Vergara exibe fotografias

30/ago

Na Galeria Marcia Barrozo do Amaral

26/ago

Wilson Piran costuma destacar a riqueza visual da geometria, cuja simplicidade não elimina a intensidade e o encantamento. O artista costuma impactar o visitante fazendo-o refletir sobre a necessidade de recuperar o lúdico e a alegria na arte. Com a série “Volúpias”, Piran comemora 40 anos no cenário da arte contemporânea em mostra inédita na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, com abertura marcada para o dia 13 de setembro. O dicionário define “Volúpia” como o grande prazer dos sentidos e sensações, formas e cores, e é o que Piran vem buscando através de esculturas em aço inox, produzidas com corte a laser, que vem sendo estudadas por ele há alguns anos. Em cores primárias e em aço inox aparente, as 14 peças permitem explorar possibilidades, sem uma posição definitiva.

 

 

Ao longo desse percurso o artista realizou sucessivas pesquisas de materiais, tais como papel, decalques, madeira, tecidos, purpurinas, acrílico, entre outros, apresentando trabalhos de caráter conceitual, mas sempre aliados à matéria. Com estes trabalhos participou de várias exposições coletivas e individuais, recebeu prêmios e tem obras incluídas em coleções importantes, tais como a coleção Gilberto Chateaubriand, coleção Luiz Chrysostomo de Oliveira e a coleção Randolfo Rocha. “Constelação”, obra que integra a coleção Gilberto Chateaubriand no MAM RJ, é emblemática desse período e apresenta nomes dos principais artistas brasileiros, realizados em madeira recoberta de purpurina, num verdadeiro work in progress, pois vem ao longo dos anos incorporando nomes de artistas das novas gerações. “Constelação” foi exposta pela primeira vez, na sua forma original, em 1982, na galeria de Marcia Barrozo do Amaral.

 

 

Novas pesquisas levaram o artista a explorar o papel cartão e o plástico poliestireno, com recortes, dobras e curvas que se entrelaçam em formas sinuosas e sensuais. “Senti a necessidade de procurar um material mais resistente que me permitisse realiza-los de forma mais estruturada. Surgiu o aço inox, e através dele venci o desafio de realizar formas maleáveis, apropriadas para o jogo visual pretendido, de exploração das sinuosidades, dos volumes, dos espaços vazios, das cores”, conta Wilson Piran.

 

 

A palavra do crítico

 

“Artista com forte influência da pop art, Piran acrescenta sensualidade, comunicação e encantamento nessa trigonometria provocante; seus objetos se deslocam diante do nosso olhar, brincam, dançam, tremulam repletos de musicalidade. Curvas niemeyerianas, bichos e trepantes, farfalhantes, eles abraçam o universo popular, cestarias, fuxicos, alma barroca popular brasileira. E assim eles se apresentam ao público: retratos do Brasil, sofisticados e simples, concretos e misteriosos, prenhes de beleza e sedução, brinquedos encantados que traduzam a nossa formação mestiça. E se, hoje, a arte não se proclama mais como a voz da transformação, esses recentes trabalhos de Wilson Piran colaboram para a realização de um presente mais sensível, bonito e verdadeiro”, destaca Marcus de Lontra Costa, que assina o texto da mostra.

 

 

De 13 de setembro a 15 de outubro.

Abaporu, até o dia 30

 

A célebre obra de Tarsila do Amaral, “Abaporu”, está na exposição “A cor do Brasil”, no MAR – Museu de Arte do Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, que apresenta percursos, inflexões e transformações da cor na história da arte brasileira. A cor é apresentada como projeto nos pintores viajantes dos séculos XVIII-XIX, nas investigações acadêmicas, nas experimentações modernas, nos projetos construtivos, nas radicalizações da forma dos anos 1960/70, nas explosões de cor dos anos 1980 e da atualidade. A curadoria traz a as assinaturas de Paulo Herkenhoff e Marcelo Campos.

Fabiano Al Makul na Galeria Um

25/ago

A Galeria Um, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, realiza a exposição “Caderno de Anotações”, individual do artista paulistano Fabiano AlMakul, com séries inéditas de fotografias dentro de sua pesquisa de cor, agora dedicada aos tons de laranja, azul-marinho e lilás, além do preto e branco.Serão mostradas três séries de fotografias dentro de sua pesquisa sobre cor, que atua como elemento de conexão de diferentes assuntos, como detalhes arquitetônicos, paisagens, objetos, texturas, cenas urbanas, entre outros. O artista cria conjuntos em média com 16 pequenas obras – os “polípticos” – que têm a predominância de uma só cor. Os diversos tons e materiais fotografados, agrupados como se fossem um grande quadro, levam o espectador a criar um ritmo com o olhar, que se detém em um detalhe e a seguir é atraído por outro. Na exposição estarão polípticos nas cores laranja, azul-marinho e lilás, em um total de cerca de 50 imagens.

 

Outro interesse do artista, a fotografia em preto e branco, também será exposto em “Caderno de Anotações”, com o registro de cenas do cotidiano caracterizadas pela simplicidade, e ricas em sombra e luz.  Serão 17 fotografias agrupadas em três polípticos: “Conflito”, “Caminhos” e “Elos”. Outras sete fotografias da série “Minha alma” serão exibidas separadamente.

 

 

Economista de formação, graduado pela FAAP, Fabiano Al Makul normalmente fotografa com câmeras digitais, mas não hesita em utilizar o celular quando está sem elas, e vê algo que o atrai. Independentemente da ferramenta que tem à mão, é fiel ao impacto do primeiro olhar. “É difícil encontrar novamente o mesmo ângulo”, diz. Reconhece que seu comportamento é quase compulsivo, por estar sempre ligado no que vê, e ser atraído por cenas na cidade a ponto de se desviar do caminho.  “Alguém deixa um paninho amarelo pendurado em uma porta turquesa, em um horário em que a luz está especial, e, pronto! A cena com alma está formada. A isso eu chamo de poesia do gesto”, explica. Ele conta ainda que às vezes está com uma série pronta, mas depara com novas situações que muitas vezes são inseridas no conjunto, e até modificam o contexto da obra. À medida que fotografa, vai delineando seu trabalho. A seleção se dá depois, entre dezenas de fotografias.

 

O título da exposição vem da definição dada por um amigo, o também fotógrafo Lucas Lenci, sobre o processo criativo de Fabiano AlMakul. “O Lucas sintetizou de maneira brilhante a melhor definição que alguém já deu de meu trabalho”, diz o artista. Além disso, foi no registro de um texto de rua, de autor desconhecido, a quem chama de “Curador do Acaso”, que encontrou a surpreendente leitura deste “Caderno de Anotações”.

 

 

 

Sobre o artista

 

Nasceu em 1973, na cidade de São Paulo, Brasil, onde vive e trabalha. Formado em Economia pela FAAP, em São Paulo, Fabiano Al Makul fez sua primeira exposição individual, “Elementos em Cor”, em 2013, onde mostrou sua pesquisa pela cor, a partir de elementos de cenas simples, cotidianas, ou mesmo em um espectro mais amplo. No mesmo ano, sua obra “Dona Tereza da Mangueira” se destacou na mostra coletiva “Mail ArtCupcake”, realizada no MuBE, em São Paulo, onde retrata outra de suas grandes paixões, a alma da velha guarda do samba. Em 2015, realizou sua segunda exposição individual, “A Riqueza da Cena Simples”, também em São Paulo, onde revelou em contexto poético a sutileza do detalhe de cenas que normalmente passariam despercebidas. Sua produção fotográfica, agrupada em polípticos, demonstrava então situações distintas conectadas pelas cores, e outras séries em que capturou com sensibilidade cenas do cotidiano ricas em sombra e luz. No final do mesmo ano, abriu em Belo Horizonte a exposição individual “Outros Olhos pra Ver”, uma seleção de seus trabalhos com curadoria do crítico Wilson Lazaro.Seu trabalho já integra coleções no Brasil e no exterior, como a CIFO – The CisnerosFontanalsArt Foundation, de Ella FontanalsCisneros.

 

 

De 01 de setembro a 15 de outubro.

 

Gesto artístico-simbólico

13/ago

De 15 a 23 de agosto, das 10h às 17h, o artista Ivan Henriques levará para a Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, RJ, sua escultura cinética “Pedalinho”, que filtra a água à medida que é movimentado. O pedalinho estará em frente ao Parque da Catacumba, perto do deque dos pedalinhos tradicionais.

 

O artista, radicado em Haia, Holanda, desde 2009, está no Rio de Janeiro para sua exposição “Repaisagem”, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, de 3 de agosto a 21 de outubro de 2016. Ele mostra suas biomáquinas, vídeos, fotografias e projetos das obras que desenvolve com a colaboração de cientistas europeus e brasileiros. A exposição, que tem curadoria do artista e da diretora da instituição, Izabela Pucu, reunirá trabalhos inéditos no Brasil, entre eles, está o “Pedalinho” (“Water bike”, 2016), uma escultura cinética flutuante e interativa, desenvolvida em parceria com alunos da Willem de Kooning Academy, de Roterdã, Holanda, especialmente para a exposição.

 

Trabalho interativo que convida o público a pedalar na superfície da água e, ao mesmo tempo, pensar sua interação com o meio ambiente, uma vez que o seu pedalar opera a filtragem da água. A obra é composta por materiais que combinam micro-organismos vivos que facilitam a purificação da água ao reciclá-la. Trata-se de um gesto artístico-simbólico, que o público é convidado a realizar, uma vez que não está comprometido com a eficácia na despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas aponta para a questão e desenvolve outras estratégias e possibilidades para se pensar esse tipo de interação ambiental.

 

O desenvolvimento desta proposta faz parte da evolução de biomáquinas construídas previamente pelo artista, que são formas híbridas entre organismos vivos e máquinas, que buscam uma evolução entre as máquinas e a natureza. O projeto aponta também para a colaboração de pesquisadores das disciplinas de arte, design, engenharia, biologia e robótica, tendo como foco as relações entre meio ambiente e sustentabilidade, a partir da urgência da despoluição de rios, baías e lagoas da Cidade e do Estado do Rio de Janeiro. O “Pedalinho” busca pensar o meio ambiente de uma forma poética, lúdica, ao contrário da idéia homem e máquina critica pelo genial Charles Chaplin, no filme “Tempos modernos” (1936).

 

Muro de Som

Muro de som é o projeto do artista Floriano Romano, sob curadoria de Guilherme Bueno, idealizado especialmente para o Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, no bairro de Santa Teresa, centro do Rio de Janeiro. O artista constrói um ambiente sonoro dentro do mundo – uma casa sonora – através dos seguintes trabalhos:

 

– Cúpulas sonoras [duas] estarão na escada de acesso ao pátio da casa. Elas contam histórias que apontam para um mundo possível e não para o que se passou na construção. É ficção e não documento;

 

– Espreguiçadeiras [três] se situam no mirante do Parque das Ruínas. São munidas de alto-falantes, na cabeceira, com som de mar, que contrasta com a paisagem, aqui entendida como ondas de luz. Romano propõe o hábito da escuta, deslocando o sonido  do mar para a espreguiçadeira;

 

– Muro de som são duas paredes de 330 x 170cm instaladas no coração da edificação, com 32 alto-falantes incrustrados em cada uma, que emitem som de vento. Esse registro foi feito com a expiração do artista;

 

– Binóculos sonoros [três] ficam no ponto mais alto do prédio.  Cada um aponta para uma ruína ou um castelo. Eles emitem histórias ficcionais, relacionando ruínas com memória, com história e com sonho. Se o visitante quiser mover o binóculo para além do limite determinado pelo artista, ouvirá uma espécie de microfonia.

 

A expressão “muro de som” ficou conhecida na cultura popular pelas técnicas de gravação do produtor musical americano Phil Spector nos anos 1960|70. “Resumidamente, tratava-se de uma camada de fundo criada pela execução de um mesmo som por vários músicos, como em uma orquestra, com a particularidade de usar guitarras e outros instrumentos da música pop (sem abrir mão de coros, conjuntos e instrumentos clássicos), provocando a sensação de ser envolvido por uma massa invisível, uma atmosfera sonora”, explica o curador Guilherme Bueno.

 

Muro de Som foi contemplada pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).

 

 

Sobre o artista

 

 

Floriano Romano nasceu no Rio de Janeiro,1969. Doutorando em Linguagens Visuais e professor-assistente de escultura na Escola de Belas Artes da UFRJ. Ele  trabalha com intervenções urbanas e sonoras, abertas à participação do público. Entre os prêmios e bolsas conquistados pelo artista estão: Prêmio CCBB Contemporâneo e Programa de Fomento Viva a Arte da Prefeitura do RJ (2015), Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea [Funarte] e o Prêmio Marcantônio Vilaça, da Funarte (2012);  Prêmio Interações Estéticas da Funarte com o trabalho “Sapatos Sonoros” (2009) e Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea com a performance Sample Way of Life” (2008). Sua performance com a mochila sonora “Falante” foi premiada no Salão de Abril, Fortaleza, em 2007, e participou da coletiva “Futuro do Presente”, no Itaú Cultural São Paulo. Em 2000-1 ganhou a bolsa de Artista Residente pela Câmara Municipal do Porto, Portugal, e, em 2008, a Bolsa de Estímulo às Artes Visuais da Funarte, com o projeto de intervenção urbana “Lugares e Instantes”. Ele fez mostras individuais na Galeria Laura Alvim em 2013,  “Sonar”, no CCBB RJ, em 2016, “Errância” e foi um dos participantes do projeto HOBRA – Residência Artística Holanda Brasil, no Rio, também em 2016. Entre várias outras coletivas, Romano realizou, em 2011, o projeto INTRASOM no MAM Rio e participou das coletivas Panorama da Arte Brasileira no MAM SP e “Voces Diferenciales”, em Havana, Cuba. Em 2009 integrou a 7ª Bienal do Mercosul, “Grito e Escuta”. Esteve na “Mostra Desenho das Ideias” com a ação sonora “Crude”, de Guilherme Vaz, usando a arquitetura do museu como instrumento para a composição, e na “Mostra Absurdo”, com seus “Chuveiros Sonoros”. Participou da coletiva “Desenhos&Diálogos” em 2010, na Anita Schwartz, RJ, através da qual expôs também na ArtRio 2011.

 

 

De 14 de agosto a 25 de setembro.

Fotos em co-autoria indígena

Em 2008, o fotógrafo e educador visual Danilo Christidis começou a visitar Vherá Poty, cacique da aldeia Guarani Mbyá de Itapuã, em Viamão, no Rio Grande do Sul, a fim de ensiná-lo a fotografar. Não demorou muito para que os papéis se invertessem – Poty se mostrou um fotografo talentoso e passou a ensinar a Danilo como perceber sua comunidade, cultura, filosofia e costumes. “Vamos te receber como uma criança, que precisa ser ensinada a perceber o mundo como nós percebemos”, disse o cacique.

 

O resultado desse intercâmbio está no livro de fotografias “Os Guarani Mbyá”, com registros feitos pela dupla ao longo de sete anos em visita a quinze comunidades indígenas dos Mbyá, subgrupo Guarani que mantém uma unidade religiosa e linguística bem delineada, o que permite o reconhecimento de seus iguais ainda que em aldeias distantes. Do livro, foram selecionadas 24 fotografias para a exposição de mesmo nome, que estreou em Porto Alegre em 2015,já passou por Tucumán (Argentina) e Montevidéu (Uruguai), e chega ao Rio de Janeiro, agora em exposição no Rio Design Barra.

 

As imagens compõe um retrato único de uma sociodiversidade pouco conhecida pelos brasileiros, em íntima comunhão com as matas subtropicais do sul e sudeste do Brasil, distinta por características como organização social, relação com a natureza, religiosidade, arte, educação, medicina, modos produtivos e manejo de recursos naturais, culinária, gestação e parto, além da compreensão da infância, velhice, nascimento e morte. A importância do entorno como fonte para a vida Guarani-Mbyá se reflete em todos os aspectos do “seu modo de ser”.

 

Quem traz a exposição pela primeira vez ao Rio de Janeiro é a marca carioca Reserva, através de seu programa de incentivo ao empreendedorismo social, Rebeldes com Causa. No período da exposição, a loja Reserva do Rio Design Barra terá venda exclusiva do livro “Os Guarani Mbyá”, por R$ 99,00, com renda destinada a projetos sociais conduzidos por Vherá Poty.

 

 
De 15 de agosto a 04 de setembro.

Destaques/Seleção Olímpica

09/ago

A Galeria de Arte Ipanema, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, realiza a mostra “Destaques do acervo – Seleção olímpica”, com cerca de 40 obras de artistas como Cildo Meireles, Carlos Cruz-Diez, Rubens Gerchman, Franz Weissmann, Henrique Oliveira, Olimpíada e Paralimpíada, Jesus Soto, Raymundo Colares, Beatriz Milhazes, Amilcar de Castro, Frans Krajcberg, José Resende, Waltercio Caldas, Sarah Morris, Lygia Clark, Lygia Pape, Sergio Camargo, Djanira, Di Cavalcanti, Alberto Guignard, Alfredo Volpi, Djanira, Julio Le Parc, Manabu Mabe, Wanda Pimentel, Maria Leontina, Victor Vasarely, Luis Tomasello, Juan Mele, Tomie Ohtake, Aluisio Carvão, Mira Schendel.

 

Dentre as pérolas do acervo da histórica galeria sediada na Rua Aníbal de Mendonça, Ipanema, está o conjunto de oito desenhos “Descala”, feitos em 2003 por Cildo Meireles, gravados quimicamente em chapas de aço carbono. De Carlos Cruz-Diez, um dos pioneiros da arte cinética, estará exposta a obra “Physichromie nº 1848” (2013), que se transforma à medida que o espectador olha enquanto caminha a sua frente. O raro trabalho “Tô Fora SP” (1968), de Rubens Gerchman, pintura com tinta acrílica sobre cartão, também está na exposição. Do escultor Franz Weissmann, a galeria mostrará “Coluna”  (1989), em ferro pintado, com 81 cm de altura. O paulista Henrique Oliveira, que já frequentava o circuito internacional da arte ganhou ainda mais notoriedade ao integrar a 29ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2010. Dele, será mostrada a pintura com acrílica sobre tela, também de 2010.

 

 

Breve histórico

 

Fundada por Luiz Sève, aos 24 anos, que cursava o último ano de engenharia na PUC, e sua tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro, a Galeria de Arte Ipanema teve como terceiro sócio Luiz Eduardo Guinle, e se instalou em 1965 em um dos salões do Copacabana Palace, passando depois para o térreo do Hotel, na Avenida Atlântica, onde permaneceu até 1973. Em 1968, Frederico Sève, irmão mais moço de Luiz Sève, entrou na sociedade no lugar de Luiz Eduardo Guinle. Com direção de Frederico Sève, a Galeria de Arte Ipanema manteve também um espaço em São Paulo, entre 1972 e 1989, na Rua Oscar Freire, em uma casa projetada por Ruy Ohtake especialmente para este fim, e depois na Rua da Consolação. Frederico permaneceu na sociedade até 2002.

 

Atualmente, Luiz Sève dirige a galeria ao lado de sua filha Luciana, no número 173 da Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, até finalizar a construção do espaço que tem projeto arquitetônico assinado por Miguel Pinto Guimarães, previsto para 2017, na quadra da praia da mesma rua, no endereço original que ocupou desde 1972 (ano compartilhado com o espaço no Hotel Copacabana Palace).

 

 

Até 24 de setembro.

Baravelli no Rio

08/ago

A próxima exposição da Galeria Marcelo Guarnieri, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, será com Luiz Paulo Baravelli, um dos grandes mestres vivos da arte nacional. Na mostra do Rio será apresentada uma série de “Caras”, produção que começou no final do ano passado a avançou até este momento. Além disso, Baravelli também traz um série de “Totens”, expostos no MAM Rio na década de 1970, dialogando com esta produção mais recente. Esta é a primeira vez que as obras voltam a serem expostas no Rio de Janeiro. Baravelli foi um dos fundadores da Escola Brasil com José Rezende, Fajardo e Frederico Nasser e foi um dos responsáveis pela formação de grandes artistas da Geração 80 como Leda Catunda, Flavia Ribeiro, entre outros.

 

O marchand Marcelo Guarnieri abre as portas para uma nova exposição exibindo duas fases da extensa produção assinada pelo artista paulistano Luiz Paulo Baravelli. Daí o nome” Duas das Partes: uma alusão à reunião de mais de uma série” – nesse caso quatro esculturas Krazy Kats, mostradas no MAM do Rio de Janeiro pela primeira vez há 40 anos, e sete obras do trabalho “Caras”, série originalmente exposta na Bienal de Veneza em 1984 e retomada por Baravelli no ano passado como sequência de uma cronologia circular – e não-linear – de trabalho. Em outras palavras, nesta atual exposição, Baravelli retoma o que foi produzido no começo da década de 1980, e também apresenta um pulo de 32 anos: o que ficou para trás e o que só agora faz sentido.

 

“Assim, esses acessórios para as paisagens do Krazy Kat, de 40 anos atrás, têm uma relação não evidente com as grandes obras de Caras. Em uma pintura como a Mona Lisa há uma grande figura em primeiro plano e lá no fundo há uma paisagem. A noção de espaço de um pintor é telescópica ao englobar duas distâncias em um conjunto coerente. Esta ‘telescopagem’ acontece aqui, de modo mais radical ao vermos rostos em extremo close e elementos de uma paisagem sem a paisagem”, explica o artista. “Acessórios de paisagens contrastados com rostos vistos em close colocam uma questão curiosa de chegar perto e ir para longe que é tão importante em meu trabalho.”

 

E o conceito de profundidade extrapola o espaço, discorrendo no tempo. Baravelli explica: “retomei a experiência de criação das caras 32 anos depois e este hiato faz uma espécie de percurso por uma paisagem temporal. As peças viajaram de uma exposição no MAM do Rio em 1976 até outra em Ipanema no ano de 2016.”
Sobre as novas e antigas caras de Baravelli, elas não possuem corpos, são autônomas e vivem dentro de sua lógica. Sem corpo a cabeça pode escolher a perna que bem entender, o pé que achar mais interessante, a vida que quiser seguir. Essa lógica se estende para a construção das obras – materiais dos mais diversos usos – tinta acrílica, encáustica, crayon, esmalte e goma-laca – utilizados sobre compensado recortado. As curvas dos trabalhos sugerem as imagens que são completadas pela pintura: uma mão que é cabelo e um cabelo que também é mão.

 

A escala dos trabalhos é algo fundamental, um rosto sem corpo que encara o espectador impondo uma presença intimidadora em a escala maior que a do corpo humano. O trabalhos maiores têm a dimensão de 220 x 160 cm, os menores 120 x 90 cm e são complementados por uma série de desenhos que serviram de apoio para a construção dos trabalhos da atual mostra. Baravelli é a prova viva da riqueza e atemporalidade da inteligência criativa que move artistas e estudiosos, mantendo-os sempre na ativa.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em 1942 na cidade de São Paulo, onde vive e trabalha, Luiz Paulo Baravelli estudou arquitetura na FAU-USP, desenho e pintura na Fundação Armando Álvares Penteado e, mais tarde, com o pintor Wesley Duke Lee, o qual exerceu grande influência em sua carreira. Foi um dos fundadores da Escola Brasil ao lado de Fajardo, José Rezende e Frederico Nasser, um espaço onde os artistas ministravam cursos livres de arte, e que movimentou a cena cultural de São Paulo nos anos 70. Foi co-editor da revista Malasartes, entre 1975 e 1976, e da revista Arte em São Paulo, no período de 1981 a 1983. Teve como alunos Leda Catunda, Flavia Ribeiro, entre outros, que foram o responsáveis pela volta da pintura nos anos 80, e que tinham em Baravelli o seu mestre. O artista sempre explora diversos materiais e técnicas em suas obras as quais frequentemente aparecem em “suportes não-suportes” com formatos irregulares (recortes) e se transfiguram como a própria natureza humana e a natureza das coisas em geral. São imagens-objeto. Aborda um “consciente virtual” que mistura impulsos humanos, espaço, tempo e referências culturais e se torna uma representação que desafia a realidade aparente, uma mise en scène da sociedade contemporânea ao estilo do artista.

 

 

 

Até 17 de setembro.

Repaginando a paisagem

03/ago

O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Relandscape/Repaisagem”, que reunirá trabalhos recentes e inéditos no Brasil do artista Ivan Henriques, brasileiro radicado em Haia, Holanda, desde 2009.  Com curadoria do próprio artista e da diretora do CMAHO, Izabela Pucu, as obras são resultado da pesquisa de Ivan Henriques em colaboração com cientistas e engenheiros europeus e brasileiros para a construção de máquinas híbridas – que unem robótica e organismos vivos.

 

As biomáquinas não somente podem melhorar o meio ambiente, como podem ser um protótipo de equipamento para adaptar a atmosfera de Marte para os seres humanos, pensando em uma migração futura. “Relandscape/Repaisagem” ocupará as galerias do térreo do CMAHO, e um dos destaques é o trabalho “Pedalinho” (“Water Bike”), projetado para a Lagoa Rodrigo de Freitas. Trata-se de uma escultura cinética interativa, um “pedalinho” que purifica a água quando pedalado.

 

Após a abertura da exposição no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, o Pedalinho estará na Lagoa Rodrigo de Freitas, entre 15 a 23 de agosto, para ser experimentado pelo público. Outras obras que estarão são três biomáquinas criadas por Ivan Henriques, mestre em ArtScience-Interfaculty pela Academia Real de Artes de Haia: “Protótipo para uma Biomáquina” (2012),  “Máquina Simbiótica” (2014) e “Caravel” (2016), desenvolvida em colaboração com cientistas da Faculdade de Bioengenharia da Universidade de Gante,  Bélgica.

 

Outros trabalhos em vídeo e fotografia desdobram a ideia central da exposição: a possibilidade de se redesenhar o mundo a partir de tecnologias que engendrem outras formas de relação entre os seres vivos. Haverá ainda, integrada à exposição, uma Sala de Informação contendo gráficos, filmes e documentos sobre as pesquisas do artista e seu processo de trabalho, além de visitas mediadas.

 

 

Até 22 de outubro.