Amilcar de Castro na Silvia Cintra + Box 4

07/abr

Para celebrar os 30 anos de representação no Rio de Janeiro da obra do escultor mineiro Amilcar de Castro (1920/2002), a galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, – a ser inaugurada no dia 19 de abril – preparou uma exposição com alguns trabalhos inéditos e curiosidades do processo criativo deste grande artista brasileiro. Faz parte da mostra uma série de 10 desenhos em papel com esboços das esculturas feitas por Amilcar ao longo da década de 80.

 

Nos desenhos é possível ver anotados cálculos, prováveis títulos das peças e até o telefone de fornecedores. Outros dois desenhos maiores e uma maquete, chamada carinhosamente por ele de “peteca”, mostram os testes do artista para a famosa “escultura de vidro” criada da década de 80 e que também está na exposição.

 

Outro destaque da seleção é o tampo de uma mesa de madeira usada por Amilcar como apoio para fazer as telas. Depois que esse tampo ficava bem “sujo” de tinta, o artista então fazia de fato uma pintura sobre essa memória de camadas. Ao longo de sua carreira foram feitos 15 tampos que eram consideradas por Amilcar suas únicas pinturas, já que suas telas eram chamadas por ele de desenhos.

 

No campo das esculturas, a surpresa fica por conta de uma grande obra em aço corten dos anos 50, uma das primeiras feitas em grande formato, e uma pequena escultura em granito, a única nesse material em toda sua trajetória. Completa a exposição três desenhos sobre tela da série de linhas, realizadas na década de 90.

 

A exposição de Amilcar de Castro no Rio de Janeiro acontece junto a outra homenagem ao artista. Durante a feira Frieze NY, a galeria irá apresentar um grande estande apenas com obras do escultor feitas entre as décadas de 1970 e 1980.

 

 

De 19 de abril a 27 de maio.

Livro de Rosângela Rennó

06/abr

Na próxima terça, dia 11, será o lançamento do livro da exposição “O Espírito de Tudo”, de Rosângela Rennó, no Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. A edição bilíngue conta com textos da curadora Evangelina Seiler, da própria artista e com citações de autores consagrados como Walter Benjamin, Marcel Proust e Ítalo Calvino.

 
Rosângela manteve no livro o caminho percorrido na exposição, obedecendo a uma lógica sensorial. “É importante ressaltar que eu não lanço um catálogo, mas um livro em que as obras ganham um tratamento especial por estarem em outro meio. O que na exposição era vídeo, por exemplo, agora apresenta imagens gráficas. É um prolongamento do trabalho”, explica a artista.

 

 

 
Lançamento:

11 de abril- Rio de Janeiro –
Horário: 18h30 no Oi Futuro Flamengo, Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo.
Rio de Janeiro
168 páginas, edição de 2017.

Preço de capa: R$ 90,00.

 

Décio Vieira, homenageado

04/abr

Da abstração ao neoconcretismo: uma homenagem a Décio Vieira. Esta exposição é um dos frutos da profícua parceria firmada em 2016 entre o Sistema Fecomércio RJ, por meio do Sesc, e o Museu de Arte do Rio – MAR. Focada no projeto Partiu MAR!, programa de formação continuada de professores e visitas educativas ao museu, a parceria estende-se também ao programa curatorial, permitindo que sejam realizadas exposições de forma conjunta, de modo a ampliar o alcance deste programa para além da capital carioca.

 

Esta é a primeira vez que o MAR apresenta uma mostra fora de sua sede, na Praça Mauá, além de ser uma das mais ricas parcerias curatoriais que desenvolvemos até então. Foi por conta da vontade de pensar coletivamente que surgiu este projeto, nascido de um olhar prospectivo sobre a complexidade da história do Palácio Quitandinha, onde hoje funciona a unidade de Petrópolis do Sesc. Esta é, portanto, uma preciosa oportunidade de expansão das perspectivas e das ações do Museu de Arte do Rio.

 

 

Museu de Arte do Rio – MAR

 

A mostra parte de um marco fundamental para a história da arte brasileira, a 1ª Exposição nacional de arte abstrata, realizada aqui, no Palácio Quitandinha, em 1953. Sob a organização geral de Edmundo Jorge e Décio Vieira – e por meio de articulações que envolveram também a Associação Petropolitana de Belas Artes e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro –, a exposição foi um dos momentos inaugurais de afirmação social de uma arte não figurativa no Brasil.

 

Pouco programática em termos de escolhas estéticas e políticas dentro do campo da abstração, e diferentemente de iniciativas posteriores, a 1ª Exposição nacional de arte abstrata não buscava afirmar um paradigma construtivo único, mas abrir espaço para as liberdades de investigação então em efervescência. “Da abstração ao neoconcretismo: uma homenagem a Décio Vieira” apresenta, por um lado, uma contextualização histórica do campo da arte do Rio de Janeiro entre as décadas de 1940 e 1950 e, por outro, a trajetória pessoal de Décio, articulando o indivíduo à coletividade como forma de dar a ver a instauração de um ambiente moderno no país. Além de organizador da mostra, ele foi também o artista premiado pelo júri formado por Mário Pedrosa, Niomar Muniz Sodré e Flávio de Aquino.

 

Não apenas sua importância para a exposição e o ambiente de consolidação de uma arte não figurativa no país, mas também a contribuição e permanente revolução de Décio Vieira para a arte são evidenciadas nesta mostra. Integrante do Grupo Frente – responsável pela afirmação de uma agenda de arte concreta no Brasil -, logo depois ele passou a desenvolver sua obra em chave neoconcreta, evidenciando uma produtiva inquietação. Sua trajetória da “abstração ao neoconcreto” fala da singularidade da obra de Décio e nos adverte do inquestionável lugar de importância do estado do Rio de Janeiro diante da cultura brasileira.

 

 

Até 09 de julho.

Nelson Felix no MAM-Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no próximo dia 08 de abril a exposição “Trilha para 2 lugares e trilha para 2 lugares”, com trabalho homônimo inédito de Nelson Felix – a quarta e última parte da série “O Método Poético para Descontrole de Localidade”, iniciada em 1984. A obra reúne a vivência do artista em dois locais distintos: Citera, uma ilha na Grécia, e a cidade de Santa Rosa, no pampa argentino.  A palavra trilha, repetida duas vezes no título da exposição, tem duplo significado: o percurso percorrido pelo artista e a presença sonora. Um cabo de aço atravessará o espaço do MAM, em tensão máxima, a ponto de emitir um som que será captado e amplificado. Com um total de 270 metros – 35 metros estirados a 60 centímetros do chão e o restante tensionado em volta de pilastras do Museu – o cabo de aço aponta para duas direções: Citera e Santa Rosa.  

 

Em uma pequena sala fechada e toda forrada por espuma, haverá três monitores onde serão exibidos vídeos que registram a vivência do artista em cada um dos locais. As imagens foram feitas por Guilherme Begué e Cristiano Burlan, este último  há quatro anos se dedica a fazer um filme sobre o artista. Caixas de som irão reproduzir o som emitido pela tensão do cabo de aço, que se somará ao som ambiente dos vídeos, constituindo assim, a sua trilha sonora. A estrutura de edição das imagens, que ora se duplicam ora se alternam nos monitores, se assemelha a uma composição musical para três instrumentos.

 

O trabalho de Nelson Felix torna assim o museu dúbio instrumento: musical e uma espécie de bússola, formalizada na direção que indica o cabo de aço no espaço expositivo, a mesma percorrida pelo artista no globo terrestre.

 

A série “O Método Poético para Descontrole de Localidade” sempre teve na poesia seu ponto de partida. No trabalho apresentado no MAM Rio, foi a obra do poeta francês Mallarmé, principalmente seu poema “Um lance de dado jamais abolirá o acaso”, que determinou o início do processo. Nelson Felix lançou sobre um mapa-múndi um dado com o número seis em todas as faces, em data e hora estabelecidas, e em local incidental do curso de uma estrada. Daí surgiram os dois locais-eixo do trabalho: Citera e Santa Rosa (pampa argentino).  Em Citera, lançou o dado ao mar, em Santa Rosa, o enterrou. Nesses lugares, o artista desenhou compulsivamente, durante várias horas, impregnado do ambiente e ao mesmo tempo deixando sua marca nele, como se fundisse à paisagem.

 

Depois de estar em Citera, Nelson Felix observou que “vários artistas realizaram obras sobre a peregrinação a esta ilha: Watteau, Gerard de Nerval, Verlaine, Victor Hugo, Debussy, mais recentemente Theo Angelopoulos, e principalmente Baudelaire, grande influência de Mallarmé”. E descobriu ainda outro fato curioso em comum a esses artistas: com exceção de Watteau, todos haviam frequentado o café-restaurante Closerie des Lilas, em Paris, fundado em 1847. Nelson Felix se sentiu impelido a ir, ele mesmo ao local, e de lá acrescenta algumas imagens aos vídeos da exposição.

 

 

A palavra da curadoria

 

 

Trilha para 2 lugares e trilha para 2 lugares, de Nelson Felix, inscreve-se com destaque na programação do MAM de 2017. Tal destaque, entretanto, não se restringe ao reconhecimento da importância inegável de sua obra para a produção contemporânea brasileira. Ao acolher esse projeto da série Método poético para descontrole de localidade (iniciada com o projeto 4 cantos feito pelo artista, a convite da Fundação Serralves, em 2007, na cidade do Porto, em Portugal, o museu também reitera sua vocação experimental e vincula, uma vez mais, seu nome a outras mostras emblemáticas de artistas e movimentos artísticos brasileiros aqui realizadas. Finalmente, Trilha para 2 lugares e trilha para 2 lugares soma-se ao nosso programa de exposições temporárias, cuja dinâmica é complementar àquela das mostras do acervo – ou seja, revelar outros pontos de vista da produção de artistas que fazem parte de nossa coleção.

 

De acordo com Felix os trabalhos dessa série “visam traduzir uma ideia de espaço simultâneo, de construção poética que amalgamam locais por meio do desenho […]. Nesse sentido, esculturas, desenhos, ações, fotografias, vídeos e deslocamentos ilustram um texto formando uma noção de lugar que se submete a um desenho no globo terrestre.” A confluência desses espaços diversos, fundamentados experiencialmente, só pode fazer sentido e ser produzida com base num “método poético para descontrole de localidade” marco que separa a ambiguidade poética característica da arte da experimentação cientificamente regulada.

Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no Rio de Janeiro, em 1954, Nelson Felix ocupa lugar de destaque na cena contemporânea desde 1978, quando integrou a exposição “Artistas Cariocas”, na Fundação Bienal de São Paulo, até a recente mostra individual “O Oco” (2015), na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Com diversos prêmios, residências e exposições no Brasil e no exterior, o artista participou ainda de várias bienais, como a III Trienal de Desenho (1986), no Germanishes National museum, em Nuremberg, Alemanha; XXIII Bienal Internacional de São Paulo (1996); Bienal do Barro (1998), no Centro Cultural de Maracaibo, Venezuela; II Bienal do Mercosul (1999), em Porto Alegre; Brasil + 500 anos, Mostra do Redescobrimento, Bienal de São Paulo (2000); V Bienal do Mercosul (2005), em Porto Alegre; Bienal no Instituto Tomie Ohtake (2010), em São Paulo; Bienal do Vento Sul (2011), em Curitiba.

 

 

 

De 08 de abril a 04 de junho.

“Jardim de Guerra”, de Neville D´Almeida

29/mar

O filme “Jardim de Guerra”, de 1968, de Neville D´Almeida, será exibido no Cine Joia, em Copacabana, quase 50 anos após sua produção. Recolhido pela censura em 1968, o filme será apresentado ao público por ocasião da exposição “Permissão para falar”, que tem curadoria de Fernanda Lopes e está em cartaz na galeria Athena Contemporânea até o dia 1º de abril.

 

A exibição do filme “Jardim de Guerra” será precedida do curta-metragem “Redenção”, de 2017, que tem direção de Neville D’Almeida e Joaquim Haickel, e seguida de debate com Neville, a curadora Fernanda Lopes e a artista plástica Laura Belém, uma das artistas da exposição “Permissão para falar”, cujo trabalho motivou a exibição do filme. Na mostra, a artista apresenta a obra “Hoje tem cine”, de 2015, em que cria letreiros em neon com títulos dos filmes que marcaram a história do Cine Palladium, um dos cinemas mais importantes de Belo Horizonte. Dentre estes filmes, está o “Jardim de Guerra”, apresentado pela primeira vez no cinema mineiro.

 

“Jardim de Guerra” é o primeiro filme do cineasta Neville D’Almeida, com argumento e roteiro do cineasta com Jorge Mautner. O longa foi proibido e interditado e jamais exibido comercialmente. Preste a completar 50 anos, o filme inaugurou a quinzena dos Realizadores do festival de Cannes, em 1969, foi premiado no festival de Brasília e exibido em vários festivais na Europa. Foi consagrado como um dos ícones do cinema experimental e do cinema de invenção.

 

 

 

Sobre a exposição

 

 

“Permissão para falar”, em cartaz na Athena Contemporânea, tem a palavra como ponto de partida e reúne obras recentes e inéditas de destacados artistas da cena contemporânea brasileira: Laura Belém, Lais Myrrha, Vanderlei Lopes, Yuri Firmeza (que apresenta uma obra em parceria com Frederico Benevides), Paula Scamparini, Diego Bressani, Beto Shwafaty, Jaime Lauriano e Sara Ramo. Em comum, todas as obras trazem palavras, com interesse especial em seus uso e variações de significados. Muitas delas possuem escritas, literalmente, mas nem todas. Neste caso, a palavra é a base de construção de um discurso, que traz mais de um significado. “A exposição tem como ponto de partida a palavra. Não a palavra isolada, com significado único e fixo, mas sim a palavra como construção e como discurso, que pode assumir diferentes características e leituras a partir do ponto de vista e do contexto de leitura. Nenhuma palavra pode ser lida sozinha, isolada, fora de contexto. Toda fala é construída, se constrói a partir de pontos de vista e referências, e não elimina a possibilidade de existência de outros olhares”, explica a curadora Fernanda Lopes, que ressalta que “essa é uma exposição interessada em pensar o lugar da fala e da escuta”.

 

 

Dia 29 de março de 2017, às 20h30

 

Cine Joia – Av. Nossa Sra. de Copacabana, 680 – Copacabana

 

Programação:

 

Curta-metragem “Redenção” (2017), Direção: Neville D’Almeida e Joaquim Haickel, Guarnicê Produções, 15 min.

 

Jardim de Guerra (1968), 100min., Classificação: 16 anos.

 

Debate com o diretor Neville D´Almeida, a curadora Fernanda Lopes e artista plástica Laura Belém.

 

Exposição “Permissão para falar”

 

Galeria Athena Contemporânea, Rio de Janeiro, Shopping Cassino Atlântico

Dentro

28/mar

“Dentro” é a primeira mostra do programa Sala de Encontro. Foi desenhada como conjunto plural que reúne, justapõe e integra em um vasto campo poético, obras que proporcionam abordagens situadas além da mera contemplação, convidando o público à reflexão e mergulho no universo complexo da arte. No dia 28 de março, às 16h, teremos conversa aberta ao público com a presença dos artistas e do curador.

 

Artistas convidados : Carla Guagliardi, Cildo Meireles, Sérgio Sister, Waltercio Caldas.

 

Obras do acervo MAR
Amilcar de Castro, Belmiro de Almeida,Dias & Riedweg, Gustavo Rezende, Kimi Nii, Kurt Klagsbrunn, Mario Cravo Neto, Mira Schendell, Montez Magno e Reis Junior.

 

 

A Sala de Encontro

 

Sala de Encontro é um espaço imersivo dedicado a exposições especiais que propõem um encontro direto e intenso com o universo poético, plural e híbrido da arte. Destina-se a todos – e em especial a crianças e jovens – visando explorar e incitar a criação de meios de experimentação e reflexão em torno da arte. Abre uma nova perspectiva de ação para o espaço expositivo do museu, buscando aprofundar conceitos básicos do projeto do MAR: democratização do sistema e do instrumental da arte.

 

Nosso desejo é que esse espaço funcione como um campo experimental de troca e aprendizado entre dois mundos: o da arte e o de quem a experimenta, o da linguagem aberta da arte e o da linguagem que configura-se como instrumento e lugar do sujeito no mundo, o de um museu socialmente ativo e o de seu público.
Sala de Encontro convida para a permanência e engajamento do público em atividades que deverão ser realizadas em seu interior. Seu mobiliário visa acolher palestras, pequenos concertos, performances, etc. – e, em particular, receber programas de formação oferecidos pelo museu. Evandro Salles – Diretor cultural

Retratos de Assis Horta

24/mar

O Espaço Cultural BNDES, Centro, Rio de Janeiro, RJ, abriu ao público a exposição “Assis Horta: Retratos”, com mais de 200 fotografias em preto e branco em diversos formatos, do fotógrafo mineiro Assis Alves Horta, que se tornou uma referência ao registrar os primeiros retratos de operários legalmente registrados no Brasil, pela recém-criada carteira de trabalho, em 1943.

 

Assis Horta tem 99 anos e possui um acervo que contempla também cenas do patrimônio histórico nacional. A curadoria é do pesquisador Guilherme Rebello Horta, que revelou a raridade e importância deste acervo fotográfico em uma série de exposições já apresentadas em Ouro Preto, Diamantina, Tiradentes e Belo Horizonte, e em Brasília. A exposição, que chega agora ao Rio de Janeiro, é o desdobramento do projeto vencedor do XII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da FUNARTE – “Assis Horta: A Democratização do Retrato Fotográfico através da CLT”.

 

Guilherme Horta, que apesar do sobrenome, não é parente de Assis Horta, conta que a partir de 1° de maio de 1943, com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), milhares de trabalhadores precisaram tirar seus retratos para a carteira profissional – talvez em seu primeiro contato com uma câmera fotográfica. “A fotografia, que até então se destinava a retratar a sociedade burguesa, começou a ser descoberta pela classe operária. O retrato entrou na vida do trabalhador: realizou sonhos, dignificou, atenuou a saudade, eternizou esse ser humano, mostrou sua face”, destaca o curador. Assis Horta manteve estúdio fotográfico em Diamantina entre as décadas de 1940 e 1970, registrando em chapas de vidro praticamente toda a sociedade diamantinense da época. Seu acervo fotográfico de retratos da classe operária brasileira representa um corte nessa nova possibilidade da fotografia no Brasil e é o objeto dessa exposição, que decifra a gênese do trabalhador brasileiro legalmente registrado.

 

Para que o público conheça a potência da obra de Assis Horta, a exposição conterá três módulos. O primeiro módulo é representado pelo Decreto Lei que instituiu o uso da Carteira de Trabalho (CTPS), e os primeiros retratos 3×4 com data. As fotografias são impressas em papel fine art, e montadas em molduras de madeira sem vidro. Em seguida, o visitante encontrará um confronto entre a fotografia de identidade civil e o retrato como gênero artístico. Por fim, na terceira parte, serão apresentadas imagens do trabalhador no estúdio fotográfico. Sozinho, com os amigos ou com a família, o operário brasileiro, que já havia ganhado sua identidade de cidadão, adquiriu sua dignidade e imortalidade por meio do retrato fotográfico.

 

A mostra terá uma parte interativa: uma reprodução do antigo estúdio fotográfico “Foto Assis” permitirá ao visitante interagir com a exposição, fazendo suas próprias imagens (ou selfies) nos mesmos moldes das antigas, revivendo todo o cenário e o clima das fotografias de Assis Horta. Ao lado, vitrines com materiais do estúdio original: filmes, câmera e materiais de laboratório vão mostrar o processo de trabalho de Assis Horta. Por fim, haverá uma fotografia em grande formato, mostrando em 360 graus a cidade mineira de Diamantina, onde ficava o estúdio do fotógrafo.

 

 

Até 05 de maio.

Arte contemporânea angolana

A Caixa Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, na Galeria 3, a exposição “Daqui pra frente – Arte contemporânea em Angola”, com obras de três artistas da novíssima geração do país: Délio Jasse, Mónica de Miranda e Yonamine. Com a curadoria de Michelle Sales, a mostra exibe fotografias, vídeos e instalações, fazendo um mapeamento da fronteira estética entre a Angola de hoje e as imagens submersas e muitas vezes escondidas de um passado colonial recente. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.

 

“A representação da fronteira, excessivamente recorrente no pensamento atual, discute as trocas culturais que ocorrem na situação de pós-independência que muitas das ex-colônias vivem hoje. “Na maioria das vezes, tais territórios são encarados como esquecidos, vigiados e vazios”, comenta a curadora Michelle Sales.

 

É justamente essa perspectiva que o trabalho dos artistas busca problematizar e questionar sob diferentes óticas. As obras de DélioJasse, por exemplo, consistem, num embate direto de referências que fazem alusão à crise de todo o modelo colonial e seus desdobramentos contemporâneos: guerra, exílio, perdas. Através do retrato de rostos escavados numa antiga feira de antiguidades de Lisboa, Délio nos coloca frente a frente com aquilo que mais as práticas coloniais se ocuparam de apagar: as identidades.

 

Já Mónica de Miranda mostra os pedaços de uma memória coletiva que resiste no tempo. Angolana da diáspora, seu trabalho atravessa diversas fronteiras e esboça uma paisagem de identidades plurais inspiradas pela própria existência e vivência de uma artista itinerante. Sua poética autoral e autorreferencial, inerente a uma geração que cresceu longe de casa, já lhe rendeu diversos prêmios internacionais.

 

E o trabalho de Yonamine remete à arte urbana, usando referências que vêm do grafite, da serigrafia e da pintura, num embate violento com o acúmulo cultural do caótico cenário político-econômico de Angola. A alusão ao tempo presente é recorrente na utilização de jornais como suporte. São muitas camadas históricas que se somam, produzindo imagens profundamente perturbadoras e desestabilizadoras. O artista fala de um país cujo passado foi sistematicamente apagado, seja pela Guerra Civil, pela ocupação russa, cubana e agora chinesa e coreana.

 

 

Até 14 de maio.

 

7ª edição da ArtRio

A ArtRio 2017, que acontece entre os dias 13 e 17 de setembro, tem novo endereço este ano: a Marina da Glória. O espaço, totalmente renovado e com vista para icônicos cartões postais da cidade – a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar – irá receber pela primeira vez as mais importantes galerias brasileiras e internacionais.

 

“A ArtRio chega a sua 7ª edição com uma proposta madura, consistente e baseada na alta qualidade do trabalho que vem realizando. A decisão de levar o evento para a Marina da Glória tem como base a criação de um novo espaço para a feira, mais amplo e integrado, com novas possibilidades de ações e projetos. Nosso foco principal com a ArtRio continua sendo estimular o mercado de arte no Brasil e atuar para que o mesmo seja sério, reconhecido globalmente e baseado em princípios éticos de respeito à arte”, indica Brenda Valansi, presidente da ArtRio.

 

 

A Marina da Glória 

 

A Marina da Glória é administrada pela BR Marinas, que investiu R$70 milhões na revitalização da área. Na parte náutica, toda a estrutura foi renovada com modernos equipamentos nos melhores padrões internacionais e ampliada, triplicando o número de vagas para barcos. Entre outras novidades estão mais espaços para eventos e um parque público projetado pelo escritório Burle Marx, responsável pelo projeto original do Parque do Flamengo, o que garante a total integração com o entorno.

 

Em novembro, o local recebeu a exposição “Monumental – Arte na Marina da Glória”, com trabalhos de grandes proporções de 20 artistas, entre eles Antonio Bokel, Almandrade, Almicar de Castro, Artur Lescher, Caligrapixo, Delson Uchoa, Franz Weissmann, Galeno e Ursula Tautz.  A exposição deu início a uma ocupação das artes plásticas no local, um dos compromissos da administração com os cariocas.

 

“Com a revitalização da Marina da Glória consolidamos seu potencial náutico e turístico, além de termos uma área diferenciada e aberta a diversas intervenções. Queremos transformar o espaço em referência para as artes e a chega da ArtRio nós dá essa chancela. Estamos muito orgulhosos com essa parceria”, disse Gabriela Lobato, presidente do Grupo BR Marinas.

 

 

Inscrições para a ArtRio 2017

 

As inscrições para a 7ª edição da ArtRio, começaram no dia 06 de março.

 

Os formulários de inscrição serão avaliados pelo Comitê de Seleção da ArtRio, que analisa diversos pontos como relevância em seu mercado de atuação, artistas que representa – com exclusividade ou não -, número de exposições realizadas ao ano e participação em eventos e/ou feiras.

 

O Comitê 2017 é formado pelos galeristas Alexandre Gabriel (Galeria Fortes Vilaça / SP); Anita Schwartz (Anita Schwartz Galeria de Arte / RJ); Elsa Ravazzolo (A Gentil Carioca / RJ); Eduardo Brandão (Galeria Vermelho / SP) e Max Perlingeiro (Pinakotheke Cultural / RJ).

 

 

A feira internacional

 

Chegando a sua 7ª edição, a ArtRio tem entre suas metas ser um dos principais eventos de negócios no segmento da arte, além de estimular o crescimento de um novo público através do acesso à cultura. A feira apresenta as galerias em dois programas: PANORAMA, com galerias nacionais e estrangeiras com atuação estabelecida no mercado de arte moderna e contemporânea, e VISTA, dedicado às galerias jovens, com projetos de curadoria experimental.

 

Reconhecida como um dos mais importantes eventos do segmento, a ArtRio faz parte do calendário oficial de eventos da cidade do Rio de Janeiro.

 

Além da presença dos nomes de forte relevância no mercado brasileiro e internacional, a ArtRio tem foco também em apresentar as galerias novas, com artistas jovens, que já estão sendo reconhecidas como grandes apostas para o mercado de arte.

 

A ArtRio é uma grande plataforma de arte, com atividades e projetos que acontecem ao longo de todo o ano para a difusão do conceito de arte no país, solidificar o mercado e estimular o crescimento de um novo público. Entre os focos das ações está o incentivo à visitação de museus, exposições e galerias e o auxílio no resgate da memória da arte com base na valorização dos artistas, galeristas e curadores brasileiros.

 

Desde a edição da feira de 2013, a ArtRio realiza uma parceria com o Museu de Arte do Rio – MAR, estimulando os visitantes do evento a doarem obras expostas – previamente selecionadas e identificadas nas galerias pelos diretores da instituição, para a difusão da prática da doação de obras para museus e coleções públicas no Brasil.

 

A ArtRio é realizada pela BEX Produções e tem patrocínio máster do Bradesco, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

   

 

PLATAFORMA ARTRIO

 

A ArtRio tem suas bases em três grandes pilares: Conexões, Conteúdo Artístico e Feira Internacional.

 

 Conexões

Ligações e parcerias da ArtRio com outras marcas ou instituições.

 

 

  • ArtRio CARIOCA

 

Evento teve sua primeira edição em 2016 com a participação exclusiva de galerias com atuação no Rio de Janeiro.

 

 

  • Prêmio FOCO Bradesco/ArtRio

 

Em 2017 acontece a 5ª edição do Prêmio FOCO Bradesco ArtRio, que tem como objetivo fomentar e difundir a produção de artistas visuais emergentes, com até 15 anos de carreira. São selecionados três artistas brasileiros, que têm a oportunidade de participar de residência e exposição em três importantes instituições do cenário atual e também expor na feira internacional.

 

A seleção dos vencedores é feita por um Comitê Curatorial independente com direção do curador do Prêmio, Bernardo Mosqueira.

 

 

  • CIGA – Circuito Integrado de Galerias de Arte

 

A 4ª edição do CIGA está prevista para acontecer no primeiro semestre do ano. Durante o CIGA, as galerias de arte têm programação especial como abertura de exposições, visitas guiadas, finissages e performances, entre outras atividades.

 

O CIGA tem entre seus objetivos estimular a visitação às galerias de arte, além dos museus e centros culturais.

 

 

  • ArtRio Social

 

Agenda de atividades que levam cultura, informação e arte para organizações não-governamentais e escolas da rede municipal de ensino. Entre as ações estão visitas guiadas a exposições em centro culturais e museus, organização de palestras e doação de materiais para serem reutilizados por artesãos da ONGs.

 

 

  • Intervenções Bradesco/ArtRio

 

Exposição realizada nos mesmos dias da feira, leva obras de larga escala para espaços públicos. Em 2016, foi realizada nos jardins do Museu da República com obras de importantes artistas como Ernesto Neto, Barrão e Raul Mourão.

 

 

Conteúdo

Informação e entretenimento, com foco na divulgação de conteúdo artístico:

 

  • Portal ArtRio 

 

Com atualização permanente durante o ano, é uma grande central de notícias sobre o universo das artes, com informações sobre o que acontece no Rio de Janeiro e no mundo. Dessa forma, a marca ArtRio traz a arte para uma pauta mais abrangente, estimula a divulgação artística e dos conceitos da arte, enquanto fornece as bases para a formação de um novo público.

 

O portal traz a agenda dos eventos, exposições e mostras realizadas na cidade e tem parceria com os museus egalerias para constante divulgação de suas atividades.

 

 

  • Pílulas de Arte

 

Série de programas, com até três minutos de duração cada, realizados em parceria com o Canal CURTA! com depoimentos de artistas brasileiros contemporâneos sobre seus processos criativos e obras, além de entrevistas com curadores, críticos e galeristas.

 

 

  • Circuitos Artísticos

 

Criação de circuitos de arte na cidade do Rio de Janeiro, com a indicação, dentro de uma linha de visitação e história, de roteiros de arte (pública, imaterial, urbana, arquitetônica etc) que estão em locais de visitação pública (ruas, museus, galerias, paisagens).

 

 

  • Web Rádio

 

Disponível 24 horas por dia com música de qualidade, entrevistas e notícias sobre o cenário de artes visuais. Em sua programação está o primeiro programa nacional totalmente dedicado à Arte Sonora. A rádio conta também com mixtapes assinadas por convidados.

Acervo textual, fotográfico e visual 

23/mar

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, na Galeria 4, a exposição “À mercê do impossível – Ana Cristina Cesar”, que reúne a obra da poeta carioca tida como uma das principais artistas da geração de poetas que marcou os anos 1970 no Brasil. Serão apresentados escritos, fotografias e vídeos do acervo pessoal de Ana Cristina, visando não só homenagear sua trajetória, mas promover questionamentos e reflexões acerca de sua obra. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.

 

A mostra é a primeira no Brasil totalmente dedicada à vida e à obra de Ana Cristina, que completaria 65 anos em 2017. Dividida em quatro diferentes núcleos – textual; fotográfico e videográfico; sonoro e kids – a montagem do espaço se destaca pelas criativas saídas cenográficas utilizadas para expor de modo alternativo a seleção de poemas escolhidos. Com o objetivo de incentivar a leitura, a curadora Ana Hortides fez questão, ainda, de separar um espaço dedicado ao público infantil, com atividades dirigidas e contação de histórias com educadores. A concepção desse espaço é baseada no pequeno conto O conde que tinha o rei na barriga, escrito pela poeta em sua infância.

 

“A exposição “À mercê do impossível – Ana Cristina Cesar” faz um duplo convite ao público da cidade do Rio de Janeiro: por um lado, a entrar em contato com a obra, a biografia e a fortuna crítica a respeito desta que tem se consolidado como uma das maiores poetas brasileiras do século XX; por outro, a mergulhar no prazer de seu texto, e ficar, como diz Ana no verso que dá título à mostra, à mercê do impossível” declara Thiago Grisolia, um dos curadores. “Para tanto, contaremos com peças de seu acervo de fotografias e documentos, as primeiras edições de seus livros, um filme sobre sua poética e ainda realizaremos um seminário com importantes estudiosos de sua obra. Mas, sobretudo, contaremos com seus poemas, que, sendo a parte mais essencial de seu legado, ganharão corpo na galeria da Caixa Cultural Rio de Janeiro”, enumera.

 

 

Seminário e catálogo

 

No dia 1º de abril (sábado), haverá um seminário com três mesas que discutirão diferentes temáticas acerca da obra de Ana Cristina Cesar. A primeira mesa, Biografia/Ficção, terá início às 14h, com a participação de Heloísa Buarque de Hollanda e Armando Freitas Filho. Às 16h, se inicia a mesa Intimidade/Mostração/Confissão, com a presença de Alice Sant’Anna, Italo Moriconi e Luciana diLeone. Em seguida, às 18h, a mesa Corpo/Crítica/Clínica, com Flavia Trocoli e Roberto Corrêa dos Santos, fecha o ciclo de debates. A mediação fica por conta do curador Thiago Grisolia e a entrada é franca, sujeita à lotação da sala. Após a última mesa, será lançado o catálogo da mostra.

 

 

Sobre a artista

 

Ana Cristina Cesar nasceu em 02 de junho de 1952, no Rio de Janeiro. Desde os quatro anos de idade, fazia poemas que, por ainda não saber escrever, eram ditados para sua mãe. Foi licenciada em Letras pela PUC-Rio, mestre em Comunicação pela UFRJ e Master of Arts (M.A.) em Theory and Practice of Literary Translation pela Universidade de Essex, na Inglaterra. Em vida, publicou “Cenas de abril”, de 1979, “Correspondência Completa”, de 1979, Luvas de pelica, de 1980, e A teus pés, de 1982, além de “Literatura não é documento”, de 1980, fruto de sua pesquisa acadêmica. Nos anos 1970, consolidou-se como uma das principais artistas da chamada “geração mimeógrafo”, com uma extensa produção de escritos, diários, correspondência e até mesmo esboços e desenhos. Após sua morte, em 1983, outros textos seus foram lançados em diversas edições, como “Poética”, de 2013. Além de poeta, foi professora, tradutora, ensaísta e pesquisadora, tendo sempre a literatura como principal objeto de trabalho.

 

 

Programação do Seminário:

 

1º de abril (sábado) –  Sala Margot

14h – Biografia/Ficção – Palestrantes: Heloísa Buarque de Hollanda e Armando Freitas Filho

16h – Intimidade/Mostração/Confissão – Palestrantes: Alice Sant’Anna, Italo Moriconi e Luciana diLeone

18h – Corpo/Crítica/Clínica – Palestrantes: Flavia Trocoli e Roberto Corrêa dos Santos;

 

Lançamento do catálogo

 

 

De 21 de março a 07 de maio.