Nova representação

30/maio

A Galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, anuncia  que passa a representar a obra de Sebastião Salgado e sua primeira exposição na galeria será em julho deste ano.

 

Sobre o artista

 

Nasceu em 1942 na vila de Conceição do Capim , vive e trabalha em Paris. Sebastião Salgado hoje é reconhecido como um dos maiores nomes da fotografia mundial. Suas exposições já viajaram por todos os continentes do globo, sendo vistas por milhões de pessoas nos mais importantes museus do mundo.  Salgado possui também uma extensa bibliografia, sendo alguns de seus trabalhos mais conhecidos os livros das séries “Trabalhadores”, “Exodus” e mais recentemente “Gênesis”. Sebastião Salgado é também, ao lado de Lélia, com quem é casado, fundador do Projeto Terra, que apoia o reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais. Por ter uma obra extremamente ligada a causas sociais e humanitárias, Salgado é hoje Embaixador da Boa Vontade da UNICEF e membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos  Estados Unidos. Recentemente o fotógrafo também foi eleito membro da respeitada Academia de Belas Artes da França. Em 2014 foi lançado o documentário “Sal da Terra” dirigido por Win Wenders e Juliano Salgado sobre a obra de Sebastião Salgado. O filme venceu o Cesar de Melhor Documentário e concorreu ao Oscar na mesma categoria.

Três na Artur Fidalgo

19/maio

A Artur Fidalgo galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta Fernando de La Rocque, Julia Debasse e Victor Arruda. Os artistas se reúnem para apresentar seus mais recentes trabalhos. Com caneta, aquarela e nanquim uma série de desenhos nos surpreende e nos afeta de várias formas. O desenhar obsessivo de Victor Arruda, os corpos flutuantes de Fernando de La Rocque e, através das aquarelas de Julia Debasse, temos expostas nossas fauna e flora interiores. Apesar das diferenças entre esses três artistas, as situações que envolvem o corpo, acabam se tornando uma conexão entre esses universos.

 

 

De 20 de maio a 10 de junho.

Novas pinturas de Gonçalo Ivo

18/maio

Gustavo Rebello Arte, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Aurora”, exposição individual do pintor Gonçalo Ivo. A mostra reúne parte das 35 pinturas que ilustram a edição brasileira do livro “Aurora”, do pai do artista, o escritor e poeta alagoano Lêdo Ivo (1924-2012), publicado postumamente na Espanha, em 2013, e que será lançado na abertura da mostra.

 

“É hora da partida/ parto sem levar nada/ no fim da madrugada, na aurora amanhecida”, são os versos que encerram o livro “Aurora”, de Lêdo Ivo, que conta com reproduções de pinturas de Gonçalo feitas especialmente para a edição brasileira do livro, em atenção a um desejo do poeta. Essas pinturas não apenas condensam e deslocam a recente investigação pictórica de Gonçalo Ivo, como servem para iluminar as 15 obras presentes na mostra, entre as quais duas pinturas feitas sobre fórmica, um suporte inédito em sua produção e apresentado pela primeira vez ao público.

 

Numa dessas telas, “Poema noturno”homenagem a Lêdo Ivo, de 2014, sobre fórmica negra, cruzes e linhas, recorrentes em suas últimas obras, estabelecem uma misteriosa constelação, cujas cores e movimento, carregam consigo a claridade que, no dizer de seu pai sobre a aurora, “… permite ver/ a matéria do mundo.”. Como sugerem os versos que, desta vez, abrem o livro preparado por Lêdo Ivo, “Ao romper da aurora/ tudo é epifania…”, e a pintura de Gonçalo, como se nota no conjunto agora exposto, continua a celebrar, em sua própria religiosidade, aparições que, “… vindo da sombra/ do mistério da noite…”, devolvem ao olhar a capacidade de surpreender-se e reanimar-se com coisas terrestres.

 

Sob a iniciativa da Gustavo Rebello Arte e com o apoio da Contra Capa Editora, a exposição, “Aurora”, conjuga, assim, duas linhas de força da trajetória de Gonçalo Ivo: a incessante investigação cromática, cotidianamente invocada em seu ateliê, e o diálogo com outras manifestações da arte e do espírito, não raro estabelecido na forma de livros.

 

 

 A opinião do escritor Valter Hugo Mãe

 

“A pintura de Gonçalo Ivo é mais do que um estudo da cor, é uma escola para a cor. Ali, ela aprende. Amadurece, como animal efetivamente caçado, que não pode mais deixar de assumir sua evidência no mundo. Cada tela é uma classe, feita de superior maestria, onde a luz incide para se adorar já não enquanto acaso, mas enquanto inteligência. É esta a diferença entre a cor por consciência e a casual. O trabalho de Gonçalo Ivo, cientista desta arte, é um modo de revelação, não enquanto delirante tentativa mas exatamente enquanto pronúncia de sábio que chega cada vez mais perto do que não se podia ver.”

 

 

Sobre o artista:

 

Gonçalo Ivo nasceu no Rio de Janeiro, 1958, pintor, ilustrador e professor. Filho do escritor Lêdo Ivo, estudou pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1975, orientado por Aluísio Carvão e Sérgio Campos Melo. Formado em Arquitetura pela Universidade Federal Fluminense, foi professor do Departamento de Atividades Educativas do MAM/RJ, entre 1984 e 1986. Deu aulas como visitante na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – EBA/UFRJ, também em 1986. Trabalhou como ilustrador e programador visual para as editoras Global, Record e Pine Press. Faz exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Em 2000, assinou o cenário do programa “Metrópolis” da TV Cultura, SP, nesse mesmo ano, montou ateliê em Paris.

 

 

De 24 de maio a 24 de junho.

Krajcberg na CIGA 2016

17/maio

O escultor e fotógrafo Frans Krajcberg, de 95 anos, se notabilizou por seus retratos da natureza que, muitas vezes, são utilizados como matéria-prima para seus desenhos e relevos moldados em papel.

 

A Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta no próximo dia 20 de maio, o livro-arte do artista, com fotos assinadas, durante o CIGA 2016, Circuito Integrado das Galerias de Arte, organizado pela Art Rio.

 

Este livro-objeto – “Outra Natureza” – oferece aos colecionadores, pela primeira vez, uma fotografia original de Krajcberg, com sua assinatura gravada a fogo. São 12 imagens diferentes com tiragem de 6 cada uma, num total de 72 unidades.  “Outra Natureza” contém um estojo, a foto emoldurada e um álbum artesanal com as imagens e os textos escolhidos para este projeto.

 

O livro-arte encontra-se a disposição na galeria Marcia Barrozo do Amaral, no Rio de Janeiro. Contatos pelo telefone (21) 2267-3747.

 

Things that fit in my hand

13/maio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta a exposição individual “Gabriela Machado – Things that fit in my hand”, que apresentará uma grande e inédita instalação da artista. Conhecida por seu trabalho como pintora, ela agora vai mostrar o resultado de sua pesquisa em porcelana, em uma grande instalação composta por cerca de 250 peças, produzidas nos últimos três anos. Esta é a primeira exposição individual da artista no MAM. A curadoria é de Fernando Cocchiarale.

 

No amplo espaço do segundo andar do Museu, que tem 1.800 metros quadrados de área, estará uma grande mesa, de 16m x 3,5m, onde serão colocadas as esculturas em porcelana, com formas e tamanhos variados, que vão de 3cm a 80cm. Grande parte delas estará sobre bases, criadas pela própria artista em materiais diversos, como madeira, argila, porcelana, gesso e silicone. Estas bases possuem desenhos e texturas. A cor, um  elemento marcante em seu trabalho como pintora, também estará presente em algumas peças. Algumas bases, como as de argila, serão produzidas no próprio MAM, durante o processo de montagem, que levará cerca de dez dias.

 

Gabriela Machado vê nas esculturas um desdobramento de seu trabalho de pintura, onde produz obras em grandes dimensões. Os mesmos elementos encontrados nelas aparecem nas esculturas – cor, gesto, camada e, principalmente, a curiosidade da artista pelas possibilidades dos materiais. “As esculturas trazem muito da minha pintura, como a questão do barroco, do gesto… Elas têm o mesmo olhar, é um trabalho irmão. Tanto nas  pinturas quanto nas esculturas, trabalho com a questão do olhar, da base e do espaço”, conta a artista.

 

 

Trabalho corporal

 

Outra relação entre as pinturas e a escultura é o trabalho corporal. Para realizar suas pinturas, Gabriela Machado coloca grandes painéis no chão e pinta com nanquim em bastão, com movimentos rápidos, andando sobre a tela. As esculturas também exigem o trabalho corporal. “Uso a argila da porcelana por ser este um material bastante resistente e, ao mesmo tempo, maleável. Através dessa fluidez, consigo construir tudo o que a força da minha mão permite, pois este é o fio condutor do trabalho: fazer até o limite da força, da percepção e das possibilidades que o material pode alcançar”, afirma a artista. As esculturas não trazem as mesmas cores fortes e vibrantes das suas pinturas, mas a cor está presente na instalação, tanto em algumas peças quanto em algumas bases. Chamam a atenção algumas peças com cores mais intensas, que foram produzidas em Portugal. “O esmalte português é mais colorido que o daqui. As peças produzidas lá têm cores mais fortes”, explica.

 

O trabalho de Gabriela Machado traz muitas influências do barroco. A relação da artista com a arte vem desde criança. "Morava em uma casa do século 18, com afrescos pintados por José Maria Villaronga. Meu pai gostava muito do cuidado com a recuperação dos afrescos e da arquitetura da casa. Pude assistir de perto a riqueza desse trabalho detalhado, ao longo da minha infância", conta. Formada em arquitetura e urbanismo, Gabriela Machado participou de trabalhos de restauração antes de se dedicar exclusivamente às artes plásticas, a partir de meados dos anos 1980.

 

 

Sobre a artista

 

Gabriela Machado nasceu em Santa Catarina, em 1960. É formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula. Estudou gravura, pintura, desenho e teoria da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Suas mais recentes exposições foram a coletiva “Múltiplos” (2015), do projeto Carpe Diem – Arte e Pesquisa, no Palácio das Artes, em Lisboa; “Para o pequeno lago verde” (2014), no Museu do Açude, Rio de Janeiro; o trabalho “Caderno” (2014), no Oi Futuro Flamengo, e a mostra “Rever”, no Paço Imperial (2012), no Rio de Janeiro. Ganhadora do prêmio “Mostras de artista no exterior”, do Programa Brasil Arte Contemporânea, da Fundação Bienal de São Paulo (2010), em 2011 realizou a exposição “Os Jardins de Lisboa em Gabriela Machado”, na instituição Carpe Diem, em Lisboa. No mesmo ano, participou da coletiva II Mostra do Programa Anual de Exposições do Centro Cultural São Paulo. Em 2010, participou da mostra “Coisário Cassino Museu”, onde exibiu as duas obras doadas ao Museu da Pampulha através do Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas. Em 2009, realizou a exposição “Doida Disciplina”, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 2008, foi contemplada com o Prêmio Marcatonio Vilaça em aquisição coletiva da Fundação Ecco, Brasília. Dentre suas exposições individuais destacam-se ainda a mostra “Desenhos”, no CCBB Rio (2002); as exposições no Centro Universitário Maria Antônia (2002), em São Paulo, na Neuhoff Gallery de Nova York  (2003), e no Largo das Artes (2007), no Rio de Janeiro; e o “Projeto Macunaíma” (1992), na Funarte, no Rio de Janeiro. Das exposições coletivas destacam-se: “Desenho Contemporâneo” (2002), no CCBB São Paulo e na Caelum Gallery, em Nova York; “Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand” (1998), no MAM Rio; a mostra no Paço Imperial (1998), no Rio de Janeiro; 1ª Bienal Nacional da Gravura (1994), em São Paulo; a mostra no Centro Cultural São Paulo (1993); X Bienal do Desenho de Curitiba (1991); Projeto Macunaíma (1992/1990), na Funarte, no Rio de Janeiro, entre outras. O trabalho de Gabriela Machado está presente em importantes coleções brasileiras, como as de Gilberto Chateaubriand/MAM Rio de Janeiro, José Mindlin, George Kornis, João Carlos Figueredo Ferraz, Charles Cosac, Museus Castro Maya, Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, Centro Cultural Cândido Mendes, Fundação Catarinense de Cultura (MASC), Fundação ECCO, do Museu de Arte da Pampulha, e do Centro Cultural São Paulo. Faz parte também da coleção da Squire, Sanders & Dempsey (Arizona, EUA), Arizona State University Art Museum (Arizona, EUA) e Ted G. Decker (Arizona, EUA).

 

 

De 21 de maio a 03 de julho.

Pensão artística

03/maio

Durante um período de 5 (cinco) dias, o artista visual Fábio Carvalho participa de um projeto de residência artística na região portuária do Rio de Janeiro, chamado “Pensão Artística”. Para esta residência o artista prepara a intervenção urbana “OCUPAÇÃO OLYMPIA”, idealizada especialmente para o projeto Pensão Artística, que consiste da criação de uma série de pequenas obras em papel com desenhos alusivos a atletas (em particular das práticas esportivas mais tradicionais), que serão aplicadas sobre paredes da Gamboa.

 

Ao estilo lambe-lambe, a obra fará as vezes de azulejos de papel, tendo como referência os azulejos de figura avulsa portugueses. A região da Gamboa tem um rico histórico de ocupação portuguesa, sendo a região ainda pontuada por uma série de imóveis antigos de meados do século XIX ao início do XX cujas fachadas encontram-se azulejadas como quando originalmente construídos, dentro da tradição luso brasileira. As imagens de esportistas serão misturadas com ornamentação floral pintadas à mão pelo artista. As imagens de esportistas serão misturadas com imagens mais tradicionais das figuras avulsas portuguesas, em particular motivos florais.

 

As intervenções com azulejos de papel na forma de lambe-lambe de Fábio Carvalho surgiram em fevereiro de 2015, quando o artista realizou uma residência artística em Lisboa, Portugal. Em Lisboa, na intervenção urbana “APOSTO”, o artista criou novos padrões para os azulejos de papel, baseados em padrões tradicionais portugueses, que foram aplicados em diversas fachadas onde os azulejos originais já estavam em falta, por deterioração ou roubo. Os novos padrões criados por Fábio Carvalho foram planejados de forma a se integrarem aos azulejos já existentes. Em alguns casos, foram criados padrões específicos, visando um maior diálogo entre o padrão original da fachada e o criado pelo artista. Os azulejos de papel, ao mesmo tempo que causam um certo estranhamento ao olhar, podem ser algumas vezes facilmente confundidos com os azulejos originais.

 

Os projetos de arte urbana de Fábio Carvalho atuam como pequenas inserções, peças que invadem o espaço quase como um parasita. As intervenções aparecem mais por tensionarem o que já está lá, em vez de impor-se de cima para baixo a um espaço. As intervenções exigem uma certa intimidade para entrar em ação. Eles permanecem dormentes até que você as ative com o seu olhar. Eles não gritam – sussurram.

 

O dia a dia da residência artística e do desenvolvimento da intervenção urbana OCUPAÇÃO OLYMPIA pode ser acompanhado em um álbum de fotos da página do artista no facebook, através do link: http://tinyurl.com/OcupacaoOlympia

 

“Pensão Artística” é um projeto de convivência compartilhada de curto período na Região Portuária do Rio de Janeiro, onde serão realizadas atividades de produção e exibição de obras de arte em um pequeno hotel, numa zona bem degradada, localizado na Rua Camerino, nº 15 (em frente à Praça dos Estivadores). Dani Soter, Daniela Dacorso, Fábio Carvalho e Heberth Sobral foram convidados pelo curador Marco Antonio Teobaldo para a ocupação deste local durante o período de 5 dias, cujos quartos servirão de residência artística para criação e espaço à visitação pública em horários pré-estabelecidos.

 
“Pensão Artística” pretende explorar todas as direções que estão tomando as manifestações artísticas nos espaços urbanos públicos e privados, sobretudo aqueles que carecem de uma ocupação ordenada e planejada. Transformações que ao largo do tempo vêm causando mudanças profundas nas dinâmicas de trabalho e produção. Assim, as redes colaborativas, o intercâmbio de ideias e de ferramentas são agora, elementos essenciais na criação. A revolução radical que causaram as novas tecnologias e a internet permite esse tipo de conexão, mas continua sendo importante a disponibilidade de um espaço físico para a criação e o encontro de artistas e suas propostas.

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PENSÃO ARTÍSTICA – ocupação dos artistas: Dani Soter, Daniela Dacorso, Fábio Carvalho e Heberth Sobral. Curadoria de Marco Antonio Teobaldo.

 

 

De 05 a 09 de maio.

 

Horário de visitação: das 11h às 18h (com agendamento)

Rua Camerino nº15 (em frente à Praça dos Estivadores)

 

Eventos complementares no Jardim do Valongo:

 

5 de maio – 18h – Música de Quinta (Karaokê)
6 de maio – 18h – Na mesa com os artistas (bate-papo)
7 de maio – 17h – Batuke de Ciata, com Mestre Riko

Vergara exibe obras inéditas

Entre o sólido e o pastoso, entre o poético e o plástico, entre o desejo de perpetuar e experimentar, assim situa-se a obra atual do artista Carlos Vergara na Mais Um Galeria de Arte, Ipanema, na exposição “Carlos Vergara – Inéditos”, com cerca de 20 obras produzidas recentemente. Com curadoria de Fernando Cocchiarale, a mostra exibe trabalhos feitos com asfalto sobre MDF recortado, realizados a partir de desenhos selecionados em cadernos do artista, dos anos 1970 aos dias de hoje.

 

“Os desenhos nos cadernos me interessavam, mas tinham um caráter de anotação. A proposta dessa exposição é dar a eles a potência do discurso. Vão para a parede como tatuagens”, comenta o artista.

 

Todo o processo de making off da nova série poderá ser visto num vídeo assinado por Inês Vergara, exibido ininterruptamente na vitrine da galeria. A ideia é levar arte de forma gratuita e democrática para quem estiver passando pela calçada.

 

Além das tatuagens, Vergará ocupará a Mais Um Galeria de Arte com quatro múltiplos em 3D da série “Mangue”, iniciada em 2010, que tem como pretexto os manguezais da Barra, região onde o artista realizou intervenções artísticas de caráter público. Pinturas sobre telas, aquarelas e desenhos também estarão reunidos na mostra.

 

 

Até 30 de junho.

Ulf Lindell, um artista sueco

27/abr

Três anos após ter chegado ao Brasil para mostrar seus trabalhos no Centro de Arte Maria Teresa Vieira, Praça Tiradentes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, Ulf Lindell retorna à mesma galeria, com obras em técnica mista sobre alumínio. A mostra está dividida em duas partes: “A Casa do Paraíso”, que dá título à exposição, e “A Noiva Intocável”, série de monotipias, vista a partir da perspectiva de um gato.

 

A inauguração acontece no próximo dia 4 de maio, quarta-feira, às 18 horas.

 

“A Casa do Paraíso” e “A Noiva Intocável” tratam do inatingível. Quando o artista começou a trabalhar com imagens de um casamento desfeito, a casa, segundo ele, era como um sonho que não poderia ser mantido. “Como paredes que nós construímos para proteger as coisas que desejamos manter desesperadamente. Uma metáfora para a segurança, mais do que para a felicidade. A casa torna-se, então, uma ilusão de felicidade”, observa.

 

E Ulf vai mais além: “Da busca desesperada por uma ilusão criada por cada um. O subconsciente não distingue realidade de imaginação. Essa casa do paraíso se encontra na concretude de nosso imaginário, onde os sonhos são uma complexa obra pictórica, e as alucinações integradas fazem uma cena  onírica.

 

As imagens são trabalhadas em uma técnica que é uma espécie de monotipia. Com o tempo, elas se tornaram mais abstratas. Ainda assim, há uma grande parte de abordagens figurativas. O artista busca um equilíbrio entre o figurativo e o abstrato.

Nascido em Örebro, Suécia, Ulf Lindell vive e trabalha dentro de um barco em Estocolmo. Transitou pelo hiper-realismo, instalações e arte abstrata.Em seus quase trinta anos de trajetória artística, acumula exposições em Paris, Moscou, São Petersburgo, Washington, Bogotá, São Paulo, além do Rio de Janeiro, onde já expôs duas vezes, e Estocolmo.

 

De 04 a 25 de maio.

Para Ivens Machado

26/abr

O MAM Rio, apresenta uma homenagem ao artista Ivens Machado (Florianópolis, 1942 – Rio de Janeiro, 2015), falecido há um ano, e que ao longo de cinco décadas produziu obras destacadas na cena contemporânea. Com curadoria de Fernando Cocchiarale, serão apresentadas, no Salão Monumental do Museu, dezesseis importantes obras do artista, algumas não vistas pelo público há anos. Estarão esculturas, instalações e desenhos pertencentes à Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM Rio, e desenhos e um vídeo do Acervo Ivens Machado, projeto responsável pelo seu legado, a cargo da designer Mônica Grandchamp, colaboradora e amiga próxima do artista.  Ao longo de sua trajetória, iniciada em 1973, quando venceu o V Salão de Verão no MAM, participando a seguir da XII Bienal de São Paulo, Ivens Machado só teve no Museu uma exposição individual, em 1975, embora tenha integrado ali diversas mostras coletivas.

 

“Ivens talvez seja o artista de sua geração mais importante surgido no sul do país, ainda que sua obra tenha florescido no Rio de Janeiro, cidade em que se radicou a partir de 1964”, destaca Fernando Cocchiarale. O curador lembra que Ivens Machado foi “pioneiro da videoarte no Brasil – sua primeira experiência com este meio eletrônico foi feita em 1974, simultaneamente à de outros artistas como Anna Bella Geiger e Sonia Andrade”. “Algumas questões (ou eixos poéticos) atravessam o conjunto da obra de Ivens desde seu florescimento efetivo, lá pelo começo dos anos 1970, até seus trabalhos finais dos dois últimos anos. Tais eixos poéticos resultam de práticas de permanente construção/reversão, acionadas por Ivens para a produção de esculturas contaminadas por métodos e práticas da construção civil popular-comunitária, tanto no que diz respeito aos materiais de que são feitas – cimento, vergalhão, areia, azulejos, pedras etc. – como pelo rústico acabamento dos trabalhos”, observa.

 

Ocupando lugar de destaque no Salão Monumental estará a grande instalação “Cerimônia em três tempos” (1973), que será montada como na versão original, vencedora do V Salão de Verão do MAM Rio. Em uma referência a um açougue, a obra traz sobre um ambiente de  plástico branco três mesas de azulejos brancos, que recebem o sangue que pinga de uma carne pendurada. Na extensa parede de doze metros de comprimento, será projetado o vídeo “Encontro/Desencontro” (2008), de 12 minutos, de Ivens Machado, em codireção de Samir Abujamra. Nele, atores e acrobatas fazem um percurso que vai desde a extinta Perimetral, até uma cena poética em que balançam nus, suspensos em cordas.

 

A curadoria optou por não fazer divisões espaciais, ampliando a visão do espectador do conjunto da exposição, que ocupará ainda os dois espaços contíguos com as esculturas e os desenhos.

 

 

Esculturas e desenhos

 

“Mesas” (1996), em concreto armado, madeira e ferro, não é vista desde 2003. “Tapete” (1979), em concreto armado e vidro, foi exposta há sete anos. A exposição terá ainda uma das mais importantes obras de Ivens Machado, “Mapa Mudo” (1979), um mapa do Brasil feito com cacos de vidro verde cravados sobre cimento. Realizada durante a ditadura militar, a imagem evoca, ao mesmo tempo, as exuberantes florestas brasileiras e os muros das residências bem protegidas, sendo também um símbolo das fronteiras sociais e políticas no país. Em relação às esculturas, Fernando Cocchiarale acentua que “há que considerar também a reversão simbólica desses métodos e práticas representada pela precariedade anticartesiana dos resultados específicos destas obras que sequer correspondem aos quesitos funcionais das construções populares, fator que atribui a esses trabalhos um teor contradiscursivo”.

 

O curador destaca que estarão na exposição os primeiros três desenhos de Ivens Machado, dois de 1974 e um de 1980, em que fez, à mão, pautas sobre cadernos. Mais tarde, o artista passou a intervir “diretamente na operação das máquinas de pautar da indústria de cadernos, ou no velamento de pautas com tintas corretoras de estêncil para mimeógrafo”. “Marco inicial do florescimento poético de Ivens, a questão se manifesta de outra maneira, mas com o mesmo sentido e intenção contradiscursivos”. “Aqui o teor espacial normativo das pautas de caderno é desconstruído graficamente, por meio de linhas que se rompem ou quebram a uniformidade da página original, por meio de desvios e sinuosidades, ou são ‘corrigidas” por corretores de estêncil”, explica.

 

A série de dezesseis desenhos “Fluidos Corretores” (1976), com corretor para estêncil sobre papel, da Coleção Gilberto Chateaubriand / MAM Rio, ocupa uma extensão de quase dez metros, e será complementada com outro desenho da série, de 1974, feito com caneta sobre folha de caderno.

 

 

 

Sobre o artista

 

Ivens Machado (Florianópolis, SC, 1942 – Rio de Janeiro, RJ, 2015). Escultor, gravador e pintor. Estudou gravura na Escolinha de Arte do Brasil (EAB), no Rio de Janeiro, onde foi aluno de Anna Bella Geiger (1933). Em 1974, fez sua primeira exposição individual na Central de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro. Participou quatro vezes da Bienal de São Paulo – em 1981, 1987, 1998 e 2004 -, e também esteve na Bienal de Paris e na Bienal do Mercosul, em Porto Alegre. Possui esculturas públicas no Palazzo di Lorenço, na Sicilia, Itália, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, no Jardim das Esculturas do MAM, São Paulo, no Jardim da Luz, na Pinacoteca de São Paulo, no Jardim das Esculturas do MAM, Salvador, e no Largo da Carioca, Rio de Janeiro (atualmente retirada até a finalização da reurbanização do Centro da Cidade). Sua última exposição individual foi na Casa França-Brasil, em 2011. Além dela, merecem destaque a exposição “Encontro/desencontro” (2008), no Oi Futuro; “Acumulações (2007), no Paço Imperial; “O Engenheiro de Fábulas” (2001), apresentada no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, na Pinacoteca do Estado, em São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea, em Curitiba, e no Museu Ferroviário da Vale do Rio Doce, em Vitória. Em 1975, ele realizou uma exposição individual no MAM Rio. Dentre suas principais exposições coletivas estão: “Lines”, na Hauser & Wirth, em Zurique , na Suiça e “On the Edge: Brazilian Film Experiments of the 1960s and Early 1970s”, no MoMA, em Nova Yok, ambas em 2014; “Sobrenatural”, na Estação Pinacoteca, em São Paulo e “Fato aberto: o desenho no acervo da Pinacoteca do Estado”, em 2013/2014; ”Violência e Paixão”, no MAM Rio e no Santander Cultural, no Rio Grande do Sul, em 2002; “Palavra Imagem”, no MAM Rio, e ”Espelho Cego”, no Paço Imperial e no MAM SP, ambas em 2001; ”Século 20: arte do Brasil-Brasil+500”, na Fundação Caloustre Gulbekian, em Portugal, em 2000; “Vista Assim Mais Parece um Céu no Chão”, 16oSalão Nacional de Artes Plásticas, no MAM Rio, e “Terra Incógnita”, no CCBB Rio, ambas em 1998; “Re-Aligning Vision”, no Museo del Barrio, em Nova York, em Arkansas, Austin, Monterey e Miami, nos EUA, e em Caracas, na Venezuela, em 1997; “A Fronteira dos Vazios – Livro  Objeto”, no CCBB Rio, em 1994; “A Caminho de Niterói” – Coleção João Sattamini, no Paço Imperial, em 1992, e no Centro Cultural São Paulo, em 1993; “Brasilian Contemporary Art”, no MAC – SP e “Brasil Segni D’Arte”, em Veneza, Milão, Florença e Roma, na Itália, ambas em 1993, entre outras.

 

 

 

Acervo Ivens Machado

 

 

O Acervo Ivens Machado é o projeto responsável pela gestão do acervo pessoal do artista, com curadoria da designer Mônica Grandchamp, amiga de longa data de Ivens Machado. Selecionado pelo Prêmio Funarte de Incentivo às Artes Visuais em 2015, para mapeamento da obra de Ivens Machado, e inscrito no Rumos Itaú Cultural 2016 – com resultado previsto para maio – o Acervo Ivens Machado tem como missão a catalogação da produção do artista, sua manutenção e visibilidade. Mônica Grandchamp é formada em desenho industrial pela Faculdade da Cidade, com pós-graduação iniciada em História da Arte e Arquitetura, na PUC-Rio, é professora de História da arte e História do design no Senac-RJ, desde 2011.

 

Texto de Fernando Cocchiarale

 

 

Esta mostra homenageia Ivens Machado, artista recentemente falecido, cuja contribuição para a história da arte brasileira das últimas cinco décadas ainda está por ser criteriosamente estabelecida. A maior parte das peças aqui expostas pertence ao MAM (coleção Gilberto Chateaubriand e coleção MAM), complementadas com obras do Acervo Ivens Machado, projeto responsável pela gestão do acervo pessoal do artista. Pioneiro da videoarte no Brasil (sua primeira experiência com este meio eletrônico foi feita em 1974, simultaneamente à de outros artistas como Anna Bella Geiger e Sonia Andrade, por exemplo), sua produção nessa mídia é marcada pela criação de situações em que o poder e seu tenso exercício é corporificado por atores que podem atuar em interação com o artista ou sem ele. Ivens talvez seja o artista de sua geração mais importante surgido no sul do país, ainda que sua obra tenha florescido no Rio de Janeiro, cidade em que se radicou a partir de 1964. No entanto algumas questões (ou eixos poéticos) atravessam o conjunto da obra de Ivens desde seu florescimento efetivo, lá pelo começo dos anos 1970, até seus trabalhos finais dos dois últimos anos. Tais eixos poéticos resultam de práticas de permanente  construção/reversão,acionadas por Ivens para a produção de esculturas contaminadas por métodos e práticas da construção civil popular-comunitária, tanto no que diz respeito materiais de que são feitas − cimento, vergalhão, areia, azulejos, pedras etc. – como pelo rústico acabamento  dos trabalhos. Há que considerar também a reversão simbólica desses métodos e práticas representada precariedade anticartesiana dos resultados específicos destas obras que sequer correspondem aos quesitos funcionais das construções populares, fator que atribui a esses trabalhos um teor contra-discursivo. Nos desenhos manuais de pautas de caderno, nos trabalhos em que Ivens interveio diretamente na operação das máquinas de pautar da indústria de cadernos ou no velamento de  pautas com tintas corretoras de estêncil para mimeógrafo marco inicial do florescimento poético de Ivens a questão se manifesta de outra maneira, mas com o mesmo sentido e intenção  contra-discursivos. Aqui o teor espacial normativo das pautas de caderno é desconstruído graficamente, por meio de linhas que se rompem ou quebram a uniformidade da página original por meio de desvios e sinuosidades, ou “corrigidos” por corretores de estêncil.

 

 

 

De 30 de abril a 26 de junho.

Verger/Guarnieri no Rio

25/abr

Em parceria com a Fundação Pierre Verger de Salvador, BA, a Galeria Marcelo Guarnieri apresenta a exposição “Pierre Verger” na inauguração de seu espaço expositivo em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. O local inaugurado exibirá obras produzidas durante toda a trajetória do fotógrafo e etnografista franco-brasileiro. Grande parte do trabalho que ele desenvolveu era dedicado à pesquisa e aos registros ligados às religiões de matriz africana.

 

Verger começou a fotografar e viajar pelo mundo em 1932, aos 30 anos de idade. Durante os 14 primeiros anos de sua carreira como fotógrafo, suas imagens foram publicadas nas mais importantes revistas francesas e internacionais da época. Em 1946, quando chegou à Bahia, converteu-se ao Candomblé, tornou-se o babalaô Pierre “Fatumbi” Verger e, embora levasse um estilo de vida nômade, Salvador passou a ser sua residência fixa. Hoje, a casa onde vivia abriga fundação homônima dedicada à sua obra, às pesquisas e ao intercâmbio cultural entre Brasil e África.

 

Em 2015, a Galeria Marcelo Guarnieri promoveu duas mostras de Verger em suas unidades de São Paulo e Ribeirão Preto. Para a mostra do Rio, a galeria apresentará um novo recorte dividido em 3 blocos. Um deles é dedicado apenas aos registros com foco em apetrechos musicais clicados em países da América Latina e África – essas imagens foram exibidas no MAM-Bahia em 1992 e mostram tambores, instrumentos de sopro e cordas usados em rituais e celebrações.

 

O outro conjunto apresenta uma série de imagens selecionadas pelos editores da Revue Noire – Jean Loup Pivin e Pascal Martin Saint Léon – e pelo próprio fotógrafo, a partir de 300 negativos que foram expostos ou transformados em cópias de altíssima qualidade e, posteriormente, nos fotolitos do livro “Le Messager”. Apresentada no ano de 1993, pela Revue Noire, no Musée d’Art d’Afrique et d’Océanie, na França e na Suiça, “Pierre Verger, – O Mensageiro” destacou a importância da arte e da cultura africana para o ocidente, com mostras que colocaram, novamente, o público europeu em contato com o trabalho do fotógrafo. Verger esteve presente na abertura desta exposição em Paris, e a Revue Noire conseguiu que ele assinasse uma certa quantidade de cópias. Não era uma prática comum na trajetória de Verger, que privilegiava os negativos, por representarem as suas memórias.

 

Por fim, o último bloco da exposição carioca apresenta um grupo vintage de fotos raras ampliadas pelo próprio Verger em diferentes períodos de sua carreira – a partir dos anos 30. Entre elas, se destaca uma vista panorâmica de Pequim, cenas urbanas de Nova York, Mali e França. Importante ressaltar que essas imagens reunidas pela galeria foram ampliadas manualmente em sais de prata e apresentam a assinatura de Verger ou o carimbo de identificação.

 

Além de abrir esta exposição inaugural, a Galeria Marcelo Guarnieri chega ao Rio de Janeiro representando artistas como: Gabriela Machado, Luiz Paulo Baravelli, Masao Yamamoto e Mario Cravo Neto.

 

 

A palavra de Verger

 

“Nós concordamos em definir fotografia nos seguintes termos: a fotografia permite ver o que não tivemos tempo de ver, porque ela fixa. E mais, ela memoriza, ela é memória. O milagre é que essa emoção sentida diante de uma fotografia muda, testemunha de um fato fixado por um instantâneo, possa ser sentida espontaneamente por outros, revelando um fundo comum de sensibilidade, frequentemente reprimida, mas reveladora de sentimentos profundos, constantemente ignorados.” (Pierre “Fatumbi” Verger, na ocasião da exposição Pierre Verger, Le Messager, realizada pela Reuve Noire, em Paris e na Suíça. Abril de 1993.)

 

De 30 de abril a 11 de junho.