Fotos de André Sheik

05/set

A exposição individual “EU SOU O POST(e)”, do artista visual André Sheik, com curadoria de Raul Mourão, é o cartaz atual do espaço Marquês 456, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Em exibição fotografias – tiradas entre 2014 e 2018 – da série “Antropomórfica”. Sombras de postes da cidade aparecem misturadas com a sombra do artista, criando personagens gráficos inusitados. Raul Mourão, amigo pessoal de Sheik e curador da exposição, viu as imagens no Instagram e sugeriu levar a criação artística para a galeria.

 

“Nessa série, Sheik incorpora o non sense e vai para a rua criar cartoons instantâneos, espalhados nas calçadas da cidade. O resultado final sugere um conjunto de estranhos personagens: um padre e sua bíblia, o cachorro de boca aberta e cerveja na mão, um homem de três cabeças, a bolsa da raposa”, comenta Raul.

 

O humor e a ironia são traços presentes na obra de Sheik. Segundo ele, a brincadeira com o nome da exposição também leva a pensar na relação das pessoas com a própria imagem nos tempos atuais: “O título da exposição ” EU SOU O POST(e)”, – surgiu desde o início, e apesar de polêmico, optamos por ele, porque nos leva a pensar ironicamente na forma como lidamos com nossa própria imagem hoje nas redes sociais”.

O resultado será apresentado ao público no espaço Marquês 456, na Gávea, do dia 29 de setembro até o dia 10 de outubro.

 

 

 

Sobre os artistas

 

 

André Sheik

Nasceu no Rio de Janeiro em 1966. Artista, curador, poeta e músico, dedica-se às artes visuais desde 1999, participou de exposições e mostras no Brasil (RJ, SP, MG, PE, CE, ES, BA, PR), em Portugal, França, Polônia, Suécia, EUA, Bolívia, Venezuela, Colômbia e Cuba, e já foi sócio de galeria. Atualmente, é editor executivo da revista Concinnitas, do Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); pesquisador associado do Núcleo de Tecnologia da Imagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); colaborador em grupo de pesquisa sobre o mercado de arte na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); cursa Bacharelado em História da Arte na UERJ.

 

 

Raul Mourão

Raul Mourão é artista plástico, nasceu no Rio de Janeiro em 1967. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seu trabalho desde 1991. Sua obra abrange a produção de desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances. Com muitas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, também é escritor, curador, produtor de exposições e editor de publicações de arte.

 

 

 

Até 10 de outubro.

Unidos pela cor.

30/ago

Assim podemos colocar a relação dos artistas Ana Luiza Rego, Bruno Schmidt e Roberto Barciela. Com linguagens e poéticas completamente díspares, eles se juntaram na exposição “Margens e Confluências”, que abre no dia 1º de setembro, na galeria principal do Parque das Ruínas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Isabel Sanson Portella, a exposição será composta por cerca de 15 obras e uma instalação e poderá ser visitada até 30 de setembro.

 

“A arte contemporânea legitima a cor despojando-a das técnicas tradicionais da pintura e transgride plataformas ao pensar em novas modalidades da imagem: coloca o espectador e o espaço como elementos centrais da experiência cromática”, analisa Isabel Portella.

 

Nos trabalhos de Ana Luiza Rego, representações bem humoradas de objetos que se tornaram ícones de consumo, ascensão social e luxo compõem um cenário para a história de personagens inspiradas na figura bíblica de Salomé, independentes, poderosas e atemporais, que transitam por diferentes épocas. Entre estes elementos, representações masculinas inspiradas em João Batista apresentam um tipo de homem descartável, que já não cabe mais no mundo feminino contemporâneo da mulher independente. A técnica utilizada, óleo sobre tela, resulta em uma pintura matérica, rítmica, onde o olhar circula pela obra acompanhando as pinceladas e os pontos de cor.

 

Com desdobramento da série “Extrativista Urbano”, Bruno Schmidt utiliza fragmentos de revestimentos sintéticos resgatados de escombros, buscando nas ruas o suporte físico para seus trabalhos e invertendo o olhar para o chão, tirando dos abandonos e entulhos a base para o projeto intransitável. Pisos desgastados e descartados formam um grande mosaico com as intervenções geométricas. Invertidos em sua concepção, mostra o improvável como protagonista, a indigência resgatada da forma, reposicionando para as paredes do Parque das Ruínas.

 

Na série “Réguas”, Roberto Barciela proporciona uma alternância ao intensificar o colorismo industrial com a descoberta da imagem no plano, fazendo emergir a tridimensionalidade que leva o espectador a exercer um jogo entre imagem e impacto cromático. O artista utiliza materiais e suportes diversos como acrílico, isopor, espuma, madeira e ferro, levando a ideia de pintura ao espaço. Além disso, o artista levará ao espaço uma instalação inédita que pertence à Cena Poética, da série “Maquetes”, um projeto de instalação construído em espaços específicos. Como base, o chão será forrado de fragmentos de espelho e areia lavada e, sobre esses espelhos, colunas de ferro, elementos vazados, gerando verticalidade, preenchendo o espaço com um pequeno núcleo de grama esmeralda na qual será plantado um bonsai, colocado quase ao centro da obra.

 

 

 

Sobre Ana Luiza Rego

 

 

Ana Luiza Rego tem a vida dividida entre Rio e Nova York, além de frequentes idas à Europa, onde mantém laços familiares, foram anos de pesquisas visitando exposições e museus pelo Brasil e exterior. Entre as exposições mais marcantes, destacam-se “Geraçōes” – Ana Luiza Rego e Rubens Gerchman – Museu da República – Rio; “Rio” – Galeria Patricia Costa; “Brasilialaniche Knust auf Papier” – MOYA – Museum of Young Art – Vienna; “Arte Brasileira Sobre Papel” – Fundação Medeiros e Almeida – Lisboa; “Arte Brazilleña sobre papel” – Palacio Maldonado – Madrid.

 

 

 

Sobre Bruno Schmidt

 

 

Bruno Schmidt é artista plástico, carioca e nascido em 1967. Estudou na Faculdade de Comunicação Hélio Alonso e na Escola de Artes Visuais do Parque Laje EAV. Participou de residência na França, onde expôs três vezes.

 

 

 

Sobre Roberto Barciela

 

 

Roberto Barciela é artista plástico, nasceu no Rio de Janeiro, onde mora e vive atualmente. Suas obras fazem parte de coleções particulares. Participou de exposições e salões de arte no Brasil e no exterior, onde recebeu prêmios e menções honrosas: Premiado no Novíssimos IBEU 2008; Prêmio SESC de Fotografia Marc Ferrez – edição 2009; Prêmio Aquisição no 7o. Salão de Acubá – Cuiabá MT, 2011. Participa pelo quarto ano consecutivo de exposições no exterior. Fez residência artística na França, Provence, Saint Véran, no ano de 2016. Roberto atua como Artista Visual desde os anos 1980, formado pela Escola de Artes Visuais EAV. Roberto Barciela atualmente trabalha no ateliê do Vale das Videiras, Petrópolis, Rio de Janeiro / RJ.

“Tunga – o rigor da distração” no Canal CURTA!

27/ago

O Canal CURTA! produziu mais um vídeo para a série Pílulas de Arte, realizada em parceria com a ArtRio. No terceiro programa, a curadora Luisa Duarte fala sobre a exposição “Tunga – o rigor da distração”, em cartaz no Museu de Arte do Rio.

 

Com uma abordagem diversa da usual, essa exposição-homenagem reúne prioritariamente, pela primeira vez, um conjunto de obras focado em desenho, fotografia, cinema e texto, tomando a escultura e a instalação secundariamente. A entrevista com Luisa Duarte pode ser conferida no site da ArtRio.

 

Durante a Artrio, que acontece de 26 a 30 de setembro, na Marina da Glória, o Canal CURTA! estará presente fazendo novas entrevistas e a cobertura.

 

 

ArtRio 2018

 

Reconhecida como uma das mais importantes feiras de arte do cenário atual, a ArtRio se destaca pelos bons resultados alcançados pelos galeristas que participam no evento. Além de receber importantes colecionadores e curadores brasileiros e internacionais, a feira desenvolve um importante trabalho de estimular o crescimento de um novo público através do acesso à cultura. O evento faz parte do calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro.

 

Além da presença dos nomes de forte relevância já estabelecidos no segmento, a ArtRio possui como foco também apresentar novas galerias e jovens artistas, grandes apostas para o mercado de arte, trazendo frescor e inovação à feira.

 

A ArtRio é apresentada pelo Bradesco, pelo sétimo ano consecutivo, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O evento tem patrocínio de Stella Artois, apoio do site, hoteis.com, da FIRJAN, e apoio institucional da Valid, Bondinho Pão de Açúcar, Estácio, Bacardi, Bombay Sapphire, Shopping Leblon, High End e Breton. A rede Windsor será a rede de hotel oficial do evento.

 

 

De 26 a 30 de setembro.

Preview para convidados –  26 de setembro (quarta-feira)

Local: Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, s/n – Glória

Cesar Oiticica Filho no MAMRio

22/ago

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura no próximo dia 1º de setembro de 2018, das 15h às 18h, a exposição “Metaimagens”, com aproximadamente quinze trabalhos inéditos de Cesar Oiticica Filho, um desdobramento de sua investigação poética sobre o fim da fotografia na era digital. Nesta mostra, o artista associa a destruição parcial de seu trabalho e equipamento em 2009 – ocorrida no incêndio do Projeto Hélio Oiticica, do qual é o curador – à substituição da imagem fotográfica pela digital, abordada nos diferentes núcleos que formam a exposição. “Há dez anos eu já estava discutindo do fim da fotografia, e com o incêndio, objetiva e literalmente, isso ocorreu”, comenta o artista. As fotos “derretidas” viraram “outra coisa”. A exposição traz outra reflexão, a de que a digitalização da fotografia cria sua transformação em “imagem”, “manipulada e banal, onde perde a credibilidade”. Em trabalhos anteriores, Cesar Oiticica Filho havia experimentado a mídia fotográfica colorida “… até o esgotamento das possibilidades e do material, cortando a emulsão com a luz, usando feixes de luz muito fortes como laser e lanternas de alta potência direto no papel fotográfico”.

 

Nesses novos trabalhos, o artista articula – a partir da destruição pelo fogo do seu próprio trabalho e equipamento – a transformação da fotografia em imagem digital e os desdobramentos desse meio em pintura, cinema, realidade virtual e objetos, onde ganha materialidade. “Essa vocação transmidiática do artista permitiu o atravessamento generalizado dos diversos campos em que a produção visual era segmentada em áreas autônomas (como vídeo, fotografia, filme, publicações e pinturas)”, acentua o curador Fernando Cocchiarale. A obra central da exposição, “Núcleo Metaimagético” (2018), é uma grande instalação composta por uma série de lâmpadas cercadas por dezenas de imagens dos negativos e cópias danificadas pelo fogo, “… formando em torno da luz um núcleo que representa o final da imagem fotográfica e o início de uma série de possibilidades, mostradas nas demais obras da exposição”, comenta o artista. Outro grupo de trabalhos é o constituído pela série “Metaimagem” (2018), com quatro impressões em tela das fotos danificadas pelo incêndio, que ganham intervenções de pintura sobre as partes derretidas, e têm dimensões de 82cm x 51,5cm cada uma.

 

 

Trilogia “Brasil 2016” 

 

Na parte direita do foyer, que dá para o Pão de Açúcar, o público verá a trilogia “Brasil 2016” (2016), um conjunto de três jarros de vidro, os transobjetos,com aproximadamente 20cm de diâmetro e 30cm de altura cada um, em que o artista discute as questões do país de forma poética. “Talvez sejam as obras de significado mais óbvio na exposição”, observa ele. O primeiro contém uma porção de grãos de feijão contornada por grãos de arroz. O segundotraz uma vela de gel acesa sobre água, e o terceiro dois óleos de diferentes densidades e cores, de soja e de dendê, disputam o espaço. Na parede do fundo do foyer, serão projetadas as obras mais próximas do cinema, animação e vídeo, como o filme performance “É Tudo Verdade” (2003), originalmente em Super 8 depois transferido para digital, “Para os seus olhos somente” (2018, 8’), e “A Dança da Luz” (2003), um filme in progress, feito a partir da primeira versão da obra “Caixa de Dança”, apresentada na exposição individual “A Dança da Luz”, no Museu Nacional de Belas Artes, em 2003..

 

 

Realidade Virtual

 

Explorando a técnica da realidade virtual, “que coloca a pessoa dentro da imagem”, Cesar Oiticica Filho propõe em “Rolezinho” (2017, filme 360º, com smartphone, óculos de realidade virtual e headphones) um “delírio deambulatório” como os de Hélio Oiticica (1937-1980), em um alucinante deslocamento por skate pelas ruas de Nova York. No final do percurso expositivo, o artista propõe o visitante a “parar, fechar os olhos e se deitar para se voltar ao corpo, ao aqui e agora, despertando outros sentidos adormecidos pela enxurrada de imagens recebidas”. Isto poderá ser feito na instalação sensorial “SolAr” (2018), em que uma lâmpada de luz forte age simultaneamente a um ventilador, de modo a ativar a sensação de frio/calor, como um “antídoto para não ser engolido pela ditadura da imagem, que nos chegam em grande volume diariamente”.

 

 

 Sobre o artista

 

CESAR OITICICA FILHO nasceu em 1968, Rio de Janeiro, RJ. Foi criado em Manaus até os 18 anos, quando voltou à cidade natal. Retornou diversas vezes a Manaus, e fixou definitivamente residência no Rio em 1997, quando assumiu a curadoria do Projeto Hélio Oiticica. Formou-se em Comunicação Social em 1992, pela Faculdade da Cidade, e cursou cinema na New York Film Academy, em Londres, em 2007. Aos treze anos fez o seu primeiro curso de fotografia em Manaus. Aos dezesseis anos de idade integrava o catálogo da 1ª Fotonorte, mostra nacional feita pela FUNARTE com os principais fotógrafos da região norte do país. Sua primeira exposição individual foi no Teatro Amazonas, em Manaus em 1996. Trabalha com cinema, e arte contemporânea. Inventou uma nova técnica que transita entre a pintura e a fotografia, apresentada em 2003 na exposição “A Dança da Luz”, no Museu Nacional de Belas Artes. É há 17 anos curador do Projeto Hélio Oiticica. Entre seus principais trabalhos estão as curadorias de “Rhodislandia”, na OM_Art, no Jóquei Clube de Rio de Janeiro, em 2018, e de “José Oiticica Filho”, junto com Carlo Cirenza, no MIS de São Paulo, em 2018. Em 2015 participou da XII Bienal de Havana, e em 2014 de “Brasil x Brasil”, no Museu de Artes Aplicadas, em Frankfurt, Alemanha. Em 2013, participou da Bienal de Moving Image B3, em Frankfurt, Alemanha, onde ministra uma master class. Em 2011 realiza o filme “Museu é o Mundo” (Brasil, 2011, 12’), um making off da exposição “Museu é o Mundo”, de que foi curador, junto com Fernando Cocchiarale, uma retrospectiva de Hélio Oiticica, que percorreu em 2010 quatro cidades no Brasil e ganhou o Prêmio ABCA. Em 2011 também mostra seus trabalhos inéditos em “Quântica”, no Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro. Em 2008, faz o curta “Invenção da Cor” (Brasil, 2008, 7’), sobre o “Penetrável Magic Square 5”, de Hélio Oiticica, no Instituto Cultural Inhotim, em Minas Gerais. Em 2007 realiza a ação “É Tudo Verdade”, com Carlo Cirenza, no Rio de Janeiro, saindo ao mar com uma jangada que traz impressa na vela a imagem de Pelé. No mesmo ano, cursa cinema na New York Film Academy, em Londres. Em 2006, participa do Arte Pará, selecionado por Paulo Herkenhoff, com o trabalho “Pintura Quântica”. Em 2005 foi apontado pela revista “Photo” francesa como uma das revelações da nova geração de fotógrafos brasileiros, com o trabalho “Mulheres luz”.

 

 

Até 11 de novembro.

Herança e Futuro, 22 fotógrafos

Pelo terceiro ano consecutivo, o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, realiza em sua galeria, uma exposição com a chancela do FotoRio, o mais importante festival de fotografia da cidade. Nesta edição, foi feita uma convocatória pública dirigida aos fotógrafos afro-brasileiros de todo o país, com o objetivo de reunir o que tem de mais recente na produção nacional, ainda que neste grupo estivessem veteranos e novatos. Foram selecionados vinte e dois trabalhos, pela comissão formada pela organização do FotoRio e os três curadores da exposição.

 

 

A palavra do curador Marco Antonio Teobaldo

 

A diversidade de linguagens e temas apresentados nesta mostra reflete claramente quão vasto é o território percorrido por estes artistas, embora algumas das dificuldades sejam comuns a todos, em se tratando do espaço destinado à arte afro-brasileira nos centros culturais e galerias. Neste sentido, muitas alternativas vêm surgindo para suprir esta demanda e quebrar a barreira, sobretudo no âmbito do meio digital, por meio das redes sociais, evidenciando que a produção artística afro-brasiliera reivindica o seu “lugar de fala”. O recorte proposto para esta mostra, “Herança e Futuro”, trouxe de uma forma muito surpreendente obras com forte reverência às raízes africanas e ancestralidade, nos campos do registro documental e também na experimentação de ensaios. As imagens evocam temas emergentes e necessários para serem debatidos, como as diversas formas de racismo que ainda insistem em se manifestar, violência contra o jovem negro, misoginia, homofobia e exclusão social, que clamam por uma sociedade menos desigual, com o futuro mais digno e justo.

 

 

Até 15 de setembro.

 

Novo espaço no Jardim Botânico

20/ago

Uma galeria de arte contemporânea que, através de ideias e formatos inovadores, contribui para uma nova forma de fazer e pensar arte e para estabelecer um novo conceito de coleções. Hoje representante de jovens artistas que integram em seus currículos exposições nacionais e internacionais, residência artística em renomadas instituições e obras em importantes coleções no Brasil e no mundo. Essa é a C. galeria, de múltiplas linguagens, que surgiu com discrição no Rio em meados do ano de 2016 e que no próximo dia 25 de agosto abre as portas de seu novo espaço na cidade. Em uma charmosa casa da década de 50 no bairro do Jardim Botânico, mais precisamente na Rua Visconde de Carandaí, a C.galeria será palco para pinturas, fotografias, esculturas e desenhos, que poderão serão vistos em “Primeiro Ato”, mostra coletiva que reunirá 15 obras inéditas em diferentes suportes dos 8 artistas representados.

 

Logo em seguida, a galeria inaugura sua primeira individual no espaço. Curada por Raphael Fonseca, a mostra será da artista carioca Eloá Carvalho que apresentará pinturas, desenhos e uma obra sonora. Eloá Carvalho recentemente realizou uma individual no MAM Rio e essa será sua primeira mostra depois da apresentada no Museu. Ainda para o ano de 2018, a C. exibe a individual doartista Paulo Setúbal , indicado ao prêmio PIPA e que participa da residência PIVÔ em São Paulo, onde na SPArte de 2018 participou do setor de perfomances a convite de Paula Garcia, curadora do Instituto Marina Abramovic.

 

Dirigida pela carioca Camila Tomé – uma das galeristas fundadoras da extinta Muv Gallery, aberta em 2012, dedicada à arte contemporânea -, a C.galeria, que até então tinha sede em Ipanema desde que foi inaugurada em 2016, com toda experiência e trajetória no mercado da arte, vem contando com um programa de exposições que ocupa atualmente o circuito das Artes Visuais no Rio de Janeiro, fomentando cultura e incrementando novas e tradicionais coleções de arte com mostras de artistas representados e convidados.

 

 

Até 06 de setembro.

Tobinaga em roupagem pop

16/ago

A vida é bem mais feliz no Instagram e Facebook e todos sabem disso. Partindo dessa cultura de exposição em redes sociais, o artista Claudio Tobinaga apresenta sua primeira individual “Colapsos”, na galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Com curadoria de Cezar Bartholomeu, a exposição reúne cerca de 30 pinturas em pequenos e grandes formatos, inspiradas em fotografias coletadas da internet e pautadas no subúrbio carioca. Neste cenário, as fotos se transformam em uma mise-en-scène, explorando uma narrativa quase cinematográfica. A atmosfera do ordinário toma contornos de um existencialismo barato, com uma superfície que seduz e ao mesmo tempo engana. As imagens ganham um novo significado aberto a diversas interpretações, com uma roupagem bastante pop.

 

“Gosto de olhar a relação midiática existente nesse contexto. As pessoas passaram a produzir suas próprias fotos como uma capa de revista, como se fossem celebridades. É uma exposição ‘fake’, uma relação de construção de mito, de imagem”, analisa Tobinaga.

 

O artista utiliza signos que colocam o espectador nas situações retratadas nas telas, cheias de iconografias de lugar e elementos pop. A intenção é “colapsar” estes elementos presentes nas obras com a relação que o espectador tem com a imagem, eliminando estereótipos. “As imagens se deformam porque quero tangenciar esse lugar que é, ao mesmo tempo, muito próximo e muito distante. A pintura tenta olhar para a imagem que vai se desfazendo enquanto forma e cor”, explica.

 

Segundo o curador Cezar Bartholomeu, o título da exposição se refere a uma tentativa de desarticular o que Tobinaga entende como uma sucessão de imagens. Para o artista, as imagens digitais e analógicas configuram um espaço e uma velocidade. Assim, há um colapso no sentido estrutural e, também, temporal.

 

“Quando as imagens se encontram sem que possam se encontrar, até certo ponto, entram em um colapso que permite que a pintura aconteça. É o que sustenta a pintura. Na obra ‘Encruzilhada’ por exemplo, o colapso da estrutura das imagens faz parte de um sacrifício de fé para que a pintura passe a existir”, avalia Bartholomeu.

 

“Há uma parte da arte que acredita que o fato de tematizar mídias digitais é o suficiente para que a obra de arte seja contemporânea. O contemporâneo em arte é mais complexo que isso. Diria que é mais do que simplesmente se apropriar do contemporâneo nas mídias digitais como uma imagem. É preciso lidar, de fato, com essa imagem”, completa o curador, que conheceu o trabalho do artista na Escola de Belas Artes da UFRJ.

 

 

Sobre o artista

 

Formado na Escola de Música Villa Lobos (UFRJ), frequentou diversos cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e foi monitor de modelo vivo (EBA-UFRJ) e desenho de observação (Parque Lage – EAV) junto ao professor Frederico Carvalho. Desde 2012 é assistente no Ateliê da artista Lucia Laguna. Atualmente tem se dedicado a livre docência em pintura e desenho. Participou das exposições coletivas “Visão de emergência” na Luhda Gallery (Rio de janeiro, 2014) e “Territórios” no Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2013) e do Kassel Documentary Film and Video Festival (Kassel, 2011).

 

 

Sobre o curador

 

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. É artista plástico e doutor em linguagens visuais pela UFRJ (Rio de Janeiro) / EHESS (Paris) nas áreas de Teoria e História da Fotografia. Trabalha prioritariamente as relações entre fotografia e arte, em particular fotografia contemporânea e conceitualismo. É professor do Departamento de História da Arte da Escola de Belas Artes da UFRJ (Rio de Janeiro), na área de Teoria da Imagem.

 

 

Até 03 de outubro.

Espaço independente

15/ago

Abrirá nesta sexta feira, dia 24 de agosto, a exposição “Experiência n.16 – Mesa de Cabeceira”, n’A MESA. Espaço independente localizado no Morro da Conceição, recebe os artistas Aline Besouro, Alexandre Colchete, Camilla Braga, Elian Almeida, Mariana Paraizo, Rafael Amorim e Rafael Lima numa exposição que se desdobra a partir de publicação homônima. O espaço propõe exposições temporárias, intituladas Experiências, com duração de dois dias, nos quais é ocupado com programação intensivas às sextas e sábados. A “Experiência n.16” conta com trabalhos de múltiplas linguagens que carregam traços de virtualidade, precariedade e relações diretas com o próprio mote da publicação: esboços, projetos e croquis. 

 

Na abertura, além de karaokê aberto até as 22h, haverá distribuição gratuita da publicação do grupo. No sábado 25/08, haverá um encontro de poetas Pós-Flip, com curadoria de Jessica DiChiara.

 

A exposição ficará aberta no dia 24 de agosto, das 18h às 22h, e no sábado 25, de 16h às 22h. Rua Jogo da Bola, n.119 – Centro, Rio de Janeiro.

Recortes de paisagens

O pintor Fernando Leite descobriu a fotografia como “campo de atuação”, ao trabalhar com photoshop para editar reproduções para livros de arte na sua também atividade de designer gráfico. A constatação levou-o a colecionar imagens, fotografadas por ele ou não, que se tornaram e se tornarão pinturas a óleo, como os 12 trabalhos inéditos que apresenta na individual “VER TE”, a partir de 16 de agosto na Marcia Barrozo do Amaral Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. São telas a óleo de recortes de paisagens, detalhes de florestas e jardins, datadas de 2015 a 2018, que têm em comum a origem fotográfica. O conjunto de pinturas maiores (160x130cm), intitulado “Jardins”, tem base em fotografias clicadas pelo artista, assim como “Parques” e flores – cada uma tem um título e as pinturas batizadas “Igapós” têm matriz na série de mesmo nome do fotógrafo francês Marcel Gautherot, feita na Amazônia nos anos 1950 e pertencente ao acervo do Instituto Moreira Salles.

 

 

 

Origem

 

Fernando Leite conta: “Em 2007 comecei a fotografar para atender algumas demandas do meu trabalho em design gráfico. A fotografia digital mudou minha relação com imagem fotográfica. A edição em photoshop, que comecei a realizar para os livros de arte, me apresentou a fotografia como um campo de interferência, em que eu poderia editar, manipular, fazer cortes, mudar perspectivas, alterar cores, enfim, um vasto campo de construção visual.”

 

Nas telas desta mostra, a fotografia orienta a estruturação da pintura. Não se trata de fazer uma pintura fotográfica, um “engana-olho”, uma imitação, mas de fazer uma pintura com suas especificidades, que conversa a fotografia, que conversa com a história, que conversa com a natureza. A estruturação da imagem na pintura vem de uma linguagem de construção pela mancha que é específica do fazer pictórico, das matérias e dos materiais e da caligrafia|gestualidade do pintor.

 

 

 

Paisagem e ponto de vista

 

A tradição da paisagem subentende um observador que vê o mundo sob um ponto de vista, de um lugar, separado do espaço apresentado. Isso se aplica à pintura e também à fotografia: o fotógrafo está aqui, o objeto está lá.

 

 

Qual é o ponto de vista do artista ao fotografar a cena para fazer as pinturas? No conjunto “Jardins”, o observador|fotógrafo|pintor está fora e, portanto, ele escolhe um recorte da grande paisagem que é uma floresta. Já as pinturas de “Parques” têm como fonte fotos feitas em um dia nublado em um parque nacional em que observador|fotógrafo|pintor estava dentro da floresta que estava dentro da nuvem, como esteve Gautherot em seu barco dentro da floresta amazônica quando fotografou os igapós.

 

 

Fernando Leite explica que aprendeu com as fotos de Gautherot a diferença entre o observador dentro da cena, em meio à cena. O barco do fotógrafo francês estava dentro da floresta. Portanto “não há ponto de vista. Naquele momento, ele é parte do todo, um organismo dentro de outro organismo”, descreve.

 

 

Embora não tenha transitado entre os igapós amazônicos, o pintor viu no conjunto de fotos de Gautherot um força pictória impressionante e uma correlação com a pintura que estava fazendo na época. Todas as fotos do francês pareciam pinturas.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Fernando Leite é paulista, radicado no Rio de Janeiro desde os 18 anos, quando começou a estudar pintura e desenho no MAM e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Como bolsista da Pollock-Krasner Foundation, em Nova York, entre 1999-2000, cursou Graphic Design na Parsons New School of Design, e Silkscreen Studio, na School of Visual Arts. Frequentou a oficina de gravura da Mason Gross School of the Arts – Rutgers University (New Brunswicck, Nova Jersey), sob orientação de Lynne Allen. A bolsa Pollock veio depois de o artista ter se graduado em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Desde 2008, é diretor de arte da Verbo Arte Design, onde trabalha em colaboração com artistas e curadores na produção de livros, catálogos e exposições de arte contemporânea em diversas instituições. É professor-orientador em programação visual da Escola sem sítio, no curso Imersões curatoriais. Leite fez exposições individuais no Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 2000, no Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 1995, Galeria Centro Empresarial Rio, Rio de Janeiro, 1990 e Galeria Macunaíma, Funarte, Rio de Janeiro, 1987. O artista participou de várias exposições coletivas, entre elas, Novos Novos, Centro Empresarial Rio, Rio de Janeiro, 1987; Salão Carioca de Artes Plásticas, 1985 e 1988; Salão Paulista de Arte Contemporânea, 1989; Doze Caminhos, Galeria Montesanti-Roesler, Rio de Janeiro, 1990; Sechs Aus Rio, Maerz Gallery, Linz, Áustria, 1993; Suporte, Galeria Vilaseca, 2007, e Verdadeira Grandeza, Ateliê da Imagem, 2008.

 

 

 

 

Em cartaz de 16 de agosto a 11 de outubro.

Exposição de Márcia Lana

14/ago

Uma nova coleção de pinturas de Márcia Lana denominada “Send in the clowns”, será lançada no dia 14 de agosto no original espaço do foyer do Theatro Net Rio, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, surgiu de uma explicação que o diretor teatral Claudio Botelho fez ao apresentar a música de Stephen Sondheim, no seu espetáculo “Versão Brasileira”. Nesta ocasião, Márcia Lana exibirá 15 telas, com cores e pinceladas fortes – sua marca registrada -, inspiradas em palhaços, mágicos e personagens circenses.

 

“Adoro pintar retratos, transformar desconhecidos em personagens. E o circo me trouxe inúmeras possibilidades. O palhaço, principalmente. Tem um lado misterioso, outro doce, sacana, dramático… Ele me dá a liberdade de fazer um retrato que não é ninguém. Ele é o que o personagem que a gente cria”, diz  Márcia. Numa tradução livre, “Send in the clowns” quer dizer “Que entrem os palhaços!”: um suposto jargão do mundo circense e do teatro. A expressão era muito usada quando acontecia algo novo ou inesperado durante uma apresentação – normalmente desastres, como a queda de um acrobata ou um número excepcionalmente mal apresentado. Então, para distrair a atenção do público, enquanto o problema era resolvido, os palhaços entravam em cena!

 

“Em alguns quadros, saio do retrato e vou para os objetos. A verdade é que o circo sempre me rondou em várias fases da vida”, conta. Artistas circenses ajudarão a reforçar o clima circense. “O mais bacana é que o “Send in the Clowns” não precisa acabar nesta exposição. É uma ideia que pode continuar, se estender em outras mostras, rodar outros lugares, o país. O circo está tão perto de mim e da minha família o tempo todo. Meus filhos já trabalharam em montagens de musicais relacionados ao tema e até na cenografia de um circo. Por que não devo, então, aproveitar e mergulhar nesse universo tão rico? ”.   

 

 

Sobre a artista

 

A artista plástica é formada pela Escola Nacional de Belas Artes e pelo curso de Cultura Visual Contemporânea do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Participou do curso Creative Problem Solving, pela University of Buffalo, em Nova Iorque. Como Diretora de Arte, durante anos, trabalhou em diversas agências de Publicidade , entre elas J. W. Thompson, Standard Ogilvy & Mather,  Publicis Norton, entre outras. Atualmente, se dedica à pintura trabalhando em seu próprio estúdio, o Atelier Codorna.

 

Até 09 de setembro.