Angelo Venosa na Anita Schwartz

08/set

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição individual de Angelo Venosa, um dos mais destacados artistas de sua geração. A mostra “Angelo Venosa – Membrana”, ocupará todo o espaço expositivo da galeria com cerca de 20 trabalhos inéditos, produzidos este ano e especialmente para esta exposição.

 

Uma novidade nos trabalhos apresentados é a utilização de novos materiais. Pela primeira vez, em mais de trinta anos de trajetória, Angelo Venosa está usando bambu e filamento plástico em suas obras. Além disso, trabalhos novos, baseados em séries realizadas anteriormente, também são apresentados nesta exposição com materiais distintos. De acordo com o artista, todas as obras se relacionam entre si.

 

Um desses materiais novos é o filamento de plástico, usado pela primeira vez este ano pelo artista. Encantado com as possibilidades do material, ele criou diversas pequenas formas, mas resolveu uni-las, formando trabalhos maiores, que serão apresentados na exposição envoltos em cápsulas de acrílico, de 95 cm de diâmetro. “É uma espécie de colônia, de núcleos, é um corpo em associação”, diz Angelo Venosa sobre as obras criadas com filamento de plástico preto, com inserções em cinza claro, que possuem formas variadas.

 

Os trabalhos em bambu, também inéditos, são inspirados em obras feitas pelo artista anteriormente em madeira e resina. “A criação desses trabalhos surge com uma curiosidade pelo material, que eu nunca tinha usado. E acho que eles têm um parentesco com os trabalhos em filamento plástico, pelo fio, pela linha”, afirma Venosa. Para criar estes trabalhos, o artista utiliza camadas bem finas do bambu, que se moldam, criando diferentes formas. Na exposição, haverá trabalhos desta série, tanto esculturas de chão quanto de parede.

 

No grande salão térreo da galeria, com 200 metros quadrados e pé direito de mais de sete metros, haverá uma grande obra, com aproximadamente quatro metros e meio de altura, feita em alumínio. “É uma peça de parede, que tem o mesmo principio construtivo de um trabalho feito anteriormente, mas é uma peça nova. Comecei a pensar a exposição a partir desta obra”, conta o artista.

 

Também farão parte da mostra trabalhos onde o artista faz gravações com laser sobre fórmica. São trabalhos inéditos, que fazem parte de uma série iniciada anteriormente, há cerca de dois anos. Haverá, também, três trabalhos de parede novos, também de uma série anterior (2012), constituídos pela sobreposição de lâminas brancas.

 

 
 
Sobre o artista

 

Angelo Venosa nasceu em São Paulo, em 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes desta geração. Desde esse período, Venosa lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005). Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na Praia de Copacabana/ Leme, no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008. Suas últimas exposições individuais foram este ano, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte; na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2013; no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 2012, e na Casa de Cultura Laura Alvim, também no Rio de Janeiro, em 2009.

 

 

 
Até 14 de novembro.

Dois na galeria Laura Marsiaj

05/set

Chama-se “O INTERNO EXTERIOR” a nova exposição de Arnaldo Antunes, atual cartaz da primeira sala da galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Fotografando letras, palavras e frases soltas em diversas cidades, desde o início dos anos 90, Arnaldo Antunes foi compondo um vocabulário a partir do qual criou verdadeiros enredos analógicos, para expressar questões interiores com dizeres tirados do mundo exterior. As fotos foram animadas em stop motion e, além de se alternarem em diversos ritmos, associam-se em ocorrências simultâneas sempre diversas. A curadoria é de Daniel Rangel.

 

Na sala denominada Anexo, a galeria exibe série de pinturas inéditas, “Bruno Drolshagen: Barranco”. A propósito de seus trabalhos diz o artista: “Busco preservar a intensidade do impulso, ao longo de todas as horas debruçadas em observações de folhas secas, cantos empoeirados, árvores, paredes e tudo que prende a atenção do meu olhar como artista. Meu interesse é apontar o que há de abstrato em minhas observações realistas do cotidiano.”

 

 

Até  11 de outubro.

Cartazes

Após dois anos de ações de amor pela cidade, produzindo minidocumentários com personagens cariocas, matérias jornalísticas e agendas culturais, o movimento #RioEuTeAmo está lançando o filme homônimo, “Rio, Eu Te Amo”. Para coroar esse movimento de amor pela cidade maravilhosa, o Complex Esquina 111, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, irá abrigar a exposição “Visões Rio, Eu Te Amo”. Se todo filme que se preze tem um cartaz para chamar de seu, com “Rio, Eu Te Amo” não poderia ser diferente.

 

Resgatando vínculos com artistas que o movimento #RioEuTeAmo se conectou em seus dois anos de ações pela cidade, sete deles foram convidados a reinterpretarem o cartaz original do filme. Kakau Hofke, Rodrigo Villas, Mariana Valente, Lisa Akerman, Carol Incerti, Lukas Guinard e Marcelo Malni são os nomes que, cada um ao seu modo, irão declarar seu amor pela cidade criando versões pra lá de especiais. Da colagem ao graffiti, passando pela ilustração, aquarela e desenho vetorial, os sete belos cartazes assinados estarão em exposição no Complex Esquina 111.

 

 

Sobre o Complex Esquina 111

 

Um lugar com o espírito do Rio de Janeiro, dinâmico em sua essência, onde diferentes espaços e atividades convivem sob o mesmo teto. Essa é a proposta do Complex Esquina 111, uma parceria do grupo Slash/Slash, da produtora BDZ e da Escola de Atividades Criativas Perestroika. O gastrobar abre as portas na esquina das ruas Redentor e Maria Quitéria, no coração de Ipanema, sob o comando de Gabriel Rezende. Com projeto da Quarto Andar Arquitetura e cenografia e ambientação de Antônio Torriani, o primeiro e aconchegante piso, possui um salão, além de uma área externa, subindo as escadas, se encontra um espaço multiuso, projetado para abrigar todo tipo de programação e agregar ainda mais ao mix do gastrobar. A casa oferece uma agenda alternativa, com exposição de artistas de diversos segmentos, cursos ministrados pela Escola de Atividades Criativas Perestroika, DJs, músicos e designers. O cardápio, é assinado pelo prestigiado chef Fábio Batistella.

 

 

De 06 a 27 de setembro.

Almandrade na Gustavo Rebello Arte

04/set

Gustavo Rebello Arte, Copacabana Palace, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta ao público carioca poemas visuais, objetos e pinturas do artista baiano Almandrade. Esta exposição é um recorte do trabalho do artista, elaborado a partir dos primórdios da década de 1970, com a preocupação de utilizar o objeto de arte para interrogar a natureza da linguagem e provocar reflexões, sem deixar que conceitos sobreponham ao fazer artístico.

 

Antônio Luiz M. Andrade, o Almandrade, é artista plástico, arquiteto e poeta baiano, de Salvador. Participou de importantes mostras nacionais e internacionais, como a Bienal de São Paulo. É envolvido com a pesquisa de linguagens artísticas, desde 1972, onde ora se envolve com as artes plásticas, ora com a literatura. Escreveu em vários jornais e revistas especializadas sobre arte, arquitetura e urbanismo, ganhou prêmios de cultura e publicou livros de poesias e trabalhos visuais. Seus poemas procuram dar às palavras intensidade plástica, forma. Tem trabalhos espalhados em acervos particulares e públicos no Brasil.

 

Almandrade compromete-se com a pesquisa de linguagens artísticas que envolve vários suportes, inclusive a poesia. No percurso do artista, destaca-se a passagem pelo concretismo e a arte conceitual, nos anos 70, o que contribuiu fortemente com a incessante busca de uma linguagem singular, de vocabulário gráfico sintético. De certa forma, um trabalho que sempre se diferenciou da arte produzida na Bahia.

 

O trabalho de Almandrade, tanto pictórico quanto linguístico, vem se impondo, ao longo de todos esses anos, como solitário, à margem do cenário cultural baiano. Depois dos primeiros ensaios figurativos, no início da década de 70, conquistando uma Menção Honrosa no I Salão Estudantil, em 1972, sua pesquisa plástica se encaminha para as experiências construtivas e a arte conceitual. Como poeta, mantém contato com a poesia concreta e o poema/processo, produzindo uma série de poemas visuais. Com um estudo mais rigoroso do construtivismo e da Arte Conceitual, sua arte se desenvolve entre a geometria e o conceito. Desenhos em preto-e-branco, objetos e projetos de instalações, essencialmente cerebrais, calcados num procedimento primoroso de tratar questões práticas e conceituais, marcam a produção deste artista na segunda metade da década de 70.

 

Que ninguém duvide: a economia de elementos e de dados não se dá por acaso, configura uma opção estética, inteiramente coerente com a tendência a síntese, ao traço essencial, ao quase vestígio. Um nada, cuja gênese reside na totalidade absoluta. Assim também é a sua poesia. Simplificar as formas e geometrizar a vida parece ser a vontade de Almandrade, artista dos mais representativos para a arte contextual da Bahia no momento.

 

Um escultor que trabalha com a cor e com o espaço e um pintor que medita sobre a forma, o traço e a cor no plano da tela. A arte de Almandrade dialoga com certas referências da modernidade, reinventando novas leituras.

 

 

Sobre o artista

 

Almandrade é artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano, poeta e professor de teoria da arte das oficinas de arte do Museu de Arte Moderna da Bahia e Palacete das Artes. Participou de inúmeras mostras coletivas, Salões e Bienais. Integrou coletivas de poemas visuais, multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. É um dos criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia que editou a revista “Semiótica”, em 1974. Realizou mais de trinta exposições individuais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, entre 1975 e 2014; escreveu em vários jornais e revistas especializadas sobre arte, arquitetura e urbanismo. Ganhou diversos prêmios e publicou livros de poesias e trabalhos visuais. Tem trabalhos em vários acervos particulares e públicos, como: Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), Museu da Cidade (Salvador), Museu Afro (são Paulo), Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e Pinacoteca Municipal de São Paulo.

 

 

De 09 de setembro a 11 de outubro.

Nelson Leirner na Silvia Cintra + Box 4

03/set

“Homenagem a W.K. ou a Assombração de um Clone”, é nova exposição de Nelson Leirner, com vernissage agendado na galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Um diálogo com o trabalho do sul-africano William Kentridge, a mostra apresenta trabalhos bidimensionais, realizados em técnica mista.

 

A arte do sul-africano William Kentridge, com todo seu movimento, sombras e elementos multimídias, é um convite para um encontro com o mais novo trabalho de Nelson Leirner. Em “Homenagem a W.K ou a Assombração de um Clone”, o artista constrói uma série de imagens nas quais as obras de cada um se fundem, criando uma instigante interseção.

 

Como nas exposições anteriores, onde estabeleceu diálogos com grandes artistas, a exemplo de Marcel Duchamp, Leonardo Da Vinci, Mondrian, Lucio Fontana e Christo, a homenagem a William Kentridge surge primeiro de uma oposição para depois encontrar sua identificação. “Kentridge é ruído e movimento. Eu sou silêncio; sou tantas cores e ele, sombras, dramaticidade”, compara o artista.

 

Se estas diferenças aparecem no trabalho de cada um, é na crítica à condição política do Brasil e da África do Sul em que se dá a identificação. “Ao estudar vida e obra do artista, descobri que há muito em comum em nossas trajetórias”, conta Leirner, lembrando que ambos foram vozes ativas contra o estado de exceção em seus países. William Kentridge, no que diz respeito ao  Apartheid, e Nelson que foi, sem dúvida, um dos mais contundentes críticos à ditadura brasileira.

 

A primeira vez que Nelson Leirner teve contato com a obra de Kentridge foi na 6ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, e, segundo o artista, foi bastante impactante. “Esta exposição talvez apresente o trabalho mais emblemático entre os artistas com quem já dialoguei”, afirma o artista. Sobre esta conversa constante, aliás, Nelson faz a seguinte reflexão: “Quase sempre deixo muito claro com quem estou dialogando ou uso de uma metalinguagem para criticar o sistema da arte. É impossível não encontrar referência histórica na obra de arte, pois não procuramos originalidade, mas sim um fio condutor que sempre aparece mesmo inconscientemente”. A mostra traz trabalhos bidimensionais, onde relevos se juntam à tela.

 

 

Até 11 de outubro.

Novas Aquisições Gilberto Chateaubriand

O MAM-RIO, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, e a Bradesco Seguros, Petrobras, Light e a Organização Techint apresentam, a exposição “Novas Aquisições 2012/2014 – Coleção Gilberto Chateaubriand”, realizada a cada dois anos no MAM-Rio, com as obras recém-adquiridas pelo colecionador Gilberto Chateaubriand, cuja coleção se encontra em regime de comodato com o Museu. A mostra terá cerca de 100 obras de artistas brasileiros incorporadas recentemente à coleção, entre março de 2012 e setembro de 2014.

 

Organizadas periodicamente pelo MAM-Rio, as exposições das aquisições feitas por Gilberto Chateaubriand revelam não somente as mais recentes produções da arte brasileira, como o olhar e o vigor do colecionador na busca de novos artistas nas diversas regiões do país.

 

Fazem parte da atual mostra obras de artistas como Alexandre Mury, Anna Bella Geiger, Antonio Bokel, José Bechara, Katia Maciel, Marcos Cardoso e Roberto Burle Marx (Rio de Janeiro), Ivan Grilo, Raquel Fayad e Vicente de Mello (São Paulo), Marcelo Solá e Rodrigo Godá (Goiás), Carlos Henrique Magalhães e Ramonn Vieitez (Pernambuco), Tony Admond (Alagoas), Pablo Menezes e Vauluizo Bezerra (Sergipe), Íris Helena (Paraíba), Camila Soato e Fernanda Quinderé (Distrito Federal), Marga Puntel e Tiago Rivaldo (Rio Grande do Sul) e Alexandre Mazza (Paraná).

 

 

A palavra dos curadores

 

“A Coleção Gilberto Chateaubriand sempre teve como foco o estímulo a jovens artistas. Muitos deles, ainda sem galeria e sem inserção no circuito, ganham aqui sua primeira exposição institucional. Outra marca da Coleção é sua natureza enciclopédica que não exige recorte temático ou conceitual”, explicam Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre, curadores da exposição.

 

“Cabe frisar que, apesar da natural concentração de artistas cariocas, há uma presença expressiva de artistas de fora do eixo Rio-São Paulo que fazem desta exposição um termômetro da cena contemporânea brasileira. É raro um colecionador com tanto faro para descobrir nomes emergentes nas regiões menos visitadas por curadores e menos em voga no circuito”, contam os curadores.

 

Os curadores ressaltam a importância da exposição: “Muitos dos artistas hoje canônicos foram em outro momento, no começo da própria coleção, parte de novas aquisições. Além disso, de forma cada vez mais rápida, o artista contemporâneo é legitimado institucionalmente e faz parte das coleções dos museus. Ao refletir tal aceleração e o caráter de termômetro do circuito desta coleção, realizar uma exposição assim periodicamente é uma maneira de fazer do MAM um espaço vivo em que os caminhos da história da arte começam a se definir”.

 

 

Sobre a Coleção Gilberto Chateaubriand

 

Desde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção Gilberto Chateaubriand, internacionalmente conhecida como um dos mais completos conjuntos de arte moderna e contemporânea brasileira, e que as cerca de sete mil peças compõem um impressionante painel do período, em um mesmo museu. A coleção tem trabalhos pioneiros da década de 1910, como os de Anita Malfatti, e prossegue a partir do modernismo de Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi e Djanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 1950 entre geometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da Nova Figuração dos anos 1960 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistas que constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistas surgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamente todos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para a arte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Artur Barrio, Antonio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, Rosangela Rennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados. Renovada através de aquisições que o colecionador faz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempre apresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências do Museu, mas também em exposições itinerantes dentro e fora do País.

 

 

Até 16 de novembro.

O Mundo de Sonia Lins

02/set

O Museu Virtual Sonia Lins que inventaria sua obra plástica e literária será lançado no Oi Futuro, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Os livros, todos esgotados, e textos inéditos estão disponíveis para download grátis, e mais detalhes da vida pessoal desta irmã de Lygia Clark. Sonia Lins tem sua produção avalizada por Drummond, Millôr, Tunga, Waly Salomão, Luciano Figueiredo, Ivo Pitanguy, entre outros depoimentos em vídeo e gráficos no site. O site reúne obra literária e plástica, textos inéditos, registros de suas exposições individuais, seus objetos, filmes, um documentário com depoimentos de Tunga, Luciano Figueiredo, Vanda Klabin, Ivo Pitanguy e Vera Pedrosa, e uma biografia póstuma, assinada por Marcel Souto Maior, também disponível para download. Há ainda um segmento para o usuário brincar de construir obras a partir do universo de criação da artista.

 

 

Sobre a artista

 

Sonia Lins, BH, 1919–RJ, 2003, escreveu livros, criou desenhos, objetos, filmes e instalações sem aspiração de exibi-los, embora transitasse entre intelectuais, socialites e a intelligentsia do Rio de Janeiro. Ela produzia para si. As edições arrojadas de suas publicações, há tempos inacessíveis ao leitor, ressurgem agora para download grátis no Museu Virtual Sonia Lins.

 

 

 

Vida e obra

 

Uma linha do tempo conta a vida pessoal de Sonia Lins. Irmã de Lygia Clark, nascida em uma família tradicional mineira, Sonia escrevia desde a adolescência, mas ainda não manifestava inclinação para as artes visuais.

 

Depois de dois filhos, Sérgio e Kiko, e separada do marido, Sonia foi para Paris, onde morava Lygia. Usando material da irmã, ela fez desenhos a gouache. Alguns deles foram selecionados por Isaac Dobrinsky, professor de Lygia, para uma exposição de jovens artistas em Paris. Ainda assim, Sonia não persistiu na pintura. Seus textos, em prosa e verso livres, foram publicados pela primeira vez, em 1959, no vanguardista Suplemento Dominical do Jornal do Brasil. Alguns poemas, em português, foram inseridos na revista de arte Signals Bulletin, editada pelo crítico inglês Guy Brett para a Signals Gallery de Londres, que acolhia nomes da vanguarda brasileira como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel. Era a vanguarda que recebia a produção de Sonia Lins.

 

Sua obra transita entre a palavra e a linguagem gráfica, a confecção de objetos inusitados, como o guarda-chuva morcego, poemas editados em um rolo do papel higiênico, ou um container em forma de seios para guardar leite.

 

Seus nove livros publicados são trabalhos gráficos com palavras, quase sempre autobiográficos, como “Baticum”, publicado em 1978, pela Pedra Q Ronca, editora de Waly Salomão, que a apresentou ao artista plástico Luciano Figueiredo, que passou a acompanhar o trabalho de Sonia.

 

A “Baticum” se seguiram “O livro da árvore”, de 1984, com desenhos-colagens sobre a destruição da fauna e flora brasileiras; “Abre-te Sésamo”, de 1994 – desenhos, crônicas e anedotas, dentro da tradição dos almanaques populares; “Artes”, de 1996 – em linguagem gráfica conta a convivência com a irmã Lygia Clark, de quem era muito próxima na infância; “Stop/Start”, de 1997 – minilivro de desenhos-charges sobre os prazeres de uma vida de lazer ou o stress cotidiano, embalado em caixa de fósforo; “Eu”, de 1999 – desenhos de uma coletividade de eus dá forma aos esboços precisos da autora; “És tudo”, de 1998/99 – coletânea de 200 poemas-jogos de palavras, editados em forma de um livro convencional e em rolos de papel higiênico; “O tempo no tempo”, de 1999 – minilivro de desenhos inspirados na evolução da vida e no tempo do ciclo da criação; “Diálogo”, de 2000, com desenhos sobre as várias etapas de um diálogo conjugal, e “Livro das dessabedorias”, de 2003, de notas e frases criadas durante o tratamento de um câncer que se agravou naquele ano.

 

Em 2000, aos 81 anos, Sonia Lins faz sua primeira individual no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. A mostra, intitulada “Se é para brincar eu também gosto”, foi baseada no eu. Na segunda exposição solo, “Zumbigos”, de 2002, também no MNBA, ela quis chegar à coletividade, partindo de uma marca que todos temos igual: o umbigo. Na terceira mostra, no ano de sua morte, o tema foi a política. “Brasil passado a sujo”, no Centro Cultural Correios, teve apresentação de Millôr Fernandes e Luciano Figueiredo.

 

No filme “Meu nome é EU”, criado por Sonia Lins para a primeira exposição, um homem se liberta das agulhas com as quais sua imagem é tricotada. Em “Zumbigos”, com Fernando Alves Pinto e música do Grupo Karnak, fantasia e realidade se confundem no cotidiano do personagem envolvido no universo-zumbigos, em que o tempo cinematográfico circular – como o umbigo – não tem início nem fim. Em “Fome”, com direção de Walter Carvalho, a câmera se detém sobre quatro homens que escrevem a palavra “fome” com milho no chão da Cinelândia vazia. Uma revoada de pombos devora os grãos que formavam a palavra.

 

Sobre o acervo da artista, agora eternizado e disponível ao público, Luciano Figueiredo diz em texto inédito:

 

– A mescla de expressões em suportes tão variados e mais os seus livros constituem o legado artístico e literário de uma figura extraordinária e imprescindível da arte brasileira, e mais um exemplo contundente do caráter experimental e livre de nossas conquistas artísticas e culturais. Seu acervo de obras e de documentos é extremamente significante no panorama de nossa arte contemporânea.

 

O Museu Virtual Sonia Lins foi desenvolvido pelo iDigo – Núcleo de Inteligência Digital.

 

Coquetel de Lançamento do Museu Virtual Sonia Lins

Data: segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Local: Oi Futuro – Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo

Horário: 19h às 22h

Paulo Climachauska exibe Natureza Econômica na Lurix

25/ago

 

A LURIXS: Arte Contemporânea, exibe “Natureza Econômica”, a segunda exposição individual de Paulo Climachauska na galeria. Em uma surpreendente manifestação de cores vivazes, a exposição reúne dez obras da nova série homônima do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Paulo Climachauska nasceu em São Paulo, SP, 1962. Formado em História e Arqueologia da Universidade de São Paulo, Climachauska teve sua primeira exposição em 1991 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Suas obras são profundamente enraizadas em sua fascinação com as inter-relações entre a economia, a sociedade e as artes, examinando assim a ideia da arte como um elemento socioeconômico e sua associação à abstração econômica e derivativos financeiros. Após a sua participação na 26 ª Internacional Bienal de São Paulo, na 8 ª Bienal de Cuenca, e na 14 º Bienal de San Juan, seus trabalhos foram apresentados em exposições individuais no Moderna Musset (Estocolmo, Suécia), Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro, Brasil), o Projeto 01 (Park Gauflstrafle, Alemanha) e Paço Imperial (Rio de Janeiro, Brasil), entre outras importantes galerias e instituições. O artista também participou de exposições coletivas no Museu da Escultura Brasileira (São Paulo), Chateau de Fermelmont (Fermelmont, Bélgica), Vancouver Biennale (Vancouver, Canadá), Fundacíon Pedro Barrié de la Maza (Vigo, Espanha), Henry Moore Institute (Leeds, Inglaterra), e no Toyota Contemporary Art Museum (Tóquio, Japão), para citar alguns. As obras de Climachauska também estão presentes em coleções de arte importantes, tanto no Brasil quanto no exterior, como na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, Lhoist Collection e Colección Patricia Phelps de Cisneros. Paulo Climachauska vive e trabalha em São Paulo.

 

 

Sobre a galeria

 

O cronograma de exposições da LURIXS: Arte Contemporânea mantém a galeria na vanguarda da cena artística do Rio de Janeiro. Em exposições recentes, a galeria apresentou as obras distintas e sólidas de Valdirlei Dias Nunes, os jovens artistas emergentes do Coletivo MUDA, e os mais novos estudos de base tridimensional e arquitetônica de Manuel Caeiro. Exposições anteriores de artistas como Hélio Oiticica, Geraldo de Barros, Luciano Figueiredo, José Bechara, Elizabeth Jobim e Raul Mourão se destacam entre as mostras realizadas na cidade.
A galeria trabalha incessantemente ao lado de curadores, colecionadores e consultores de arte, buscando o posicionamento de obras de arte em coleções e exposições, sempre em harmonia com seu perfil curatorial. Seu acervo, composto de obras de qualidade e renome mundial também se destaca no setor do mercado secundário. Respeitando as necessidades de colecionadores em adquirir ou tratar obras de arte, a galeria mantém os mais elevados padrões de profissionalismo e discrição.

 

 

Até 03 de outubro.

 

Papéis Avulsos na Galeria Movimento

21/ago

Quem conhece a obra de Paulo Vieira, sabe da paixão do artista pelo desenho. São muitos os cadernos onde ele inventa seu universo, sempre experimentando os limites do traço.  A linha como o tema principal. Os materiais variam de acordo com as intenções do artista: Paulo trabalha com grafite, guache, lápis de cor, carvão e aquarela. Esta é a sua terceira individual na Galeria Movimento, Copacabana, Rio de janeiro, RJ, que tem a frente o galerista Ricardo Kimaid e também representa os artistas Toz, Tinho,  Arthur Arnaud, Thais Beltrame entre outros.

 

A exposição intitulada “Papéis Avulsos” é composta por 12 desenhos onde o artista apresenta seus personagens, por vezes em grupo, ou desgarrados e isolados. A narrativa foge da linearidade e surpreende pela atmosfera própria do grafite aliada a economia no uso da cor, o resultado são desenhos com uma densidade surpreendente. O “Autorretrato de gravata” e “O Inquilino”, sozinhos em seus pensamentos, ocupam o primeiro plano e parecem avulsos, interagem apenas com os seus medos, seus fantasmas, suas fantasias.

 

As padronagens presentes em alguns trabalhos, criam um ritmo dinâmico.  Em  “A menina com fio de ouro”, elas surpreendem  pela beleza do traço em conjunto com a figura. São muitas, as possibilidades diante de imagens tão instigantes. Quem observa certamente se perderá pelos diversos caminhos que os desenhos podem levar.

 

Paulo vieira nos fala sutilmente de solidão, de vida interior, de se reinventar quando o equilíbrio muitas vezes desequilibra o olhar. Sua intuição, submetida à experiência evita as armadilhas da imagem. Ao espectador, depois da fruição, permanecerá uma história interior, às vezes, perturbadora como um conto de fadas. A curadoria é de Isabel Portella.

 

 

Sobre o artista

 

Mineiro de Manhuaçu-MG, 1966, morou em  Caratinga-MG desde a infância, época em que começou seu envolvimento com arte. Na década de 80 fez sua primeira individual na cidade e frequentou os ateliês de Gian Carlo Laghi e Josias Moreira. Também  participa do segundo salão de artes plásticas de Governador Valadares-MG neste período. Em 1991, frequenta a Escola de Belas Artes da UFRJ, onde estuda com Celeida Tostes e Lygia Pape e frequenta curso de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage com Beatriz Milhazes. Em 2007, a convite do cartunista Ziraldo participa  do projeto Zeróis – Ziraldo na Tela Grande e retorna a EAV para o curso de desenho com Gianguido Bonfanti. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

De 04 a 27 de setembro.

Adriana Varejão e as múltiplas influências de sua obra

18/ago

Adriana Varejão é uma das maiores expressões da arte contemporânea brasileira e entre as mais bem sucedidas no circuito mundial, nascida no Rio de Janeiro, cidade onde vive, a premiada artista já participou de mais de 70 exposições em diversos países. Tem presença marcante em inúmeras bienais e seu trabalho já foi mostrado em grandes instituições internacionais como MoMA, Nova York; Fundação Cartier, Paris; Centro Cultural de Belém, Lisboa; Hara Museum, Tóquio e The Institute of Contemporary Art, Boston. Um pavilhão dedicado à sua obra pode ser visto no Instituto Inhotim, em Minas Gerais. Faz parte de acervos, como os da Tate Modern, Fundação Cartier e Guggenheim, entre outros. Adriana Varejão apresenta, no Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, a sua primeira vídeo instalação, “Transbarroco”. A artista mostra no Oi Futuro sua primeira video instalação, “Transbarroco”. Filmada no Rio de Janeiro, Ouro Preto, Mariana e Salvador, apresenta referências do Barroco que foram importantes em sua obra. A curadoria é de Alberto Saraiva.

 

OF. O que significa para você o processo de criação?

 

AV. Toda criança é um ser extremamente criativo. Com o tempo e a educação, ela vai se moldando, seu pensamento, sua percepção, seu olhar. O primeiro passo para criar é resgatar essa percepção não formatada, livre e sem preconceitos que é a percepção infantil. No meu caso, o processo de criação vem junto a um processo de estudo e disciplina. Eu costumo me interessar por assuntos diversos. Nesse sentido, a curiosidade é uma grande aliada. Quando estou entre uma série e outra costumo folhear livros, ver imagens, absorver o máximo possível de informação. Isso estimula a minha criatividade. Também acho que viajar é muito bom, pois te arranca da sua rotina, faz com que você perceba as coisas de outra maneira. Também costumo arriscar muito. Quando já conheço previamente o resultado que o trabalho pode oferecer, tendo a mudar minha pesquisa para outros campos mais desafiadores.

 

OF. Qual a função da arte para o ser humano?

 
AV. Arte não é algo ligado à função. Na verdade, a arte é completamente inútil, senão não seria arte. Quando Duchamp pega a roda da bicicleta e a coloca num banco como num pedestal, ou pega o mictório e o pendura de cabeça para baixo, ele cria um estranhamento fazendo com que esses objetos sejam percebidos em sua integridade em forma e corpo pela primeira vez. Eles não pertencem mais ao mundo da função, onde nós não os percebemos, onde eles são invisíveis. A arte cria essa narrativa paralela que areja a linguagem, como as minhocas arejam a terra.

 

OF. Você tem uma trajetória de muitos anos com obras que remetem ao Barroco. Como isso aconteceu?

 

AV. Eu costumava pintar com uma camada muito espessa de tinta. Quando eu entrei pela primeira vez em uma igreja barroca em Ouro Preto me identifiquei com o excesso e com a volúpia da materialidade barroca. Até hoje me lembro dessa igreja, era a Igreja de Santa Efigênia ou Nossa Senhora do Rosário do Alto da Cruz, uma irmandade negra. A partir dessa primeira epifânia pesquisei profundamente o barroco presente no Brasil e no México.

 

OF. Quais as principais referências que aparecem em suas obras?

 

AV. Meu trabalho tem um caráter polifônico. As referências são inúmeras. O barroco quando chega à America se molda às culturas locais e absorve muitas influências. Esse caráter miscigenado é o que mais me atrai no estilo barroco. No Brasil vemos, por exemplo, forte influência chinesa vinda através da Companhia das Índias nas sedas, nas lacas e porcelanas. Temos também gênios como Aleijadinho e Ataíde que têm traços extremamente pessoais.

 

OF. O que o público poderá esperar desta exposição no Oi Futuro?

 

AV. Os filmes foram feitos em três igrejas – de São Francisco, em Salvador, no Rio e em Ouro Preto. Além de detalhes chineses da Sé de Mariana. Essas igrejas foram escolhidas por serem fortes referências na minha obra. Procurei me aproximar dessas imagens com um olhar mais detalhado, que é como eu olho para elas. A Igreja de São Francisco no Rio (Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência) é carregada em ouro e tem uma talha rica em estilo português. A câmera seguiu um percurso do perímetro completo dessa igreja. A Igreja de São Francisco em Salvador, com seu rico painel de azulejaria do claustro, me serviu de inspiração para diversos trabalhos. A câmera procurou completar todo o perímetro do claustro seguindo um percurso que eu indiquei. Em Ouro Preto gravamos a Igreja de São Francisco feita por Aleijadinho com a nave pintada por Ataíde. Dessa vez percorremos o Perímetro vertical da igreja, indo do chão ao teto. O som tem um caráter polifônico misturando sons locais, ritmos afros do Olodum, além do órgão da Sé de Mariana, etc.

 

OF. Quais os planos para 2014?

 

AV. Minha primeira individual numa importante instituição americana, o ICA Boston, em novembro.

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Fonte: oifuturo.org.br/noticias – Foto: Murilo Meirelles

 

 

Até 26 de outubro.