A Geometria em Rubem Valentim

09/nov

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Rubem Valentim – Sagrada Geometria”, exposição com curadoria de Max Perlingeiro, e consultoria de Bené Fonteles, artista plástico, poeta e amigo mais próximo de Rubem Valentim, e que o acompanhou por duas décadas, até sua morte.

A exposição celebra este extraordinário artista que fez do sagrado sua vida e obra. São 75 obras, em pinturas e desenhos, e ainda seus “objetos”, com pintura sobre madeira, e um ensaio fotográfico de Christian Cravo, dedicado ao celebrado conjunto com 20 esculturas e 10 relevos brancos chamado “Templo de Oxalá”. Este conjunto, feito por Rubem Valentim em 1974, e pertencente ao Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, é um dos destaques da 35ª Bienal de São Paulo.

Será exibido, em looping, o vídeo “Rubem Valentim (1922-1991) – Sagrada Geometria”, feito especialmente para a ocasião, com 28’15 de duração, Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, é um dos destaques da 35ª Bienal de São Paulo.

Até 16 de dezembro.

Renata Cazzani exibe Pulsações Cromáticas

A artista visual Renata Cazzani, apresenta 20 pinturas inéditas com curadoria de Vanda Klabin até 21 de dezembro na Galeria Patricia Costa. A forma como Renata Cazzani decifra a equação entre medida, geometria e cor é uma característica marcante logo percebida em um primeiro contato visual estabelecido com suas telas abstratas, predominantemente de grandes escalas. No entanto, o olhar mais intimista sobre os planos de dimensões generosas, recortados por barras, permite captar detalhes que conduzem a pinceladas que se alternam entre a explosão e a minúcia presente em pequenos pontos de cor. O espectador será convidado a observar essas questões nas pinturas recentes da artista, produzidas entre 2022 e 2023, agora apresentadas na exposição “Renata Cazzani: Pulsações Cromáticas”, que ocupa a Galeria Patricia Costa, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 21 de novembro. Com uma trajetória artística iniciada aos 16 anos de idade, Renata Cazzani, que já expôs em Nova Iorque e no Toyota Municipal Museum of Art, no Japão, teve como mestres Celeida Tostes e Angelo Venosa, ao ingressar no Parque Lage nos idos dos anos 1980.

“Costumo pensar as cores dos meus trabalhos dividindo os quadros em linhas, sempre com uma forte influência da natureza sobre minhas escolhas e experimentos; busco inspiração nas tonalidades do mar, das plantas e das flores. Nesta nova série, o colorido se faz bastante presente através de uma gama de azuis, verdes e do bordô com suas derivações – algo pouco usado por mim até então -, além de algumas tintas metalizadas. Entre as minhas 20 telas em acrílica desta individual, que vai apresentar também dípticos, as pinceladas estão ainda mais marcantes e perceptíveis, parte de um processo criativo que já vinha acontecendo e ficou mais pronunciado agora”, explica Renata Cazzani.

A palavra da curadora Vanda Klabin

“As obras recentes de Renata Cazzani ganharam autonomia e configuram uma reflexão contínua, um mundo próprio. A tela esticada sobre o seu suporte concentra a ação da utilização de recursos aparentemente tradicionais – telas, tintas e pincéis. Sua gestualidade está diluída nas pinceladas, mas deixa a marca de sua presença, atenuada nos procedimentos que adota para finalizar o seu processo de trabalho e, por vezes, apresenta traços reconhecíveis pela a aplicação da cor em grandes áreas, onde a artista não demonstra receio pelas cores fortes. Podemos observar como a substância cromática ganha espessura no trabalho no seu processo criativo: experimentar é manter viva a capacidade de ser atual e surpreendente, graças a uma espacialidade aberta e uma liberdade oriundas das suas intensidades cromáticas”.

Sobre a artista

Pode-se dizer que Renata Cazzani “debutou” em sua carreira, começando aos 16 anos na arte figurativa, usando tinta a óleo para reproduzir paisagens e regatas, influência da mãe, também pintora. Anos depois, em 1985, iniciou-se na pintura abstrata, usando colagens e materiais diversos, como jornal e areia aplicados sobre a tela. Foi o ponto onde seus pincéis “abstraíram totalmente”, segundo suas próprias palavras. Chegou a produzir esculturas em bronze em um curso com Hélio Rodrigues. Mas foi em 1988, ao ingressar no Parque Lage no Curso de 3D com Celeida Tostes, Avatar de Moraes, João Goldberg e Angelo Venosa, que travou um embate entre a pintura e as instalações que fervilhavam naquela época. Resolveu, então, trabalhar com objetos que buscava no cotidiano: canos de PVC, tecidos em malha, tapetes emborrachados e vassouras, procurando nas lojas de ferragens o que seria transformado em “readymade art” nas suas mãos. Participou, inclusive, de uma coletiva na EAV/Parque Lage com uma instalação em malha. Já nos anos 2000, voltou a pintar e não parou mais, redescobrindo o prazer em manipular tintas e “assumindo” de vez a paixão que nutre pela pintura até hoje. Os principais suportes usados por Renata Cazzani são telas de chassis em madeira com espessuras diferentes e tinta acrílica sobre tela e sobre papel. Sua primeira individual aconteceu na Galeria Contemporanea, em 1990, com quadros mais matéricos. Posteriormente, realizou outras exposições em galerias, museus e centros culturais igualmente conceituados: Museu Nacional de Belas Artes, Galeria Anita Schwartz, Galeria de Arte Ipanema, Centro Cultural Candido Mendes, no Rio de Janeiro; Mônica Filgueiras Galeria de Arte (São Paulo), para citar alguns. Fora do Brasil, participou de coletivas em Nagoya, Nova Iorque e Londres e também de duas individuais (Toyota e NY).

Ana Durães – Diálogos da Paisagem

07/nov

Completando 40 anos de carreira, artista apresenta pinturas e gravuras inéditas na Casa de Petrópolis, na serra fluminense, onde mantém ateliê. Quem conhece a artista Ana Durães sabe que a delicadeza rege sua vida e sua arte intrinsicamente, assim como sua conexão com a natureza. Isso está perceptível, pulsando, na exposição “Ana Durães – Diálogos da Paisagem”, que abre para visitação a partir do dia 11 de novembro, na lendária Casa de Petrópolis, sob curadoria de Monica Xexéo. A individual que permanecerá em cartaz até 25 de fevereiro de 2024, é realizada pela Galeria Patricia Costa, que a representa, e reúne trabalhos desenvolvidos nos últimos três anos em seu ateliê no Vale das Videiras, cidade serrana fluminense, a partir do jardim projetado pelo botânico e paisagista francês Auguste François Marie Glaziou (Lannion, França, 1828-Bordeaux, França, 1906), para a residência do empresário José Tavares Guerra (1861-1907), bisavô de Luiz Aquila, um dos herdeiros do icônico casarão do século XIX. Atualmente, abriga a Casa de Petrópolis – Instituto de Cultura, reconhecida por seus inovadores projetos de inclusão e acessibilidade da arte contemporânea brasileira. Com esta exposição, Luiz Aquila encerra sua gestão “com chave de ouro”, como ele mesmo frisa, no espaço cultural. No ano que vem, em fevereiro, está programada uma roda de conversa finalizando esta etapa.

“A obra de Ana Durães é um dos mais belos exemplos contemporâneos da pintura de paisagem, gênero cultivado ao longo da história da arte por artistas brasileiros e estrangeiros. Com sólida e erudita formação, retrata com escrita própria, em muitos dos seus trabalhos, as suas investigações de botânica e sua preocupação com a preservação da natureza”, afirma a curadora Monica Xexéo.

A coloração das sapucaias com suas variações do bordô ao rosa, misturadas ao verde, impressionou Ana Durães ao chegar um dia na cidade. Estarão expostas obras inéditas em tinta a óleo de grandes formatos, além de outras impressas em fine art  em papel de bambu e hemp – resultado, segundo ela, de uma pesquisa em que fotografa a natureza reproduzindo como uma “paisagem inventada” de sua janela no período em que permaneceu reclusa na serra.  “Desde que o Aquila me convidou para fazer essa exposição fiquei muito feliz e honrada; Petrópolis tem uma representação muito importante na minha vida, principalmente nos últimos tempos. A ideia do ateliê no Vale das Videiras, que mantenho há mais de 10 anos, foi justamente a de ter um lugar onde eu pudesse pintar dentro da paisagem”. Fui muito bem acolhida pela cidade e posso dizer que a delicadeza das pessoas do lugar foi o fator primordial para mim”, diz Ana Durães. “Se eu puder levar para alguma pessoa um sopro de beleza, um respiro, é o que me proponho a fazer”, resume.

Sobre a artista

Natural de Diamantina, Minas Gerais, Ana Durães iniciou a sua formação artística na tradicional Escola Guignard, em Belo Horizonte, criada em 1943 e, hoje, vinculada a Universidade do Estado de Minas Gerais. Na década de 1980, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde cursou a Escola de Belas Artes, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Hoje, a artista se divide entre Petrópolis e Lisboa, onde mantém outra residência e contatos profissionais e afetivos.

A mistura poética de Clara Veiga

06/nov

A Galeria Artur Fidalgo, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “De-va-nei-os”, série de obras monocromáticas de Clara Veiga.

Sobre a artista

Clara Veiga nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, 1987, cria composições que resultam em desenhos monocromáticos, quase sempre usando canetas esferográficas. Atualmente, busca um aprofundamento na pintura. Sua investigação nesta técnica caminha em direção ao inconsciente e ao vasto território que é o universo dos sonhos. “Poças, águas, imagens refletidas, piscinas e muitos reflexos. Possibilidades que a água permite ver algumas vezes em seu reflexo e dimensões profundas que nos arriscamos a cada mergulho. Uma mistura poética de Psicologia e Arte. Fusões lacanianas”.

Exposições Individuais

Graduada em Desenho Industrial, pela Universidade PUC-Rio, 2011; Técnicas de pintura em tela, pela Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, 2012; Das formas de navegação: a experiência pintura e além, com a artista e mestre Suzana Queiroga, 2017.

Participou de exposições coletivas como Congresso II SILID/ I SIMAR (exposição organizada pelos departamentos de Artes & Design e de Letras) / RJ, 2011; Centro de Movimento Deborah Colker / RJ, 2013; Palazzina Azzura / Itália, 2014; Escola em Transe, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, 2017; Impressão das coisas, Casavoa, 2018; Sala Anexa, Artur Fidalgo galeria, 2019; O que emana da água, Carbono galeria, Fixo só o prego, Espaço Cultural Sérgio Porto, 2020 Ainda fazemos as coisas em grupos, Hélio Oiticica, Casa de Colecionador – Artur Fidalgo galeria, SP Arte Viewing Room, Artur Fidalgo galeria.

Instituto Cervantes apresenta Pablo Sycet

30/out

Concebida como uma aventura emocional, a exposição “Sala de Mapas”, exibição individual de Pablo Sycet que apresenta obras usando técnica mista sobre papel, explora suas memórias afetivas resgatando lembranças de suas primeiras visitas a algumas cidades do Brasil, há duas décadas. Tomando o avião como ponto de partida e suporte da trama, o artista acabou expandindo sua experiência de viagem para outras cidades que foram fundamentais (e sentimentais) para o futuro do pintor. Na mostra que será apresentada, a partir do dia 07 de novembro, no Instituto Cervantes, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Pablo utiliza fragmentos aleatórios da cartografia de São Paulo, Havana, Istambul, Lisboa, Nova Iorque, Madri e Granada. Por ocasião da primeira exibição desta exposição, foi publicado “Map Room”, poema homônimo de Juan Manuel Bonet, acompanhado de algumas pinturas desta série. A mostra itinerante, que já foi exibida no Instituto Cervantes de São Paulo, conta com a colaboração da Fundação Olontia.

“Procurei recuperar e recriar no papel, aquelas sensações vivenciadas em primeiras incursões àquelas cidades. Vários anos se passaram até que eu pudesse projetá-las nesta ficção pictórica representada. São os traços mais íntimos de uma outra educação sentimental”, explica.

Sobre Pablo Sycet

Quando os mapas ainda não eram instrumentos de uso diário, exceto para profissionais do turismo e disciplinas acadêmicas ligadas à geografia, Pablo Sycet Torres nascia, em 1953, em Huelva, pequena cidade portuária ao sul de Espanha, sem qualquer tradição familiar no mundo da arte. Pablo Sycet Torres é um artista visual espanhol de muitas facetas. Embora a pintura seja a sua principal manifestação artística, também atua como curador de exposições, editor, designer gráfico, letrista de inúmeras canções e produções musicais, além de ser um dos arquitetos em atividade artística na capital desde os anos da Movida Madrileña (movimento disruptivo cultural importantíssimo na Espanha, tendo Almodóvar como um dos personagens de destaque). Desenvolveu sua carreira profissional em Madri, realizando a primeira exposição individual “Gestos”, em 1978, na Galeria Antonio Machado. Em 1982, obteve uma bolsa do Ministério da Cultura espanhol; três anos depois obteve outra bolsa, desta vez do Comitê Misto Hispânico Norte-Americano para Cooperação Cultural e Educacional para residir em Nova York. Sycet é um dos pintores andaluzes mais representativos da geração dos anos 1980. Sua atividade principal há mais de 40 anos, a pintura se agrega a um amplo leque de áreas complementares como a edição, a tipografia, o design gráfico, a fundação de galerias de arte, a organização de exposições, letras de músicas, produção musical e a criação e programação da Galeria Sandunga em conjunto com o artista Julio Juste. Manteve durante muitos anos uma estreita colaboração com o crítico e curador de arte Quico Rivas, participando em alguns dos seus projetos.

Até 15 de dezembro.

Neste sábado

26/out

A conversa com a curadora e artistas na exposição “O que há de música em você”, na Galeria Athena, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, será neste sábado, 28 de outubro, às 19h, entre a curadora Fernanda Lopes e os artistas Andro Silva, Atelier Sanitário (Daniel Murgel e Leandro Barboza), Hugo Houayek, Natália Quinderé (Seis gentes dançam no museu) e Rafael Alonso, como parte da exposição “O que há de música em você”, que, devido ao sucesso, acaba de ser prorrogada até o dia 02 de dezembro. A conversa será gratuita e aberta ao público.

A mostra “O que há de música em você” apresenta edições únicas de icônicas obras de Hélio Oiticica, produzidas em 1986. Elas participaram da primeira exposição póstuma de Hélio Oiticica (1937-1980), organizada pelo Projeto HO, na época coordenado por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Wally Salomão, que se chamava “O q faço é música” e foi realizada na Galeria de Arte São Paulo. Desde então, essas obras permaneceram em uma coleção particular, e agora voltam a público, depois de 37 anos, sendo o ponto de partida para a exposição “O que há de música em você”.

A exposição apresenta um diálogo com fotografias, vídeos, objetos e performances de outros 20 artistas, entre modernos e contemporâneos, como Alair Gomes, Alexander Calder, Aluísio Carvão, Andro de Silva, Atelier Sanitário, Ayla Tavares, Celeida Tostes, Ernesto Neto, Felipe Abdala, Felippe Moraes, Flavio de Carvalho, Frederico Filippi, Gustavo Prado, Hélio Oiticica, Hugo Houayek, Leda Catunda, Manuel Messias, Marcelo Cidade, Rafael Alonso, Raquel Versieux, Sonia Andrade, Tunga e Vanderlei Lopes. Na fachada da galeria está a grande obra “Chuá!!!”, de Hugo Houayek, feita em lona azul, simulando uma queda d´água.

Proteção e liberdade

23/out

A artista plástica e arquiteta Cláudia Castro Barbosa inaugurou a individual “Janelas”, no Centro Cultural Candido Mendes, Ipanema. São 15 trabalhos que retratam metáforas entre o dentro e o fora.

A palavra da artista

“A paisagem se replica sob diferentes lembranças e humores, tendo como tema a contraposição das montanhas com o espaço urbano, do dia com a noite, do abstrato e do geométrico frente ao caos da natureza, além de um fascínio pela visão do primitivismo do mar e do céu, separados pela linha do horizonte. A intenção é proporcionar ao observador uma ilusão de proteção e, ao mesmo tempo, de liberdade”.

A mostra permanecerá em cartaz até 17 de novembro.

Exposição e livro

Chama-se “O fardo, a farda, a fresta”, a nova exposição individual de Rivane Neuenschwander na Fortes D’Aloia & Gabriel, Galpão, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, abrirá no próximo sábado, dia 28 de outubro.

Na mostra, em cartaz até 16 de desembro, Rivane Neuenschwander aborda a persistência contemporânea de estruturas herdadas dos anos da ditadura militar no Brasil (1964 – 1985) por meio da tradução de relatos e lembranças ambientadas no período em configurações visuais. Lançamento do livro “Reviravolta de Gaia” de Rivane Neuenschwander e Mariana Lacerda, Editora Cabogó e M-1edições.

Prêmio FOCO: entrevista com Yhuri Cruz

19/out

Yhuri Cruz (1991, Rio de Janeiro) foi um dos seis selecionados na oitava edição do Prêmio FOCO ArtRio, junto com Gê Viana, Laryssa Machada, Mônica Ventura, Rose Afefé e Uyra. Artista visual, escritor e dramaturgo, ele desenvolve sua prática artística e literária a partir de criações textuais que envolvem ficções históricas e proposições performativas e instalativas em coletivo.

“Acho que um resumo da minha pesquisa pode ser como transformar a palavra em ação. Tenho trabalhos que lidam com escrita, mas muitos outros que lidam com a tradução de uma escrita em performance, em dramaturgia, em convites a amigos e amigas, atores e atrizes para habitar comigo em um espaço de ficção e ação. E vou habitando, compondo esses espaços ficcionais com objetos e esculturas, desenhos. Mas eu sou interessado em história e ação”, explica.

No estande do Prêmio FOCO da ArtRio, Yhuri Cruz apresentou duas obras. A primeira foi “Jongo & Adriano: Uma Fotonovela. Capítulos 1,2 e 3”, de 2022. A obra integrou a coletiva “Um defeito de cor”, no Museu de Arte do Rio e foi publicada na revista de fotografia “Zum”, editada pelo Instituto Moreira Salles (IMS).

“É uma fotonovela baseada em dois personagens secundários do livro “Um Defeito de Cor”, da Ana Maria Gonçalves. Como eu me apaixono muito por eles, eu resolvi escrever um spin-off, um tipo de história paralela para eles, antes dos dois chegarem no livro de fato. E Jongo e Adriano são um casal homossexual, de homens negros, que estão em fuga, em busca da sua liberdade. Tanto de existir quanto uma liberdade de amar também”.

O segundo trabalho é o vídeo “Revenguê: a sétima cena de Pretofagia”, 2023, nome de sua individual que encerrou no dia 1º de outubro, também no Museu de Arte do Rio. “Eu trouxe um vídeo editado da cena da performance, que acontece dentro dessa exposição. E é muito especial, porque sou eu e a Pretofagia, que é o meu grupo de encenação, minha pesquisa dramatúrgica, mostrando que o campo das artes visuais pode ser menos estático do que a gente imagina e as ficções podem dançar também”.

Como premiação do FOCO, o artista vai participar de uma residência artística no  Irê – Arte, praia e pesquisa, na Bahia. “Estou muito animado. A Rebecca Carapiá, gestora do Irê, é uma super amiga. E planejo fazer a minha segunda fotonovela em Salvador, ainda à procura de uma história para contar!”, completa.

Sobre o artista

Yhuri Cruz é artista visual, escritor e dramaturgo graduado em Ciência Política (UNIRIO) e pós-graduado em Jornalismo cultural (UERJ). Sua pesquisa aborda problemáticas dos sistemas de poder, habitando a crítica institucional e discutindo relações de opressão, resgates histórico-subjetivos e violências sociais reprimidas, mas também pela fabulação crítica e a fantasia. Foi indicado ao Prêmio PIPA em 2019 e, no mesmo ano, realizou “Pretofagia”, sua primeira individual no Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica, Rio de Janeiro. Em 2019 foi ganhador do Prêmio Reynaldo Roels com a instalação Pública “O Cavalo é Levante: Monumento a Oxalá e aos trabalhadores”. Tem seus trabalhos em coleções públicas e privadas.

Palestra de Daniela Name

18/out

A crítica de arte e pesquisadora Daniela Name falará no dia 24 de outubro, às 18h, sobre as obras da artista Amelia Toledo (1926-2017) expostas em “O rio (e o voo) de Amelia no Rio”, na Nara Roesler Rio de Janeiro, que foi prorrogada até 04 de novembro.

Daniela Name foi curadora, juntamente com Marcus de Lontra Costa, da exposição “Forma fluida”, primeira grande mostra panorâmica dedicada à obra de Amelia Toledo no Rio de Janeiro, realizada no Paço Imperial, de 17 de dezembro de 2014 a 1º de março de 2015.

Com mais de 50 obras – entre pinturas, esculturas, objetos, aquarelas, serigrafias e desenhos – “O rio (e o voo) de Amelia no Rio”, na Nara Roesler, ilumina o período frutífero e experimental da produção da artista quando viveu no Rio, nos anos 1970 e 1980, que marcou sua trajetória, reverberando em trabalhos posteriores.

Além de obras icônicas, como o livro-objeto “Divino Maravilhoso – Para Caetano Veloso” (1971), dedicado ao cantor e compositor, ou trabalhos que estiveram em sua impactante individual “Emergências”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1976, a exposição na Nara Roesler Rio de Janeiro traz pinturas e aquarelas inéditas, em que o público pode apreciar sua experiência com a luz, e a incorporação em seu trabalho de materiais como pedras, conchas marinhas e cristais.