Afonso Tostes exibe a exposição “Reverter”.

04/nov

A Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, anuncia a abertura da exposição “Reverter”, com uma grande instalação inédita do artista Afonso Tostes, por onde o público irá caminhar. A obra mede 2,5 metros de altura, e cobre uma área no chão de 64 metros quadrados, que ocupará o andar térreo do espaço. A obra propõe um percurso em espiral, “em que a pessoa chega a um vértice, e caminha no sentido oposto, saindo do outro lado”, explica o artista. “É uma espiral dentro de outra espiral, em sentido inverso. Mesmo que pareça que a pessoa está andando para trás, ela está indo adiante, sempre em frente”, diz. Ele comenta que “…a espiral é uma imagem que aparece há muito tempo na história da arte, e está presente nas culturas tradicionais, como na afro-brasileira, como representação de retorno, de ancestralidade, em sentido anti-horário”, diz. Depois de experimentar várias possibilidades, ele escolheu o bambu como material, que tem a ver com o seu trabalho em madeira descartada. Além deste trabalho, serão exibidas também pinturas inéditas, relacionadas com a instalação – duas no piso térreo e as demais no segundo andar expositivo – feitas com pigmentos coloridos recolhidos pelo artista em seu ateliê, ao serrar e lixar madeiras para suas esculturas, como rouxinho, mogno, peroba do campo, ipê e jatobá. A mostra terá ainda pinturas em carvão, madeira e sisal. A curadoria é de Cecília Fortes. Afonso Tostes conta que já há três anos vinha se aproximando da ideia da instalação, primeiro com desenhos e depois maquetes, até que em 2023, durante uma residência na Casa Wabi, em Puerto Escondido, no México, ele fez a primeira experiência em escala humana, ao ar livre, com barro, madeira e areia.

Trabalhos do artista integram coleções institucionais como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador; Museu de Arte Contemporânea, Niterói; Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba; SESC – Acervo de Arte Brasileira, Rio de Janeiro e Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris; Fundação Iberê Camargo; SESC Pompeia; Casa França Brasil; MAM Rio; MAC Niterói.

Até 18 de janeiro de 2025.

Exposição coletiva na Sala Antonio Berni.

01/nov

O Consulado da República Argentina, Botafogo, no Rio de Janeiro encerra a programação de 2024 com a mostra coletiva “Giro Abissal” composta por 27 artistas mostrando em suas visualidades dois termos decoloniais importantes: giro decolonial e linha abissal. A junção das primeiras palavras deu origem ao título da exposição que será inaugurada no dia 06 de novembro, na Sala Antonio Berni, sob curadoria de Aline Reis. Os conceitos remontam aos filósofos Maldonado-Torres e Frantz Fanon. A decolonialidade impactou tanto nossas apreensões históricas ao longo da década, que tivemos que operar um giro sobre a realidade que ainda persiste na linha abissal que separa o Norte e o Sul Global. O termo América Latina também sofreu esse giro quando pensamos que todo um continente teria sido descoberto e o seu nome vinculado ao descobridor, quando aqui e em toda a extensão das Américas já existiam os povos originários.

A palavra de Aline Reis

“Na arte poderíamos assinalar que o imaginário europeu ainda persiste, embora os artistas tenham rompido com a exclusividade de uma única história”.

“Mesmo encharcados pela ontologia e epistemologia europeias e compreendendo que a Arte Contemporânea se mantém próxima aos desdobramentos teórico-visuais da Europa e dos Estados Unidos da América, vimos irromper com toda a força no circuito de arte brasileiro, nessas primeiras décadas do século XXI, o paradigma decolonial”.

Artistas participantes

Adriana Nataloni, Ana Luiza Mello, Bernardo de Sá Earp, Beth Ferrante, Carlomagno, Daniela Castillo, Dulce Lysyj, Emília de Gaia, Gaby Aragão, Gerson Pinheiro, Gerson Seddon, Jaquesze, Lina Zaldo, Lu Lessa Ventarola, Marcelo Palmar Rezende, Mariana Maia, Marqo Rocha, Nando Paulino, Osvaldo Gaia, Pablo Curutchet, Regina Pouchain, Robson Macedo, Selma Jacob, Silvia Lima, Sonia Wysard, Vanessa Rocha,  Verônica Camisão.

Até 06 de dezembro.

Issa Watanabe no Instituto Cervantes.

 

Ocupando lugar de destaque entre os artistas gráficos latino-americanos contemporâneos, a ilustradora Issa Watanabe apresentará, a partir do dia 07 de novembro, na sede do Instituto Cervantes, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, cerca de 30 trabalhos em sua exposição individual “Migrantes” encerrando a agenda de exposições deste ano. A inauguração contará com a presença do cônsul do Peru e do diretor do Instituto Cervantes, José Vicente Ballester Monferrer. Exibida em Cádiz por ocasião do IX Congresso Internacional da Língua Espanhola, e nos Institutos Cervantes de Roma, Salvador e Brasília, a mostra reúne um recorte das séries “Migrantes” e “Kintsugi”, composições produzidas entre 2019/2023 utilizando a técnica de lápis de cor sobre fundo digital, e tem curadoria de Alonso Ruiz Rosas. O conjunto permite apreciar a consistência de uma aposta que, à sua maneira, também consegue transmitir a façanha do sopro épico ao lirismo da intimidade reconstruída. “Migrantes” tem classificação livre e poderá ser visitada gratuitamente até o início de janeiro de 2025.

A palavra da artista

“Concluí meu primeiro desenho depois de assistir a uma série do fotógrafo Magnus Wenman, na qual retratava crianças sírias dormindo em acampamentos improvisados no meio da floresta. O olhar das crianças não era apenas profundamente triste, mas refletia, sobretudo, o terror que sentiam. Perderam suas casas, experimentaram as atrocidades da guerra, da pobreza extrema; vivenciaram o sofrimento pela perda dos pais ou irmãos de forma tão violenta e não há conforto. O que posso fazer senão desenhar? Pelo menos tentar, através de um desenho, chegar àquela floresta?”.

“Uma ilustração me levou à seguinte e assim, aos poucos, sem ter planejado, fui seguindo um caminho. Um caminho que me levou quase dois anos, porque por mais que avançasse, a jornada não terminava”.

Sobre a artista

Nascida em Lima, em 1980, Issa Watanabe é uma das ilustradoras ibero-americanas mais reconhecidas dos últimos anos. Seu livro “Migrantes” (2019), publicado na Espanha e em dezoito países incluindo o Brasil pela Solisluna Editora. A artista recebeu importantes distinções, como o Prêmio Libreter (Barcelona, 2020) e o Grande Prêmio BIBF Ananas (Pequim, 2021). Seu mais recente livro, “Kintsugi” (2023), ganhou o Prêmio BolognaRagazzi 2024. O percurso da artista é em grande parte autodidata: começou a estudar Literatura na Pontifícia Universidade Católica do Peru, depois viveu em Maiorca, onde frequentou alguns cursos de artes e, em 2013 retornou à capital peruana para se dedicar integralmente ao seu trabalho criativo.

Até 07 de janeiro de 2025.

Encontro entre crítico, artista e impressor.

29/out

A exposição de Luiz Zerbini foi prorrogada até 14 de novembro (quinta) na Maneco Müller : Múltiplo Galeria, Leblon e no dia 05 de novembro (terça), às 18h30, o artista recebe o impressor João Sánchez e o crítico Fred Coelho para um bate-papo aberto ao público. “Pedra, metal e madeira” apresenta a produção mais recente de Luiz Zerbini, com gravuras em metal e monotipias inéditas, que surpreendem pela alta carga criativa, força e frescor.

Na individual, Luiz Zerbini apresenta sua mais recente produção: gravuras em metal, litogravuras e monotipias, sendo a maioria inédita. Além de 20 obras, o artista lança também um livro de grandes dimensões, todo impresso manualmente. A mostra marca a mudança de nome da galeria para Maneco Müller : Múltiplo, consolidando a sociedade entre Maneco Müller e Stella Ramos, desde 2018.

Atravessando seus quase 50 anos de produção, a poética de Luiz Zerbini destaca-se por uma voluptuosa e desconcertante paisagística, combinando vegetação, ambientes urbanos, fabulação, memória e alegorias. A novíssima produção em monotipias e gravuras em metal do artista é fruto do encontro dele com o Estúdio Baren, criado pelo editor e impressor carioca João Sánchez. Há quase uma década, Luiz Zerbini e João Sánchez pesquisam diversas formas de imprimir monotipias, misturando técnicas e materiais, papéis, matrizes e pigmentos. Mais recentemente, o artista carioca Gpeto passou a colaborar também com o Estúdio Baren, se juntando à produção de monotipias da dupla.

O destaque da mostra na galeria são as gravuras em metal inéditas nas quais Luiz Zerbini se debruça sobre uma das mais tradicionais técnicas de impressão artesanal do mundo. Há cerca de cinco anos, Luiz Zerbini vem se dedicando a experimentações nesse campo graças à proximidade com o Estúdio Baren. A Maneco Müller : Múltiplo surgiu como espaço natural da mostra dessa produção por conta da parceria da galeria com o Estúdio Baren e a amizade de longa data tanto com Luiz Zerbini quanto com João Sánchez.

Sob curadoria de Lia do Rio.

24/out

Exposição coletiva apresenta obras em diferentes suportes, com curadoria de Lia do Rio. A abertura será no dia 26 de outubro, sábado, na Galeria Casa do Paulo Branquinho, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, recebe a exposição “Ideia e Processo”, com a participação de 14 artistas que se destacam com suas diversidades criativas. Participam desta mostra Antônio Câmara, Cris de Oliveira, Daniele Bloris, Dimas Malachini, Edson Silveira, Gardenia Lago, Isabella Marinho, Leticia Potengy, Lincoln Nogueira, Maria Perdigão, Nadia Aguilera, Rose Aguiar, Rosi Baetas e Rosita Rocha, que atualizam as relações entre forma, cor, espaço e tempo. Utilizando a pintura, a escultura, o desenho, a arte digital, a colagem, a instalação, a foto arte e a gravura, eles se expressam através de diversas linguagens, sem que isso tenha sido uma condição prévia dada a eles. “As obras, suporte para reflexões plásticas, solicitam um engajamento a quem se aproxima, aqueles que se deem ao tempo do olhar”, diz a curadora, Lia do Rio.

Até 17 de novembro.

No MAC Niterói.

22/out

O lançamento no MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, de “Fotografia Expandida: As Marisqueiras”, sobre as mulheres marisqueiras de Boa Viagem, será no dia 31 de outubro, quinta-feira, quando a ação inédita retrata pescadoras de mariscos em diversos formatos do audiovisual, como: exposição com 10 fotos em grande formato na fachada do MAC; catálogo fotográfico digital interativo para celular, com versão acessível (formato solicitado pelas retratadas); e, dois documentários. O evento, que contará com a presença das mulheres marisqueiras e roda de bate papo, acontece no dia que se celebra um ano da lei que considera a pesca artesanal do bairro da Boa Viagem como patrimônio cultural e de natureza imaterial.

A direção de arte do catálogo “Fotografia Expandida: As Marisqueiras”, foi conduzida pela artista visual amazonense Uýra Sodoma, seguida de um ensaio fotográfico registrado pelo fotógrafo Josemias Moreira, filho de marisqueiros, nascido no bairro de Boa Viagem, em Niterói. Idealizado e produzido pela artista e diretora, Júlia Botafogo, que utiliza metodologia de cinema auto referencial, comunitário e de impacto. “O objetivo é dar visibilidade para as marisqueiras como um registro oficial. Busco responder às suas demandas por reconhecimento e visibilidade no território em que vivem e trabalham”, reflete Júlia Botafogo que retrata os cotidianos e convivências das pescadoras, Ana Carolina Anastácia de Morais, Ana Paula de Jesus, Caren da Conceição Caetano, Carol da Conceição Caetano, Cintia de Araujo Teodoro, Cláudia das Neves, Cristina da Conceição, Rayane Jesus Vitória e Salete Feliciano da Silva.

Visita mediada na Z42 Arte.

No próximo dia 26 de outubro, às 17h, a artista Fernanda Leme, o curador Alexandre Sá e a crítica de arte Marisa Flórido farão uma visita mediada na exposição “Monstros”, que pode ser vista até o dia 31 de outubro, na Z42 Arte, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, que traz um panorama dos onze anos de trajetória da artista, são apresentadas cerca de 80 pinturas, a maioria delas inéditas, que discutem a pintura e a fotografia na contemporaneidade. Partindo de sua própria vida, a artista debate, através de suas obras, questões que são comuns a todos, como a sociedade líquida em que vivemos, a fugacidade das imagens, o luto, as perdas e a saudade. “A exposição é uma crônica da nossa época, um trabalho de memória e de imagem”, conta a artista.

Filha da jornalista Lúcia Leme (1938-2021), a artista cresceu em uma família de mulheres fortes e empoderadas e seu trabalho reflete isso. O nome da exposição, “Monstros”, foi retirado da pintura homônima de 2013, que integra a exposição. Nela, uma pessoa aparece capturada por dois homens encapuzados e cercada por anjos e diabos. “O título da exposição, consideravelmente irônico, nos pergunta em que medida a monstruosidade angustiada de captura do presente nos sufoca e enjaula em uma fantasia de liberdade, nos questionando inclusive, sobre a monstruosidade do próprio legado da pintura na História da Arte”, ressalta o curador.

Exposição coletiva no Museu Histórico.

18/out

O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, Parque da Cidade, Gávea, apresenta a exposição coletiva “O mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres” com curadoria de Fabricio Faccio. A exposição explora a relação entre Arte e Natureza, propondo uma reflexão sobre as conexões entre o humano e o não-humano, e como as práticas artísticas podem ser usadas para repensar o futuro do planeta. Participam da mostra 36 artistas contemporâneos: Aiyon Chung, Alexandre Pinheiro, Aline Mac Cord, Ana Holck, Ana Miguel, Athos Bulcão, Bernardo Liu, Carlos Zilio, Carolina Kasting, Cela Luz, Diogo Bessa, Duda Moraes, FOGO, Galvão, Jade Marra, Jeane Terra, Jorge Cupim, Lourdes Barreto, Luis Moquenco, Luiz Eduardo Rayol, Luiza Donner, Marcelo Jou, Maria Gabriela Rodrigues, Matheus Mestiço, Matheus Ribs, Mirela Cabral, Nuno Ramos, Paulo Agi, Pedro Varela, Rena Machado, Ruan D’Ornellas, Thales Pomb, Vera Schueler, Vinícius Carvas, Willy Chung e Zilah Garcia. Na abertura, a artista Carolina Kasting fará a performance “Amar-u: corpo-expandido ciborgue”.

A exposição tem o seu título extraído do poema “Tabacaria” de Fernando Pessoa. Através de uma seleção cuidadosa de obras entre desenhos, esculturas, pinturas, instalação, performance e objetos, a exposição instiga o público a repensar suas relações com o ambiente, ressaltando a arte como uma ferramenta poderosa para imaginar novas possibilidades e caminhos para um futuro mais sustentável e harmonioso.

Até 05 de janeiro de 2025.

Cosme Martins apresenta pequenos formatos.

15/out

A exposição “Traços e Cores” chega ao Capitu Café, local onde viveu Machado de Assis no Bairro do Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. O artista plástico Cosme Martins apresenta 25 obras de sua mais recente produção em pequenos formatos que inaugura no dia 19 de outubro, no Espaço Alienista. As novas composições de traços e cores são apresentadas ao público como um desafio  do artista, acostumado a trabalhar em grandes formatos, inovar e trazer para a exposição em suportes bem menores do que os de costume, sob a curadoria de Renata Costa.

A longa trajetória do artista pelas artes visuais denota a necessidade de constante recriação da própria obra. A passagem pelas várias fases da carreira alimenta a necessidade de investigação do novo, tendo iniciado pelas imagens figurativas, pela representação da azulejaria maranhense, bem como da fase marcante das “Favelas”. O artista constantemente busca novas técnicas e materiais que esteticamente contribuem para a construção de obras que aguçam a curiosidade do espectador em relação ao processo de criação. A linguagem artística tem início na pintura e o desenvolvimento do processo criativo percorre o caminho da escultura no plano vertical das superfícies de paredes e agora é apresentada em pequenos formatos.

A inquietude produtiva e a liberdade criativa levam ao desenvolvimento do abstracionismo do artista, trazendo à tona a ideia de Marcel Duchamp de que “…o espectador faz o quadro”, deixando claro que o apreciador da obra vê com os próprios olhos e não pelas intenções de seu autor, dando assim à obra uma diversidade de interpretações.

A exposição permanecerá em cartaz até o dia 30 de outubro.

Flavio-Shiró na Pinakotheke Cultural.

14/out

A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, abrirá para o público no dia 21 de outubro a exposição “Flavio-Shiró, 96 anos, presente”, que celebra a trajetória do grande artista nipo-brasileiro Flavio-Shiró nascido no Japão em 1928, e que veio aos quatro anos de idade com a família para o Pará. Em celebração ao grande artista nipo-brasileiro, nascido em Sapporo, na ilha de Hokkaido, no Japão, e que se divide entre Paris e Rio de Janeiro, a mostra, com curadoria de Max Perlingeiro, traz um raro conjunto de suas pinturas seminais, desde a década de 1940, revelando suas experimentações que optavam pelo expressionismo, e o pioneirismo, no início dos anos 1960, na pintura abstrata “…dedicada ao informe, ou seja, ao rastro gestual dificilmente reconhecível ou categorizável”, como observa Paulo Miyada, diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake.  Em outras salas da exposição, estão aproximadamente 50 obras inéditas do artista, produzidas em 2022 e 2023, em aquarela ou nanquim sobre papel. Uma sala será dedicada ao Shiró fotógrafo, com fotografias feitas ao longo de sua vida, fato inédito em suas mostras. O público verá ainda cadernos com aquarelas, criadas entre 2020 e 2022, durante a pandemia. Flavio-Shiró estará no Rio, para acompanhar a montagem da exposição que permanecerá em cartaz até o dia 30 de novembro.

A exposição apresenta um total de aproximadamente 70 obras, desde as pinturas seminais do artista, ainda nos anos 1940, passando pelos anos 1950 e 1960, em que Flavio-Shiró se torna um mestre, fazendo “…emergir evocações e reminiscências de ambiências e seres”, como destaca Paulo Miyada, no texto crítico que acompanha a exposição. “Ele buscou maneiras de enfatizar as possibilidades evocativas do gesto que manipula, intempestivo, a viscosidade da tinta a óleo”, afirma. “Quanto à linguagem, essa busca refeita a cada vez tornou-se uma das molas propulsoras de sua produção ao longo de mais de seis décadas”, assinalou Paulo Miyada.

Flavio-Shiró trabalha continuamente, e no Salão central da Pinakotheke Cultural estarão 45 obras em papel, em aquarela ou nanquim, feitas em 2023 e 2024.  Seu imenso universo intelectual, adquirido por anos de interesse pela literatura, cinema e música, era ativado pela percepção de algo a sua volta, às vezes banal, uma cena de TV, e se transformava em impulso de trabalho. Destacam-se também as quatro aquarelas que fez em caixas de bombons, entre elas “Rear Window – Alfred Hitchcock”, e os 14 desenhos em nanquim, de 2023, nos quais o artista parece refletir sobre seu tempo e sua existência mais íntima.

Na última sala da exposição, será projetado o filme “Origens, Sonhos, Pesadelos, O ateliê e Pintando” (2018), com roteiro e direção de Margaux Fitoussi e Adam Tanaka, neto do artista. A exposição será acompanhada de um catálogo, com textos de Paulo Miyada e Max Perlingeiro, com 80 páginas e formato de 20 x 25 cm. O público verá fotografias feitas pelo artista e ainda cadernos com aquarelas realizadas entre 2020 e 2022, durante a pandemia de Covid-19.