Chagall no CCBB Rio

08/mar

 

 

O Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Marc Chagall: Sonho de amor”. A exposição apresenta a trajetória de vida e obra do pintor Marc Chagall (1887-1985), que marcou as artes no século XX com a criação de um universo único, pautado pelo lirismo e pelo uso revolucionário de formas e cores. São mais de 180 obras, produzidas entre 1922 e 1981, através de pinturas, aquarelas e gravuras que abrangem seus temas mais caros: a infância e a tradição russa, o sagrado e suas representações, o amor e o mundo encantado nas ilustrações das Fábulas de La Fontaine. As obras são provenientes de coleções do exterior e de acervos museológicos brasileiros. A curadoria é de Dolores Duràn Ucar.

Até 06 de junho.

Brennand no Rio, na Carpintaria

11/fev

Brennand - Carpintaria

A Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, e a Gomide & Co têm o prazer de apresentar “Francisco Brennand: Um primitivo entre os modernos”. Com curadoria de Julieta Gonzalez, a exposição é um desdobramento da mostra homônima ocorrida na Gomide & Co entre 27 de novembro de 2021 e 29 de janeiro de 2022, em São Paulo.

“Brennand optou por trabalhar contra a corrente da abstração geométrica, dedicando-se à exploração de formas primitivas e arcaicas. Ao longo de toda sua vida, desenvolveu uma linguagem pessoal independente das narrativas artísticas dominantes que informavam a arte de seus contemporâneos no Rio de Janeiro e em São Paulo”. – Julieta González.

 

Abertura : 19 de fevereiro.

Livro para Manuel Messias

10/fev

 

 

A Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, lança neste sábado, dia 12 de fevereiro, das 16h às 20h, o livro “Manuel Messias – Do tamanho do Brasil”, com 248 páginas, bilíngue (port/ingl), formato 27cmx21cm, e textos de Ademar Britto Junior, Guilherme Gutman, Lilia Schwarcz, Marcus de Lontra Costa, e Rafael Fortes Peixoto, e uma cronologia do artista por Izabel Ferreira.

“Manuel Messias – Do tamanho do Brasil” (Danielian Edições) é o resultado de minuciosa pesquisa, feita a partir de arquivos de jornais, catálogos, e depoimentos de quem conviveu com o artista, como Anna Bella Geiger, Martha Pires Ferreira, Guilherme Gutman, Matias Marcier e Evandro Carneiro, recupera a cronologia do artista e sua importância.

A renda obtida na venda do livro no dia do lançamento será revertida para os projetos sociais Tropa da Solidariedade, do rapper Shackal, e Cidadão Considerado, do mestre de capoeira Toni Vargas.

“Com esse projeto, temos a intenção de abrir espaço para mais discussões e reflexões sobre a obra desse grande artista que migrou do Sergipe para o Rio de Janeiro, onde se estabeleceu e enfrentou na carne as injustiças sociais, o racismo estrutural e a pobreza, resistindo através de sua obra”, diz Ludwig Danielian, que junto com seu irmão Luiz Danielian dirige a galeria fundada em 2005.

A tiragem de “Manuel Messias – Do tamanho do Brasil” é de 1000 exemplares, e o preço é de R$ 120,00.

Exposição Grauben e Francisco da Silva

03/fev

 

 

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, realiza até 15 de fevereiro a exposição “Grauben e Francisco da Silva”. A curadoria é de Evandro Carneiro. Destaque para as obras “Pássaro e a sua presa” e “Peixes”, de Francisco da Silva, da década de 1960, período considerado como o mais importante da carreira do artista, e as obras “Pássaros e borboletas na floresta” e “Floresta”, de Grauben.

 

A mostra foi aberta ao público SEM VERNISSAGE devido à Pandemia, durante o horário de visitação da galeria, de segunda a sábado, das 10h às 19h.

 

O Shopping Gávea Trade Center, quando aberto, está funcionando com obrigatoriedade do uso de máscaras e fornece álcool em gel e medição de temperatura para quem entra. Não há necessidade de agendar a visita, pois o espaço é grande e sem aglomerações.

 

Exposição Grauben e Francisco da Silva

 

Dois artistas considerados naíves, mais ou menos contemporâneos entre si e que cresceram no Ceará, reproduzindo a natureza com pontilhismos e cores tropicais. Um iniciou o seu percurso artístico ainda menino, pintando paredes com carvão, tijolo e mato, assim que chegou em Fortaleza, aos seis anos de idade. A outra, cearense de Iguatu, iniciou a pintura já aposentada do serviço público, aos 70 anos e residindo no Rio de Janeiro.

 

Sobre os artistas

 

Maria Grauben Bomilcar Monte Lima nasceu no ano da Proclamação da República (1889) e faleceu em 1972. Sabe-se pouco a respeito de sua biografia anterior à sua trajetória artística, contudo, tratava-se, sem dúvida, de uma mulher corajosa e pioneira, por ter vindo trabalhar no Sudeste, no início do século XX. Em 1910 já era uma das primeiras funcionárias públicas de sua época, na capital federal de então – parece que da Receita Federal, conforme soubemos por uma fonte oral. Em entrevista encomendada pelo MEC e realizada com a artista por Ricardo Cravo Albin – quando diretor do MIS – e em parte reproduzida no Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos vol. 2, diz-se que ela tornou-se pintora por causa do crepúsculo. Moradora de Ipanema, o por do sol lhe encantava pela beleza e pelos tons daquele momento do dia. Ela chorava de emoção e uma sobrinha lhe deu pincéis e tinta por acreditar que aquilo era uma característica tão genuinamente artística que ela deveria tentar se expressar. E pintou, com sucesso, durante doze anos a partir de então. Com cores e tons bastante crepusculares e motivos alegres. Na mesma entrevista, Grauben dizia que não gostava do feio e nem do triste, por isso pintava passarinhos e borboletas nas florestas, com uma base de tela quase sempre azul ou lilás, como o céu de que tanto gostava e o mar de Ipanema, nas suas horas preferidas.

 

Sua singela pintura circulou pelo mundo após ser reconhecida por Ivan Serpa, então professor do MAM-RJ. Foi sua aluna por pouco tempo e seguiu autodidata com suas preferências temáticas e cromáticas. Iniciou suas mostras individuais justamente ali, com o mestre, em 1962 e 1964 (MAM-RJ); em 1965 na Galeria Relevo (RJ) e depois em 1968 e 1969 na Galeria Copacabana Palace (hoje Galeria Ipanema, RJ). Expôs coletivamente em 1962 na Galeria Relevo e no mesmo ano e 1963 no SNAM – Salão Nacional de Arte Moderna, RJ; na Bienal de São Paulo em 1963 e 1965; II Bienal Americana de Arte na Argentina, 1964; Galeria Jacques Massol em Paris (1965). Postumamente participou de coletivas de arte naif no Paço Imperial (1989, ano de seu centenário) e no CCBB (1992, ano da Rio Ecologia), dentre as mais relevantes.

 

Francisco Domingos da Silva (1910 – 1985) tem uma pintura algo mais fantástica do que sua conterrânea. Talvez por ter nascido no Acre e lá ter vivido a sua primeira infância, tempo no qual as memórias são as mais inconscientes. Ainda que também pinte pássaros, os seus são mais fantasiosos. Misturam-se com peixes fabulosos, cobras enormes e até mesmo dragões que expressam o maravilhoso daquela floresta que habitava o seu imaginário de artista. Aos seis anos de idade, foi morar no Ceará e viveu em uma fazenda perto de Fortaleza, onde continuava a conviver com animais e iniciou seus desenhos. Conforme dito acima, com materiais que encontrava na natureza, como tijolos e carvão e sobre paredes e muros (Lélia Coelho Frota, Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro, 2005). Até que em 1943 conheceu Jean Pierre Chabloz que apreciou seus grandes pássaros e peixes amazônicos e o apresentou ao guache, tinta que o artista jamais abandonou, usando-a sobre diversos suportes, sobretudo papel e cartão, ainda que tenha pintado também a óleo sobre madeira. Chabloz o apresentou ao mundo da arte, inicialmente com uma exposição em Fortaleza (1943), depois no Rio de Janeiro (1945); em Genebra (1949); Lausanne (1950) e Neuchâtel (1956). Nos anos 1960, expôs na Galeria Relevo (1963) e na Galerie Jacques Massol em 1965, possivelmente na mesma ocasião em que Grauben expôs lá também! Em 1966 recebeu menção honrosa na Bienal de Veneza, a qual contou com a curadoria de Clarival do Prado Valladares, que na ocasião escreveu: “é o intérprete de uma mitologia diluída na tradição oral de uma região imensa que só ele fixou e refletiu (…)” referindo-se à Amazônia. (Apud. Lélia Coelho Frota, 2005, p. 134). Também o então Ministro da Cultura da França, André Malraux, disse se tratar de “um artista primitivo dentre os maiores do mundo.” (Apud. Walmir Ayala, Dicionário de Pintores Brasileiros, 1997, p.371). Apesar de sua excepcional qualidade, Chico da Silva bebia muito e nos anos 1970 teve alguns surtos psiquiátricos, tendo sido internado recorrentemente. Em 1977 chegou a ter alta de uma clínica para participar da I Bienal Latino Americana, promovida pela Bienal de São Paulo, mas retornava sempre à internação por recaídas da doença (Lélia, 2005). Por causa dessa instabilidade adotou auxiliares que trabalhavam com ele e, em sua confusão mental, passou a assinar obras alheias e/ou coletivas. Assim, deu-se início ao processo de confusão quanto à autenticidade de seu trabalho, quase chegando a comprometer seu nome no mercado de arte. Contudo, por se tratar de um artista excepcional, faz-se necessário um olhar atento, a fim de se continuar promovendo seu talento.

 

Aqui nesta mostra apresentamos dez trabalhos de cada artista, escolhidos com muito critério. Vale a visita!

 

Laura Olivieri Carneiro, janeiro de 2022.

 

Galeria Provisória

12/jan

 

 

Idealizada pela arquiteta Aline Araújo em parceria com o artista plástico Anderson Thives, a Galeria Provisória inaugura, temporariamente – como o próprio nome indica -, em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Sua efemeridade estabelece uma analogia com os tempos atuais de pandemia. Esta primeira ocupação fará uma retrospectiva de Anderson Thives: cerca de 40 peças abordando mostras realizadas, assim como projetos recentes de novas exposições e instalações. Este trabalho pretende reunir outros artistas que dialoguem com a proposta do espaço.

 

Sobre o artista

 

Anderson Thives trabalha exclusivamente com colagem, sua técnica consiste em juntar milhares de quadrados de papel (em torno de cinco mil recortes por metro quadrado) nas mais variadas cores, tons e tamanhos, retirados de revistas e catálogos para formar as imagens.
Com uma grande influência da Pop Art, o artista cria com seu estilo e gosto pela cultura das imagens, sensibilidade, expressão e impacto formado por uma técnica pouco convencional. Sempre coloridas, alegres e vibrantes, suas obras podem ser vistas em diversos museus e galerias mundo afora. Thives também é representado pela Abraham Art, situada na Holanda, uma das maiores distribuidoras de galerias. Em Paris, depois de trabalhar com duas galerias da cidade luz e fazer a maior art fair na Bastille, em 2015 o artista fixou uma nova galeria que leva seu nome, em Rueil-Malmaison, situada ao lado do Jóquei Clube de Paris. Nos Estados Unidos, fez exibições em San Francisco e Nova York e desde 2016 faz parte do coletivo GAB Gallery, em Wynwood District. Anderson Thives já retratou incontáveis figuras conhecidas do mundo artístico e empresarial.

 

Galeria Provisória

Rua Visconde de Pirajá, 284, Ipanema.

Abertura: dia 13 de janeiro de 2022 às 17 horas.

Sunset ao som do músico Philip Kelley.

De segunda a sábado, das 12h às 19h.

 

Instalação no CCBB, Rio

07/jan

A partir de 05 de janeiro, um conjunto de 20 obras de grandes proporções vai mexer com a forma como vemos o prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro: barco e elevador flutuantes, janelas para jardins imaginários e até uma piscina em que o visitante pode entrar de roupa e ficar submerso sem medo de se afogar fazem parte da mostra de um dos nomes mais provocativos e populares da arte contemporânea, o argentino Leandro Erlich.

 

A exposição “A tensão” (de nome explícito e sonoramente ambíguo: quem não lê pode ouvir “atenção”), revela, já em seu título, um dos prováveis sentimentos que os visitantes sentirão diante das instalações do artista. Isso porque Erlich trabalha com referências que são, literalmente, “lugares-comuns”, espaços que estamos acostumados a ver no dia a dia, mas deslocados da condição de normalidade.

 

A obra de Erlich é estruturada no mecanismo da dúvida, do questionamento do que os nossos sentidos percebem em desacordo com o que nossa mente sabe. O espectador é posto em situações banais do cotidiano, como pegar um elevador, estar numa sala de aula, mas as ilusões óticas e a subversão da realidade propostas pelos artistas fazem suas obras ganharem conotações de aventura surrealista.

 

“A Tensão”, de Leandro Erlich, tem a curadoria de Marcello Dantas. A mostra fica em cartaz no CCBB RJ até 07 de março, com entrada gratuita mediante retirada de ingressos virtualmente. Retire o seu com antecedência e planeje bem a sua visita. Respeite o horário escolhido para a visitação, porque a mostra está sujeita a lotação e há limite de pessoas por hora.

Manifestações no MAR

06/jan

O DJ MAM, artista, compositor, intérprete e ativista cultural, lançou no Centro Histórico, Rio de Janeiro, RJ, o projeto “Sotaque Carregado Artes”, que une música ao universo das artes visuais. A iniciativa é desdobramento do Sotaque Carregado, que em 15 anos de existência vem criando várias ações como festivais, programas de rádio, álbuns e eventos, com mais 500 artistas e blocos, como Elza Soares, Hermeto Pascoal, Gaby Amarantos, Orquestra Voadora e Baiana System. Coordenado pelos curadores Érika Nascimento e DJ MAM,Sotaque Carregado Artes pretende conectar e amplificar as manifestações de música e artes visuais.

 

A primeira ação do Sotaque Carregado Artes é o Festival Demarcação Já Remix no Museu de Arte do Rio (MAR), para celebrar o hasteamento da bandeira “Tajá”, do artista Matheus Ribs, neste domingo, às 15h.

 

Com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio, o Festival Demarcação Já Remix apresentará uma programação musical especialmente criada para o evento. Às 15h, a cerimônia de hasteamento será acompanhada pelo Coral Guarani Tenonderã, e às 16h, nos pilotis do MAR, DJ MAM fará o show Sotaque Carregado, com a presença dos Pernaltas Futuristas, vestidos como orixás e do grupo de carimbó feminino Aturiá. Em seguida eles se integrarão ao Cortejo do Carnaval Remix, com a festa Manie Dansante com as bicicletas amplificadas do Mico Leão Sistema Sonoro. O Cortejo irá até a Praça da Harmonia, onde está a bandeira “Área Indígena”, do artista Xadalu Tupã Jekupé, em sua exposição “TekoaXy – A terra de Tupã”, no Instituto Inclusartiz.

 

Festival Demarcação Já Remix – Programação

15h – Concentração do cortejo na abertura oficial do evento, com o hasteamento da bandeira “Tajá”, do artista Matheus Ribs. Apresentação do Coral Guarani Tenonderã, na Praça Mauá.

 

15h30 – Conversa com o curador do MAR, Marcelo Campos, e o artista Matheus Ribs.

 

16h – DJ MAM – Show Sotaque Carregado, nos pilotis do MAR, com os Pernaltas Futuristas, vestidos como orixás, eo grupo de carimbó feminino Aturiá.

 

17h – Cortejo Carnaval Remix, com Sotaque Carregado, festa Manie Dansante com as bicicletas amplificadas do Mico Leão Sistema Sonoro Ambulante, grupo de carimbó feminino Aturiá. O Cortejo seguirá em direção à Praça da Harmonia, onde está a exposição “Tekoa XY”, do artista Xadalu Tupã Jekupé, no Instituto Inclusartiz.

Reencontro de Morandi com o Brasil.

07/dez

 

 

Depois de uma bem-sucedida exposição em São Paulo, a mostra “Ideias – O Legado de Morandi” será apresentada de 15 de dezembro de 2021 a 21 de fevereiro de 2022, no primeiro andar do Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, trazendo obras de um dos mais destacados artistas do século 20. A exposição é patrocinada pela BB DTVM.

 

Com uma investigação profunda da cor e da luz permeando sutilezas, Giorgio Morandi se dedicou intensamente à pintura de naturezas-mortas, especialmente de conjuntos de garrafas. Seu estilo ficou marcado por uma obra que reflete sobre o tempo e as relações produzidas pelo olhar. Esse universo é representado na exposição, que tem curadoria de Gianfranco Maraniello e Alberto Salvadori, e reúne obras que vieram diretamente do Museo Morandi, localizado na cidade de Bolonha, na Itália.

 

“O percurso expositivo apresenta uma variedade de obras diversas – entre pinturas, aquarelas, desenhos e gravuras – que formam uma métrica composta por contínuas referências formais e variações tonais, e trazem à luz os temas examinados por Morandi desde os primórdios até a maturidade: naturezas mortas, flores e paisagens, os temas privilegiados da sua contínua pesquisa de novas modalidades representativas e objetos de uma indagação extremamente atual sobre a linguagem pictórica e gráfica e sobre as infinitas relações possíveis entre volumes, espaço, luz e cor”, ressalta o curador Gianfranco Maraniello.

 

O artista tinha particular interesse pelas pinceladas de Paul Cézanne, André Derain, Douanier Rousseau, Pablo Picasso e Georges Braque, além de mestres da tradição italiana como Giotto di Bondone, Masaccio, Paolo Uccello e Piero della Francesca. A sua pintura foca numa gama bastante reduzida de temas, como as vistas do povoado de Grizzana ou as célebres naturezas-mortas de garrafas e potes. Nas obras, é possível ver as sutis mudanças na luz da tarde, a poeira que se deposita nos objetos, a passagem do tempo que se faz visível na própria matéria das garrafas que reaparecem uma e outra vez, quadro após quadro, ano após ano.

 

Essa exposição proporciona um reencontro de Morandi com o Brasil, pois o artista recebeu o Prêmio de pintura na IV Bienal de São Paulo em 1957. “É uma oportunidade para prolongar o tempo e o olhar sobre a sua obra, para além do contato excepcional de 1957. Uma tentativa de oferecer novas possibilidades de adquirir familiaridade com as séries pictóricas e retraçar os motivos da sua “ordem”, graças ao extraordinário volume de patrimônio e de iniciativas que qualificam o Museu dedicado ao artista por sua cidade natal”, comenta Maraniello.

 

No CCBB, uma reprodução fotográfica em grande formato de Luigi Ghirri levará o público a ter a sensação de estar no ateliê do próprio Morandi. Também está disponível ao público a instalação interativa Morandi Coletivo, um aplicativo que permite ao usuário montar suas próprias composições a partir da escolha de alguns dos elementos que Morandi usava de forma recorrente em suas obras. A composição é livre e coletiva – os visitantes editam em tempo real figura e fundo.

 

Dentre inúmeras combinações possíveis, há quatro obras escondidas que podem ser montadas pelo público, revelando a obra original. Cada elemento também possui uma frase sonora associada e as quatro obras escondidas na instalação representam cada um dos quatro compassos e acordes da música.

 

A exposição também exibe o documentário La polvere di Morandi (A poeira de Morandi), 2010, 59 min, dirigida por Mario Chemello. Além disso, um webapp com áudio-guia de vídeo libras comentando 10 obras da exposição. No dia da abertura, às 18h, haverá uma palestra gratuita com o professor e pesquisador Victor Murari, especialista em Morandi.

 

Além das obras de Morandi, o público ainda pode conferir na mostra obras de outros artistas que se inspiraram no seu trabalho, como Josef Albers, Wayne Thiebaud, Franco Vimercati, Luigi Ghirri, Rachel Whiteread e Lawrence Carroll.

 

De acordo com Maraniello, todos foram impactados pelo trabalho do pintor italiano e mostram a capacidade de atingir várias gerações. “Autonomia e a irredutibilidade do percurso de Morandi constituem a exemplaridade de uma resiliência que desarticula os paradigmas da vanguarda e das neovanguardas, apresentando-se nos contextos interpretativos da China, do Japão, da Coreia do Sul que, em anos recentes, têm acolhido com grande entusiasmo exposições promovidas em colaboração com o Museu Morandi”, finaliza.

 

Na história das artes visuais do século 20, Morandi ocupa um lugar especial como expoente destacado de uma linhagem de artistas cuja obra se impõe, num mundo cada vez mais cacofônico e ruidoso, pela reiteração silenciosa, a parcimônia, a simplicidade. A pintura de Alfredo Volpi, o cinema de Yasujirō Ozu ou a poesia de João Cabral de Melo Neto são exemplos de produções afins à de Morandi, em que as coisas se apresentam pelo que elas são, como se isso fosse simples.

 

Sobre o artista

 

Nasce em 20 de julho de 1890 em Bolonha, Itália, cidade onde passa toda a sua vida. Nas primeiras pinturas, a partir dos anos 1910, mostra a sua precoce atenção aos impressionistas franceses, em particular Cézanne e, logo depois, Derain, Douanier Rousseau, Picasso e Braque. Volta a sua atenção para a grande tradição italiana, estudando Giotto, Masaccio, Paolo Uccello e Piero della Francesca.

 

Nos meados dos anos 1910, pinta obras que mostram uma experimentação futurista e, a partir de 1918, passa de maneira muito pessoal por uma breve fase metafísica. Em 1918, entra em contato com a revista e o grupo Valori Plastici, com o qual expõe em Berlim em 1921. A partir dos anos 1920, inicia um percurso pessoal que seguirá com especial coerência, mas também com resultados sempre novos, dedicando a sua pintura apenas a três temas: naturezas mortas, paisagens e flores.

 

Em 1930, obtém a cátedra de técnica da gravura na Accademia di Belle Arti de Bolonha, cargo que manterá até 1956. Inicialmente apoiado e admirado por literatos, em 1934 é apontado por Roberto Longhi como “um dos maiores pintores vivos da Itália”, por ocasião da sua aula inaugural na Universidade de Bolonha. Em 1939, recebe o Segundo Prêmio de pintura na III Quadrienal romana.

 

Em 1943, durante a guerra, deixa Bolonha e se refugia em Grizzana, onde permanece até 25 de julho de 1944. Durante esse período, pinta numerosas paisagens. Em 1948, depois de expor ao lado de Carrà e De Chirico na Bienal de Veneza, recebe o prêmio de pintura da Comuna de Veneza.

 

Em 1953, recebe o Primeiro Prêmio de gravura na II Bienal de São Paulo, em que participa com 25 águas-fortes. Em 1957, a Bienal de São Paulo lhe confere o Grande Prêmio de pintura, à frente de Chagall. No último decênio, chega a uma pintura cada vez mais rarefeita. Morre em Bolonha em 18 de junho de 1964.

 

SOBRE O CCBB

 

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro ocupa o histórico nº 66 da Rua Primeiro de Março, no centro da cidade, prédio de linhas neoclássicas que, no passado, esteve ligado às finanças e aos negócios.

 

No final da década de 1980, resgatando o valor simbólico e arquitetônico do prédio, o Banco do Brasil decidiu pela sua preservação ao transformá-lo em um centro cultural. O projeto de adaptação preservou o requinte das colunas, dos ornamentos, do mármore que sobe do foyer pelas escadarias e retrabalhou a cúpula sobre a rotunda.

 

Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil conta com mais de 30 anos de história e celebra mais de 50 milhões de visitas ao longo de sua jornada. O CCBB é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro e mantém uma programação plural, regular, acessível e de qualidade.  Agente fomentador da arte e da cultura brasileira segue em compromisso permanente com a formação de plateias, incentivando o público a prestigiar o novo e promovendo, também, nomes da arte mundial

 

O prédio possui uma área construída de 19.243m². O CCBB ocupa este espaço com diversas atrações culturais, como música, teatro, cinema e exposições. Além disso, possui Biblioteca, além de abrigar o Arquivo Histórico e o Museu Banco.

 

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda de 9h às 20h. A entrada do público é permitida apenas com apresentação do comprovação de vacinação contra a COVID-19 e uso de máscara. Não é necessária a retirada de ingresso para acessar o prédio, os ingressos para os eventos podem ser retirados na bilheteria do CCBB ou previamente no site eventim.com.br.

 

Sobre a A BB DTVM

 

A A BB DTVM é líder da indústria nacional de fundos de investimento, com patrimônio líquido sob gestão de R$ 1,374 trilhão em recursos e 20,9% de participação de mercado, conforme ranking de Gestores de Fundos de Investimento da Anbima, de setembro de 2021. Oferece soluções de investimento inovadoras e sustentáveis para todos os perfis de investidores e sua excelência em gestão é atestada por duas importantes agências de rating – Fitch Rating e Moody´s.

 

Funcionamento: De quarta a segunda, das 9h às 20h.

 

*retirada de ingresso no app ou site eventim.com.br ou na bilheteria do CCBB.

 

Palestra com o professor e pesquisador Victor Murari: dia 15 de dezembro, às 18h. Gratuito, com retirada de ingresso na bilheteria do CCBB RJ.

 

 

 

 

 

Reabertura da Galeria do Lago

06/dez

 

 

 

No dia 4 de dezembro, será reaberta a exposição da artista Patrizia D’Angello, na Galeria do Lago, no Museu da República, depois de quase dois anos fechada devido à pandemia de Covid-19. Rebatizada de “Jardim do Éden 1.2”, a exposição, que tem curadoria de Isabel Portella, será ampliada, com novas obras, que foram produzidas durante o período de isolamento, ganhando um novo significado. “A exposição reabre impactada pelo tempo passado”, afirma a artista, que lançará, no dia da abertura, o catálogo da primeira versão da mostra e estará aberta até 20 de fevereiro de 2022.

 

Das 25 pinturas que integravam a exposição original, 15 permanecem e outras 13 foram acrescidas, totalizando 28 obras. Os novos trabalhos foram produzidos no ateliê que a artista tem em casa e retratam a natureza. “Durante a quarentena, confinada em um apartamento super urbano, totalmente apartada do ar, da água, do mato, do céu e do sol, retomei uma série de pinturas já iniciada de lagos e vegetação de cores fluidas, lisérgicas e tempo suspenso, uma espécie de vertigem necessária onde é possível ver discos voadores flutuando na água e nenúfares no céu, um salvo conduto  para se passar os dias monocórdicos de um eterno presente sem sucumbir a loucura”, conta a artista.

 

Na primeira sala da exposição, estarão os novos trabalhos, produzidos durante o isolamento social. “É uma atmosfera onírica, tal qual um banquete de pratos flutuantes ofertando a natureza em consonância com o parque do Museu da República, que adentra pelas janelas e portas mediando, assim, a construção que se dá na segunda sala, onde novos trabalhos corroboram e se somam à narrativa já desenvolvida no primeiro momento da exposição”, ressalta a artista .

 

O conceito da mostra foi pensado a partir dos muitos banquetes realizados no Palácio do Catete, sede do Governo Federal entre 1896 e 1960 e que hoje abriga o Museu da República. Para realizar a primeira fase da exposição, a artista mergulhou no acervo do Museu, em documentos relacionados ao tema, como uma bela coleção de convites e menus das muitas recepções ocorridas ali, bem como fotos, vasos, pratarias, sancas e mobiliário pertencentes ao Palácio do Catete, que aparecem nas obras mesclados a seu repertório poético. “Numa narrativa bem humorada, mas repleta de sutis paralelos, a artista se debruça sobre os grandes temas da pintura figurativa, o retrato, a paisagem e a natureza morta. Em seus trabalhos, Patrizia procura discutir os limites do real, da mímesis e as implicações no mundo contemporâneo”, afirma a curadora Isabel Portella.

 

Movida por um humor dionisíaco e tendo como norte a Pop Art e a Tropicália, os trabalhos de Patrizia D’Angello estão sempre reverberando questões do feminino/feminismo. Em uma operação ambivalente de afirmação e crítica, a artista desloca sentidos e, com humor, joga luz sobre a pretensa “normalidade” do  patriarcado e suas práticas predatórias. “A abordagem desse espaço tão representativo do poder, do patriarcado, da ordem vigente, se dá através do campo relegado desde sempre ao domínio das mulheres, a cozinha, a mesa, a decoração, o enfeite, o bordado, o doce, o belo… Um universo, segundo essa lógica dominante, menor, secundário, fútil e frívolo, por isso mesmo entregue de bom grado às mãos que vieram pra servir”, ressalta a artista.

 

O pensamento crítico aparece sempre de forma sutil, quando a sobreposição do título à imagem produz um ruído desconsertante. “O título dos trabalhos é parte indissociável da obra, pois é através do deslocamento de sentido engendradado nessa operação de nomear que desenvolvo a narrativa que me interessa explorar”, conta Patrizia D’Angello. “Se o feminismo, a sensualidade erótico-sensorial, o patriarcado, a exploração são questões que interessam à artista explorar, ela o faz com humor, numa crítica que expõe engrenagens perversas e desnuda atitudes machistas, sem perder a doçura”, afirma a curadora Isabel Portella. “Retrato mulheres insurgentes e empoderadas a debochar desse mundo constituído sob valores alheios e desfavoráveis, piqueniques, mesas, comidas, doces, vasos e ornamentos onde tudo parece estar onde deveria estar exceto pelo fato de que essa afirmação resvala numa bem humorada crítica”, diz a artista.

 

 

Sobre a artista

 

Patrizia D’Angello nasceu em São Paulo, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em Artes Cênicas pela Uni-Rio e em Moda pela Candido Mendes, a partir de 2008, cessou todas as atividades em outras áreas pra se dedicar exclusivamente à arte. Desde então, desenvolve uma poética que, através de artifícios da narrativa do cotidiano, incorpora e comenta a vida em suas grandezas e pequenesas, em seus potenciais de estranhamento e em suas banalidades, espelhando e refletindo aquilo que diz respeito à vida. Transita pela produção de objetos, performance, fotografia, video e, mais assiduamente, pela pintura. Frequentou a Escola de Artes Visuais no Parque Lage, onde cursou diversos cursos. De setembro de 2014 a Março de 2015 esteve no programa de bolsa residência-intercâmbio com a École Nationale Superieure des Beaux Arts de Paris. Foi indicada ao prêmio PIPA em 2012. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Lush”, 2018, Centro Cultural Municipal Sergio Porto, Rio de Janeiro; “Assim é se lhe parece – Casa, Comida e Roupa Lavada”, 2016, Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro; “Kitinete”, 2016, Ateliê da Imagem, Rio de Janeiro; “No Embalo das Minhas Paixões”, Galeria de Arte IBEU; Banquete Babilônia, Galeria Amarelonegro, Rio de Janeiro, entre outras. Dentre suas últimas exposições coletivas estão: Casa Carioca, MAR; Cada Um Grita Como Quiser, Galpão Dama; Baguncinha, Casa de Pedra; Galeria Gema, todas  este ano, ”Signo Traço Atração”, Galeria Evoé, 2020; “Primeiro salão de Arte Degenerada”, Ateliê Sanitário, 2019; “Rios do Rio”, Museu Histórico Nacional, 2019; “Passeata”, Galeria Simone Cadinelli, 2019; “My Way”, Casa França-Brasil, 2019, no Rio de Janeiro; “Futebol Meta Linguagem”, Centro de Artes Calouste Gulbenkian, 2018, Rio de Janeiro; “Poesia do Dia a Dia”, Centro Cultural Sergio Porto, 2017, Rio de Janeiro; “Quero que Você me Aqueça nesse Inverno”, Centro Cultural Elefente, 2016, Brasília; “Attentif Ensemble”, Jour et Nuit Culture, 2015, Paris; “Portage”, ENSBA, 2014, Paris; “Como Se Não Houvesse Espera”, Centro Cultural da Justiça Federal, 2014, Rio de Janeiro, entre outras.

 

Sobre a Galeria do Lago

 

A Galeria do Lago apresenta programas contínuos de exposições de arte contemporânea, que visam a discutir aspectos da produção da arte atual, com obras que de alguma maneira se relacionem com o Museu da República.

 

Salão Nacional, a coletiva

22/nov

 

 

 

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar, entre 27 de novembro a 29 de janeiro de 2022, “Salão Nacional”, exposição coletiva que reúne trabalhos de Alex Vallauri, Amelia Toledo, Brancusi, Boi, Carlos Fajardo, Cassio Michalany, Claudio Kuperman, Claudio Tozzi, Dudi Maia Rosa, Fábio Miguez, Flávia Ribeiro, Guto Lacaz, Ivald Granato, José Resende, Leda Catunda, Luiz Paulo Baravelli, Marisa Bicelli, Siron Franco, Thomaz Ianelli e Zé Bico.

 

“Salão Nacional” é uma exposição que parte da obra de mesmo título realizada em 1986 por Guto Lacaz. Na peça de Lacaz, uma exposição é montada com miniaturas de obras de diversos artistas atuantes naquele momento. A exposição “Salão Nacional” reencena esse projeto em escala humana com as obras dos mesmos artistas, expandindo-o a partir da inclusão de outros artistas daquela mesma geração.

 

O modelo do Salão Nacional foi criado no Brasil na primeira metade do século XIX pela Missão Artística Francesa, fundadora da Academia Imperial de Belas Artes, posteriormente Escola Nacional de Belas Artes. O “Salão Nacional de Artes Plásticas” surge em 1933 sob o nome de “Salão Nacional de Belas Artes”. Para dar conta de uma produção cada vez menos acadêmica, cria-se, em 1951, uma sessão de arte moderna, dando origem ao “Salão de Arte Moderna”. Durante as décadas de 1960 e 1970, período da ditadura militar, os salões vão perdendo o prestígio que possuíam até então, sendo extintos em 1978 e reintegrados pela Funarte sob o título de “Salão Nacional de Artes Plásticas”. Na década de 1980, o Salão adquire um papel fundamental dentro do circuito de arte. Sendo um dos poucos lugares de projeção para artistas em início de carreira, dispunha também da premiação em duas modalidades: Viagem ao País ou Viagem ao Exterior. A mostra, que possuía um processo seletivo concorrido, servia como uma espécie de vitrine que aproximava a produção do jovem artista não somente ao público, mas também aos próprios componentes do júri, que eram curadores, artistas e marchands respeitados. Na década de 1980, período de abertura política e gradual redemocratização, participar do Salão Nacional significava dar um passo importante à integração em um circuito que começava a se fortalecer economicamente através da constituição e profissionalização de um mercado de arte.

 

O “Salão Nacional” de Guto Lacaz foi exibido pela primeira vez em “Muamba”, exposição realizada em 1987 na Subdistrito Comercial de Arte, galeria paulistana que reunia em seu programa expositivo os principais nomes da pintura daquele momento. Além de ter participado pela segunda vez consecutiva da Bienal de São Paulo com suas performances e instalações, Lacaz embarcaria no ano seguinte para a França, onde participaria da exposição “Modernidade – A arte brasileira no século XX” no Museu de Arte Moderna de Paris. Embora o mercado estivesse, naquele momento, se alimentando da pintura, os objetos low-tech e bem-humorados de Guto, que referenciavam desde a história da arte até o mito do progresso, circulavam com uma certa fluidez pelo circuito mais institucional. Suas “máquinas inúteis” propunham um jeito menos protocolar de se relacionar com o objeto de arte, em que a sisudez dava lugar ao riso, incorporando em suas propostas um espírito dadaísta, como em “Rádios Pescando”, conjunto de oito rádios cujas antenas eram transformadas em varas de pescar. Ainda em referência a Duchamp e ao seu “Nu descendo uma escada, nº2″, propõe uma abordagem sintética e irônica em sua experimentação com a pintura em “Homem na escada” obra que, além de integrar aquela exposição na Subdistrito Comercial de Arte, havia participado de sua instalação na 18ª Bienal de São Paulo e que pode ser vista atualmente na Pinacoteca de São Paulo na exposição “A máquina do mundo: Arte e indústria no Brasil 1901 – 2021”. Em sua versão de Salão Nacional, Lacaz apresenta outras obras de artistas que participaram de edições anteriores da mostra, como Flávia Ribeiro, Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli, Dudi Maia Rosa, Cassio Michalany e Fabio Miguez. E faz algumas homenagens: ao ator, ilustrador e cenógrafo Patricio Bisso, grande figura da cena paulistana da década de 1980, através da inclusão da fotografia de Marisa Bicelli; ao artista Alex Vallauri, falecido naquele mesmo ano, pioneiro do grafite no Brasil, com quem participou da Bienal de São Paulo em 1985; à revista Around; ao mestre da escultura Constantin Brancusi e à Leda Catunda, que surge representada por uma fotografia publicada na imprensa onde foi descrita de maneira sexista como dona dos “mais belos joelhos da arte brasileira”. Lacaz reforça o tom irônico de sua peça, incluindo outros dois trabalhos sem autoria, como o de “um artista hippie que entrou no salão por engano”. Neste conjunto de treze trabalhos, há outro que nunca havia existido fora daquela maquete: uma “Cara” de Luiz Paulo Baravelli. A partir do convite para a realização desta exposição na Galeria Marcelo Guarnieri, a pintura ganha o corpo de quase dois metros de altura, 35 anos depois de ter sido desenhada: “Cara para Guto”. Baravelli executa, em acrílica e encáustica sobre compensado, a obra que Guto Lacaz havia projetado em miniatura como se fosse mais uma da série “Caras” que seu amigo havia exibido na Bienal de Veneza em 1984. Para esta exposição, além das obras referenciadas do trabalho de Guto Lacaz, são apresentadas também pinturas e esculturas da época produzidas por artistas atuantes naquele mesmo período como Boi, que expunha com frequência na Subdistrito Comercial de Arte, Amelia Toledo, Siron Franco, Ivald Granato, Claudio Tozzi, Claudio Kuperman, Thomaz Ianelli, José Resende e Zé Bico, nomes importantes da produção artística da década de 1980.