anos 1990.

 

No terceiro diagrama, na próxima sala, os comentários se referem diretamente à construção da mitologia do artista. Este diagrama se desdobra também em peça sonora, construída pela superposição de textos falados por Basbaum, editados e mixados, disponíveis através de fones de ouvido e mobiliário para o público se acomodar. Aqui, Basbaum promove a ativação de textos como elementos visuais e sonoros.

 

Os três diagramas e os módulos de escuta contribuem para a visualização e espacialização da fala do artista – enquanto obra – no local da exposição.

 

A última sala da galeria tem uma retrospectiva de 11 vídeos da série eu-você: coreografias, jogos e exercícios, realizados entre 1999 e 2014, e apresentados juntos pela primeira vez nesta mostra. Os vídeos registram ações com pessoas vestindo camisas com os pronomes ‘eu’ [vermelho] e ‘você’ [amarela], explorando situações performativas de dinâmica de grupo. A partir de instruções preliminares do artista, coreografias variadas são desenvolvidas em grupo, muitas vezes tendo como referência as linhas arquitetônicas dos locais onde a ação acontece, que podem ser uma praça no interior do Brasil, uma quadra de escola ou espaços do Museu de Arte Moderna de Nova York. Há camisetas ‘eu’ e ‘você’ em português, inglês, mandarim, árabe e bengali. Realizados em contextos diversos, como residências, oficinas e exposições, os vídeos apresentam eu-você: coreografias, jogos e exercícios no Brasil, País de Gales, na Inglaterra, Espanha, China e nos Estados Unidos.

 

Basbaum avalia que “todas estas formas de ação – estruturas, textos, desenhos, diagramas, vídeos – próprias da arte contemporânea, convergem nesta exposição em torno de um problema que se tornou cada vez mais presente em minha prática: como alguém se produz como artista? que tipo de artista se quer e se pode ser?”

 

“Ricardo denomina de artista-etc. (como também se autodefine) esse artista que se desloca por diversos papéis e politiza as relações com o circuito de arte, e que entende a produção poética como construção, fabricação de problemas”, diz a curadora Glória Ferreira.

 

 

Sobre o artista

 

Ricardo Basbaum, São Paulo, 1961, é artista e escritor. Vive e trabalha Rio de Janeiro. Investiga a arte como dispositivo e plataforma para articulação da experiência sensorial, sociabilidade e linguagem. Desde os anos 1980 desenvolve um vocabulário específico, aplicado de modo particular a cada novo projeto. Projetos individuais recentes incluem re-projecting (london) (The Showroom, Londres, 2013), diagramas (exposição antológica, Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela 2013) e conjs., re-bancos*: exercícios&conversas (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, 2011). Sua última exposição individual no Rio de Janeiro foi vibrosidade&vibrolução (A Gentil Carioca, 2011).

 

Seu trabalho foi recentemente incluído em A Singular form (Secession, Viena, 2014), Garden of Learning (Busan, 2012) e Counter-Production (Generali, Viena, 2012), entre outros eventos. Participou da documenta 12 (2007) e da 25ª e 30ª Bienais de São Paulo (2002, 2012). É autor de Manual do artista-etc (Azougue, 2013), Ouvido de corpo, ouvido de grupo (Universidade Nacional de Córdoba, 2010) e Além da pureza visual (Zouk, 2007). Contribuiu com Materialität der Diagramme – Kunst und Theorie (Ed. Susanne Leeb, b_books, 2012). É professor do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Trabalhou como Professor Visitante da University of Chicago entre outubro e dezembro de 2013.

 

 

 

Até 16 de novembro.

Vik Muniz no Rio

A segunda exposição que a Galeria Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro exibe é do consagrado Vik Muniz. O artista, que atua entre Nova York e o Rio de Janeiro, apresenta 11 trabalhos, inéditos no Brasil, de duas séries recentes, “Álbum” e “Postcards from Nowhere”. Nelas, trabalha com fragmentos de fotos e de cartões postais, respectivamente, para trazer à tona e subverter os mecanismos pelos quais as imagens são percebidas, quando decompostas nas suas várias camadas de compreensão: o detalhe, a totalidade e o imaginário de quem a vê.

 

Formadas por fotos em p&b e sépia retiradas de recordações de famílias, as imagens da série “Álbum” são elas mesmas enormes reproduções de cenas pessoais imortalizadas pela câmera. Tirar fotografias era, até pouco mais da metade do século 20, uma ação quase solene, reservada a ocasiões especiais, pelo preço e especificidade dos materiais utilizados. Dessa forma, apenas os momentos verdadeiramente memoráveis mereciam registro.

 

Com o barateamento do equipamento e o advento da tecnologia digital em sua reprodutibilidade infinita e instantânea, a fotografia hoje tornou-se corriqueira, perdendo a dimensão de solenidade e de intimidade. É isso que Vik Muniz problematiza em “Álbum”, por meio da miríade de imagens que concorrem para formar a macrofoto.

 

O olhar do espectador divide-se entre concentrar-se na imagem maior, que aqui pode ser a menina da baliza de uma fanfarra, o senhor orgulhoso do produto de sua pesca ou a jovem posando na praia, ou focar as várias pequenas recordações que parecem se perder na coletividade e impessoalidade. Assim, o público se vê confrontado por questões como a experiência pessoal em contraponto à experiência coletiva, à formação da memória e a banalização da imagem com a saturação de sua incessante produção.

 

 

Sobre o artista

 

Vik Muniz nasceu em 1961, em São Paulo. Vive e trabalha em Nova York e Rio de Janeiro. Participou de inúmeras bienais, como da 49ª Bienal de Veneza, Itália (2001); 24ª Bienal de São Paulo, Brasil (1998); Bienal de Arte Contemporânea de Moscou, Rússia (2009), entre outras. O Tamanho do Mundo (Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil, 2014), Más acá de la imagen (Museo de Arte del Banco de la República, Bogotá, Colômbia, 2013); Clayton days (The Frick, Pittsburgh, EUA, 2013); são suas mais recentes exposições individuais. Algumas das mostras coletivas de que participou são: Superreal: alternative realities in photography and video (El Museo del Barrio, Nova Iorque, EUA, 2013); Travessias 2 (Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro, Brasil, 2013); e Swept away (Museum of Arts and Design, Nova Iorque, 2012);. Suas obras integram acervos como: Museum of Modern Art, Nova Iorque, EUA; Centre Pompidou, Paris, França; Guggenheim Museum, Nova Iorque, EUA; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri, Espanha; Inhotim, Brumadinho, Brasil, entre outros.

 

 

Até 12 de outubro.

Rodrigo Albert em Santa Teresa

Seguindo o projeto do intercâmbio cultural entre galerias brasileiras, a Galeria Anexo, na Modernistas Hospedagem e Arte, em Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, recebe desta vez a Galeria Manoel Macedo, de Belo Horizonte, MG, com exposição individual inédita do fotógrafo premiado Rodrigo Albert, com curadoria de Wilson Lázaro.

 

Rodrigo Albert, de 35 anos, há quase uma década trocou a capital de Minas Gerais pela Europa. Morou em Paris e agora vive no México. Na mostra “De onde sai o dia”, Rodrigo apresenta 30 fotografias inéditas e tem como objetivo mostrar as pessoas e seus momentos, em lugares e tempos diferentes. As imagens perseguidas por Rodrigo Albert, apresentam o espanto do cotidiano. A construção a partir de dados reais, que exibem um mundo estranho, melancólico e até bruto, mas carregado de potência, ação e movimento. Ora caótico, ora organizado, um mundo que vai escondendo em suas dobras, um território inóspito, misterioso: a cidade recortada.

 

“Temos todos os dias para construir, por meio de imagens, o nosso lugar no mundo”, afirma Rodrigo.

 

O percurso do artista é marcado por momentos importantes no cenário da arte contemporânea. Rodrigo Albert foi o vencedor, no Brasil, do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger (2005/2006), com as séries “Costumes e ofícios”, “Gente e lugares” e “Mitos”. Em Paris, ganhou o prestigiado prêmio para jovens talentos da Galeria Polka (a mesma que representa Sebastião Salgado), escolhido por Marc Ribaud, da turma da agência Magnum Photos. Acrescente-se participação em concursos internacionais, em coletivas em várias partes do mundo e algumas mostras individuais.

 

 

De 09 de setembro a 27 de outubro.

LZ Studio, 3ª edição do LZ Arte

O multicultural bairro de Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, foi o cenário escolhido por Anny Meisler, Luiz Felipe Burdman e João Ricardo Coutinho como endereço para o seu espaço múltiplo, o LZ Studio. Entre a praia e a Lagoa Rodrigo de Freitas, o casarão de muro colorido recebe, dia 11 de setembro, a terceira edição do LZ Arte, projeto cultural idealizado por Anny Meisler.

 

A mostra conta com a participação de dez artistas cariocas selecionados por Anny Meisler e sua equipe. Entre eles estão pinturas assinadas por Poe, Ani Cuenca, Vitoria Frate, Cela Luz, Carlos Mattos e Pedro Vasconcellos, mais as fotografias de Denise Perez, Guilherme Torres, Heberth Sobral e Paula Klien. As obras poderão ser vistas durante o evento e pelos próximos quatro meses, tempo em que a exposição continuará em cartaz. O coletivo Pablo A Tribo, promete não deixar ninguém parado com seu rock maracatu, que se funde às mensagens do rap declamado. Com poesias e músicas autorais, Pablo A Tribo, leva na palavra e nos atos a ideologia dos valores simples.

 

Nesta edição do projeto, ainda será lançada a Revista Wish Casa, especial Rio de Janeiro. A publicação do mês de setembro será toda dedicada à cidade e terá novidades inéditas.

 

 

Sobre o LZ Studio

 

Sob o comando de Anny Burdman Meisler, a LZ Studio abriu as portas em outubro de 2012. Trabalha com exclusividade no Rio de Janeiro, produtos Diesel, Moroso, Flou, Droog, Alessi, Pedrali, Flos, Seletti, Muuto, Fatboy, Maurício Arruda, Surface Project, Maneco Quinderé, Adriana Barra, Zanini de Zanine entre outros, de um mix que chega a duas mil peças. O projeto do espaço é assinado por André Piva, um imóvel de 400 m² datado de 1938, organizado em 17 ambientes.

 

 

A partir de 11 de setembro.