Paula Rego em filme

08/nov

Aconteceu dia 07 de novembro a projeção de filme: “Paula Rego, histórias e segredos”, na Carpintaria, Rua Jardim Botânico 971, Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Vale a pena o registro do evento.

 

 

Sobre o filme

 

Conhecida por ser muito privada, Paula Rego revela-se pela primeira vez neste filme, surpreendendo o seu filho, o cineasta Nick Willing, com histórias e segredos da sua vida excepcional, uma vida de luta contra o fascismo, um mundo da arte misógino e a depressão.

 

Nascida em Portugal, um país sobre o qual o pai lhe disse que não era bom para as mulheres, Rego usou as suas imagens poderosas como uma arma contra a ditadura antes de se estabelecer em Londres, onde continuou a abordar questões sobre a situação da mulher como o direito ao aborto. Mas, acima de tudo, as suas pinturas são um vislumbre crítico sobre um mundo íntimo de tragédia pessoal, fantasias perversas e verdades constrangedoras.

 

Nick Willing combina um grande arquivo de filmes caseiros e fotografias de família com entrevistas que percorrem 60 anos de vida e imagens de Rego trabalhando no seu estúdio. E o resultado é um poderoso retrato pessoal da vida e obra de uma artista cujo legado vai sobreviver ao tempo, ilustrado visualmente em pastel, carvão e tinta a óleo.

 

“Paula Rego, histórias e segredos”, um filme de Nick Willing, Documentário, 93 min, Reino Unido, 2017.

 

Exposição relacionada: Paula Rego e Adriana Varejão/Até 11 de novembro.

Edu Simões – Clichê/Rio

07/nov

O fotógrafo Edu Simões realiza exposição individual a partir de 08 de novembro na Galeria Marcelo Guarnieri, Ipanema, exibindo em “Edu Simões – Clichê/Rio”, 36 imagens feitas cartões-postais do Rio de Janeiro. Simões, no entanto, lança um novo olhar sobre esses lugares, inspirado nos romances, contos, crônicas e poemas de grandes nomes da literatura brasileira, como Machado de Assis, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Carlos Heitor Cony. As fotos são todas em preto e branco e foram produzidas entre 2000 e 2012.

 

“O Rio de Janeiro é uma das cidades mais fotografadas do mundo. Existe uma fórmula de se ver o Rio, por meio das alegorias do carnaval, das praias, das belezas naturais. O meu desejo, nesta exposição, é mostrar outros espaços não imaginados, tendo como inspiração o que a literatura brasileira pode oferecer na busca por outras formas”, explica Simões, motivado pelo desafio de enfrentar o que mais “assusta” um fotógrafo: o clichê.

 

Na exposição, o encontro entre a Fotografia e a Literatura evidencia-se, por exemplo, nas imagens dedicadas ao mineiro Carlos Drummond de Andrade, no ano de 2012. A praia de Copacabana, bairro onde residiu o poeta e escritor, ganha contornos modernistas, no qual a preocupação é o rigor geométrico, evidenciado pela perspectiva das linhas quadradas de uma trave de futebol na areia da praia, ou, ainda, na arquitetura do hall do Palácio de Capanema, antiga sede do Ministério da Educação, local em que Drummond trabalhou, bem como serviu de cenário a alguns de seus contos e crônicas.

 

Uma passagem de “O Búfalo”, conto de Clarice Lispector, descreve o peso natural do corpo de um elefante e o contraste de sua docilidade ao se deixar ser conduzido para um circo. Na poética visual de Edu Simões, o trecho transforma-se na imagem de uma tromba de elefante apoiada num muro branco no Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista. Num outro sentido de “animalidade”, desta vez artificial, a imagem “O Cisne” (2000/2001), mostra uma Lagoa Rodrigo de Freitas, presente nas crônicas de Carlos Heitor Cony, como o cenário de um filme noir; ao invés de destacar as águas envolvendo as ruas do bairro, Simões opta por colocar em primeiro plano a estrutura de um pedalinho de cisne e todos os seus detalhes.

 

Fotojornalista experiente, Edu Simões foi convidado em 2001 por uma publicação especializada em literatura para revelar, pela fotografia, a cidade do Rio de Janeiro como personagem, a partir da escrita de autores nacionais que imortalizaram, de forma direta ou indireta, os cartões-postais, ruas, morros, praias e demais paisagens da cidade. Para isto, o fotógrafo leu as obras dos escritores, e roteirizou o que aparecia em cada obra literária. Com o mapa traçado, Simões saía, como um flâneur, em busca do inesperado daqueles locais, que, quase sempre, já havia sido retratado por outros artistas da imagem.

 

Edu Simões acumulou, ao longo destes anos, um grande acervo de imagens, que materializam a procura de um Rio que não seja apenas um ideal de paisagem, mas uma personagem, a partir da incursão pelas letras e imaginários dos escritores. Desse modo, Edu Simões foi quase como guiado por suas histórias na escolha de seus assuntos e lugares, mantendo, em algumas dessas fotografias, o espírito da época da qual falavam. Um tipo incomum de viagem no tempo que tais imagens nos proporcionam: voltar ao passado a partir de um retrato do presente.

 

 

Sobre o artista

 

Edu Simões nasceu em São Paulo, em 1956. Vive e trabalha em São Paulo, SP, fotografou grandes nomes da cena política, cultural e artística brasileira, entre as décadas de 1970 e 1990, como editor de fotografia de revistas como Bravo, República e os Cadernos da Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles. Ainda no período de 1970/80, teve uma forte atuação no campo das hard news, fotografando os movimentos populares que desaguaram no fim da ditadura militar, sobretudo as greves do ABC e de São Paulo, ganhando em 1981, o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. A partir dos anos 2000, Simões assume um trabalho mais independente e autoral, que embora se distancie dos preceitos do fotojornalismo, ainda guarda algumas de suas marcas. Seus trabalhos integram importantes coleções, como Coleção Pirelli/MASP, São Paulo; MAM-São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu da Imagem e do Som, São Paulo; Centro de La Imagen de México e Maison Européenne de la Photographie, França. Das diversas exposições individuais e coletivas que participou, destacam-se: Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio), MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2016); Amazônia, La Quatrieme Image, Espace des Blancs-Manteaux, Paris, França (2014); Eu tenho um sonho, exposição à céu aberto na favela da Rocinha, Rio de Janeiro (2013); Trois Photographes de FotoRio – Gastronomie pour une dure journée de labeur, Maison Européenne de la Photographie, Paris, França (2011); Vestígios: O Rio de Machado de Assis, FotoRio, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro (2009); Sons e imagens da terra, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil (2006); Eine Sammlung – Die Photographische Sammlung des Museu de Arte Moderna de São Paulo, Galeria 68Elf, Espaço cultural Exit Art, Colônia, Alemanha (2001); Fotojornalistas Brasileiros, Museu da Imagem e do Som, São Paulo (1990); Fotografia Brasileira Contemporânea, SESC Pompéia, São Paulo (1993); Brésil des Brésiliens, Centre Pompidou, Paris, França (1983).

 

 

Sobre a galeria

 

Marcelo Guarnieri iniciou as atividades como galerista nos anos 1980, em Ribeirão Preto, e se tornou uma importante referência para as artes visuais na cidade, exibindo artistas como Amilcar de Castro, Carmela Gross, Iberê Camargo, Lívio Abramo, Marcello Grassmann, Piza, Tomie Ohtake, Volpi e diversos outros. Atualmente com três espaços expositivos – São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto – a galeria permanece focada em um diálogo contínuo entre a arte moderna e contemporânea, exibindo e representando artistas de diferentes gerações e contextos – nacionais e internacionais, estabelecidos e emergentes – que trabalham com diversos meios e pesquisas.

 

 

Até 09 de dezembro.

Pedro Tebyriça no IBEU

01/nov

O artista plástico e fotógrafo Pedro Tebyriçá mirou sua câmera à beira-mar e fez registros de um espaço democrático por excelência, o Arpoador, para compor a exposição “À Beira”, que será inaugurada na Galeria de Arte IBEU, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, no próximo dia 07 de novembro. Esta é sua primeira individual exclusivamente de fotografias, após um hiato de dez anos sem expor (sua última exposição foi na Galeria Debret, em Paris). Nascido no bairro carioca, Tebyriçá viveu por 30 anos no edifício “Marambaia” – o mais antigo da área, construído à beira do mar -, de onde, da mesma janela, se vê as praias do Arpoador, Ipanema, Leblon, as Ilhas Cagarras e o Morro Dois Irmãos. Isto influenciou a poética do artista, que registrou de uma maneira pessoal características próprias e múltiplas daquele local.

 

 

A palavra do artista

 

“O curador, César Kiraly, selecionou 20 fotos, nas quais conjugo duas linguagens: umas com a luz estourada, outras com algum colorido, já que fotografo sempre em P&B. A fotografia, para mim, significa um renascimento, um amadurecimento. Lanço um olhar de artista plástico sobre as minhas fotos.”

 

 

Sobre o artista

 

Pedro Tebyriça estudou com Aluísio Carvão e Sergio Campos Mello e trabalhou com o fotógrafo Paulo Azevedo. Realizou exposições individuais nas galerias Debret, Paris, 2007, com pinturas; Centro Cultural Cândido Mendes, RJ, 1996, desenhos; Galeria Arte Espaço, RJ, 1990, desenhos; Galeria Contemporânea, RJ, 1984, colagens e fotografias. Entre as exibições coletivas que participou destacam-se Nanoexposição, Grupo DOC, Vitória, 2006, objetos; Nanoexposição, Grupo DOC, Belo Horizonte e Curitiba, 2005, objetos; Miami Beach Convention Center, Art Miami 94, 1994, desenhos e objetos; Rio Design Center, RJ, 1993 e 1989, colagens e fotografias; Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, 47º Salão Paranaense, 1990, desenhos; Galeria Contemporânea, RJ, 1988 e 1985, esculturas e objetos; 10º, 8º e 4º Salão Carioca de Arte, 1986, 1984 e 1980, desenhos e colagens; Galeria Divulgação e Pesquisa, RJ, 1983, desenhos. Seus trabalhos encontram-se nas coleções Marcantonio Villaça, Antonio Bernardo e Luiz Séve.

 

 

Até 1º de dezembro.

Jazz de Matisse no Rio

31/out

Em cartaz na Caixa Cultural Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Jazz” reúne 20 pranchas do pintor, desenhista e escultor francês Henri Matisse feitas especialmente para o álbum publicado em 1947. Impressas com a técnica au pochoir, as imagens variam da abstração a figuras de grande vivacidade, mescladas a um texto manuscrito impresso em fac-símile no qual Matisse (1869-1954) tece observações sobre assuntos diversos. O próprio autor esclarece que a composição aborda assuntos ligados ao circo, contos populares e viagens, com ritmo identificável aos sons de uma orquestra de jazz.

 

A técnica usada foi desenvolvida por Matisse no início da década de 1940, quando, obrigado a passar longos períodos na cama e na cadeira de rodas em recuperação de uma delicada cirurgia, o artista combinou desenho e pintura em colagens feitas com papeis recortados e coloridos com guache.

 

A mostra chegou ao Rio após temporadas de sucesso em Salvador, Brasília, Recife e Fortaleza. A curadoria é de Ana Paola Baptista.

 

 

Até 22 de dezembro.

Niemeyer na Pinakotheke Rio

30/out

A Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro, Botafogo, RJ, apresenta a exposição “Oscar Niemeyer – Territórios da Criação”, que celebra os 110 anos de nascimento do genial arquiteto com um conjunto inédito de desenhos, pinturas, esculturas e peças de mobiliário feitos por ele. Com curadoria de Marcus Lontra, a mostra reúne ainda obras de artistas como Portinari, Bruno Giorgi, Burle Marx, Tenreiro, Athos Bulcão, Ceschiatti, Franz Weissmann e Tomie Ohtake, que foram amigos e trabalharam junto a Niemeyer em diversos de seus emblemáticos projetos.

 

“Oscar Niemeyer – Territórios da Criação” terá ainda uma sala especial com retratos do arquiteto assinados por reconhecidos fotógrafos como Antônio Guerreiro, Bob Wolfenson, Edu Simões, Evandro Teixeira, Juan Esteves, Luiz Garrido, Marcio Scavone, Nana Moraes, Nani Góis, Orlando Brito, Ricardo Fasanello, Rogerio Reis, Vilma Slomp, Walter Carvalho e Walter Firmo. As fotografias, em tamanho 50cm x 60cm, também constituirão uma caixa para colecionador, em tiragem limitada a trinta exemplares.

 

Oscar Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1907, e morreu na mesma cidade em 05 de dezembro de 2012. “Ao longo de sua vida, Niemeyer produziu intensamente e afirmou-se não apenas como arquiteto, como a primeira referência estética brasileira reconhecida em todo mundo, mas também como artista e intelectual respeitado, atuando em várias frentes do conhecimento humano”, afirma Marcus Lontra.

 

 

De 09 de novembro a 19 de dezembro.

 

Bechara no Salão Monumental do MAM Rio 

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo prorrogou a exposição “Fluxo Bruto”, com trabalhos inéditos do artista José Bechara, que celebra seus 60 anos e sua trajetória iniciada em 1992. A curadoria é de Beate Reifenscheid, curadora e diretora do Ludwig Museum, Koblenz, Alemanha.

 

A mostra reúne trabalhos tridimensionais em grande escala, realizados em alumínio, mármore, madeira e vidros planos, além de pinturas sobre lona. O conjunto é formado por trabalhos inéditos, alguns deles desenvolvidos a partir de obras anteriores, que ganharam “novas ativações, contaminados pelas demais peças e pelo espaço arquitetônico”, comenta o artista.

 

José Bechara diz que “Fluxo Bruto” propõe uma “mirada para trabalhos em permanente alteração. Em estado bruto, esses trabalhos movimentam-se no curso da produção, e devem se concluir na obra a seguir”.

 

“Com exceção das pinturas, todos os demais trabalhos foram “construídos” no espaço expositivo durante os dias de montagem, a partir de escolhas frente às relações espaciais e de vizinhança entre as obras”, explica o artista. Na grande parede branca do Salão Monumental, com trinta metros de comprimento, estão três diferentes trabalhos com vidros planos, pertencentes ao que o artista chama de “pesquisa recente”.

 

Beate Reifenscheid afirma que “José Bechara é um dos artistas mais interessantes da cena de arte contemporânea brasileira. Iniciou a carreira como pintor, com uma forma de linguagem radicalmente reduzida, compromissada, ainda hoje, com a arte concreta no sentido mais amplo da palavra. São a sua noção e o seu entendimento profundos das estruturas construtivas que formam o esqueleto interno de suas pinturas, que modulam cores num tipo de espaço flutuante, ilimitado”. Ela observa que “fica claro também que o foco do artista está sempre em penetrar o espaço e compreender suas dimensões em percepção. O concreto e o não concreto estão fundamentados diretamente no nível das perspectivas possíveis”. A curadora destaca que “na arte contemporânea, o vidro é um material recém-explorado e artistas famosos, como Pierre Soulages, Gerhard Richter e Ai Weiwei, fizeram experiências com ele. As obras em vidro de José Bechara salientam a percepção conceitual do construtivismo brasileiro e a transferem para uma abordagem contemporânea”.

 

O primeiro, “Rabiscada (2017)”, utiliza cerca de dez placas – transparentes e leitosas – algumas suspensas e outras apoiadas no piso com cerca de 3,5m de altura e 10m de largura. Em meio às placas, uma linha geométrica formada por cerca de 20 varas finas, com 2m cada, na cor laranja percorrerá toda a extensão do trabalho desenhando por vezes à frente, por trás e também suspensas ou apoiadas na parede.

 

O segundo trabalho em vidro, “Sobre amarelos (2017)”, compreende placas de vidro e um cubo amarelo suspensos do teto, formando vários planos sobre uma pintura também em amarelo feita diretamente na parede do Salão Monumental.

 

O terceiro trabalho em vidro, “Angelas (2017)”, é o que exigiu maior logística na montagem, e demandou um guindaste para içar ao local expositivo três esferas maciças de diferentes mármores, pesando a maior cerca de 1,6 tonelada e as duas menores 250 kg cada, aproximadamente. Todos os elementos (vidros e esferas) estão suspensos a alturas entre 2 metros e 30 cm do piso.

 

Na grande parede de concreto, ao fundo do Salão monumental, está uma nova versão da peça “Miss Lu (2007-2017)”, que teve sua volumetria ampliada e ganhou elementos “intrusos” também em alumínio, chegando ao tamanho aproximado de 10m X 10m X 3m.

 

Na parede que faz face ao terraço, estão duas pinturas inéditas de aproximadamente 1,7m0 X 3,30m cada, além de um díptico “Musa e abismo“, de cerca de 1,80m X 5m, pertencente à coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz, e outras duas pinturas da coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio.

 

Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, curadores do MAM, observam no texto que acompanha a exposição, que os trabalhos de José Bechara, em alumínio, mármore, madeira, placas de vidro, tinta e oxidação de emulsões de cobre e ferro, são “tridimensionais que se confundem com pinturas, bidimensionais que se aproximam de esculturas”. “Trabalhos inéditos por estarem, de fato, sendo vistos pela primeira vez ou por reunirem peças realizadas em anos anteriores em outros arranjos, como a ampliação da volumetria original ou a adição de elementos intrusos, pensados a partir da relação com o espaço arquitetônico ou do diálogo com o conjunto da exposição”, comentam.

 

 

Trajetória

 

José Bechara iniciou sua trajetória com uma exposição individual no Centro Cultural Candido Mendes, no Rio de Janeiro, em 1992, mesmo ano em que integrou as coletivas “Gravidade e Aparência”, e “Diferenças”, ambas no Museu Nacional de Belas Artes, e “9X6”, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, todas no Rio de Janeiro.

 

“Só me lembro dessa coisa de 25 anos de trabalho quando alguém me pergunta. Como todos os dias acontece alguma coisa nova, tem sempre um ‘acidente’ novo no ateliê, eu não penso nisso. Dou mais atenção ao que pode acontecer do que o que aconteceu. Todo dia se parece com o primeiro dia. Quanto à idade, é a mesma coisa, já que todo dia tenho um novo plano. Estou sempre pensando em fazer alguma coisa que precisa de  tempo pra ser feita, então acho que não tenho muito interesse em idade. Tenho uma leve obsessão pelo porvir. Ainda”, diz o artista.

 

José Bechara se programa para participar, em setembro, da Bienalsur, em Buenos Aires, em outubro, da Bienal de Beijing, e em dezembro apresentará uma individual na galeria norte-americana Diana Lowenstein, por ocasião da Art Basel Miami. Em fevereiro de 2018, fará um projeto especial para a galeria XF Projects, em Madri.

 

O artista expôs este ano em Portugal, com curadoria de Miguel Sousa Ribeiro, no Espaço Adães Bermudes, em Alvito, no Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor, e no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. Esteve presente na ARCO 2017 (Feira de Arte Contemporânea), em Madri, nos espaços da galeria espanhola XF Projects (Palma de Maiorca e Madri), e das galerias portuguesas Mario Sequeira, na cidade de Braga, e Carlos Carvalho, em Lisboa. Em 2016, integrou a exposição “(In) Mobiliario”, na Galeria Habana, em Havana; “The agony and the ecstasy – Latin American art in the collections of Mallorca; A review based on contemporaneity”, no Museo d’Art Modern i Contemporani de Palma, em Palma de Mallorca, Espanha; “Este lugar lembra-te algum sítio? – 1º momento”, no Centro para os Assuntos de Arte e Arquitetura, Guimarães, Portugal; e a premiada “Em polvorosa – Panorama das Coleções MAM Rio”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Em novembro de 2015, o Ludwig Museum fez uma grande individual do artista, com curadoria de Beate Reifenscheid.

 

 

Sobre o artista

 

José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), localizada na mesma cidade. Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 29ª Panorama da Arte Brasileira; 5ª Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011 e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial – RJ. Realizou exposições individuais e coletivas em instituições como Fundação Eva Klabin – BR; Culturgest – PT; Instituto Figueiredo Ferraz – BR; Fundação Iberê Camargo – BR; MEIAC – ES; Instituto Valenciano de Arte Moderna – ES; MAM Rio de Janeiro -BR; MAC Paraná – BR; MAM Bahia – BR; MAC Niterói – BR; Instituto Tomie Ohtake – BR; Museu Vale – BR; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; Haus der Kilturen der Welt – DE; Ludwig Forum Fur Intl Kunst – DE; Kunst Museum – DE; Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) – BR; Centro Cultural São Paulo – BR; ASU Art Museum – USA; Museo Patio Herreriano (Museo de Arte Contemporáneo Español) – ES; MARCO de Vigo – ES; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Carpe Diem Arte e Pesquisa – PT; CAAA – PT; Musee Bozar – BE; Museu Casa das Onze Janelas – BR; Casa de Vidro/Instituto Lina Bo e P.M. Bardi – BR; Museu Oscar Niemeyer – BR; Centro de Arte Contemporáneo de Málaga (CAC Málaga) – ES; Museu Casal Solleric – ES; Fundação Calouste Gulbenkian – PT; entre outras. Possui obras integrando coleções públicas e privadas, a exemplo de MAM Rio de Janeiro – coleção Gilberto Chateaubriand–BR; Pinacoteca do Estado de São Paulo – BR; Museu Oscar Niemeyer – BR; Centre Pompidou  Paris – FR; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma – ES; Instituto Figueiredo Ferraz–BR; MAC Niterói – Coleção João Sattamini–BR; Instituto Itaú Cultural–BR; MAM Bahia–BR; MAC Paraná -BR; Ludwig Museum (Koblenz) – DE; Culturgest – PT; Benetton Foundation – IT; CAC Málaga-ES;  ASU Art Museum USA; MOLAA-USA; Ella Fontanal Cisneros – USA; Universidade Cândido Mende – BR; MARCO de Vigo – ES; Brasilea Stiftung,  – CH; Fundo BGA–BR, entre outras.

 

 

Sobre a curadora

 

Beate Reifenscheid é historiadora da arte, crítica de arte e curadora, especializada em arte contemporânea e do século 20, e nas relações artísticas entre Europa e China, e no papel dos museus e suas exposições. Ela estudou História da Arte, Estudos Alemães, Jornalismo e Comunicação na Ruhr-University, em Bochum, Alemanha, e na Universidade de Madri. Em 1985 se tornou mestre em arte, e em 1988 recebeu seu PhD em história da arte, pela Ruhr-University Bochum. De 1989 a 1991 ela integrou a equipe do Saarland Museum, em Saarbrücken, Alemanha, onde chefiou, de 1991 a 1997, o Departamento de Pinturas e Desenhos, e também o de Comunicação. Desde 1997 é diretora do Ludwig Museum, em Koblenz, Alemanha, e desde 2000 ele dá conferências em diversas instituições, e desde 2013 é professora honorária na Universidade de Koblenz-Landau, na Alemanha. Preside o ICOM (Comitê Internacional de Museus) da Alemanha.

 

 

Até 21 de janeiro de 2018.

Antonio Manuel exibição prorrogada

27/out

Devido ao sucesso, a exposição do artista plástico Antonio Manuel foi prorrogada até o dia 21 de novembro de 2017, na Cassia Bomeny Galeria, em  Ipanema, RJ. A mostra comemora os 70 anos de idade e 50 de trajetória do artista, que foi o representante do Brasil na Bienal de Veneza de 2015 e cujas obras integram o acervo de importantes coleções, como MoMA, em Nova York, e Tate Modern, em Londres. Com curadoria de Franz Manata, são apresentadas 15 pinturas inéditas que seguem os traços geométricos, que o artista vem trabalhando há alguns anos. A novidade fica por conta da introdução de texturas em algumas obras, como papel corrugado e tecido, além de recortes em algumas telas, transformando a parede em mais um elemento da pintura. Em algumas obras, ele utiliza também, pela primeira vez, tinta esmalte junto com a tinta acrílica – que sempre usou em suas pinturas -, com a intenção de mesclar o fosco com o brilho.

Painel de Portinari no MAM-Rio

25/out

O MAM Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, exibe atualmente a pintura de Candido Portinari, “Bodas de Caná”, legada em testamento pela viúva de Francisco Clementino de San Tiago Dantas.

 

San Tiago Dantas era amigo do artista, que encomendou a obra para a sala de jantar de sua residência na zona sul do Rio de Janeiro. A pintura a têmpera sobre madeira, com os traços inconfundíveis de Portinari, mede 170,7cm x 408,7cm. Sua transferência para o MAM, cercada de cuidados e realizada por restauradores contratados pelo Museu, foi possível graças ao patrocínio do Bank of America Merrill Lynch.

 

San Tiago Dantas foi uma personalidade preeminente, um intelectual respeitado, que atuou como jurista, escritor, jornalista, Ministro das Relações Exteriores (1961-1962) e da Fazenda (1963-1964), além de ter sido participante ativo da diretoria do MAM Rio no início da instituição. Foi vice-presidente do MAM em 1951-1952 e também ocupou interinamente a presidência do Museu, após a licença do cargo de Raymundo Ottoni de Castro Maya. Voltou a ser vice-presidente de 1953 a 1956. Sua viúva, Edméa de San Tiago Dantas, em testamento, transferiu ao MAM Rio o painel de Portinari

 

Candido Portinari (Brodósqui SP, 1903 – Rio de Janeiro RJ, Brasil, 1962) foi um dos pintores brasileiros mais conhecidos do século 20, e entre suas obras destaca-se o painel “Guerra e Paz” pintado para ser presenteado à sede da ONU em Nova York em 1956, mesmo ano em que iniciou a realização do painel “Bodas de Caná”.

 

“Bodas de Caná” retrata o primeiro milagre da vida pública de Jesus, quando ao acabar o vinho em uma festa de casamento, transformou, a pedido de sua mãe Maria, a água em vinho. Os personagens a sua volta expressam espanto e louvor.

 

 

Remoção do painel

 

O painel se encontrava encaixado em um nicho feito especialmente para ele na parede da sala de jantar. O processo de remoção da obra exigiu o trabalho de equipe especializada em restauração, que realizou a limpeza superficial com fixação de áreas em desprendimento, e ainda a prospecção dos parafusos e cunhas sob o estuque que o fixava, e a adequada proteção da obra para ser transportada em segurança por especialistas até o Museu.

 

 

Portinari no MAM

 

O importante painel “Bodas de Caná” se somará a outras dez obras de Candido Portinari pertencentes às Coleções MAM: a própria e a de Gilberto Chateaubriand/MAM Rio de Janeiro.

 

 

Sobre o Bank of America Merrill Lynch

 

O Bank of America é uma das principais instituições financeiras do mundo. Suas ações de responsabilidade corporativa têm foco em educação financeira, empreendedorismo de impacto, projetos de desenvolvimento econômico e arte e cultura. Esses temas apresentam grande potencial de transformação e de geração de benefícios para os cidadãos e para toda a sociedade. Dentre outras iniciativas, pode-se destacar o Projeto de Conservação de Arte (Art Conservation Project), em que o banco provê recursos financeiros a museus sem fins lucrativos ao redor do mundo, destinados à conservação de obras de arte de importância histórica ou cultural. Desde 2010, fornece subsídios para museus em 29 países, financiando 100 projetos de conservação.

 

 

Até 26 de novembro de 2017.

Duas vezes Thomas Baccaro

20/out

Em dobradinha inédita na cidade, o público poderá conferir neste mês de outubro, os trabalhos do premiado fotógrafo Thomas Baccaro em duas ocasiões. A primeira é a exposição “Viver, Conviver & Reviver”, com 112 fotografias de 53 pessoas com mais de 55 anos, que já percorreu São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. A mostra estará em cartaz no Centro Cultural dos Correios, de 20 de outubro a 15 de novembro. A segunda será na CASACOR Rio, de 24 de outubro a 30 de novembro, no ambiente assinado pela arquiteta Paola Ribeiro, com seis fotografias fine art, registradas na Itália e Grécia.

 

O contato de Thomas com museus, galerias, exposições e artistas começou cedo. Ele herdou da família suas referências artísticas: é filho dos italianos Giuseppe Baccaro, galerista, negociante e leiloeiro de arte, e Fiorella Giovagnoli, restauratrice;  e foi enteado do diretor de cinema Hector Babenco e do fotógrafo Mario Cravo Neto. Aos 42 anos, já realizou mais de 22 exibições individuais de um total de 48 exposições das quais participou. Entre os prêmios, destaque para AI-AP Latin American Fotografía 3 (EUA, 2014); Mostra Istituzionale Forte Sangallo di Nettuno Contemporary Art (Itália, 2012); Prêmio Colunistas Norte e Nordeste (Brasil 2000 a 2008); e Museu de Arte Contemporânea de Americana (Brasil, 1998).

 

“Esta é a primeira vez que vou expor no Rio de Janeiro. Era um desejo antigo, pois meu pai teve muitas parcerias na cidade, sempre me falava muito do mercado carioca. Inclusive, estou a procura de uma representação na capital”, revela Thomas, que busca em suas viagens nacionais e internacionais a matéria-prima para suas fotografias. “Este ano fui a Itália e Marrocos, acabo de voltar de uma temporada em Galápagos e logo embarco para um trabalho em Minas Gerais”.

 

A exposição “Viver, Conviver & Reviver” – idealizada pelo programa Itaú Viver Mais, que promove o envelhecimento ativo, além de estimular a arte e a cultura – reúne mais de uma centena de fotografias de Thomas Baccaro. As imagens são acompanhadas pelos textos “A Arte De Ficar Mais Velho”, de Drauzio Varella, e “A Arte de ser Artista”, de Paulo Klein, produzidos com exclusividade para a mostra.

 

“Fazer cada um dos fotografados se sentirem especiais e belos, foi o objetivo deste ensaio. Quis que cada um pudesse viver mais esta experiência, entre tantas já vividas”, conta Thomas, que tem como uma das características de seu trabalho a facilidade de captar espontaneidade.

 

CASACOR: série fotografias clicadas na costa italiana e grega, no ambiente da renomada Paola Ribeiro

De 24 de outubro a 30 de novembro, no Porto Maravilha, acontece a 27ª edição da CASACOR Rio, mais relevante mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo do Brasil. Com exclusividade para a arquiteta  Paola Ribeiro, Thomas irá expor imagens registradas na Grécia e Itália (Sicília e Ligúria), com o tema “água”, já que o ambiente será um spa. Serão seis fotografias em três tamanhos: 1,40m x 1,40m, 60cm x 90cm e  1,10m x 1,65m.

 

“Esta é a sexta vez que participo da CASACOR, entre edições no Rio e São Paulo, junto com a Paola. Como o ambiente é um spa, selecionamos entre tantas outras, imagens de água e mar, transmitindo a ideia da paz e da calma através de tons verdes e azuis”, explica Thomas.

 

Nós, os Gatos

16/out

O produtor cultural e artista plástico Marcio Meneghini, falecido este ano, era apaixonado por seu gato Cadu. Dessa paixão nasceu uma grande coleção de peças relacionadas ao mundo felino. Para homenagear Márcio, seu irmão, Écio Cordeiro de Mello, organizou a exposição “Nós, os Gatos”, que abre dia 17 de outubro no Parque das Ruínas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ.

 

Serão cerca de 100 peças sobre este bicho misterioso, dono de sete vidas. De brinquedos comprados em lojas de fast food até peças garimpadas em feiras de antiguidades pelo mundo, Marcio foi criando, pouco a pouco, um acervo que convida a todos a conhecerem um pouco mais sobre seu amor pelos animais de estimação. Um programa para toda a família, com classificação livre.

 

Se os gatos têm sete vidas, eles também têm muitas imagens. Pode ser Maneki Neko, o gato da sorte na cultura japonesa; ou Bastet, a personificação da deusa da fertilidade Antigo Egito; e ainda um personagem divino, muito comum nas culturas celta, persa e nórdica. O gato tem sua figura adorada em diferentes épocas, povos e culturas. Do melhor amigo das bruxas para companheiro fiel de Marcio Meneghini, esse animal felino é o tema central da exposição que tem entrada é gratuita e fica em cartaz até o dia 29 deste mês.

 

 

Sobre Marcio Meneghini – Por Cláudia Boechat

 

Um anjo endiabrado. Curioso, singular, querido. Assim era o Marcinho. Angelical por sua generosidade, alegria, solidariedade, carinho. Encapetado por suas travessuras e prazer de viver. Talvez por essas qualidades se apegou a um bichinho bem parecido com ele: o gato, sagrado e profano. Divino no Antigo Egito e favorito das bruxas; animal sensível e amoroso, além de famoso por suas traquinagens.

 

 

De 17 a 29 de outubro.