Roberto Magalhães é a próxima exposição da Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. A mostra denomina-se “Viagem Astral”. Roberto Magalhães fala das imagens, da quantidade de imagens diferentes que costumam brotar initerruptamente em seu pensamento. De uma maneira inesgotável, segundo ele “…como uma torneira aberta no mundo, sem forma e sem tempo”. A série de desenhos inéditos que será apresentada, que reúne 30 trabalhos, foi iniciada no noroeste da Argentina e talvez, pelas circunstâncias vividas nessa região desértica e inóspita, muitos deles têm conotações místicas que parecem ressurgir de maneira simbólica de um passado experimentado há 40 anos, durante um período de introspecção e a descoberta do mundo interior do artista. Entre os desenhos místicos e espirituais, está a nave que manobra sobre a superfície de planetas e luas onde o artista pode então vislumbrar objetos pertencentes aos povos que ali habitam. São máquinas e aparelhagens de funcionamento desconhecido, medidores, monumentos, estruturas, cuja finalidade não é conhecida e que talvez sirvam apenas como sugestões da enorme quantidade de ideias que pretende futuramente concretizar no espaço tridimensional em que vivemos. Aparecem mapas, caminhos e roteiros dos mundos imaginários que visita. Em alguns desenhos são acrescentados textos, que, para o artista, é uma tentativa de mostrar com palavras que vai colhendo desordenadamente, frases explicativas de que imagina e vislumbra.
O artista descreve seus trabalhos
“Nossa mente é mesmo surpreendente! E me deleito sempre quando viajo à bordo dela, com nossa capacidade de imaginar o que queremos, quando quisermos e do jeito que escolhemos”.
“São como ferramentas que me permitem construir o necessário para viajar com a mente, ou seja, módulos que reunidos me possibilitam compreender o que não vejo e proporcionar alguma coerência às referências que vou encontrando nesse vôo”.
“São como sínteses, clamores ou até mesmo êxtases proporcionados por essa imensidão impensável do invisível, que nos rodeia e interpenetra e do qual nunca teremos uma compreensão lógica e satisfatória”.
Sobre o artista:
Roberto Magalhães surgiu na cena artística brasileira no início da década de 1960. É um dos principais integrantes do grupo de jovens pintores que realizaram, no MAM-RIO, a exposição “Opinião 65”, iniciativa revolucionária por trazer uma nova linguagem visual para as artes plásticas no Brasil. Ganhou, em 1966, o cobiçado prêmio de viagem ao exterior no XV Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Fixou residência em Paris entre 1967 e 1969, desfrutando do prêmio recebido na IV Bienal de Paris e participou de exposições no exterior. Depois de oito anos sem expor – suas inquietações e questionamentos o tinham levado ao misticismo -, em 1975, Magalhães recomeçou sua vida artística, expondo e lecionando no Museu de Arte Moderna. Em variadas técnicas, Roberto Magalhães constrói uma longa trajetória, destacando-se como uma das referências nas artes plásticas no Brasil e consolidando-se no circuito internacional, incluindo entre os anos 1960 do século passado e 2013, passagens pela IV Bienal Internacional de Gravura; “Brazilian Art Today”/Royal Academy, Londres; VII Bienal Internacional de São Paulo; “Xilografia/Xilogravura”/Museu de Las Artes, Guadalajara, Mexico; “Retrospectiva”/MAM-RIO; “Roberto Magalhães – Pinturas, Dibujos y Grabados”/Museo de Arte Contemporáneo de Caracas Sofía Imber, Caracas, Venezuela;“Desenhos”/Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro, 2001; “Otrebor – A Outra Margem”/Caixa Cultural, Rio de Janeiro e Brasília; “Preto/Branco 1963-1966 – Xilogravuras e Desenhos”/Parque Lage, Rio de Janeiro e “Roberto Magalhães- Pinturas e Desenhos”/Art Museum of Beijing Fine Art, China, 2011.
De 12 de novembro a 02 de dezembro.