Boneca de papel no Paço Imperial

18/abr

 

A exposição individual de Maria Fernanda Lucena permanecerá exposta no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ,  até 20 de maio, quando a artista apresenta “Boneca de papel”, sua nova série de trabalhos. As obras exibidas começaram a ser pensadas através de práticas comuns à artista, o recorte e a colagem, fazeres que ela considera lúdicos por rememorarem modos de brincar, além de gestos costumeiros ao universo da moda, um dos pilares da sua produção. Frequentadora da feira de antiguidades da Praça XV, no Centro do Rio de Janeiro, garimpa fotografias 3×4 e, partindo delas, elabora imagens sobrepostas. Sutura os rostos desconhecidos com figurinos de artistas da cultura pop e de suas referências musicais.

As pinturas de tinta a óleo sobre papelão são sustentadas por molduras em escala humana, medindo 1,80 metros de altura. O ornamento de madeira, que geralmente delimita, se transforma em parte integrante dos trabalhos, utilizado como um anteparo que divide e compartimenta, mas também possibilita frestas, além de impulsionar a construção de ambientes vazios e ecos, em uma narrativa labiríntica.

“Lucena cria um jogo de identidades. Há em suas pinturas humor e uma certa nostalgia, fruto das memórias que escolheu revolver. Suas figuras ganham corpo no modo que criou para exibi-las, são passantes, mas nos entregam algo”, ressalta Bruna Araújo, que responde pela curadoria da exibição.

 

Sobre a artista

Maria Fernanda Lucena nasceu em 1968 no Rio de Janeiro. Depois de estudar e trabalhar com indumentária e design de moda, ingressou na EAV- Parque Lage – frequentando diversos cursos onde passa a se dedicar ao desenho e à pintura. Suas exposições individuais foram curadas por Efrain Almeida, na C. galeria, e na galeria Sem título, e por Cesar Kiraly “A intimidade é uma escolha”, na galeria de Arte Ibeu, em 2017, no ano anterior foi vencedora do prêmio “Novíssimos”. Em projetos coletivos expôs a convite dos curadores Brígida Baltar, Isabel Portella e Marcelo Campos. Integra coleções particulares e o acervo do Mar – Museu de Arte do Rio.

 

O atelier de Santo

 

No dia 22 de abril, sábado, o artista paulistano Santo abre sua primeira exposição-solo no Rio de Janeiro. Será no Parque das Ruínas, Santa Teresa. Ocupação com mais de 60 obras tem curadoria de Denise Terra e reproduz o atelier do artista, com visitação até 21 de maio.

“Toda vez que eu me coloco entre o pincel e a tela, uma força me toma. Te convido a ser junto. Te encontro no topo. Das ruínas. De Nós”.

Com esta declaração-manifesto de Santo, já é possível conceber a energia que permeia a exibição que leva seu próprio nome. Com a intenção de transportar o público para dentro de seu atelier, serão reproduzidos alguns de seus processos criativos – dos materiais aos “astrais”. A exposição faz um recorte da fase artística inicial à atual, e divide-se em duas partes: galeria e ruínas. Na galeria, o público terá acesso ao espaço vivido em um atelier, com obras concentradas em uma parede de 14 metros, todas sem molduras. Já as ruínas propõem um diálogo silencioso com a alma do artista. As obras e o espaço se entrelaçam,formando um ambiente imersivo. As pinturas possuem dimensões que vão de 70 centímetros a 10 metros de altura. Duas delas, as de maiores proporções, foram criadas ao vivo em performance realizada dentro da própria instituição, especialmente para esta ocasião. Somente uma obra terá moldura, customizada pela Metara.

Certa vez, SANTO chegou a dizer que a Arte representa o lugar mais legítimo e sem limites de ser o divino-humano nesse plano. E assim será nesta mostra. “Quando entrei no Parque, me arrepiei. Soube desde então que ocupar a galeria e as paredes das ruínas, com tudo de mim, seria de fato o maior, mais exigente e mais belo desafio até aqui”, afirma.

A curadoria assinada por Denise Terra, responsável por parte de seu escritório independente de arte e também agente dos projetos e trabalhos do artista. “Santo expressa força e provoca ativação do sentir de forma não linear: quebra regras, desconforta e transgride a razão. A exibição propõe uma autorização de ser, viver e se expressar a partir do livre e desconhecido de cada um”, diz.

 

Sobre o artista

Autodidata, Santo nasceu e vive em São Paulo. Santo pintou sua primeira tela em 28 de maio de 2018 e, desde então, ganhou espaço em grandes coleções particulares no Brasil e no exterior, além de metaverso (nfts). Suas obras não se prendem a métodos, formas, molduras, plataformas. Muito pelo contrário. Do papel á madeira, tecido, lona, papelão e materiais de descarte, foram produzidas mais de 600 pinturas até hoje. Elas desvelam figuras fortes em traços livres e combinações improváveis de cores, que provocam a sensação de estar diante de algo que escapa à razão. Como uma afronta, uma transgressão. Um convite ao coração.

 

Sobre a curadoria

Denise Terra se formou como artista visual na EAV/Parque Lage, onde foi aluna de grandes artistas, e na Scholl of Art, Londres. Iniciou sua carreira como escultora logo em seguida, se debruçando sobre a pintura. Convidada por campanhas publicitárias internacionais, dedicou-se, durante 10 anos, junto com a pintura, à direção de arte e também como colorista. Atualmente além de realizar trabalhos autorais, é cofundadora do escritório de arte Santo, onde é agente do artista Santo e responsável pela gestão de projetos e da carreira do artista.

 

 

Artista selecionada

17/abr

 

Jeane Terra, artista representada por Anita Schwartz Galeria de Arte, do Rio de Janeiro, foi a artista selecionada na SP-Arte pelo EFG Latin America Art Award, em associação com ArtNexus e colaboração de Fernando Oliva, professor e curador do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), junto com Celia Sredni de Birbragher, diretora e editora da ArtNexus. Os dois trabalhos de Jeane Terra exibidos no estande de Anita Schwartz Galeria de Arte na SP-Arte – “Virtuoso” (2022) e “Margem” (2022) – são feitos em sua técnica singular, patenteada, de pintura seca feita em montagem de 1cm x 1cm em pele de tinta sobre tela, com tamanhos de 143cm x 100 cm e 141,5cm x 100 cm, respectivamente.

O EFG Latin America Art Award – com o desenvolvimento estratégico da Liaisons Corporation – é anual, e foi criado para apoiar a produção de artistas latino-americano e promover as feiras regionais entre colecionadores em todo o mundo. O prêmio tem um corpo de jurados para escolher artistas nas feiras SP Arte, em São Paulo; PArC, em Lima; arteBA, em Buenos Aires; Ch.ACO, em Santiago do Chile e ArtBo, Bogotá. Em sua décima-terceira edição, o prêmio anunciará na feira Pinta Miami (06 a 10 de dezembro), durante a semana da Art Basel, o artista vencedor, que terá uma obra adquirida pelo EFG Capital, que tem sua coleção sediada em Miami.

Jeane Terra conta que recebeu “com imensa alegria esta nomeação ao EFG Latin America ArtAward, na SP-Arte”. “Este tipo de prêmio fomenta o artista, o nosso meio, nossa pesquisa. É importante e necessário, e eu estou imensamente agradecida e feliz pelo olhar dessas pessoas sobre meu trabalho, para a história que quero contar através da minha arte. São muitos anos de dedicação a ouvir e colher histórias de outras pessoas, de lugares, em cima de uma pesquisa alquímica de materiais. Este prêmio vem pra mim como uma resposta muito importante, como artista, e pra minha pesquisa. Me dá força para seguir em frente, me encoraja ainda mais”, disse a artista.

Anita Schwartz comemorou o fato de Jeane Terra ter sido “escolhida entre tantos artistas na SP-Arte”.  “Foi um reconhecimento de grande importância para a pesquisa de Jeane, que desenvolveu uma técnica muito particular como suporte para suas obras, e que vem ao longo dos anos abordando as conseqüências das ações dos homens contra a natureza. Representar Jeane Terra e o seu trabalho é um orgulho para a galeria, e a sua estreia na SPArte não poderia ser melhor”, destacou a galerista.

 

Sérvulo Esmeraldo no CCBB Rio

 

Chama-se “Linha e Luz”, a exposição retrospectiva do ilustrador, gravurista, pintor e escultor cearense Sérvulo Esmeraldo (1929-2017), um dos mais completos artistas brasileiros, atual cartaz do CCBB, Rio.

Reconhecido no Brasil e no exterior – viveu por longos anos durante a Ditadura militar em Paris – , Sérvulo Esmeraldo tinha domínio de várias técnicas, do entalhe à xilogravura, passando pela utilização de tecnologias aplicadas na geração de efeitos cinéticos, óticos e eletromagnéticos. Apesar da pluralidade técnica, sua obra possui uma coerência interna, baseada em elementos simples e em um tratamento sintético das formas. A curadoria é de Marcus Lontra e Dodora Guimarães.

Até 26 de junho.

 

 

As abstrações de John Nicholson

13/abr

 

A exposição “On the Wind” abre na Galeria Patrícia Costa no dia 19 de abril. Nesta exposição, John Nicholson mostra obras recentes e inéditas sob curadoria de Vanda Klabin.

Na fase atual revelada em “On the Wind”, individual que ocupa a Galeria Patrícia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, até meados de maio, o artista afirma que “simplificar algo que não é nada simples”, deixando de lado, por ora, o elemento figurativo e as cenas do cotidiano já tanto retratados em sua longa trajetória, retomando o estilo abstrato e as formas geométricas, permeados pelo movimento de pinceladas fluidas. A historiadora e curadora Vanda Klabin selecionou, entre diversos trabalhos desta produção recente (2020 a 2023), cerca de 13 pinturas em tinta acrílica de cores vibrantes sobre telas de grandes formatos, dípticos e trípticos, medindo até 3 metros, além de pequenas aquarelas. Expostas pela primeira vez ao público, as obras ostentam nomes criativos, alguns extraídos de letras de jazz, gênero musical que por vezes embala a criação no ateliê: “On the Summer Wind”, “Doing Day for Night”, “Ventos Leves Chegando do Oeste” e “The Endless Summer Ends as the Autumn Breeze Begins”. Por força do acaso, a exposição abre em pleno outono, no dia 19 de abril, permanecendo em exibição até 13 de maio.

 

A palavra da curadora

“John Nicholson exerce uma intensa disciplina no seu ateliê em Copacabana, RJ. O exercício livre da pintura é o seu principal veículo expressivo. A presença primordial de vibrantes combinações de planos de cromáticos preludiam a construção de seus trabalhos e de sua poética tonal. É em torno das questões no campo da pintura, tomada como fio condutor do seu trabalho, que John Nicholson sinaliza os novos discursos da sua experiência estética. As telas em grandes formatos estão presentes em seus atuais trabalhos e, por vezes, os dípticos são realizados em momentos diferenciados, trazendo um repertório particularizado e sua própria visão da linguagem artística. As pinceladas coloridas provocam oposições espaciais, que configuram relações prováveis, mas não necessárias. Sua ordenação espacial é permutável, as pinceladas flutuam pela superfície da tela e não estão submetidas a nenhuma gravidade, beneficiadas pela emergência de seus diversos procedimentos artísticos. A distribuição irregular de ritmo e cores se diluem, ao mesmo tempo em que aparecem. Extensos planos de cores, que muitas vezes escoam, perdem a sua massa corpórea ou flutuam no perímetro da tela, aqui são chamadas a depor sobre o território sensível da pintura e sua contemporânea vitalidade”, diz Vanda Klabin.

 

 Sobre o artista

 

John Nicholson está radicado no Brasil desde 1977, artista norte-americano, John Nicholson veio para o Rio de Janeiro, aos 26 anos, depois de se graduar na Universidade de Houston e na Universidade do Texas em Austin. Iniciou a carreira como professor de pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1980, ano em que participa de diversas mostras coletivas no Rio de Janeiro e produz, em conjunto com Luiz Aquila e Claudio Kuperman, a “Grande Tela”, gigantesco painel que representa um claro manifesto de afirmação da pintura. No Parque Lage, teve como alunos alguns artistas ilustres, como Cristina Canale, Adriana Varejão e Daniel Senise.

 

Sobre a curadora

Vanda Klabin é cientista social, historiadora de arte e curadora de artes plásticas. Trabalha como consultora e curadora independente para diversos museus, instituições e editoras. Foi editora de várias revistas e catálogos de arte e colabora com textos diversos e realiza entrevistas com artistas contemporâneos. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

Novo espaço de arte

 

O Ateliê 31, é o novo espaço de arte contemporânea que anuncia sua inauguração à rua México, 31, (próximo à Cinelândia), Centro, Rio de Janeiro. Sua abertura promete ser pomposa pois traz um elenco categorizado formado por 29 artistas através da exibição coletiva “Quadrantes da Miragem”.

Quando: 22 de abril (sábado), das 11h às 17h, com curadoria de Shannon Botelho e a participação de 29 artistas contemporâneos.

 

Artistas participantes

Alexandre DaCosta, Alexandre Magno, Alexandre Murucci, Alexandre Rangel, Ana Durães, Andy Garcia, Beto Fame (foto), Bhagavan David, Carolina Amorim, Chico Fortunato (foto), Esther Barki (foto), Felipe Bardy, Fernanda Lago, Herbert de Paz, Kika Diniz, Laura Lydia, Lia do Rio, Marcelo Lago, Max Olivete, Myriam Glatt, Patrizia D’Angello, Paulo Campinho, Pedro Paulo Domingues, Pedro Varella, Raimundo Rodriguez, Renata Pedrosa, Suzana Queiroga (foto), Vera Schueler e Vinícius Carvas.

 

Mourão na Casa França-Brasil

11/abr

 

Com curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Peixoto, a exibição individual “Lugar Geométrico”, de Raul Mourão, abriu a programação 2023 da Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, reunindo trabalhos em diferentes escalas que exploram as relações com a arquitetura histórica do prédio a partir das dicotomias entre dentro e fora, cheio e vazio, público e íntimo, instável e estável.

Na mostra, Raul Mourão recria o ambiente de seu ateliê, com quatro esculturas cinéticas grandes, de até 5 metros de altura, além de desenhos e aproximadamente 40 maquetes de suas esculturas, entre 20 e 30 cm cada uma. O título da exposição, “Lugar Geométrico”, inspira-se em um conceito da geometria analítica para propor reflexões sobre as questões de pertencimento que atravessam a arte contemporânea, tomando as formas e linhas como ponto de partida. Para isso, a exposição traz trabalhos que exploram o movimento pendular em esculturas de ferro da série “Rebel”, com destaque para duas obras em grande escala criadas pelo artista em 2020 que ocupam o grande átrio central da Casa França-Brasil. Além disso, um dos salões laterais, apresenta maquetes e estudos de trabalhos já realizados e de séries ainda em desenvolvimento, transmitindo a sensação de uma visita ao ateliê e propondo ao público uma experimentação íntima do processo de criação do artista. “Na sala menor a curadoria optou por apresentar uma espécie de visita ao ateliê. Decidimos então reunir num mesmo espaço desenhos de diferentes técnicas e formatos, fotografias, pinturas, um vídeo e um conjunto de 36 maquetes que nunca havia sido  mostrado anteriormente. Essa montagem meio caótica, onde vários meios (por vezes antagônicos) convivem, remete ao ambiente e às experiências que vão acontecendo e se sobrepondo cotidianamente no ateliê”, diz o artista. “Em meio ao turbilhão de imagens e ideias da contemporaneidade Raul Mourão cria, constrói e ressignifica a essência construtiva na arte. Liberta de seus compromissos utópicos, a geometria se afirma como síntese de um discurso poético que acentua a atemporalidade da criação artística. Nesse encontro entre a objetividade do cálculo e a surpresa das poéticas dos movimentos pendulares, a produção de Raul Mourão dialoga de maneira impactante com a arquitetura da Casa França-Brasil e acentua a potência criativa do artista”, complementa Marcus de Lontra Costa, que divide a curadoria com Rafael Fortes Peixoto.

 

Esculturas de Ascânio MMM

 

No dia 16 de março, será inaugurada a primeira exposição individual de Ascânio MMM na galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, abrindo o calendário expositivo de 2023. Com texto crítico de Diego Matos, a mostra exibirá 7 trabalhos inéditos do artista – seis obras de parede e uma grande escultura – que contemplam a sua mais recente produção artística.

Uma das séries que integram a exposição é “Quacors” – um neologismo criado pelo artista que une as palavras quadrado e cor. Estamos diante de híbridos de esculturas e pinturas. Parte da longa pesquisa de Ascânio sobre as possibilidades do alumínio, os “Quacors” surgem como espécies de blocos nos quais uma sucessão de módulos quadrados – ora vazados, ora preenchidos – são articulados por parafusos dotados de certa folga, de tal forma que as composições sejam a um só tempo tensas e fluidas.

Em cinco décadas dedicadas à escultura, Ascânio construiu uma minuciosa obra – transparente em sua poética e firme em sua lógica construtiva – que lhe garante um lugar histórico na trajetória da abstração geométrica da América Latina. Esta foi sua práxis exclusiva. Ascânio nunca fez uma obra figurativa. A gênese particular do artista está ancorada em sua origem portuguesa e no contexto cultural brasileiro, mais especificamente o do Rio de Janeiro, cidade fecundada pela revolução neoconcretista e seus desdobramentos.

 

Sobre o artista

Nasceu em Fão, Portugal, em 1941, vive e trabalha no Rio de Janeiro desde 1959. Sua formação inclui passagem pela Escola Nacional de Belas Artes entre 1963 e 1964, e pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ), entre 1965 e 1969, onde se graduou. Atuou como arquiteto até 1976. Começou a desenvolver seu trabalho artístico a partir de 1966 ainda na FAU e posteriormente em paralelo com a prática de arquiteto. A produção artística de Ascânio foi objeto de estudo e análise crítica por Paulo Herkenhoff no livro Ascânio MMM: Poética da Razão (BE? Editora, 2012). Em 2005 foi publicado o livro Ascânio MMM (Editora Andrea Jakobsson, 2005), com textos de Paulo Sergio Duarte, Lauro Cavalcanti, Fernando Cocchiarale e Marcio Doctors.

 

Abre Alas 18

 

Visita especial + Bate-papo

A Gentil Carioca compartilha com muita alegria a publicação do “Abre Alas 18″, concebida por Liliane Kemper. Para celebrar e dar um abraço final na última semana de exposição no Rio de Janeiro, convida a todes para uma visita especial e bate papo com a presença de artistas, curadoras e galeristas. O evento acontece nesta quarta-feira, 12 de abril, na sede da galeria no Rio de Janeiro.

Abre Alas 18: Aline Brant, Ana Bia Silva, Ana Mohallem, Andy Villela, Anna Menezes, Alexandre Paes, Ariel Ferreira, Augusto Braz, Benedito Ferreira, Camila Proto, Celo, Clara Luz, Cyshimi, Daiane Lucio, Dariane Martiól, Denis Moreira, Érica Storer, Genietta Varsi, Luiz Sisinno, Mapô, Marina Lattuca, Mônica Coster, Newton Santanna, Rafael Vilarouca, Raphael Medeiros, Rebeca Miguel, Rose Afefé, Vulcanica Pokaropa e Yanaki Herrera.

 

Curadoria: Bruna Costa, Lia Letícia e Vivian Caccuri.

 

 

 

Metapaisagens inaugura no Paço Imperial

30/mar

 

Luiz Pizarro apresenta obras recentes inéditas, abrindo espaço para a representação do Cosmos e questionando o homem como centro do universo.

Nos trabalhos mostrados por Luiz Pizarro na individual no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, (de 04 de março até 28 de abril), há uma notória preocupação do artista em expressar uma visão holística sobre os elementos, tirando a figura humana do centro das atenções para dar lugar ao todo, quer seja a natureza, a organicidade ou a harmonia universal. É disso que se trata “Metapaisagens”, que ocupa uma sala de 300m² com 18 telas de grandes formatos (medindo de 1,70m a 2,25m), produzidas entre o início de 2022 e 2023 em tinta acrílica, tendo as cores como elemento fundamental, uma forte característica em suas obras. No fundo do espaço, será apresentado o “Cubo Mágico”, – ou “Cubo dos Desejos” -, onde cada visitante é convidado a escolher uma cor nos novelos disponíveis, perpassando o total das letras do seu nome por pontos dentro da instalação interativa, “mentalizando desejos”. A figura geométrica também se faz presente em cubos brancos nas próprias telas, chamados por Pizarro de cubos de cristal. Esta é sua quarta mostra no Paço Imperial, onde já expôs, além de pinturas, gravuras e trabalhos em parafina.

“Estes trabalhos foram formulados em cima do conceito da colaboração, da interligação dos elementos. Já trabalhei muito a figura humana, desde o início da minha carreira. Desta vez, quis tirar isso das telas. Nossa contemporaneidade foi gerando uma centralidade que acabou sendo egocêntrica e egóica. Em “Metapaisagens”, o planeta Terra está representado por uma bola repleta de pontinhos que são a nossa imagem. Não somos mais do que pequenos pontinhos nesse planeta, planeta esse que também está inserido nesse espaço cósmico e sideral que, metaforicamente, é a tela como um todo, com plantas e flores, em um espaço aberto, o Cosmos”, diz Luiz Pizarro.

 

Sobre o artista

Luiz Pizarro nasceu em 1958, no Rio de Janeiro, residindo em Colônia, na Alemanha, de 1992 a 1998. Contemplado com a Bolsa Icatu de Artes, residiu e trabalhou em Paris, na Cité des Arts, entre março e agosto de 2006.  Formado em Engenharia de Produção pela UFRJ e em Administração Pública pela EBAP – FGV, concluiu sua formação artística no Parque Lage, de 1981 a 1983. Pintor e arte-educador, possui experiência de quase 30 anos em atividades educacionais e socioeducativas. Conhecido por integrar a chamada “Geração 80″ da arte brasileira, participou de duas edições da Bienal Internacional de São Paulo, lecionou com Beatriz Milhazes na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e coordenou projetos educacionais e sócio-interativos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu Nacional de Belas Artes. Dentro da programação da exposição, o artista pretende organizar visitas guiadas com grupos de moradores em situação de rua e jovens de abrigos. Atualmente é representado pela Galeria Patrícia Costa, no Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana.