Concebida como uma aventura emocional, a exposição “Sala de Mapas”, exibição individual de Pablo Sycet que apresenta obras usando técnica mista sobre papel, explora suas memórias afetivas resgatando lembranças de suas primeiras visitas a algumas cidades do Brasil, há duas décadas. Tomando o avião como ponto de partida e suporte da trama, o artista acabou expandindo sua experiência de viagem para outras cidades que foram fundamentais (e sentimentais) para o futuro do pintor. Na mostra que será apresentada, a partir do dia 07 de novembro, no Instituto Cervantes, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Pablo utiliza fragmentos aleatórios da cartografia de São Paulo, Havana, Istambul, Lisboa, Nova Iorque, Madri e Granada. Por ocasião da primeira exibição desta exposição, foi publicado “Map Room”, poema homônimo de Juan Manuel Bonet, acompanhado de algumas pinturas desta série. A mostra itinerante, que já foi exibida no Instituto Cervantes de São Paulo, conta com a colaboração da Fundação Olontia.
“Procurei recuperar e recriar no papel, aquelas sensações vivenciadas em primeiras incursões àquelas cidades. Vários anos se passaram até que eu pudesse projetá-las nesta ficção pictórica representada. São os traços mais íntimos de uma outra educação sentimental”, explica.
Sobre Pablo Sycet
Quando os mapas ainda não eram instrumentos de uso diário, exceto para profissionais do turismo e disciplinas acadêmicas ligadas à geografia, Pablo Sycet Torres nascia, em 1953, em Huelva, pequena cidade portuária ao sul de Espanha, sem qualquer tradição familiar no mundo da arte. Pablo Sycet Torres é um artista visual espanhol de muitas facetas. Embora a pintura seja a sua principal manifestação artística, também atua como curador de exposições, editor, designer gráfico, letrista de inúmeras canções e produções musicais, além de ser um dos arquitetos em atividade artística na capital desde os anos da Movida Madrileña (movimento disruptivo cultural importantíssimo na Espanha, tendo Almodóvar como um dos personagens de destaque). Desenvolveu sua carreira profissional em Madri, realizando a primeira exposição individual “Gestos”, em 1978, na Galeria Antonio Machado. Em 1982, obteve uma bolsa do Ministério da Cultura espanhol; três anos depois obteve outra bolsa, desta vez do Comitê Misto Hispânico Norte-Americano para Cooperação Cultural e Educacional para residir em Nova York. Sycet é um dos pintores andaluzes mais representativos da geração dos anos 1980. Sua atividade principal há mais de 40 anos, a pintura se agrega a um amplo leque de áreas complementares como a edição, a tipografia, o design gráfico, a fundação de galerias de arte, a organização de exposições, letras de músicas, produção musical e a criação e programação da Galeria Sandunga em conjunto com o artista Julio Juste. Manteve durante muitos anos uma estreita colaboração com o crítico e curador de arte Quico Rivas, participando em alguns dos seus projetos.
Até 15 de dezembro.