Mostras prorrogadas

18/jun

As exposições “ARRUDA, Victor”, uma retrospectiva da trajetória do artista Victor Arruda, com curadoria de Adolfo Montejo Navas, e “Monolux”, de Vicente de Mello, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, foram prorrogadas até o dia 9 de setembro de 2018, e as exposições “Guy Brett – a proximidade crítica” e “Estados da abstração do pós-guerra”, com curadoria de Paulo Venancio Filho, curador convidado, ficam em cartaz até o dia 22 de julho de 2018. “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale, foi prorrogada até o dia 12 de agosto de 2018.

 

 

No próximo dia 27 de junho, devido ao jogo do Brasil, o MAM Rio abrirá excepcionalmente às 10h30 e fechará às 14h. A bilheteria será encerrada às 13h30.

 

O MAM Rio está com oito exposições em cartaz nos três andares do icônico prédio modernista projetado por Affonso Reidy (1909-1964). No foyer, o artista Matheus Rocha Pitta faz uma homenagem às vítimas da violência no Rio, com três instalações na exposição “memória menor”, em curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, curadores do Museu. No segundo andar, estão a retrospectiva “Victor Arruda”, com obras emblemáticas do artista nascido em 1947, com curadoria de Adolfo Montejo Navas; “Monolux”, o poético trabalho de Vicente de Mello, com fotografias feitas sem câmera, em que objetos foram colocados diretamente sobre papel fotográfico dentro do laboratório,  com curadoria de Eucanaã Ferraz; “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale, que reúne obras feitas a partir da decodificação de três chutes emblemáticos: dois de Pelé, e um de Bruce Lee; e a exposição fotográfica “Escrever com a luz – Vittorio Storaro”, do renomado diretor de fotografia italiano Vittorio Storaro, com curadoria de Giovanni Storaro. No terceiro andar, o público poderá percorrer um panorama da história da arte moderna e contemporânea, em três exposições com destaques do vasto acervo de mais de 16 mil obras do Museu: 250 trabalhos de cerca de 90 importantes artistas brasileiros e estrangeiros, em “Alucinações à beira Mar”, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, “Guy Brett – a proximidade crítica” e “Estados da abstração do pós-guerra”, com curadoria de Paulo Venancio Filho, curador convidado.

 

Matheus Rocha Pitta – memória menor
Espaço: Foyer
Até o dia 1º de julho de 2018

 

ARRUDA, Victor
Espaço: Segundo andar – 2.4 (parcial)
Até o dia 9 de setembro de 2018

 

Vicente de Mello – Monolux  
Espaço: Segundo andar – 2.4 (parcial)
Até o dia 9 de setembro de 2018

 

Analívia Cordeiro – Chutes Inesquecíveis
Espaço: Segundo andar – 2.3

Até o dia 12 de agosto de 2018

 

 

Escrever com a luz – Vittorio Storaro Período
Espaço: Segundo andar – Salão Monumental
Até 08 de julho de 2018

 

Vittorio Storaro Período – Escrever com a luz 
Espaço: Segundo andar – Salão Monumental
Até 08 de julho de 2018

 

Estados da abstração no pós – guerra e Guy Brett: A proximidade crítica
Espaço: Terceiro andar – 3.1 e 3.2
Até o dia 22 de julho de 2018

 

Alucinações à beira mar
Espaço: Terceiro andar – 3.3
longa duração

Na Silvia Cintra+Box4

12/jun

“Como vão as coisas” é a primeira exposição individual do artista paulistano Alexandre Canonico no Rio de Janeiro e a galeria que responde por esse lançamento é a Silvia Cintra+Box4, Gávea. O título escolhido reflete exatamente a ideia que permeia todos os trabalhos da mostra e sua pesquisa artística, que é como um material se relaciona em relação a outro no espaço. Arquiteto de formação, Canônico parte sempre de materiais que são facilmente encontrados no nosso cotidiano, mais precisamente em lojas de construção. Arruelas, espumas, barras de ferro, chapas de compensado e areia são o ponto de partida de suas esculturas. O encontro, ou desencontro, entre essas partes é que compõe cada obra. A instalação “Campo”, a maior obra da exposição, ocupa toda a parede do fundo da galeria com grandes arruelas que são cobertas por barras de aço pintadas. As mesmas arruelas estão presentes em dois outros trabalhos, onde elas “percorrem” e desenham em compensados de madeira. Fazem parte da mostra ainda duas séries de gravuras e uma escultura de tubos de aço contorcidos e perfurados.

 

 

Sobre o artista 

 

Alexandre Canonico é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e atualmente vive em Londres onde realiza pós-graduação na Royal Academy. Sua prática é fortemente influenciada pela lógica e estética do desenho arquitetônico e da abstração geométrica. Formalmente, os trabalhos tendem a uma resolução simples e a uma economia de gestos.

 

 

De 13 de junho até 21 de julho.

“Portinari – A construção de uma obra”

08/jun

A exposição “Portinari – A construção de uma obra” continuará ocupando o espaço da Galeria 4 na CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, até dia 1º de julho. Aberta ao público no dia 03 de maio, a mostra foi vista por mais de 16 mil pessoas até o momento. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.  “Portinari – A construção de uma obra” reúne 71 estudos, pinturas e obras do pintor, muralista e desenhista, que conquistou reconhecimento internacional retratando o cotidiano do país e a desigualdade social, com atualidade surpreendente. Também fazem parte da montagem 16 esculturas criadas pelo artista plástico Sérgio Campos, que reproduzem personagens de importantes obras de Portinari.

 

Segundo o curador Luiz Fernando Dannemann, os trabalhos reunidos mostram o processo criativo do artista, ilustrando sua trajetória. “É uma exposição específica da construção da obra de Portinari, que mostra estudos, esboços e desenhos de grandes obras do artista”, comenta o curador. “São pedaços preciosos de um artista singular, de quem buscou originalidade na própria poesia do homem”. Entre eles, há estudos para o painel “Guerra e Paz”, que Portinari criou para a sede da ONU, em Nova York, entre 1952 e 1956.

 

Um dos grandes temas da obra do artista é a desigualdade social, revelada no registro do cotidiano, como em “Grupo com homem doente” e “Menino morto”, por exemplo. “Portinari era um “cronista” que, ao invés de escrever, pintava as desigualdades, as efemérides”, diz o curador. “Os Retirantes” é a realidade do Brasil, pessoas que iam para as grandes cidades buscando melhores oportunidades. E muitas dessas obras continuam atuais, a crítica, a crônica, porque ainda vivemos em um país de desigualdade social”.

 

 

Esculturas

 

As esculturas de Sergio Campos contracenam com as obras de Portinari na mostra. Campos finalizou o planejamento do próprio artista plástico, que queria transformar suas figuras em esculturas. O Rio de Janeiro recebe 16 trabalhos, revelando uma tridimensionalidade da visão de Portinari. “Ele pretendia eternizar alguns de seus personagens em bronze. Como morreu prematuramente, aos 59 anos, não conseguiu concluir este projeto”, explica Dannemann. “Sergio Campos, membro da família do pintor, decidiu finalizar a ideia, criando esculturas fidedignas em cada detalhe”.

 

 

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Presença de Delson Uchôa

06/jun

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no próximo dia 20 de junho, a exposição “Autofagia – Eu Devoro Meu Próprio Tempo”, com obras inéditas de Delson Uchôa. Esta é a primeira individual que o artista realiza nos últimos treze anos no Rio de Janeiro. A exposição reunirá seis trabalhos inéditos em grande formato, em que o público poderá tocar e manusear. As obras são resultado de sua pesquisa desenvolvida desde 2005, na qual emprega uma resina sobre o chão de cerâmica crua de seu ateliê e pinta sobre sua superfície, descolando-a meses depois, como um “manto de pele”, acrescentando após mais pintura. Nesse processo que o artista denominou de autofagia, ele recorta pedaços desta “pele” de pintura e enxerta em outros trabalhos, às vezes antigos, costurando com linha e agulha. O segundo andar da galeria será ocupado pela obra “Instalação Pintura-Objeto (2018)”, e no contêiner, situado no terraço, serão projetados vídeos mostrando o processo criativo do artista. Na abertura da exposição, haverá uma performance inédita do coletivo Loba, das artistas Flora Uchôa e Laura Fragoso. A apresentação é de Fernando Cochiarale.

 

 

Sobre o artista

 

Delson Uchôa, nasceu em 1956, estudou e morou em Maceió até se formar em Medicina em 1981, paralelamente inicia seus estudos de pintura na Fundação Pierre Chalita. Parte para uma viagem de estudos à França onde conhece os mestres da pintura e retorna ao Brasil com breve estadia em Belo Horizonte. Fixa residência no Rio de Janeiro e participa da mostra “Como vai você? Geração 80” organizada por Marcus de Lontra Costa e Paulo Roberto Leal, na Escola de Artes Visuais do Parque Laje.

 

A partir daí passa a fazer parte dos artistas da Galeria Saramenha que aposta nos jovens talentos emergentes dos anos oitenta e lá realiza duas importantes individuais em 1985 e 1988. É Jorginho Guinle que o apresenta no convite impresso ressaltando sua imagística popular e a vitalidade plástica de seu trabalho: “o conjunto de trabalhos de Delson, inevitávelmente trazem à tona questões como o arquétipo e o pessoal, o universal e o regional, o popular e o kistch”.  Sua pintura passa a interessar a Galeria Thomas Cohn que adota seu pop-neoconcreto: “o uso do papel excedido até o quase-mural, o trompe l’oeil, os elementos bandeira, as oscilações entre o quase kitsch e o quase despojado, entre o bruto e o requintado nos estimularam a abrir o leque para o Norte e o Nordeste” assim comenta Thomas Cohn sobre sua importância no cenário nacional realizando duas individuais do artista nos anos de 1990 e 1993.

 

Retorna por breves períodos a Maceió durante essa temporada carioca produzindo intensamente. Participa do Workshop 93 patrocinado pela Academia Teuto Brasileira de Verão – Deutsh-Brasilianische Kulturelle Vereinigung (DBKV)/Instituto Goethe/Fundação Pierre Chalita em Maceió onde é agraciado com uma bolsa de estudos e a oportunidade de realizar uma exposição na Galeria berlinense Springer em agosto de 1993. Volta da Alemanha e fixa residência em Maceió com a intenção de reunir seu acervo. Três anos depois, em 1996, realiza sua maior exposição individual em dois grandes Armazéns de Açúcar em Jaraguá onde cobre um período aproximado de quinze anos de pintura, desde a geração 80 até os trabalhos de 1996 denominados de “mestiços de última geração” e cujo convite feito ao público foi através de out-doors espalhados pelos principais pontos da cidade para dar uma mostra da escala e da dimensão de seus trabalhos.
Em 1998 participa da XXIV Bienal de São Paulo sob curadoria de Paulo Herkenhoff que recoloca a questão antropofágica no intuito de discutir a pluralidade cultural e o insere no projeto do Núcleo Histórico na questão da cor e latitude que vai do modernismo, passando pelo neoconcretismo até a contemporaneidade: “…a cor caipira do sudeste não dá conta do Brasil. Uchoa extrai luminosidade e estridência cultural da cor do Nordeste. Suas pinturas descrevem movimentos do roi-roi, brinquedo popular a elas incorporados” é o que afirma Herkenhoff no texto introdutório do catálogo da mostra.

 

Em 2001, a TV Senac realiza um documentário sobre sua obra, exibido na série Arte brasileira em circuito Nacional onde é filmada duas de suas maiores obras: Catedral, com 10 metros de altura, e Curral da Praia, com seis metros de largura. Obras que necessitaram ser içadas por cabos de aço no canteiro de obras do ainda não inaugurado Centro Cultural de Maceió.

 

Em 2002, participa de um Programa de residência artística em uma Vila da região serrana do Paraná chamado Faxinal das Artes e que durante quinze dias envolveu cem artistas de todo o Brasil. Essa experiência de troca com artistas de variadas gerações o recoloca no circuito das artes do eixo sul-sudeste. Em 2003 é convidado por Agnaldo Farias para expor, na Galeria Tomie Otake em uma grande mostra junto a outros dois pintores de posições distintas: Caetano de Almeida e Cássio Michalany. Em 2005 ocupa os espaços do MAMAM – Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – em Recife sob curadoria de Moacir dos Anjos como também recebe convite do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro para integrar, com duas obras, o acervo contemporâneo de arte da Instituição.  Com essa aquisição do Museu de Belas Artes, amplia sua participação em importantes coleções de arte contemporânea do país pois já faz parte do acervo de Gilberto Chateaubriand (MAM Rio), de João Sattamini (MAC Niterói), do MAMAM Recife e da Infraero, que adquiriu um painel para o novo Aeroporto Internacional de Maceió.

 

 

Até 18 de agosto.

Nova Gravura

O Museu da Chácara do Céu, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, inaugura, terça-feira, dia 06 de junho, a exposição “Análise Aleatória”, de Felipe Barbosa com o lançamento da obra inédita do artista para o projeto “Os Amigos da Gravura”. Além da tradicional gravura e da mostra nas salas de exposições temporárias, Felipe Barbosa ocupará as demais dependências do museu com intervenções site specific na sala de jantar, na biblioteca e no jardim. O evento faz parte da programação comemorativa dos 200 anos de museus no Brasil.

 

Segundo o curador da mostra, Julio Martins, “esta é uma exposição pensada em termos site-specific: além do espaço expositivo, foram dispostos vários trabalhos de Felipe Barbosa que dialogam com as salas do Museu. Assim, a memória do passado é mobilizada por um artista que se vale de objetos bastante sintomáticos de nossa cultura urbana contemporânea. Há nesta montagem de temporalidades um notável contraste entre o valor histórico e consagrado do acervo em contágio com apropriações de objetos absolutamente banais, o que propõe reativar camadas de significado mútuas, na urgência do presente, e em atrito”, explica.

 

O trabalho para o projeto Os Amigos da Gravura –  normalmente uma tiragem exclusiva para o museu de 50 exemplares – desta vez será constituído de peças únicas. Usando 14 cores diferentes e consequentemente 14 opções de “passadas”, Felipe produzirá 50 exemplares únicos utilizando as diversas possibilidades combinatórias do processo de serigrafia. “Em vez de repetir, eu modifico a ordem das cores, como numa análise aleatória e combinatória”, informa  artista.

 

A exposição fica em cartaz até 18 de outubro e as gravuras podem ser adquiridas diretamente no museu.

 

 

 

Sobre o artista

 

Felipe Barbosa nasceu em Niterói em 1978. É artista visual, mestre em Linguagens Visuais pela UFRJ, bacharel em Pintura pela Escola de Belas-Artes da UFRJ. Tem participado de importantes exposições no Brasil e no exterior, ressaltando-se as individuais Jardins Móveis no Museu Vale, Vila Velha e Belo Horizonte, 2017; Galería Blanca Soto, Madri, 2014; Cavalariças do Parque Lage, 2013. Entre as mostras coletivas pode-se destacar: Cap sur Rio, The Olympic Museum, Lausanne, 2016; The record: contemporary art and vinyl, Henry Art Gallery, Seattle, EUA, 2012; This is Brazil!, Kiosko Alfonso / Palexco, Espanha, 2012; Ya sé leer, Centro de Arte Contemporáneo Wilfredo Lam, Havana, 2011; Parangolé: fragmentos desde los 90 em Brasil, Portugal y Espanha, Museo Patio Herreriano, Valladolid, Espanha, 2008; Nova arte nova, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, 2008; The beautiful game: contemporary art and football, Brooklyn Institute of Contemporary Art (Bica) e Roebling Hall Gallery, Nova York, 2006; Human Game.Winners and losers, Fondazione Pitti – Stazione Leopolda, Florença, Itália, 2006; InSite05 – Trienal Internacional, Tijuana/San Diego, EUA, 2005; Unbound: installations from seven artists from Rio, Parasol, Londres, 2003; MAD03 Centro Cultural Conde Duque, Madri, 2003; Caminhos do contemporâneo, Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2002; Rumos da nova arte contemporânea brasileira, Palácio das Artes, Belo Horizonte, 2002.

 

 

Sobre o projeto “Os Amigos da Gravura”

 

Raymundo Ottoni de Castro Maya criou a Sociedade dos Amigos da Gravura no Rio de Janeiro em 1948. Na década de 1950 vivenciava-se um grande entusiasmo pelas iniciativas de democratização e popularização da arte, sendo a gravura encarada como peça fundamental a serviço da comunicação pela imagem. Ela estava ligada também à valorização da ilustração que agora deixava um patamar de expressão banal para alcançar status de obra de arte. A associação dos Amigos da Gravura, idealizada por Castro Maya, funcionou entre os anos 1953-1957. Os artistas selecionados eram convidados a criar uma obra inédita com tiragem limitada a 100 exemplares, distribuídos entre os sócios subscritores e algumas instituições interessadas. Na época foram editadas gravuras de Henrique Oswald, Fayga Ostrower, Enrico Bianco, Oswaldo Goeldi, Percy Lau, Darel Valença Lins, entre outros.

 

Em 1992 os Museus Castro Maya retomaram a iniciativa de seu patrono e passaram a imprimir pranchas inéditas de artistas contemporâneos, resgatando assim a proposta inicial de estímulo e valorização da produção artística brasileira e da técnica da gravura. Este desafio enriqueceu sua programação cultural e possibilitou a incorporação da arte brasileira contemporânea às coleções deixadas por seu idealizador. A cada ano, três artistas plásticos são convidados a participar do projeto com uma gravura inédita. A matriz e um exemplar são incorporados ao acervo dos Museus e a tiragem de cada gravura é limitada a 50 exemplares. A gravura é lançada na ocasião da inauguração de uma exposição temporária do artista no Museu da Chácara do Céu. Neste período já participaram 44 artistas, entre eles Iberê Camargo, Roberto Magalhães, Antonio Dias, Tomie Ohtake, Daniel Senise, Angelo Venosa, Emmanuel Nassar, Carlos Zílio, Beatriz Milhazes e Waltercio Caldas.

 

 

A palavra do curador

 

Análise aleatória

 

Felipe Barbosa vem elaborando uma obra de singular visualidade e vontade construtiva na arte brasileira contemporânea. Em suas peças estabelece trânsitos semióticos e materiais por operações que conciliam rigor (do ponto de vista das escolhas de repertório geométrico em exemplares mundanos, das buscas por simetrias, por seu pensamento espacial e escultórico, suas práticas colecionistas, composições sofisticadas aliadas a procedimentos simples) com um sentido muito particular de apropriação de objetos industriais e elementos do mundo cotidiano, de bolas de tênis utilizadas para uma espécie de Action Painting lúdica; de bolas de futebol cujos gomos hexagonais são recosturados e estruturados de forma planar sob diversas propostas; de guarda-chuvas reunidos numa forma geométrica regular e impenetrável chamada “Abrigo”. O artista trabalha com métodos de recombinação e reestruturação de objetos por ele apropriados e inseridos numa reconstrução que é intuitiva e, igualmente, matemática e projetiva, sendo importante observar com Fernando Cocchiarale que “são trabalhos compostos a partir de modulação, inserção e montagem ditadas pela configuração formal dos objetos apropriados pelo artista. Por isso sua configuração geométrica final supõe, sobretudo, a experimentação concreta e não apenas a execução de projetos”. Felipe Barbosa seinteressa pela latência das coisas, afeiçoa-se a matérias ordinárias e investiga seusatributos formais inesperados, reestruturando sua inteligência compositiva.

 

Muitas dessas construções estabelecem diálogos com a história da arte e, portanto, motivam a interlocução com a arquitetura, os mobiliários, os acervos e, sobretudo, com as obras de arte da coleção da Chácara do Céu. Esta é uma exposição pensada em termos site-specific: além deste espaço expositivo, foram dispostos vários trabalhos de Felipe Barbosa que dialogam com as salas do Museu. Assim, a memória do passado é mobilizada por um artista que se vale de objetos bastante sintomáticos de nossa cultura urbana contemporânea. Há nesta montagem de temporalidades um notável contraste entre o valor histórico e consagrado do acervo em contágio com apropriações de objetos absolutamente banais, o que propõe reativar camadas de significado mútuas, na urgência

Denise Torbes no CC Correios

A exposição “Denize Torbes  – Cerne”, ocupa duas grandes salas do Centro Culltural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com obras recentes e inédita. A artista esteve por quase 10 anos sem fazer uma exibição indiviual no Rio de Janeiro

 

A exposição, traz pinturas, desenhos, objetos em cerâmica e uma instalação, que traçam um contraponto entre o ser humano moderno e o inserido em sua cultura milenar. Os trabalhos tratam da temática da cultura indígena e das queimadas, em trabalhos que se relacionam entre si.

 

O nome da exposição, “Cerne”, vem da parte do tronco que continua intacta após uma queimada. “O cerne na natureza é a parte da madeira queimada que não se destrói e a referência nesta série é o ressurgimento, em vestígios, de elementos próprios da cultura de povos antigos assim como a premência de regeneração, como um esforço de suportar as decorrências destrutivas da ação humana”, afirma a artista, que pesquisa a cultura indígena desde 1987, e cuja avó pertencia à tribo Guarani, localizada até hoje na fronteira entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai.

 

No teto da primeira sala, a instalação “Tatuagem”, composta por uma imagem em espiral, símbolo da chuva para a tribo Guarani, pendurados, pedaços de carvão em formatos verticais, com inscrições em vermelho, comuns nas pinturas corporais de índios brasileiros. “Os desenhos constituem uma revelação daquilo que sobreviveu ao fogo. As inscrições, minuciosamente elaboradas com linhas vermelhas sobre o preto intenso do carvão, são como “vestígios de labaredas” que embora tenham alcançado o mais alto nível de destruição, são um apanágio àresistência”, conta a artista.

 

Divididas nesta sala e na seguinte, cerca de dez pinturas, em têmpera e óleo sobre tela, produzidas entre 2010 e 2018, com tamanhos que chegam a 2 m x 1,80 m. Todas elas possuem elementos da iconografia indígena.

 

Duas séries de desenhos inéditos, “Queimada” e “Queimada-cerne”, também estarão divididos por duas salas da exposição. Apesar de alguns terem elementos iconográficos, o foco desses trabalhos são as queimadas. Os trabalhos são feitos em têmpera, que a artista mesma produz, sobre papel. Eles são realizados sem um estudo prévio. “Existe um inicio de ideia, mas que se transforma durante o processo. Os desenhos possuem várias camadas de aguada que vão se modificando. Tem a parte da técnica, mas também o acaso”, conta.

 

Na série “Queimada”, as pinturas sobre papel têm como principais elementos corações, pés e pulmões. “Estes três elementos demonstram o caráter danoso de uma queimada e são, sobretudo, o resultado antagônicoao significado de cerne, que representa o renascimento, o ressurgimento. Simbolizam, portanto, a finitude absoluta, tudo o que se perdeu, que foi consumido pelas chamas, não somente físico, mas incorpóreo e emotivo”, explica a artista. Já na série “Queimada-cerne” as pinturas sobre papel e sobre tela possuem composições formais que fazem uma conexão com as imagens das queimadas, mas com a introdução de formas que remetem aos objetos e pinturas das culturas indígenas.

 

Ao se dirigir para a segunda sala, o visitante verá, na parede da antesala, que a artista chamou de “Cofre”, um conjunto com 100 peças em cerâmica, pintados de dourado, produzidas em 2017 e 2018, intitulado “100 onças”. Nelas, há a reprodução de um padrão de desenho que os índios Assurini criaram especialmente para pintura corporal. Os motivos (desenhos) e seus significados foram extraídos de uma tabela organizada pelo índio assurini Puraké, em 1984. Cada plaqueta contém, além do desenho, duas inscrições, o significado em guarani e a versão para o português. As placas serão colocadas lado a lado, formando uma linha contínua. “Elas são douradas para lembrarem o ouro, algo valioso. Além disso, a onça é a medida do peso do ouro, por isso elas têm esse nome”, diz a artista, que chamou o espaço de “cofre”, por abrigar “barras de ouro” indígenas.

 

Na segunda sala, desenhos e também um conjunto de dez cerâmicas, da série “Línguas”. Em cada uma delas, há um grafismo e uma frase, que são “sabedorias” dos índios brasileiros Pataxó, Yanomami e Kaiapó e estrangeiros, Sioux do Canadá e os norte-americanos Mohawk, Dakota e Ute.“O título possui dois significados: a língua usada para comunicar os aprendizados das nações indígenas e o aspecto formal/estético das peças”, explica a artista.

 

Tanto nas referências indígenas quanto nas obras sobre as queimadas, o que interessa à artista é a parte visual. “O que me encanta é a imagem, a parte gráfica. O meu trabalho acaba fortalecendo o registro dessas nações, mas a intenção é a potência gráfica”, ressalta Denize Torbes.

 

 

Sobre a artista

 

Denize Torbes nasceu no Rio de Janeiro, em 1959. É artista plástica, bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ.

 

Dentre suas exposições individuais destacam-se: “Kosmofonia – 3 sentidos – Verlerouvir” (2009), no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro; “Denize TORBES – LdeO&Co Mobilier et Ecodesign Brésiliens” (2008), em Paris, França;  “Das Origens” (2006), na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro; “Ícones Tribais – pinturas, cerâmicas e jóias” (2005), com  itinerância pela Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro, e pelo Musée de la Halle Saint Pierre e pela Galerie Panamá, ambos em Paris, França, a mostra no Centro Cultural Banco do Brasil (1994), no Rio de Janeiro, entre outras. Dentre suas exposições coletivas estão: “Salve São Jorge 23” – 9ª edição, no Porto das Artes – Fábrica de Espetáculos, RJ, “Acervo Contemporâneo”, na Galeria Arte UFF, RJ, “Cubo além do cubo – DEZ”, em 2017; “Zona Oculta – 10 anos” (2015), ambas no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, RJ; “1ª Bienal Sul-americana de Gravura e Arte Impressa Rio-Córdoba” (2014), no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, e no Museu Emilio Caraffa, em Córdoba, Argentina; “Papel ao cubo” (2013), no Museu D. Diogo de Souza, Museu de Arqueologia, em Braga, Portugal, entre outras.Ao longo de sua trajetória, recebeu diversos prêmios, como: Prêmio CIER – Comissăo de Integraçăo Energética Regional (2004); Seleçăo Pręmio UNESCO – Jovem Arte Brasileira – Pinacoteca do Estado de Săo Paulo (1993); Projeto Beca Ciudad de Mexico (1991); Prêmio aquisição – Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (1987); Salão de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes da UFRJ (1984), entre outros. Possui obras em importantes acervos no Brasil e no exterior, como Companhia Vale do Rio Doce, Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Museu de Arte Moderna de Santa Catarina, Acervo Contemporâneo da Universidade Federal Fluminense, Galeria Lopez Velarde, México, Museu Nacional de Belas Artes, Society Printmakers of California, Galeria Cândido Mendes-RJ, SESC-RJ, Centro Cultural dos Correios-RJ, Josef-Krainer-Haus, Graz, Áustria, e Museu de Arte do Espírito Santo.

 

 

 

Até 18 de julho.

Arte Naïf na Galeria Evandro Carneiro

04/jun

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea Trade Center, Rio de Janeiro, RJ, promove a inauguração da exposição José Rodrigues de MIRANDA, no sábado 09 de junho, das 17h às 20h.

 

“Miranda me conduziu até o seu quarto que lhe servia também de atelier, onde ele me mostrou uma quinzena de quadros, inclusive o último, ainda úmido e não acabado, colocado em cima do tamborete que lhe servia de cavalete. Emanava de suas obras a mesma comovente simplicidade, a força extraordinária da sua sinceridade, aquele poder comunicativo dos nossos antepassados longínquos que souberam se comunicar pelo desenho muito antes de se haver conquistado a escrita. Fascinado, em silêncio, eu saboreava intensamente aquele momento maravilhoso de descoberta de um grande artista.” (*)

 

(*) Lucien Finkelstein, colecionador, joalheiro, fundador do Museu Internacional de Arte Naïf e grande incentivador/divulgador da obra de MIRANDA. Trecho retirado de FINKELSTEIN, Lucien. Miranda. Rio de Janeiro: Imprinta, 1980, p. 76.

Exposição de Daniel Lannes

No dia 07 de junho, Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Daniel Lannes – Dentição”, com cerca de 12 pinturas inéditas, produzidas este ano, especialmente para esta ocasião. O artista sempre usou referências da História da Arte em seus trabalhos e, para criar as obras desta mostra, partiu das ideias modernistas presentes na obra do escritor Oswald de Andrade, um dos fundadores do movimentoiniciado na Semana de Arte Moderna de 1922.

 

As pinturas têm como referência as ideias presentes no “Manifesto Antropofágico”, publicado em 1928, no qual Oswald de Andrade afirmava que “só a antropofagia nos une” e propunha “deglutir” o legado cultural europeu e “digeri-lo” sob a forma de uma arte tipicamente brasileira.Nestas pinturas, Daniel Lannesreinterpreta essas ideias através de imagens de filmes, músicas, etc. “As referências para a criação das obras são diversas, passando pelo cinema pornochanchada, o churrasco, Copacabana e outros elementos que despertam o apetite visual. Pego imagens históricas e imagens mundanas, que não deixam de ser representações da nossa história, e crio uma narrativa nova”, conta o artista.

 

Muitas obras são inspiradas em poemas e clássicos da literatura, como é o caso das pinturas “O prodígio”, inspirada no livro “Macunaíma” (1928), de Mário de Andrade, onde o artista pinta uma saia amarela de onde sai um rosto negro, como se fosse o nascimento de Macunaíma, e “O guesa errante”, inspirado no poema homônimo de Sousândrade, importante referência para os modernistas e tropicalistas. O poema é inspirado em uma lenda andina na qual um adolescente indígena, Guesa, seria sacrificado em oferecimento aos deuses. Daniel Lannes pinta uma mulher com os seios de fora, como se estivesse sendo possuída por um homem.

 

Outra obra presente na exposição, “A Herança Asmat”, na qual Lannes retrata Oswald de Andrade, misturando com referências da tribo Asmat, que era canibal. Na pintura, Oswald aparece protegido por uma espécie de escudo. Já “Carrossel Napolitano” foi inspirado no clipe da música “Copacabana”, de Barry Manilow, em que ele fala sobre paixão, música e o tradicional bairro carioca.

 

O “Manifesto Antropofágico” foi publicado na Revista de Antropofagia, que teve dois volumes, que eram chamados de “Dentição”, daí o nome da exposição. “A partir dessa palavra fui buscando imagens que não são só ilustrativas, mas que se relacionam com as ideias modernistas”, afirma Daniel Lannes, ressaltando que o manifesto tem muitas referências, que vão desde Freud até a história do Brasil, e, justamente por isso, ele também resolveu misturar as referências em suas pinturas. Os trabalhos são feitos primeiro em tinta acrílica e depois em tinta a óleo, que dá mais vida à pintura. “A tinta a óleo é mais carnal, tem uma coisa mais visceral”, afirma o artista, que parte de uma imagem prévia, muitas vezes composta de diversas referências, para realizar as pinturas. “Preciso de uma imagem para por na tela, vou buscando diversas imagens, recortando e direcionando, vendo o que pode ser montado. Mas há um certo momento em que preciso largar a imagem para resolver a pintura”, conta.

 

 

Sobre o artista

 

Daniel Lannes nasceu em 1981 em Niterói. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, é Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012) e Bacharel em Comunicação Social pela PUC-Rio (2006).

 

Dentre suas exposições individuais destacam-se: “A Luz Do Fogo” (2017), na Magic Beans Gallery, Berlim, Alemanha;“Costumes” (2014) e Dilúvio” (2012), na Galeria Luciana Caravello Arte Contemporânea; “República” (2011), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; “Só Lazer” (2011), na Galeria de Arte IBEU, no Rio de Janeiro; “Midnight Paintings” (2007), no Centro Cultural São Paulo, entre outras.

 

Dentre as exposições coletivas destacam-se: “HÖHENRAUSCH”, Eigen + Art gallery, Berlin, Alemanhae “Ao Amor do Público I” – Doações da ArtRio (2012-2015), ambas em 2016; “Tarsila e Mulheres Modernas”, no Museu de Arte do Rio (MAR) e “Renaissance”, na Maison Folie Wazemmes, na França, ambas em 2015; “Crer em Fantasmas” (2013), na Caixa Cultural de Brasília; “Gramática Urbana” (2012), no Centro de Arte Hélio Oiticica; “Arquivo Geral” (2009), no Centro Cultural da Justiça Federal; “Painting’s Edge” (2008), RiverSide Museum of Art, nos EUA, entre outras. Foi um dos vencedores da 6ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas (2017-2018). Realizou residência artística no Kunstresidenz Bad Gastein, Bad Gastein, Áustria, em 2015. Foi selecionado em 2015 para representar a cidade do Rio de Janeiro no Festival de Arte Lille3000, em Lille, França, foi indicado à 10a edição do Programa de prêmios e Comissões da Cisneros-Fontanals Art Foundation (CIFO) 2013 e contemplado com o prêmio FUNARTE Arte Contemporânea (2012). Foi, ainda, indicado ao Prêmio PIPA em 2011 e em 2012 e foi o ganhador do Prêmio Novíssimos do Salão de Arte IBEU (2010). Recebeu também bolsa de residência artística no The Idyllwild Arts Program Painting’s Edge, California, EUA, 2008, e bolsa de estudos na State University of New York / Fine Arts Department, em 2004.

 

Possui obras em importantes coleções públicas como Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR); Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, entre outras.

 

 

Até 07 de julho.

No Museu da República

Em pleno ano eleitoral, a artista Simone Michelin dá um toque de crítica e ironia à história do Brasil na exposição “Corte Matuta, o musical”, que será inaugurada no dia 9 de junho, às 15h, na Galeria do Lago, no Museu da República. Sob curadoria de Isabel Sanson Portella, a mostra será composta por uma videoinstalação que apresenta um concurso para escolha de representantes de quadrilhas juninas como metáfora ilustrativa do processo eleitoral.

 

No trabalho, a artista apresenta uma votação para a escolha da Corte Matuta, Rei Matuto e Rainha Caipira, realizada em Boa Vista (RR), além de animações de maquetes 3D do Palácio do Planalto, águias e cowboys. A trilha sonora foi feita a partir de uma colagem dos comandos originais da quadrilha com fragmentos de músicas brasileiras, abrangendo diferentes períodos históricos.

 

“Para a pesquisa musical, utilizei o livro “Quem foi que inventou o Brasil?”, de Franklin Martins, que reúne mais de mil canções que contam a história da República de 1902 a 2002. Deslocando o contexto original da festa popular, minha intenção é parodiar a estrutura do estado brasileiro”, conta Simone Michelin.

 

 

Sobre a artista

 

Simone Michelin é artista e pesquisadora. Nascida em Bento Gonçalves (RS), vive e trabalha no Rio de Janeiro. Expõe seu trabalho e faz conferências no Brasil e exterior desde os anos 1980. Participa da segunda geração da Videoarte Nacional, pioneira nas investigações em arte e tecnologia no Brasil.

 

Sua última individual no Rio de Janeiro foi em 2013, na galeria A Gentil Carioca. No momento, seus trabalhos podem ser vistos nas exposições “Feito Poeira ao Vento”, fotografia na coleção do MAR – Museu de Arte do Rio, e “Todas as Mulheres do Mundo”, presenças femininas na coleção EAV Parque Lage, na Galeria EAV do Parque Lage.

 

Até 16 de agosto.

Wilson Piran, “ouro” no MNBA

A primeira individual no Museu Nacional de Belas Artes, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, foi em 1977. Agora, quatro décadas depois, o artista Wilson Piran retorna, para abrir a exposição “Nem tudo que brilha é ouro”, na qual apresenta 26 objetos e esculturas, de diferentes materiais, todos recobertos de falso ouro.

 

Artista com viés pop e que usa materiais pouco convencionais, antes eram os nomes dos artistas e suas obras que o inspiravam a produzir trabalhos que questionavam a arte e seu universo, agora são os objetos e os materiais que são explorados para indagar: o que é arte, onde está a arte?,  encontrando poesia e expressão nessa curiosa garimpagem. Do ponto de vista do artista “…se antes era a purpurina que resplandecia conceitos, agora é o brilho do falso ouro que pretende estimular prazerosamente o espectador”, afirma Wilson Piran.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em Nova Friburgo, RJ, a partir de 1969 Piran se transfere para o Rio de Janeiro e ingressa na antiga Escola Nacional de Belas Artes, frequentando o curso de pintura, tendo sido aluno de Abelardo Zaluar, Mário Barata e Quirino Campofiorito. Entre 1970 a 1984, trabalhou como decorador de vitrines de joalherias. Participou de salões de arte e exposições coletivas, com desenhos e colagens. Durante este período, obteve seus primeiros prêmios chamando a atenção da crítica especializada, pavimentando desse modo sua trajetória artística.

 

Realizou em 1977, sua primeira exposição individual no Museu Nacional de Belas Artes com a série de trabalhos, que o crítico Roberto Pontual denominou “Conceituais humorísticos”. Desde então, sua produção vai se caracterizar pela busca de uma forma de comunicação efetiva, aliando o conceito e a visualidade, para encontrar poesia nas dúvidas e incertezas do artista e da própria arte. (fotos: Luiz Carlos Lacerda/Divulgação).

 

 

Até 09 de setembro.