Percursos Mediados

02/out

A partir da próxima segunda-feira, dia 05 de outubro, estreia a terceira temporada da série “Percursos Mediados”, baseada na exposição “Pardo é Papel”, individual de Maxwell Alexandre. A mostra, em cartaz no MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, retrata uma poética urbana que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir da vivência cotidiana do artista na cidade e na Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside. Os vídeos serão publicados no canal do MAR no Youtube às segundas-feiras, até o início de novembro.

As duas primeiras temporadas completas da série “Percursos Mediados”, com cinco episódios cada, também estão disponíveis no Youtube. Inspirados nas exposições coletiva “O Rio dos Navegantes” e “Rua!”, os vídeos foram desenvolvidos a partir da prática pedagógica museal utilizada nas visitas presenciais oferecidas pelo museu.

 

A Gentil Carioca, ano 17

09/set

17 Anos A Gentil Carioca [17 Years A Gentil Carioca]

No dia 06 de setembro seria o 17º aniversário Gentil, gostaríamos muito de celebrar na Encruzilhada, mas nesse ano atípico, nossos planos precisaram ser adiados. Apesar da distância, seguimos fortes e unidxs por essa magia que só a arte é capaz de conjurar. Sobretudo, queremos enfatizar nosso amor e gratidão a cada um que segue apoiando, acreditando, vivendo e escrevendo conosco tantas histórias incríveis. Sejam vocês amigxs, artistas, curadores, críticos, colecionadores, equipe, colaboradores, visitantes, simpatizantes, vizinhança do Saara, ou pessoas que simplesmente circulam pelas redondezas e buscam refúgio em nossos corações. É essa mistura gostosa que faz a Gentil ser A Gentil Carioca!

Os espaços internos da galeria seguem fechados, mas estamos a todo vapor com novos projetos e uma programação que pode ser acompanhada de forma online. Atualmente, na área externa, está em atividade a 36º PAREDE GENTIL realizada pelo coletivo água de beber em parceria com Mais Amor Menos Capital e Taboa Engenharia e o Gentil Apoio da 342 Artes. Você pode ver o projeto, em tempo real, através de nosso site.

Muito obrigado!

 

Equipe A Gentil Carioca

 

Se precisar de mais informações entre em contato pelo correio@agentilcarioca.com.br

MAM Río #Abertoparatodos

08/set

Após quase seis meses com as portas fechadas, reabriremos o MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, no sábado, 12 de setembro, trazendo várias novidades: um cuidadoso protocolo de segurança, novas exposições, novos horários e uma nova forma de interagir com o museu – sem cobrança obrigatória de ingresso. ⠀
Desde março, muita coisa aconteceu. Amigos queridos e artistas geniais foram perdidos para a Covid-19. Diversos museus fecharam. E enfrentam muitos desafios para retomar as atividades.⠀
Mesmo em meio à crise, procuramos nos reinventar. Fizemos um amplo processo de escuta dos públicos. Adotamos o home office. Nos recriamos no ambiente digital, com oficinas educativas e festivais de cinema online. Fizemos uma limpeza total dos dutos de ar-condicionado. Abrimos uma convocatória de residências e bolsas de pesquisa em parceria com o Capacete recebendo centenas de propostas. Contratamos novas pessoas e lançamos uma chamada aberta internacional que escolheu a dupla Keyna Eleison e Pablo Lafuente como a nova diretoria artística do museu. ⠀
Agora estamos reabrindo as portas, comprometidos com a visitação de todos os públicos, por meio da contribuição sugerida, que traz a opção do ingresso gratuito. Com isso, confiamos a você a opção de pagar o valor sugerido, contribuir com outro valor ou entrar de graça. O convite à colaboração espontânea é uma nova forma de apoiar o museu como puder.⠀
E estamos confiantes em trazer uma experiência segura aos visitantes. A arquitetura do MAM oferece um espaço amplo de circulação nas áreas expositivas e externas. Com isso, o museu consegue controlar o fluxo, o distanciamento mínimo de 1,5 metro, oferecendo a você um dos espaços culturais mais seguros na cidade. ⠀
Nos próximos dias, você poderá reservar seu ingresso em www.mam.rio e verificar tudo sobre as novas exposições. ⠀
Venha nos ver neste sábado. Ou quando sentir que é o seu momento de sair de casa. A partir de agora, mais do que #Abertos, estamos #Juntos. Um museu para todos, todas e todos.⠀
Agradecemos a Petrobras, Itaú Cultural, Ternium mantenedores do MAM Rio pela Lei Federal de Incentivo a Cultura e ao Grupo PetraGold, patrocinador.
Fábio Schwarcwald

ARTRio on line

04/set

ArtRio2020 14-18 | 10 | 2020
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Venha conferir e participe dessa experiência

 

#artrio   #compartilhearte   #colecionearte     www.artrio.com

 

Acontece no MAM Rio

02/set

O dia 02 de setembro – data que marca os dois anos do trágico incêndio que destruiu o Museu Nacional – o MAM Rio dará início ao “Programa Intervenções”, que comissiona artistas visuais para criarem projetos para as áreas externas da instituição. A obra “Noite de Abertura”, que apresenta um vídeo e uma escultura de Thiago Rocha Pitta, ambos inéditos, inaugura o programa curatorial de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes.

No vão livre do museu, foi instalada uma escultura que se apropria da estrutura de uma fogueira à espera de ser acesa, com uma porta fixada em seu topo.

No foyer, uma projeção de grandes dimensões exibirá uma fogueira queimando continuamente, até a total destruição da porta. Graças à configuração arquitetônica do local, a imagem extrapola os limites da tela e reflete, não só no piso de granito preto, mas através das paredes de vidro do museu, transformando o espaço em uma grande fogueira imagética.

Texto: Fabio Szwarcwald

  Arte Urbana

28/ago

Em setembro, o Rio de Janeiro será palco do “Rua Walls”, projeto de arte pública, aberta e acessível que contará com a participação de 18 artistas. Eles irão transformar 1,5 Km dos muros dos Armazéns da Zona Portuária, na Av. Rodrigues Alves, em obras de arte. Cada convidado será responsável por produzir um mural em 30 noites a partir do dia 22/08 com auxílio de 14 plataformas elevatórias distribuídas ao longo do trecho. O início da exposição está previsto para o dia 27/09. O projeto de urbanismo tático foi criado pela produtora Visionartz, que há mais de 10 anos desenvolve na região ações e revitalização urbana, sempre associadas ao desenvolvimento social por meio da arte.

 

Mais do que uma exposição artística, a iniciativa serve como ferramenta de revitalização da região e movimentação da economia local, impactada pela crise do coronavírus. De acordo com André Bretas, um dos idealizadores do evento, o Rua Walls traz um novo colorido para o bairro em um momento tão cinzento. “As pinturas revitalizam a cidade e podem ser vistas de dentro do carro, ônibus ou por pessoas que estejam passando pelo local a turismo ou não”, explica. Os passantes poderão admirar as obras, que estarão expostas na altura do prédio AQWA Corporate, Túnel Marcelo Alencar até a Rodoviária Novo Rio.

 

O Rua Walls faz parte de um novo projeto urbanístico da região que tem como objetivo integrar a Região Portuária à vida cultural e profissional da cidade. “A Zona Portuária ficou muito atrativa com a revitalização urbana realizada nos últimos anos e, agora, a Companhia Docas do Rio de Janeiro tem a oportunidade de também colaborar nesse trabalho com a implementação do projeto Rua Walls nos muros do nosso Porto do Rio de Janeiro, em parceria com empresas arrendatárias dos terminais”, afirmou o diretor-presidente da CDRJ, Francisco Antonio de Magalhães Laranjeira.

 

Para o presidente Laranjeira, as pinturas que contemplarão os muros externos do porto, entre os armazéns 10 e 18, estreitarão a relação porto x cidade: “A Avenida Rodrigues Alves será transformada em um verdadeiro museu à céu aberto, atraindo cidadãos cariocas e turistas ao Porto do Rio de Janeiro, o que certamente vai promover ainda mais a região, já consolidada como referência histórica e cultural”.

 

O projeto oferece ao público a oportunidade de consumir e admirar manifestações artísticas de artistas visuais talentosos do cenário atual. Atividades ao ar livre já são uma prática atuante entre cariocas e turistas, e as obras surgem para reforçar o lazer da população através do urbanismo tático na Zona Portuária da cidade. Vale ressaltar que, durante a concepção do Rua Walls, também será realizada a pintura artística nos muros da Escola Municipal General Mitre, no Morro do Pinto. A ação faz parte do  projeto “Voltando às Aulas”, liderado por Ricardo Célio, um dos artistas escalados.

 

Dentre os nomes confirmados para execução das obras estão: Agrade Camís, Amorinha, Bruno Lyfe, Célio, Chica Capeto, Diego Zelota, Doloroes Esos, Flora Yumi, Igor SRC, Leandro Assis, Luna Bastos, Mariê Balbinot, Marlon Muk, Miguel Afa, Paula Cruz, Thiago Haule, Vinicius Mesquita e Ziza.

 

Cuidados e interdições

 

Com a pandemia da COVID-19 os cuidados foram redobrados. A equipe de produção foi reduzida e estão sendo seguidas todas as recomendações do Ministério da Saúde. As pinturas serão feitas durante a madrugada, período em que a avenida permanece interditada para o trânsito.

 

Sobre o Rua Walls

 

Rua Walls é um projeto de urbanismo tático da produtora Visionartz, que há mais de 10 anos desenvolve na região ações de revitalização urbana associada ao desenvolvimento social por meio da arte. A ação contará com a participação de 18 artistas que serão responsáveis por  transformar 1,5 Km dos muros dos Armazéns da Zona Portuária, na Av. Rodrigues Alves, em obras de arte.

 

Dentre os patrocinadores do evento estão: Triunfo Logística, ICTSI Rio Brasil, Multiterminais, Terminal de Trigo do Rio de Janeiro – TTRJ, Lei Municipal de Incentivo à Cultura, Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura – SMC. Sherwin Willians e Color Gin Arte Urbana são as marcas das tintas oficiais e a Otima é o mídia partner. Os apoiadores são: Companhia Docas do Rio de Janeiro, Hotel Mar Palace Copacabana, Tishman Speyer, Veloe, Taeco, Pincéis Atlas, Faria Cendrão e Maia – FCM Law. O projeto conta ainda com o apoio institucional da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto – CDURP.

 

Exposição Manuel Messias dos Santos

25/ago

 

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta de 29 de agosto a 23 de setembro a Exposição Manuel Messias dos Santos.  A mostra conta com trinta gravuras do artista nascido em Sergipe, mas que fincou suas raízes no Rio de Janeiro. Nordestino, pobre e doente, acabou vagando pelas ruas do Rio de Janeiro sem o sucesso merecido. Sua arte evidencia expressões das mazelas sociais que nos assombram historicamente. Além da força imagética de seu trabalho, a narrativa em linguagem própria nos deixa um legado de mistério, ainda a ser revelado. Em destaque as obras “O que tem na fala do Cão da lua?”, “Por que me abandonaste”; “Fuga”, entre outras.

“Não preciso de côr – afirma – ela diminui a agressividade da gravura. Me basta o conflito do preto e do branco.”

Manuel Messias dos Santos ao crítico Frederico Morais para o Diário de Notícias (1968).

“Outro dia cruzei com Manoel Messias num dos corredores da Funarte. Trazia debaixo do braço um rolo com suas gravuras. Nervoso, ao mesmo tempo tímido e agressivo, atento e desligado, rosto encovado, os olhos ameaçando explodir. Ali mesmo no chão abriu suas gravuras, enormes, verdadeiros cartazes. Entretanto, o que ele anuncia não são amenidades ou veleidades, nem slogans ou mercadorias. Anuncia a dor e a revolta, abre a boca, cospe sangue, exala o protesto, espuma raiva. Finca o mastro, abre a bandeira e como um Messias condena o erro e antecipa a palavra final. Sua gravura, em que sobram os espaços brancos e o vermelho e o azul são as únicas cores empregadas, tem algo de bíblico. E apesar da rigorosa economia de recursos, é uma gravura sofrida, amarga e de forte impacto visual. (…) Sobram qualidades em sua gravura. Qualidades que já deveriam ter sido notadas pelas galerias e organismos culturais.”  Frederico Morais, “Gravura de Manoel Messias. Galeria de Arte em casa”, In. Coluna Artes Plásticas, O Globo 28/02/1979.

A mostra será aberta ao público SEM VERNISSAGE devido à pandemia, durante o horário de visitação da galeria, de segunda a sábado, das 10h às 19h.

O shopping Gávea Trade Center funciona com obrigatoriedade do uso de máscaras e fornece álcool em gel e medição de temperatura para quem entrar. Não há necessidade de agendar a visita, pois o espaço é grande e sem aglomerações.

Sobre o artista:

Em sua coluna Artes Plásticas no Diário de Notícias de 07 de agosto de 1968, Frederico Morais dedicava-se à Gravura de Manuel dos Santos e dizia o seguinte, a propósito de uma exposição do artista que inaugurava naquela ocasião:

“Manuel dos Santos, ou Manuel Messias para alguns amigos, é de Sergipe, onde viveu até os cinco anos de idade, acostumando-se a uma paisagem de extrema penúria. Na sua descida para o sul, o que fêz com sua tia e sua avó, de caminhão, parou primeiro na Bahia, onde ficou uns 2 anos. Após o que se mandou de trem para o Rio. E enquanto sua tia trabalhava como doméstica na casa do ex-diretor do MAM Leonidio Ribeiro, Manuel dos Santos fazia alguns rabiscos e ensaiava seus primeiros contatos com a pintura. Chegou mesmo a frequentar, como ouvinte, a Escola Nacional de Belas Artes, inclusive assistindo as aulas de Abelardo Zaluar. Acabou sendo notado, e pelas mãos de Marilu Ribeiro foi levado a Ivan Serpa, em 62, que contudo, achou ruim seus pastéis e pinturas. Manuel dos Santos, porém, não desanimou e foi ficando, olhando, lendo alguns livros recomendados por Ivan Serpa. Até que decidiu fazer xilogravura, devido, talvez, à presença de Mirian Cerqueira. E o professor que não aprovara sua pintura não teve dúvidas em elogiar a sua gravura. A partir de então, Manuel dos Santos jamais pegou em pincéis ou fêz uso das côres.”

Conforme resumiu o próprio artista em entrevista ao jornalista crítico de arte para a matéria: “ – ‘Não preciso de côr – afirma – ela diminui a agressividade da gravura. Me basta o conflito do preto e do branco.’ E Manuel dos Santos explica a evolução de sua gravura: ‘primeiro, era preciso dominar a linguagem. Conseguindo isto era preciso dizer. Foi quando então senti vontade de falar da fome e da miséria que eu vi na minha infância lá no Nordeste. Mulher virando boi é uma das gravuras dessa época. Finalmente, a descoberta da madeira e seu domínio. O tema, hoje, é de importância relativa, pelo menos em relação ao próprio ato de gravar. É por isso que o fantástico vai tomando o lugar da realidade. A realidade da gravura: eis o que importa. Ou ainda, o desenho é puro pretexto para cavar a madeira. O objetivo não é gravar o desenho, mas dar ao corte um sentido de autonomia, como que um valor próprio’.”

Frederico Morais finaliza a crítica daquela semana, contando-nos sobre o desafio do artista quanto à tiragem: “Manuel dos Santos gostaria de ampliar o tamanho de sua gravura e eliminar o preconceito da tiragem. Fazer gravuras de dois metros ou mais e tirar 50, 100 cópias para baratear o preço individual. Só assim, entende, a gravura poderá atualizar-se e romper com suas origens medievais.” (Frederico Morais, “A gravura de Manuel dos Santos”, In. Coluna Artes Plásticas, Diário de Notícias, 07/08/1968).

Alguns anos antes, na mesma década em que Frederico Morais escreveu a matéria acima, reproduzida quase na íntegra aqui, Evandro Carneiro frequentara o curso de Ivan Serpa no MAM a que Frederico se refere, tendo sido colega e amigo de Messias. Evandro relembra que o trabalho pictórico inicial do artista “era realizado com pasteis oleosos e carregava uma grande influência de Van Gogh”. Tratava-se de “um jovem bastante talentoso e de grande curiosidade intelectual. Ele adorava Dostoievski exatamente devido àquele clima pesado com o qual se identificava. Em 1974 Evandro organizou na Bolsa de Arte uma exposição de Messias, Goeldi e Grassmann, pela semelhança temática e da gravura dos artistas.” E acrescenta:

“Alguns artistas têm a sua obra indissociável de sua biografia. No caso do Messias, para conhecer a sua obra, é importante notar que ele entrou num agudo e irreversível processo de esquizofrenia, com algumas internações e muita resistência quanto à institucionalização. Fugia sempre, não tomava os remédios e usava drogas na rua, onde vivia com sua mãe. Após o falecimento da mesma, seu quadro clínico se agravou. Mas ainda assim ele produzia sem parar e houve um período em que ele construiu um vocabulário próprio, com um alfabeto que se tornava cada vez mais presente em sua obra. As letras tinham origens diferentes, sendo uma grega, outra do latim antigo, e ele misturava tudo numa linguagem própria, cujo sentido é difícil decifrar. Eu tenho um álbum com uma série de gravuras e esse código ao final, no entanto é impossível entender.” (Evandro Carneiro, entrevista oral realizada em 19/05/2018).

Retornando a Frederico Morais, já em outro jornal onde tinha sua coluna de artes plásticas e uma década depois da primeira crítica citada aqui, ele relata um caso sobre o artista que revela algo sobre a confusão psíquica de Messias:

De fato, desde 1965 o artista apresentou seus trabalhos em alguns espaços, mas permaneceu sempre a espera de reconhecimento: coletivas que incluíram os Salões de Arte Moderna (1965/1968) e de Artes Plásticas (1966). Participou de importantes eventos internacionais, como a Bienal de Desenho e Gravura da cidade do México (1979), onde  conquistou o prêmio de sua área, a I Bienal Iberoamericana de Arte (1980), além de salões regionais pelo Brasil. Realizou ainda algumas mostras individuais nos anos 1980/ 1990 e após a sua morte. Nos últimos anos de sua vida, amigos, marchands e artistas tentaram ajudá-lo a sair das ruas e a promover sua obra, mas Messias era resistente e insistia em não se tratar. Faleceu em 2001 já completamente envolvido pela mendicância.

Esta exposição na Galeria Evandro Carneiro Arte reúne gravuras de duas coleções de amigos de Manuel Messias. Procuramos o Frederico Morais, crítico de arte icônico que também conheceu bastante o artista, para referenciar o talento e a importância de sua obra, a partir de textos originais sobre o artista. No fundo, a história de Messias diz muito sobre o nosso país: nordestino, pobre e doente, acabou vagando pelas ruas do Rio de Janeiro sem o sucesso merecido. Sua arte evidencia expressões das mazelas sociais que nos assombram historicamente. Além da força imagética de seu trabalho, a narrativa em linguagem própria nos deixa um legado de mistério, ainda a ser revelado, que também compõe a sua obra.

Laura Olivieri Carneiro  Agosto de 2020

Roberta Carvalho é a convidada do novo episódio da websérie Oi Futuro Agora

19/jun

Web Série Oi Futuro Agora

 

A artista paraense Roberta Carvalho é a convidada no próximo dia 22 de junho da série Oi Futuro Agora, dirigida e produzida por Batman Zavareze, no canal do Youtube da instituição, apresentada sempre às segundas-feiras.

 

Em sua participação na websérie, Roberta Carvalho irá comentar e mostrar imagens do Festival Amazônia Mapping, projeto de arte e tecnologia no espaço urbano, idealizado pela artista, e considerado o primeiro festival especificamente de videomapping no país. O festival, que realiza grandes projeções no centro histórico de Belém [http://www.amazoniamapping.com] e outras localidades como Santarém, tem ainda a importância de colocar a Amazônia em uma posição central no circuito de arte e tecnologia. A edição de 2020 do Festival Amazônia Mapping será a primeira com uma chamada pública também internacional, e está programada para se realizar ainda este ano, após a pandemia.

 

Sobre a artista

 

Roberta Carvalho é representada no Rio de Janeiro pela galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, e seu trabalho “Maré” (2019), em sua mais recente investigação com a Realidade Aumentada, foi doado ao Museu de Arte do Rio, durante a feira ArtRio, passando a ser a primeira obra desta natureza da coleção. “Maré”, que iniciou a série “Amazônia Aumentada”, permite que, com o uso de QR em celular ou tablet, o espectador seja transportado para caminhos submersos da imagem exposta. As imagens trazem o universo de pesquisa da artista nas ilhas ribeirinhas do Pará.

 

Em isolamento social em São Paulo, Roberta Carvalho realiza projeções nas fachadas de edifícios vizinhos ao que mora. Uma das projeções realizadas foi produzida junto com o artista Uyra Sodoma, e foi um videomapping com uma videoperformance feita durante uma residência com artistas oriundas da Amazônia. A exibição em São Paulo, de aproximadamente dez minutos, ocorreu na noite de 18 de abril, e foi transmitida pela página do Greenpeace Brasil no Tweeter. Pode ser visto em: https://www.instagram.com/tv/B_JC7MDDQZv/?utm_source=ig_web_copy_link.