Espiritualidade na pintura

11/jan

 

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Shopping Gávea Trade Center, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 02 de fevereiro a “Exposição JMS – Julio Martins da Silva”. Considerado um dos mais importantes artistas Naïf, a mostra individual exibirá 23 pinturas à óleo do artista niteroiense. Entre os destaques estão as obras “A chegada da família”, “Na praia”, “Barco à espera”, “Jardim com estátua de guerreiro”, “Jardim com casa e riacho” e “Serenata”.

 

Exposição JMS – Julio Martins da Silva

Julio Martins da Silva – JMS, como assinava seus trabalhos – nasceu em 1893, na cidade de Niterói, RJ. De família pobre, era neto de negros escravizados e filho de trabalhador rural. Aos 29 anos, trabalhava como cozinheiro em um hotel, quando começou a pintar “porque tinha aquela inclinação, gostava (…) via os outros desenhando e ficava interessado”, disse em entrevista à Lélia Coelho Frota (1975, p. 39).

Boêmio e devoto, residia no centro do Rio quando conheceu a tinta a óleo e começou a usar sobre papelão, material que encontrava facilmente à sua volta. Apenas ao se aposentar, com 71 anos de idade, Julio passou a viver exclusivamente da pintura e, então, pode aperfeiçoar seu estilo.

O artista tinha predileção pela cor verde, muito representada em seus jardins harmoniosos. Neles, caminhos floridos, animais pacatos e fontes d’água são o cenário perfeito para casais apaixonados e criancinhas felizes, refletindo uma ordem espiritual que ele buscava por meio de sua arte. Tudo em sua obra é delicadeza, apesar de não ter negado a angústia histórica de seu tempo, conforme Lélia (2005, p.268). Favelado e negro, não poderia deixar de notar a marca da desigualdade, mas não a expressava. Transcendia-a ao compor em jardins a espiritualidade de sua fé, a arte como purificação da vida.

Realizou exposições individuais em galerias de São Paulo e Rio de Janeiro, bem como no MNBA – RJ (1975). Participou da Bienal de Veneza em 1978, ano de sua morte e expôs em Washington (EUA) no ano de 1984.

 

Laura Olivieri Carneiro

Janeiro 2023

Visitação: de segunda a sábado, das 10h às 19h.

 

 

Mul.ti.plo exibe José Resende

16/dez

 

“Rotação e Translação” traz esculturas inéditas de um dos nomes de maior destaque da arte contemporânea brasileira. É a primeira mostra do artista paulista no Rio de Janeiro após mais de uma década, quando expôs no MAM, em 2011. Com texto crítico de Ronaldo Brito, exposição vai até 24 de fevereiro de 2023, com obras que conversam com o espaço da galeria.

Aos 77 anos e com mais de 50 anos de uma sólida e exitosa carreira, o artista paulista volta a expor na capital carioca depois de uma década. Em sua última exposição na cidade, em 2011, ele ocupou o saguão monumental do MAM. Dessa vez, o desafio foi criar obras que conversassem com o espaço da galeria no Leblon. Assinando o texto da mostra está um dos mais relevantes pensadores do país, o crítico de arte e professor Ronaldo Brito, que também participou do projeto no MAM. Na Mul.ti.plo, José Resende apresenta 14 obras inéditas em materiais como latão, mola latonada, cobre e cabo de aço. A exposição de José Resende na Mul.ti.plo abre-se em dois tempos. No primeiro, estão obras maiores, que se desdobram delas mesmas, como numa experiência de multiplicação. São cinco esculturas de parede (de cerca de 260 x 80 x 40 cm) e duas de chão (de aproximadamente 45 x 42 x 115 cm), elaboradas a partir de tubos de latão articulados com cabo de aço. “Uma peça sai da outra, mas cada uma tem uma unidade diferente e uma relação de mobilidade com o espaço da galeria”, explica o artista. Em contraponto, estão seis esculturas menores, de cerca de 45 x 42 x 115 cm, que trabalham a questão da tensão e também do movimento a partir de hastes e molas.

O nome da exposição, “Rotação e translação”, partiu do texto crítico de Ronaldo Brito e se refere a uma frase do artista norte-americano Carl Andre. “Em resposta à perplexidade diante de suas peças literais, o escultor minimalista insistia que elas tinham, sim, base: a terra. José Resende pontuaria – a terra, em movimento de rotação e translação”, escreve Ronaldo, que também assinou o texto da exposição no MAM-RJ em 2011. Os dois têm uma parceria profissional de longa data.

Conhecido por suas obras em grande escala, como a monumental instalação com vagões pendurados com cabo de aço, em São Paulo, em 2011, José Resende tem várias obras em locais públicos do Rio. Uma delas é a escultura apelidada de “O passante”, no Largo da Carioca, e “A negona”, no corredor cultural do Centro. “O convite da Mul.ti.plo para expor novamente no Rio me deu muito prazer. Essa ausência de 11 anos estava para ser cortada. Eu estava me cobrando isso e achando que não cabia ficar tão ausente numa cidade onde fui sempre tão bem recebido e também tenho essa presença em espaços públicos que me envaidece muito”, diz o artista, que expõe pela primeira vez na galeria. “José Resende é um criador de exceções. Sua poética, sempre renovada, traz uma potência que se revela a cada novo trabalho”, diz Maneco Müller, que comanda a Mul.ti.plo em parceria com Stella Ramos.

 

Sobre o artista

José Resende nasce em São Paulo, 1945. Vive e trabalha em São Paulo, SP. Formado em arquitetura pela Universidade Mackenzie, São Paulo, cursa gravura na FAAP. Em 1963 estuda com Wesley Duke Lee e, entre 1964 e 1967, é estagiário no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Em 1966, funda com Nelson Leirner, Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Carlos Fajardo e Frederico Nasser a Rex Gallery and Sons. Em 1967, ganha o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal de São Paulo. Em 1970, realiza uma individual no MAM-RJ e no MAC-USP. No mesmo ano, funda com Carlos Fajardo, Frederico Nasser e Luís Baravelli o centro de experimentação artística Escola Brasil, onde leciona por quatro anos. Em 1974, realiza exposição individual no MASP, São Paulo. Em 1980, recebe menção honrosa na representação do Brasil na 11ª Biennale de Paris. No mesmo ano, edita a publicação sobre arte “A Parte do Fogo” junto com um grupo de críticos e artistas. Em 1984, recebe bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation, residindo em NY até 1985. Em 1988, participa da 43° Bienal de Veneza. Em 1992, Participa da Documenta 9, Kassel, Alemanha. José Resende desenvolveu ao longo de sua carreira uma atuação pungente dentro do debate da arte e da cultura no Brasil, sobretudo entre 1960 e 1980, época da ditadura militar. A partir da década de 1990, desenvolve inúmeros projetos, permanentes e temporários, especialmente para espaços urbanos. Além de expor diversas vezes na Bienal Internacional de São Paulo (9°, 17°, 20ª e 24ª) e em importantes instituições nacionais e internacionais ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira. Seus trabalhos figuram em importantes coleções públicas como MoMA (Museum of Modern Art), Museu de Arte Moderna de São Paulo e Pinacoteca do Estado de São Paulo. Sua última exposição foi na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

 

Exposição na Casa Roberto Marinho

15/dez

 

A mostra “Alegria aqui é mato – 10 olhares sobre a Coleção Roberto Marinho” conta com dez salas e ficará aberta até março de 2023. Fernanda Montenegro, Adriana Calcanhotto e Glauco Campello estão entre os nomes convidados a organizarem as salas com peças selecionadas.

Ao longo de seis décadas, a Casa Roberto Marinho, como residência do jornalista carioca, foi palco de manifestações de diversos setores da criação: peças de teatro, apresentações musicais, saraus literários e projeções de filmes. Ao seguir esta tradição festiva, o instituto cultural localizado no Cosme Velho, Zona Sul do Rio de Janeiro, apresenta a exposição “Alegria aqui é mato – 10 olhares sobre a Coleção Roberto Marinho”, com curadoria geral de Lauro Cavalcanti.

Reunindo cerca de 200 obras, a mostra é composta pelo olhar atento de dez personalidades de vertentes variadas, que se dedicaram por meses ao estudo da Coleção Roberto Marinho. A atriz Fernanda Montenegro, os músicos Adriana Calcanhotto e Paulinho da Viola, o cineasta Antonio Carlos da Fontoura, o fotógrafo Walter Carvalho, o arquiteto Glauco Campello, o designer Victor Burton e os artistas plásticos Gabriela Machado, José Damasceno e Marcos Chaves foram convidados a organizar suas salas com peças selecionadas a partir do acervo – que reúne cerca de 1.400 itens – dialogando, por vezes, com trabalhos de sua autoria e/ou de outras coleções particulares.

Lauro Cavalcanti, diretor da Casa, explicou que o título da mostra surgiu no processo de sua feitura. “Na seleção inicial da sala a cargo de Victor Burton, constava uma fotografia do norte-americano Hart Preston: um flagrante do carnaval carioca de 1942 em que um folião exibe um cartaz com a frase “Tristeza aqui é mato”. Ambíguo, ainda que festivo, sobressaía-se nele a palavra “tristeza'”, disse o diretor. “No lugar de “tristeza”, escrevemos “alegria”. Alegria de viver e de criar. “Mato”, na gíria antiga, significava abundância. Pois nesta exposição, pautada pela pluralidade e fortaleza da cultura brasileira, arte é mato”, ele afirma.

A mostra ficará aberta para visitação até o dia 19 de março de 2023.

 

Márcia Falcão ilustra Machado de Assis

13/dez

 

Um dos textos mais brilhantes de Machado de Assis, “Pai contra mãe”, de 1906, faz um duro retrato da sociedade brasileira de sua época, expondo com crueza a escravização, a miséria e a violência vivida por negros e pobres no Brasil. O conto desenha a história de sujeitos que vivem na engrenagem da opressão de um sistema capitalista escravocrata, com as violências racial e de gênero que persistem em pleno século XXI.

 

Esta edição ilustrada por uma série de pinturas inéditas da artista carioca Márcia Falcão, criadas especialmente para o livro, conta com um ensaio crítico inédito do professor e pesquisador José Fernando Peixoto de Azevedo e outro da jornalista e escritora Bianca Santana, além de texto assinado pelo jornalista Tiago Rogero, criador do projeto Querino, para quem “Machado escancara não só as muitas formas de tortura naturalizadas pela “boa gente brasileira”, mas especialmente o fato de que, naqueles tempos – e até hoje – a pessoa africana ou afrodescendente era – e é – uma cidadã de segunda classe no Brasil. Uma vida que vale menos e que, muitas vezes, não tem nem o direito de nascer.”

 

Sobre o autor

Machado de Assis, jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e faleceu na mesma cidade em 29 de setembro de 1908. Publicou seu primeiro livro de poemas, “Crisálidas”, em 1864 e seu primeiro romance, “Ressurreição”, em 1872. Mantinha forte colaboração com jornais e revistas da época, como O Cruzeiro, A Estação e Revista Brasileira, nos quais publicava crônicas, contos, romances e poemas, que vinham a público em forma de folhetim antes de serem publicados em livros. Assim, saíram as primeiras versões de “A mão e a luva” (1874), “Memórias póstumas de Brás Cubas” (1880), “Quincas Borba” (1886-1891), entre outros. Em 1881, publicou em livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”, inaugurando assim sua fase realista, a qual inclui suas obras mais conhecidas: “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”. Em 1897, foi eleito presidente da Academia Brasileira de Letras, cargo que ocupou por mais de dez anos. A instituição que ajudara a fundar no ano anterior ficou conhecida como Casa de Machado de Assis. Em 1906, publicou o livro de contos e peças teatrais “Relíquias da casa velha”, no qual se encontra “Pai contra mãe”. Em 2020, a Cobogó publicou uma edição especial de seu livro “O alienista”, ilustrada por obras da artista Rivane Neuenschwander.

 

Sobre a artista

Márcia Falcão nasceu no Rio de Janeiro em 1985, foi criada no bairro de Irajá e vive e trabalha no subúrbio carioca. Partindo da própria experiência, as pinturas figurativas da artista apresentam expressivas representações do corpo feminino, sublinhando a complexidade do contexto social em que este se encontra inserido, atravessado por uma paisagem dubiamente bela e violenta. O feminino, a maternidade, os padrões de beleza e a violência de gênero são temas recorrentes que perpassam suas telas, marcadas pelo gesto e pela fisicalidade. Em 2022, a artista apresentou sua primeira exposição individual em São Paulo, na Fortes D’Aloia & Gabriel, um desdobramento da mostra ocorrida na Carpintaria, no Rio de Janeiro, em 2021. Entre suas principais exposições coletivas destacam-se: “Parábola do Progresso” (2022), Sesc Pompeia, São Paulo; “MAR + Enciclopédia Negra” (2022), Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro; “Crônicas Cariocas” (2021), Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro; “Engraved into the Body” (2021), Tanya Bonakdar Gallery, Nova York, entre outras. A série de pinturas que ilustrou este livro foi executada especialmente para esta edição de “Pai contra mãe”.

 

Sobre Bianca Santana

Bianca Santana é doutora em Ciência da Informação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), escritora e jornalista. É autora dos livros “Quando me descobri negra” (2015), “Continuo preta: A vida de Sueli Carneiro” (2021) e “Arruda e guiné: Resistência negra no Brasil contemporâneo” (2022).

 

Sobre José Fernando Peixoto de Azevedo

Dramaturgo, roteirista, diretor de teatro e cinema, curador e professor da Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/ECA-USP). É coordenador da “Coleção Encruzilhada da Cobogó”, que publica autores que refletem o presente lançando luz sobre o antirracismo, os feminismos e o pensamento em perspectiva crítica negra.

 

Sobre Tiago Rogero

Nascido em 1988 em Belo Horizonte, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Jornalista, é um dos diretores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e trabalhou em jornais como O Globo, O Estado de S.Paulo e a rádio Band News FM. É idealizador do “Projeto Querino” – podcast que mostra como a História explica o Brasil de hoje – e de “Vidas negras e Negra voz”. Atualmente atua como gerente de criação na Rádio Novelo. Pelo 5º episódio de “Negra voz”, recebeu o 42º Prêmio Vladimir Herzog na categoria Produção Jornalística em Áudio.

 

Ficha Técnica

Autor Machado de Assis

Textos complementares Bianca Santana e José Fernando Peixoto de Azevedo

Texto de orelha Tiago Rogero

Ilustração Márcia Falcão

Idioma Português

Número de páginas 72

ISBN 978-65-5691-088-8

Capa Bloco Gráfico

Encadernação Brochura

Formato 13,8 x 19 cm

Ano de publicação 2022

 

 

Premiação para Elizabeth de Portzamparc

12/dez

 

O Prêmio IAB-RJ – “Arquiteta do Ano: Elizabeth de Portzamparc A visão inovadora e comprometida com o meio ambiente” e a inclusão de Elizabeth de Portzamparc, em projetos na França e na China

Elizabeth de Portzamparc, carioca radicada em Paris há muitos anos, tem ganhado muitos prêmios na Europa por sua atividade destacada em arquitetura e urbanismo, principalmente à frente de projetos de grande porte, na França e na China – em que constrói bairros inteiros, centros de ciência, museus, e uma monumental torre de 262 metros de altura em Taiwan, entre muitos outros. Ela estará no Brasil para receber, a convite de Igor de Vetyemy, na segunda-feira dia 12, do IAB-RJ o prêmio de Arquiteto do Ano. No dia 15, às 17h, fará a palestra magna em uma solenidade no MAR (Museu de Arte do Rio) do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, em homenagem ao dia do Arquiteto e Urbanista. Após sua fala, haverá um debate com Sérgio Magalhães e mediação de Nádia Somekh.

O que tem destacado Elizabeth de Portzamparc no cenário atual da arquitetura, e talvez seja a chave do sucesso para vencer tantos concursos internacionais – em que os participantes são identificados por números, e não nomes – é sua ousadia e a profunda conexão com a natureza. No projeto vencedor em 2021 na China, “Living in the leaves”, em Huizhou, uma região de árvores milenares do distrito de Guangdong, para a construção de casas, cabanas, e um SPA, em uma área de 43 mil metros, ela faz um “manifesto contra o desflorestamento”. Além de todo o desenho que se mimetiza com a natureza, serão usados materiais locais como madeira, pedra e terra. “Ao lidar com uma zona virgem, precisamos fazer como os povos indígenas, e em vez de construir coisas que podem agredir, devemos propor um modo de viver completamente integrado, em respeito total à floresta, co-habitando, inserindo um novo elemento no ecossistema, enriquecendo este ecossistema sem agredir. Nós temos que conviver com a natureza, com delicadeza, e fazer parte dela”, afirma.

No recentemente concluído Palácio da Ciência em Pudong, Xangai – Science Hall of Zhangjiang – com área de 120 mil metros quadrados, o parque urbano se integra à construção ascendendo suavemente, em um plano inclinado até o teto, onde além da área verde estão barzinhos e espaços para exposições e eventos.

Elizabeth de Portzamparc é casada com o prêmio Pritzker Christian de Portzamparc, com quem tem dois filhos e três netos, e não perde sua ligação com o Brasil.

 

Inserções na Galeria Patrícia Costa

08/dez

 

Adriano Mangiavacchi completa mais de 40 anos de trajetória e exibe novas obras. Em 1982, o artista italiano Adriano Mangiavacchi fazia sua primeira individual no Parque Lage. Quatro décadas depois, ele apresenta obras recentes e inéditas na mostra “Inserções”, na Galeria Patrícia Costa, Copacabana, Av. Atlântica, 4.240/lojas 224 e 225 e no dia 17, na Casa de Petrópolis, na Serra Fluminense. Sob a curadoria de Claudia Saldanha, a exposição reúne mais de 18 trabalhos produzidos entre 2018 e 2022. Utilizando o processo de “seripintura” – termo concebido pelo artista que reúne as qualidades da pintura e da serigrafia -, ele produz telas de formatos diversos aglutinadas, como se fossem peças de outdoors, compondo uma única obra.

“Porque ‘Inserções’? Inserir é incluir! Inclusão de várias partes diferentes para criar uma união harmoniosa. Inserir é entrar, é pertencer, é entregar-se, é mergulhar, é aprofundar. Enfim, In-ser-ção é o ato de “ser” in!”, define o artista.

São inserções casuais, que resgatam paisagens com o colorido de amarelos, laranjas e verdes, presentes na natureza brasileira que Mangiavacchi tanto admira. As cores resultam da mistura de tintas acrílicas, depois numeradas, meticulosamente, para dar origem à sua própria paleta. Em alguns quadros, usa tintas iridescentes, resultando em reflexos metalizados.

“Adriano apropria-se da paisagem do Rio como alguém que conhece profundamente a cidade. Um observador assíduo, que de tanto testemunhar a vida de seus habitantes e a própria paisagem, acaba por apaixonar-se por seu objeto de desejo”, diz a curadora, Claudia Saldanha.

 

O fascínio que a arte urbana exerceu sobre Mangiavacchi

Aos sete anos de idade, Adriano Mangiavacchi já reproduzia a textura aveludada das flores com seus lápis de cor. Na década de 1970, vem para o Brasil e conhece Luiz Aquila, quando passa a frequentar o seu curso de pintura, em Petrópolis. Em 1980, Adriano assume de fato a vocação pela arte, ingressando no grupo de Paulo Garcez, com quem aprende a disciplina de trabalho, a procura da linguagem, a postura crítica. Retoma seu fascínio pela poesia urbana. Em 1986, véspera de eleições, documentou os restos de propagandas que cobriam os muros da cidade. A dramaticidade e espontaneidade dessas intervenções acabaram por influenciar uma fase marcante de sua carreira, em um momento de grande potencial pictórico. “A cidade é uma fonte de inspiração extraordinária”, afirma.

 

Até 14 de janeiro de 2023.

 

Lançamento da Coleção PHTBX

06/dez

 

 

A palavra dos editores

O que têm em comum a maestria da cor de Walter Firmo;  a abordagem híbrida e conceitual no olhar de Claudia Jaguaribe; o registro histórico e intimista do Clube da Esquina pelas lentes de Cafi; a dramaticidade de luz e cores nos movimentos femininos de Ana Quintella; o noir enigmático construído por Milton Montenegro e a aridez e o alumbramento da paisagem de Walter Carvalho? A participação na Coleção Phtbx (PHOTOBOX), uma proposta inovadora de colecionismo, difusão e memória da arte fotográfica. Um time de estreia dos sonhos para amantes da fotografia, experientes ou iniciantes na arte de colecionar. As primeiras edições já estão disponíveis para pré-venda em nosso site e com desconto de 15% para compras realizadas até o dia 07/12/22.

Angela Magalhães, Nadja Peregrino e Gabriela Toledo, curadoras e pesquisadoras da fotografia, traçam um recorte sobre a trajetória artística de fotógrafos consagrados e trazem, em edição personalizada, caixas individuais contendo 12 obras em impressão fine art. Compõem a edição um texto curatorial sobre cada artista e o selo do impressor – Estúdio Lupa. As caixas, desenvolvidas com exclusividade pela Ipsis, terão tiragem limitada, numerada e certificada, com projeto gráfico assinado por Mariana Jaguaribe. Caso tenha interesse em obter mais informações sobre a Coleção Phtbx (Photobox), entre em contato e enviaremos um catálogo com mais detalhes sobre o conteúdo de cada caixa. Entre luzes e sombras, entre o visível e o invisível, o desafio é adentrar num mundo onde o imaginário é a mola mestra da vida.

Ana Chafir, Gabriela Toledo e Sergio Cohn.

 

Visita guiada na Z42Arte

30/nov

 

Será realizada uma visita guiada às exposições “Nascer de terras”, de Amanda Coimbra, e “Esqueça de mim”, de Marcelo Albagli, na Z42Arte, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. No dia 03 de dezembro, sábado, às 16h, será realizada uma visita guiada com a curadora Fernanda Lopes e os artistas Amanda Coimbra e Marcelo Albagli nas exposições “Nascer de terras” e “Esqueça de mim”, em cartaz até o dia 17 de dezembro na Z42 Arte, no Cosme Velho. A visita é gratuita e aberta ao público. Com curadoria de Fernanda Lopes, as mostras ocupam todo o espaço expositivo do casarão no Cosme Velho com obras inéditas, que partem de fotografias de momentos históricos e de personalidades importantes da história para criar, através do desenho, poéticas distintas. “Independentes entre si, as exposições de Amanda e Marcelo revelam a pesquisa recente e inédita de dois jovens artistas que vivem e trabalham no Rio de Janeiro, e, vistas em conjunto, permitem a reflexão sobre questões atuais como o estatuto da imagem, a prática do desenho na arte contemporânea e a construção/invenção da memória”, diz a curadora Fernanda Lopes. As exposições têm o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro através do Edital Retomada Cultural RJ2.

 

Serviço: curadora Fernanda Lopes, Marcelo Albagli e Amanda Coimbra, Z42 Arte

 

 

Publicação de Waltercio Caldas

29/nov

 

Material impresso faz parte da exposição “Livro Espelhos Consequências” em cartaz na galeria do Leblon até 02 de dezembro. Além de fotos dos trabalhos, a publicação inédita traz anotações do artista, surgidas no decorrer do processo de criação. Lançado pela Mul.ti.plo Espaço Arte, no Leblon, o material impresso faz parte da mostra “Livros Espelhos Consequências”. Além de fotos das 14 obras inéditas, a publicação traz anotações de Waltercio Caldas, retiradas de sua caderneta de trabalho. A publicação é gratuita e está disponível para todos que visitarem a exposição.

A exposição na Mul.ti.plo traz a assinatura poética do artista, de relacionar objetos que à sua visão pertencem à mesma família, entre eles os livros e os espelhos. As consequências ficam por conta da reverberação da mostra em outras atitudes, como na publicação, por exemplo. É a terceira vez que o artista expõe na galeria carioca – a primeira foi em 2012, com múltiplos; e a outra em 2017, com desenhos.

Waltercio Caldas trabalha a partir do conhecimento poético dos objetos e das coisas. Na mostra, ele chega a formas extremamente rigorosas e precisas, carregadas de sugestões impossíveis de serem traduzidas em outras linguagens. “A obra de arte entra em nossa vida de forma transversa, como algo que não conhecemos, inaugurando sua própria presença. Me interessa esse aparecimento, essa perplexidade inicial”, diz ele, que prioriza em sua prática artística a tridimensionalidade. “Por enfatizar novos aspectos da gravidade, do peso e das matérias, as obras surgem pondo entre parêntesis sua inserção no mundo”, afirma.

O reconhecimento da obra de Waltercio Caldas não encontra fronteiras. Sua arte é tanto poética quanto precisa. Segundo texto do crítico e professor Paulo Sérgio Duarte, “não existe arte contemporânea que não seja experimental. Sabemos disso desde Adorno e sua Teoria Estética. Mas existe algo em Waltercio Caldas além do experimentalismo: um ascetismo que não se confunde com aquele da Minimal Art. Trata-se de uma economia que não é avessa ao campo semântico, à polissemia dos significados. Isso estimula a experiência da obra”.

 

 

 

A relevância de Magliani

17/nov

17

A obra da pintora Magliani em debate no próximo dia 26 de novemrbo em Santa Teresa. Os quase 50 anos de plena dedicação às artes desde suas ilustrações para jornal até suas pinturas passando pelo desenho, figurinos, cenários, e teatro. É o tema do encontro entre Denise Mattar, curadora da exposição “Magliani” que esteve em cartaz na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, entre março e abril desse ano, Osvaldo Carvalho, curador da exposição “Magliani é infinito agora” em curso no Estudio Dezenove, e Julio Castro, diretor do espaço e coordenador do Núcleo Magliani. Aspectos diversos da obra e vida da artista, falecida há 10 anos, serão discutidos em um bate-papo descontraído, porém focado em apontar sua relevância para a cena artística brasileira.

 

Lançamento do folder

Galeria aberta à partir das 17h

Bar em funcionamento