Oi Futuro Ipanema apresenta

17/nov

O Oi Futuro Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir de 21 de novembro, a exposição “Encontros Carbônicos 2015 – Futuro em disputa”, com 25 trabalhos dos artistas Andrea Hvistendahl, Cinthia Marcelle, Daniel Steegmann Mangrané, Tiago Mata Machado, Maíra das Neves & Pedro Victor Brandão, Marina Fraga, Pedro Urano, Milton Machado, Paulo Paes, Simone Cortezão e Rodrigo Amarante, este último também músico e compositor. Em dezembro, nos dias 12 e 13, a galeria receberá sessões interativas da obra “Our Move”, da artista sueca Andrea Hvistendahl, um jogo de tabuleiro em que os participantes organizam um mapeamento de agentes, relações de poder e territórios a partir de assuntos importantes para a sociedade. Cada peça posicionada no tabuleiro exige que se estabeleça um consenso entre os participantes e esta negociação é o próprio jogo.

 

Também em dezembro, de 18 a 20, será realizado um ciclo de conversas públicas sobre o futuro com os artistas Milton Machado, Louise Ganz e Ines Linke, o climatologista Alexandre Araújo Costa, o filósofo Rodrigo Nunes, a arquiteta Margareth Pereira, a professora Ivana Bentes, a curadora e crítica Daniela Labra, entre outros pesquisadores. Os curadores e organizadores de “Encontros Carbônicos” são Marina Fraga e Pedro Urano, artistas e editores da revista online de arte e ciência “Carbono”.

 

“A exposição reunirá obras inéditas e outras que serão revisitadas dentro de um novo contexto. Mais do que um culto ao novo, o que nos interessa é colocar obras, ideias e autores em relação”, afirmam os curadores Marina Fraga e Pedro Urano. Eles acrescentam que os encontros de dezembro buscam discutir “perspectivas sobre o futuro, e as formas de disputá-lo no presente, investigando eixos como previsões/provisões, utopia/distopia, construção/destruição, projeto/arbitrariedade, na direção da imaginação de novos modos de existência”.

 

O projeto é patrocinado pela Oi, Governo do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura, Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro. Com apoio cultural do Oi Futuro.

 

 

Artistas e obras da exposição

 

Da artista Cinthia Marcelle, estarão na exposição os vídeos “Leitmotiv”(2011) e “O Século”(2011, 9’37”), realizado em parceria com Tiago Mata Machado. No primeiro, uma área vazia é recoberta, em alguns instantes, por correntes de água vindas de todos os lados. No segundo, vemos uma rua, e, a seguir, objetos voam de uma extremidade à outra, sem que se veja quem os arremessa. O mesmo passa a ocorrer do outro lado da tela, até que toda a paisagem, antes vazia, está coberta de entulho e fumaça.

 

Do artista Daniel Steegmann Mangrané serão apresentadas doze fotografias da série “Novos Estudos” (2013), sobre o aumento do desmatamento, e a instalação sonora “Surucuá, Teque‐teque, Arara” (2013), onde são escutados sons gravados na mata atlântica brasileira, que são serão interrompidos abruptamente, deixando o ouvinte com o som do espaço expositivo.

 

Da dupla Maíra das Neves & Pedro Victor Brandão será apresentada a escultura “Gigante minerador”(2014), uma máquina de mineração de criptomoedas, parte integrante da estrutura financeira criada pelos artistas, onde o fundo gerado pela máquina éutilizado por determinada comunidade para investir em projetos comuns. Também da dupla de artistas estará a série de fotografias “Formação da Supercélula”(2014), uma sequência fotográfica 3D em três partes: uma narrativa visual sobre a  invocação, a ação e os rastros de Thurisaz – o gigante do raio, da ruptura e da revolução – em um bosque, e ainda o vídeo“þ(thorn)”(2014), que será exibido no Teatro do Oi Futuro Ipanema.

 

Marina Fraga e Pedro Urano mostrarão a escultura “Tempo-fóssil” (Ampulheta de Betume), de 2015, uma ampulheta feita artesanalmente de vidro e madeira, e com betume no seu interior. Nela, a viscosidade do betume, resíduo final do petróleo, aponta para outra escala de tempo. Pedro Urano também apresentaráum díptico de 2015, “Sem título”, com duas fotografias justapostas que revelam o interior de um túnel. Em uma delas não há um fim visível. Na outra, épossível enxergar uma pequena abertura.

 

Do artista Milton Machado estarão duas fotografias (1990) das esculturas “Módulo de Destruição na Posição Alfa” e “Nômade”, que registram essas peças instaladas e expostas no Museo Civico Gibellina, na Sicília, Itália, em 1990. As esculturas partem de personagens conceituais da série “História do Futuro”, narrativa que trata de um sistema de pontes gigantescas de modo a reconstituir, artificial e progressivamente, a Pangeia, o continente único separado por cataclismos no período Cambriano. Seráexibido também o livro “História do Futuro”(2012), que reúne o processo do trabalho ilustrado com esboços, desenhos, textos, e imagens de instalações e exposições desenvolvidas pelo artista desde 1978. Com textos do autor, da psicanalista e crítica de arte Tania Rivera e do historiador da arte Guilherme Bueno, o livro apresenta um mundo imaginário e seus habitantes, personagens conceituais.

 

Do artista Paulo Paes estará a obra “Fisália Virgem” (2015) uma escultura composta por objetos de plástico descartados pelo consumo urbano e materiais naturais, que aguarda sua imersão no mar para, ao interagir com o meio, atrair e fixar vida marinha e assim consolidar um local com alta atividade biológica.

 

O músico e compositor Rodrigo Amarante expõe o filme musical “Mon Nom” (2015), realizado em animação, em que apresenta dois personagens caminhando por paisagens desérticas feitas a partir de colagens do artista. O vídeo é parte de uma série de filmes musicais do álbum “Cavalo”, criados e dirigidos por Rodrigo, em colaboração com outros artistas.

 

A artista Simone Cortezão produziu o vídeo “Subsolos” (2015) e apresenta uma versão inédita para a exposição, em que mostra o crescimento de uma cava de mineração que, cotidianamente, leva embora toda uma montanha atéoutros continentes.

 

 

Jogo interativo

 

No dias 12 e 13 de dezembro, o público será convidado a participar de sessões do jogo de tabuleiro interativo “Our Move (OM)”, 2011, conduzido pela sua criadora, a artista sueca Andrea Hvistendahl, na galeria Oi Futuro em Ipanema. O consenso entre os participantes é um aspecto fundamental do jogo: todos devem concordar sobre o posicionamento de cada peça. O objetivo do jogo é instaurar este processo de fomento de diálogos. Os participantes determinam um assunto, um lugar e contexto – um problema que envolve pessoas ou uma situação real. A partir das discussões, os jogadores definem os grupos de agentes envolvidos na situação e dispõem no tabuleiro as peças – feitas em acrílico colorido – que têm significados como: conhecimento, medo, violência, muros, pontes de comunicação, dinheiro, status, entre outros. As peças foram projetadas para gerar diferentes associações visuais e permitem um mapeamento das relações entre os grupos envolvidos no assunto debatido. “A obra ‘Our Move’ promove um mapeamento visual e material de situações complexas. Ao fomentar o diálogo e a construção de consensos, o jogo se revela um instrumento precioso para a disputa do futuro.”, observam os curadores. “Jogar o “Our Move” é, em geral, transformador: ele tensiona pré-conceitos, explicitando premissas tácitas econvidando cada participante a ouvir o outro, na direção não da mera tolerância, mas do desenvolvimento de uma espécie de ‘xenofilia’, para usar um conceito desenvolvido pelo artista dinamarquês Olafur Eliasson, ou seja, de um amor pela diferença, o oposto da xenofobia. O jogo revela um mundo aberto à fricção.”.

 

CONVERSAS ABERTAS – PROGRAMAÇÃO

DIA 18 DE DEZEMBRO, ÀS 19H

Imaginar o futuro

 

Daniela Labra – Curadora de artes visuais e crítica de arte, doutora em História e Crítica da Arte pela PPGAV EBA/UFRJ. Pesquisadora pós-doutoranda na ECO/UFRJ com o projeto ‘Depois do Futuro: Ruínas e reinvenções da Modernidade nas artes contemporâneas’.

Rodrigo Nunes –Filósofo –Doutor pelo Goldsmiths College (University of London) em Filosofia Moderna, Filosofia Continental Contemporânea, Metafísica e Filosofia Política, Filosofia e a Questão Ambiental.

Alexandre Araújo – Climatologista. Bacharel em Física pela Universidade Federal do Ceará (1992), Mestre em Física pela Universidade Federal do Ceará(1995), Doutor em Ciências Atmosféricas pela Colorado State University (2000), com Pós-Doutorados pela Universidade Federal do Ceará(2000-2001) e pela Universidade de Yale (2004-2005).

 

 

DIA 19 DE DEZEMBRO, ÀS 19H

Utopia/ distopia: construção e destruição, projeto e arbitrariedade

 

Margareth Pereira – Arquiteta, com graduação em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-UFRJ (1978), graduação em Urbanismo pela Universitéde Paris VIII (1979), DEA em Etudes Urbaines (1984) e Doutorado (1988) pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (1984). Realizou seu pos-doutorado na França (no Institut d’Urbanisme de Paris e na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales) e na Inglaterra (Centre for Urban History da University of Leicester) em 2004.

Milton Machado – Artista, professor de história da arte da EBA/UFRJ, arquiteto-urbanista, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ). É Mestre em planejamento urbano e regional pela UFRJ (1985) e Doutor em artes visuais pelo Goldsmiths College University of London (2000).Terceiro palestrante a confirmar

 

DIA 20 DE DEZEMBRO, ÀS 19H

Outros modos de existência

 

Ivana Bentes – Professora da Escola de Comunicação da UFRJ. Pesquisadora em Comunicação, cultura e política com mestrado e doutorado pela UFRJ. Atual Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura.É curadora na área de arte e mídia, cinema, audiovisual.Thislandyourland – dupla de artistas. Desenvolvem trabalhos em diversas mídias que relacionam arte, natureza e cidade. Em seu projeto “Thislandyourland”, trabalham questões em torno dos usos e do acesso à terra e realizam imagens que possibilitam pensar outros modos de vida.

 

Louise Ganz é artista visual, arquiteta, professora naEscola Guignard – UEMG e doutoranda na EBA-UFRJ.

 

Ines Link é artista visual, cenógrafa, professora da Universidade Federal de São João del Rei (MG) e doutora pela EBA-UFMG.

 

Paulo Petersen – Engenheiro agrônomo. Coordenadorexecutivoda AS-PTA- Agricultura Familiar e Agroecologia e vice-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia. Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa e Mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural pela Universidade Internacional de Andaluzia. Integra o Fórum Permanente de Agroecologia da Embrapa e a Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, órgão vinculado à Secretaria Geral da Presidência da República. Atua como editor da revista Agriculturas: experiência sem agroecologia e é membro do conselho editorial da Revista Brasileira de Agroecologia e da Agroecology and Sustainable Food Systems.

 

 

CARBONO – REVISTA ONLINE DE ARTE E CIÊNCIA

 

Fruto da vontade de reunir pesquisas, práticas e perspectivas interdisciplinares sobre o mundo, a revista online Carbono foi criada em 2012, já tendo produzido oito edições. No ano passado, seus editores, os artistas Marina Fraga e Pedro Urano, quiseram materializar os diálogos promovidos pela revista, e daísurgiu o projeto Encontros Carbônicos, pensado para realizar, junto ao público, esta experiência transdisciplinar. Nessa direção, “deslocamos a discussão do ambiente acadêmico para uma exposição de arte”, afirmam. “Obras de arte nos afetam sensorial e intelectualmente, muitas vezes instaurando uma realidade que diverge da racionalidade em que estamos acostumados a localizar o pensamento. Abre-se, então, uma fresta para novas idéias”.

 

 

De 20 de novembro a 20 de dezembro.

Janeiro.

EAV Parque Lage/ livro 40 anos

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage promove dia 18 de novembro de 2015, às 19h, o lançamento do livro “O que é uma escola livre?” (Oca Lage e Editora Cobogó, 2015), uma compilação de mais de cem depoimentos escritos especialmente a convite da diretora da instituição, Lisette Lagnado. A publicação reúne mais de cem depoimentos de artistas, críticos, poetas, pensadores, professores, estudantes, curadores e dirigentes de instituições no Brasil e no exterior, que responderam à pergunta: “O que é uma escola livre?” Na noite de lançamento haverá leitura de trechos do livro, projeções no Palacete de imagens históricas, a cargo da artista Tina Velho e seus alunos do Núcleo de Arte e Tecnologia da EAV, em sincronia com obra sonora de Franz Manata e Saulo Laudares.  

 

“Como celebrar os quarenta anos de uma das instituições mais cultuadas da cidade por seu compromisso com a redemocratização do país e a emergência de novos valores?”, indaga Lisette Lagnado no texto de apresentação. “Este modesto livro se propõe a interrogar o futuro de uma escola de arte consagrada por uns e outros como ‘lugar anárquico’ ou espaço para trocas, ‘jardim da oposição’ e invenção de percursos, espaço mítico de experiência e formação de plateias”, explica. “Longe de pretender ser exaustivo, procurou-se dar voz às múltiplas e contraditórias expectativas em torno da missão de uma escola de arte no século 21”. Lisette Lagnado conta que os depoimentos poderiam ter até trezentas palavras, serem “uma única frase, ou ainda virem na forma de uma imagem”. “A publicação contemplou professores fundadores e atuais, ex-diretores, ex-alunos e estudantes em vias de formação, além de artistas e figuras públicas que tenham passado pela EAV ou se dediquem à difusão da arte e da cultura”, destaca.

 

Marcio Botner, presidente da Oca Lage, organização social que administra a Escola, instituição pertencente à Secretaria Estadual de Cultura, diz que a EAV Parque Lage “é o Taj Mahal da cultura”. “Foi um presente de amor de Henrique Lage para sua mulher, a cantora lírica Gabriella Besanzoni”, e que seria “importante conhecermos o passado e entendermos o presente para darmos um salto para o futuro. Isto é que é liberdade!”. Para a elaboração do livro, Lisette Lagnado coordenou uma comissão editorial integrada por Fernando Cocchiarale, Helio Eichbauer e Roberto Conduru (que formam a Comissão de Ensino da Escola), Marcio Botner, e Marcelo Campos, coordenador do Memória Lage, projeto selecionado pelo Edital Petrobras 2012, que reuniu, catalogou e digitalizou cinco mil documentos do acervo da EAV Parque Lage. “O que é uma escola livre?” integra uma série de atividades em torno das comemorações dos 40 anos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

 

 

Sobre a EAV Parque Lage

 

Fundada em 1975 pelo artista  Rubens Gerchman (1942-2008), que a dirigiu até 1979, a EAV Parque Lage é uma referência no país pela liberdade criativa e seu caráter pluridisciplinar, e também está intimamente ligada à cidade do Rio de Janeiro, por suas atividades artísticas e culturais. Foi cenário de emblemáticos filmes do Cinema Novo, como “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, e “Macunaíma” (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, e ainda de “O homem do Rio” (1964), de Philippe de Broca, com Jean-Paul Belmondo e Ariane Mnouchkine. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage ocupa uma área de cerca de 175 mil metros quadrados, à beira da Floresta da Tijuca, e aos pés do Corcovado, e tanto sua área verde, com variedade de espécies da Mata Atlântica, como seu conjunto arquitetônico, são tombados como patrimônio paisagístico, ambiental e cultural pelo IPHAN. Seu Palacete-sede foi construído em 1924 pelo empresário Henrique Lage para sua mulher, a cantora lírica Gabriella Besanzoni (Roma, 1888-1962), e o casal se notabilizou pelas festas e saraus que ofereciam à sociedade da época.

 

 

Sobre a Cpobog

 

Criada em 2008, a Editora Cobogó é especializada na publicação de livros sobre arte e cultura contemporâneas. Entre os diversos títulos lançados estão livros de Andy Warhol (A filosofia de Andy Warhol  e Popismo), Hans Ulrich Obrist (Hans Ulrich Obrist – Entrevistas vols. 1 a 6, Caminhos da Curadoria); Ariane Mnouchkine (A arte do presente);  John Cage (De segunda a um ano);  Merce Cunningham (O dançarino e a dança), além das coleções Dramaturgia, com importantes textos do teatro contemporâneo brasileiro e internacional, e O Livro do Disco, que mergulha no universo de álbuns emblemáticos da história da música brasileira e internacional. Em artes visuais, o catálogo da editora inclui as monografias bilíngues dos artistas brasileiros contemporâneos Adriana Varejão, Erika Verzutti, Nuno Ramos, Efrain Almeida, Rivane Neuenschwander, Paulo Nazareth, Laura Lima, Rodrigo Andrade, Luiz Braga, Alexandre da Cunha e Paulo Monteiro, entre outros. Além disso, também foram publicados os panoramas Pintura Brasileira séc. XXI, Desdobramentos da Pintura Brasileira séc. XXI, Fotografia na Arte Brasileira séc. XXI e Outras Fotografias na Arte Brasileira séc. XXI.

 

“TRANS” mostra de Victor Arruda

10/nov

Na exposição “TRANS”, individual de Victor Arruda na Artur Fidalgo galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, serão exibidas onze pinturas realizadas entre 2014 e 2015. Victor Arruda retrabalha algumas das imagens mais recorrentes em sua produção desde a década de 70, motivado por seu interesse pela psicanálise.

 

Segundo o artista: “Escolhi o título “TRANS” porque tem tudo a ver com minha ATITUDE e com palavras e/ou CONCEITOS que muito me interessam no momento: TRANSVALORAÇÃO, TRANSVIAR. TRANSVERSAL, TRANSPOR, TRANSPARÊNCIA, TRANSMISSÃO, e – last but not least – TRANSVANGUARDA & TRANSGÊNERO…”.

 

 

A palavra do artista

 

Venho há algum tempo refletindo a respeito das imagens recorrentes em meu trabalho. Objetos, (revólver, chave, buraco de fechadura, cigarro, faca, sapatos, maços de dinheiro, etc) partes de corpos que surgem, muitas vezes desconectados, decepados (olho, seio, pênis, cabeça, mão, braço, o coração “anatômico”…), situações envolvendo sexo e abuso de poder financeiro (como nas pinturas “Salário Mais Justo”, “Dr. Jorginho”, “As Vítimas (que se fodam)” ou atitudes hipócritas (tanto nas questões pessoais “O Anjo de Irajá”, “O homófobo Ingênuo”, como sociais ” Cena Carioca”). Sem falar dos “abismos”, série em que as repetições reafirmam o sentido das obras. Tenho pensado muito a respeito de como e por que razão volto aos mesmos signos, às mesmas cenas, situações… Seriam fixações neurótica e/ou tentativas – inconscientes – de escapar delas?   Há uma teoria – freudiana – sobre sonhos recorrentes em pessoas que sofreram grandes traumas. Talvez algo semelhante ocorra na arte (pelo menos no caso de alguns artistas, como eu…). Mesmo que em situações muito menos graves – mas sérias o suficiente para causar perturbações.

 

Sou um artista contemporâneo e minha produção está ligada não apenas ao conhecimento da história da arte, que é o meu principal interesse intelectual, mas também à psicanálise. Faço análise psicanalítica há muitos, muitos anos, e também leio bastante a respeito. Tenho assistido, como ouvinte, a muitos cursos e palestras, e alguns psicanalistas têm escrito textos sobre minhas pinturas, etc.

 

Essa PERMEABILIDADE tem sido importante e fértil para mim, e é nela que me apoio para aprofundar minha curiosidade a respeito das repetições obsessivas que percebo em meu trabalho. É por acreditar profundamente que esse constante retorno tem influenciado no meu processo de amadurecimento e de transformação que resolvi criar esta nova série de pinturas, onde as imagens se repetem, mais uma e outra vez, iguais ou como se vistas em seu próprio espelho. No meu próprio espelho (de Alice, obviamente). E, espero, se reflitam no espelho próprio de cada um que as olhe.

 

 

De 11 de novembro a 11 de dezembro.

No studio 512

O Studio 512, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Por acaso…”, exposição individual de fotos dos anos 70 assinadas por Chico Mascarenhas. Inicia sua carreira de fotógrafo em 1970 como free lancer da revista Manchete em Portugal e, a partir de 1971, integra a equipe da sucursal da revista em Paris, até 1975. Neste ano cobre a Revolução dos Cravos para a agência Sipa Press. De volta ao Rio em 1976, trabalha novamente como fotógrafo free lancer para diversas publicações, dedicando-se também à fotografia de Arquitetura. Em 1981, deixa a fotografia profissional e funda o restaurante Guimas. A curadoria é de Milton Guran.

 

 

Dias 12, 13 e 14 de novembro.

Sete artistas na Anita Schwartz

04/nov

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Silêncio impuro”, com 16 obras dos artistas Artur Lescher, Cadu, Carla Guagliardi, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Tatiana Blass e Waltercio Caldas. Com curadoria de Felipe Scovino, serão apresentadas esculturas, instalações, fotografias e vídeos, onde “o som é um índice, pois as obras operam com o seu lado negativo no qual ele (som) é silenciado. O que existe, ou melhor, aquilo que se expande pelo espaço é a imagem do som, isto é, as mais distintas suposições que podemos ter sobre qual som poderia ser ouvido se finalmente aquilo que o impede (uma amarra, uma solda, ou ainda o livre entendimento de que a obra possa ser compreendida também como uma partitura) fosse revelado ou reinterpretado”, explica o curador.

 

Da artista Carla Guagliardi estarão as esculturas “O lugar do ar” (2015), e “Partitura” (2012), em que “tudo parece ruir ou estar prestes a desabar, mas por outro lado as obras evidenciam uma dinâmica que é própria da natureza do som: querem o ar”, diz o curador, que vê uma ligação direta desses trabalhos com as fotografias da série “Partitura” (2010), de Artur Lescher: “Estão lá o ruído, o som, a música, mas acima de tudo o silêncio como vibração”. Ele vê esta mesma ligação com o trabalho “Hemisférios” (2015), de Cadu, onde “a condição de partitura também se faz presente”. Esta situação é semelhante à obra da série “Pagão” (2010), de Nuno Ramos, em que objetos musicais estão fixados no meio de uma pedra-sabão. Também estará na exposição o relevo sobre papel “Für Elise” (2006), de Cadu. Da artista Tatiana Blass estará o vídeo “Metade da fala no chão – Piano surdo” (2010), no qual o piano é coberto por uma mistura de cera e vaselina que vai impedindo, progressivamente, que ele produza sons. Já a instalação “Lá dentro” (2010), de Waltercio Caldas, feita com aço inox, granito, vinil e fios de lã. “Como os intervalos de uma partitura, ele constrói silêncios, dita ritmos, auxilia na compreensão da vibração”. Do artista Otavio Schipper estarão quatro trabalhos em bronze da série “Empty Voices” (2011). “A obra de Schipper, em especial, assim como a de Guagliardi, pertencem ao ar, porque é nesse lugar que se constrói uma superfície vibrátil, virtual e potente. As obras da exposição revelam uma potência sem igual: um inesperado sussurro que não para de vibrar em suas estruturas”, diz o curador.

 

 

Até 06 de fevereiro de 2016.

Comunicado Casa Daros

30/out

A Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça, informa que o imóvel neoclássico localizado em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, que abriga desde 2006 a Casa Daros, será vendido para o grupo Eleva Educação.

 

Até 13 de dezembro de 2015, a Casa Daros segue com sua programação normal, de quarta a domingo, com as exposições “Cuba – Ficción y fantasia” e “Nada Absolutamente Nada”, o Cine Daros, as atividades de arte e educação, e o restaurante-café Mira!

 

 

Histórico  

 

Comprado no início de 2006 pela Daros Latinamerica, uma empresa de sociedade anônima, o prédio projetado por Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912) passou por uma monumental e minuciosa obra de restauro e modernização. Construído em 1866 para ser um internato, o prédio tem mais de 11 mil metros quadrados em dois pavimentos, em um terreno de 12 mil metros quadrados, com pátios internos e um jardim frontal de palmeiras imperiais.

 

A educação sempre foi um dos pilares do projeto Casa Daros, e ao decidir encerrar as atividades deste espaço, a Coleção Daros Latinamerica tinha como meta encontrar uma instituição dentro da área de cultura ou educação que zelasse pelo patrimônio arquitetônico tão cuidadosamente restaurado. E encontrou no grupo Eleva Educação este compromisso.  As duas instituições formalizaram a venda do imóvel, que passará efetivamente para as mãos do grupo brasileiro, sediado na cidade do Rio de Janeiro, em fevereiro de 2016.

 

Inaugurada em março de 2013, a Casa Daros realizou emblemáticas exposições com  obras da Coleção Daros Latinamerica, como “Cantos Cuentos Colombianos”, “Le Parc Lumière – Obras cinéticas de Julio Le Parc”, “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, “Ilusões”, “Made in Brasil”, e “Cuba – Ficción y fantasia”, em cartaz. Além dessas, foram realizadas mais de quinze outras mostras, assim como numerosas performances, conversas abertas com artistas, oficinas e encontros criativos, entre outras atividades, recebendo até o momento um público de 270 mil pessoas.

 

A partir de 2016, a Coleção Daros Latinamerica se dedicará, exclusivamente, a dar visibilidade à excelência de suas 1.200 obras – de mais de 120 artistas nascidos ou que vivem na América Latina –, por meio de exposições em importantes museus e espaços de arte, em todo o mundo.

 

 

Sobre a Eleva Educação

 

Controladora de uma rede que oferece educação de excelência a mais de 25 mil alunos nas escolas que opera, e a outros 30 mil, por meio de sua plataforma de ensino, a Eleva é uma empresa do grupo Gera Venture Capital, focado 100% em educação. Desde a criação do Gera, Jorge Paulo Lemann é atuante em seu Conselho, como parte da sua crença de longo prazo no avanço da educação no Brasil. Com a compra do imóvel, a Eleva Educação assume com a população da cidade do Rio de Janeiro o compromisso de manter uma das suas mais belas edificações, com a garantia de futuro para a histórica tradição do espaço com a educação.

Desenhos e bronzes

29/out

O artista e escultor mineiro Leo Santana estreia na Galeria Scenarium, Centro Antigo, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Do Outro Lado do Desenho”. Mundialmente conhecido por sua obra “Drummond no Calçadão”, instalada desde 2002 em Copacabana, o artista escolheu o Rio de Janeiro como ponto de partida para apresentar a diversidade da sua obra em uma nova trajetória.

 

Em 25 anos de criação, a escultura em bronze tem sido a manifestação principal do seu trabalho em diversos espaços públicos do Brasil e do exterior. Eternizadas em bronze, figuras importantes das artes e da história brasileiras foram homenageadas pela contribuição inestimável que deram à nossa cultura. A principal característica das esculturas em bronze de Leo Santana, figuradas em tamanho natural, é o fato de se relacionarem no mesmo nível do chão, sem pedestal, com o público circundante. Talvez por isso, Drummond no Calçadão seja, atualmente, um dos monumentos públicos mais visitados, fotografados e abraçados do Rio de Janeiro.

 

Na obra de Leo Santana, a vivência do tridimensional amadureceu e ele vem encontrando, em sua trajetória criativa, “grande satisfação em experimentar o outro lado do objeto desenhado”.  Para essa nova exposição, serão apresentadas peças em bronze, de dimensões variadas, que dialogam com desenhos especialmente criados a partir da observação do artista destas mesmas esculturas. Do outro lado do desenho está o vulto pleno, a tridimensionalidade, o movimento. O jogo entre claro e escuro, presente tanto no desenho quanto nas esculturas, será explorado em toda a exposição. “Os volumes são feitos de claros e escuros. No desenho, o artista desenha a sombra. Na escultura, a sombra surge pelo volume criado pelo artista. Essa inversão do processo, de criar desenhos utilizando esculturas como modelos, poderá ser percebida pelo público durante a exposição”, explica o artista. Ao todo, estarão expostos na Galeria 16 desenhos e 28 esculturas em bronze, algumas delas com o tamanho quase real de uma pessoa.

 

O histórico casarão do século XIX, totalmente restaurado e situado no coração do Rio Antigo, foi escolhido por Leo Santana para expor suas obras em razão da riqueza de contrastes presentes no lugar. A Galeria Scenarium é um espaço multicultural.

 

 

De 27 de outubro a 21 de novembro.

Brasil Naïf no MIAN

27/out

“Brasil Naïf, Uma aventura na Alma Brasileira” é um convite do curador, Jacques Ardies, franco-belga radicado no Brasil há 40 anos (35 deles dedicados à arte naïf), a uma incursão pela alma de cada artista. Ele apresenta, no Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN), Cosme Velho, 561, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, obras de alguns dos pintores mais representativos do estilo, trazidas do acervo que mantém na galeria em São Paulo, que leva seu nome. São ao todo 60 telas de mais de 50 artistas, entre eles nomes históricos que participaram do movimento naïf nacional, pintores atuantes até hoje. Na ocasião da abertura da mostra, o curador, Jacques Ardies, lança seu livro “Arte Naif no Brasil II”.

 

Segundo Jacqueline Finkelstein, diretora, do MIAN, é uma honra receber esta exposição: “Conhecendo o trabalho da Galeria Jacques Ardies com os artistas naïfs há mais de 30 anos, o MIAN acredita que ao realizar esta exposição estará somando forças em prol da divulgação e valorização da arte naïf brasileira”.

 

A estrutura da exposição segue a ordem cronológica do desenvolvimento da arte naïf no Brasil. Iniciando nos anos 40, quando os primeiros artistas são acolhidos em salões oficiais tais como a carioca Silvia Chalreo e o mundo fantástico de Chico da Silva. Seguida por José Antonio da Silva, apontado como o maior e mais autêntico artista naif brasileiro, cuja carreira foi intensa e polêmica. No começo dos anos 60, descobre-se um grupo de artistas que desperta atenção pela excepcional capacidade de se expressar de forma diferenciada. Aparecem então as primeiras obras da piauiense Elisa Martins da Silveira, os cenários narrativos do ator de teatro José de Freitas, a pintura intimista de Rosina Becker do Valle, com seu colorido quente e aconchegante. E assim vão surgindo as cenas paulistanas de Agostinho Batista de Freitas, o esplendor nordestino descrito com maestria por Ivonaldo Veloso de Melo, as histórias picantes do rio-grandense Iaponí Araújo, as pinturas encantadoras em madeira da goiana Mirian e a incrível mineira Maria Auxiliadora, com sua técnica em relevo e suas cenas tão brasileiras, as delicadas cenas de namoro de Julio Martins da Silva. O trabalho rude no Campo de Miranda, as festas folclóricas de Goiás de Antonio Poteiro,  o frevo e o samba da festeira Alba Cavalcanti, as evocações divinas com o degradé sofisticado de Crisaldo Morais, a delicada postura das moças de Elza O.S, os personagens universais e expressivos de Gerson, o mundo imaginário e encantado de Grauben e de Iracema, as baianas em trajes a rigor de Ivan Moraes, o legado iconográfico saboroso da cidade do Rio de Janeiro de Lia Mittarakis, a visão do Brasil pelo olhar do grande nome da tapeçaria brasileira Madeleine Colaço,  a arte sincera da alogoana Mirian e os casamento em carro de boi de Neuton de Andrade.

 

O grupo dos artistas atuantes é constituído de 27 nomes, alguns são cariocas, como Helena Coelho e Bebeth, outros são da cidade de São Paulo, como Rodolpho Tamanini Netto e Cristiano Sidoti ou do interior do Estado como Edivaldo, Malu Delibo, Edna de Araraquara, Luiz Cassemiro, Constância Nery, Ana Maria Dias, Edgar Calhado; diversos artistas de origem mineira como Isabel de Jesus, Lucia Buccini, Maria Guadalupe, Vanice Ayres, Ernani Pavaneli e Francisco Severino. Do sul, temos a riograndense Mara Toledo e os catarinenses Doval e Sônia Furtado. A Bahia está representada pelo casal Waldomiro de Deus e Lourdes de Deus e também pelo jovem Raimundo Bida. Participam duas artistas de origem polonesa que se transformaram em artistas brasileiras como Barbara Rochltiz e Magdalena Zawadzka e Dila, do Maranhão.

 

 

A palavra do curador

 

“Acompanho estes artistas há anos e posso afirmar que são dotados de um talento indiscutível. Constroem suas carreiras de maneira lenta, séria e consistente. Cada qual, imbuído de sua própria missão estética, transborda comumente a esperança por uma convivência mais harmoniosa das raças e crenças. Convencido de que sua arte está a serviço de um mundo melhor, cada artista nos convida para uma viagem na sua alma”.

 

 

Sobre o curador

 

O Brasil desperta paixões inexplicáveis em certas pessoas que vêm nos visitar e acabam ficando. Este é o caso de Jacques Ardies, há 35 anos no Brasil. Ardies, quando acabou seu curso de Administração em Bruxelas, teve vontade de conhecer o mundo, descobrir novas formas de cultura, abrir seus horizontes. Chegando a São Paulo conseguiu um estágio numa empresa e, consequentemente, seu visto permanente. O ano de 1979 foi um marco na sua vida. Jacques, sem emprego, estava em uma encruzilhada: ou arranjava outro emprego na administração ou partia para um negócio próprio. Ele escolheu a segunda opção, mas não na área de administração, seu novo negócio agora era a arte. Mais precisamente a arte Naif. Nascia, em agosto de 79, a Galeria Cravo Canela. Hoje, com 36 anos de trabalho dedicados à arte, Jacques é um respeitado especialista em arte naif, com um acervo de mais de 1.000 obras.

 

 

 

A arte naïf na visão de Jacques Ardies

 

Arte naïf define a produção de um grupo de pintores que expressa livremente suas memórias e emoções. Sem qualquer educação artística formal, conseguem superar suas dificuldades técnicas e criam uma linguagem inédita e pessoal, singular. A palavra francesa naif significa ingênuo e foi associada ao estilo apresentado por Henri Rousseau que se juntou aos revolucionários da arte moderna. Rousseau era uma pessoa sensível que vivia um pouco fora do seu tempo. Ele tinha o seu lado realmente ingênuo e sua pintura espontânea encantava pelo talento criativo e inédito.

 

 

De 29 de outubro a 24 de janeiro de 2016.

Cotidiano Radical CaixaRio

A Caixa Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição inédita “Cotidiano radical”, do artista mineiro Marco Paulo Rolla. Com curadoria de Cristiana Tejo, a mostra reúne múltiplas linguagens artísticas, que buscam radicalizar a percepção do público sobre a relação com objetos e rotinas. Na abertura, o artista fará a performance “Café da manhã”.

 

“Cotidiano radical” revela um amplo espectro do trabalho de Marco Paulo Rolla. São objetos, pinturas e instalações que desafiam o público. Ambientes e situações familiares ao espectador surgem de maneira surpreendente, subvertendo ordens e questionando a dependência moderna de ferramentas, dispositivos, equipamentos e tecnologia.

 

Além da performance da abertura, serão apresentadas mais duas em vídeo durante toda a mostra: “Confortável” e “Canibal”. Nelas, o artista utiliza os limites do corpo para fazer uma constante provocação, buscando quebrar noções cristalizadas daquilo que é vivenciado no dia a dia.

 

Destaques ainda para a obra “Picnic”, de 2000, pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e já foi exposta na Bienal do Barro, em Caracas, e na Feira Arco, em Madri, e para a série de pinturas “Eletrodomésticos”, produzidas entre 1990 e 1992.

 

 

A palavra da curadora

 

“Toda a ambiência da obra de Marco Paulo Rolla é inspirada no barroco: cores quentes, dramaticidade e luz”, explica Cristiana Tejo. “E neste contexto, que remete ao clássico, ao erudito, é evidenciada a relação contemporânea do homem com os objetos, o desejo de possuí-los, a expectativa de felicidade contida neles. É ao mesmo tempo uma ironia e uma crítica ao fetiche capitalista do consumo”, finaliza a curadora.

 

 

Sobre a curadora

 

Cristiana Tejo fez a curadoria e cocuradoria de vários projetos no Brasil e no exterior, entre eles o Made in mirrors, que envolveu intercâmbio entre artistas brasileiros e estrangeiros. Autora de Paulo Bruscky – a Arte em todos os sentidos (2009) e Panorama do pensamento emergente (2011), hoje vive e trabalha entre Recife e Lisboa.

 

 

Sobre o artista

 

Marco Paulo Rolla é natural de São Domingos do Prata, MG, 1967. Vive e trabalha em Belo Horizonte, é criador, coordenador e editor do CEIA (Centro de Experimentação e Informação de Arte). Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil, Alemanha, Argentina, Holanda, Finlândia e Itália. Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG em 2006, é professor da escola Guignard UEMG desde 2009, onde criou e implementou a disciplina de Performance. Seus trabalhos encontram-se em coleções no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Instituto Itaú Cultural de São Paulo, no Museu de Arte da Pampulha, de Belo Horizonte, no Centro Cultural Inhotim, em Brumadinho, MG, e na Funarte, no Rio de Janeiro.

 

 

Até 20 de dezembro.

Centenário de Milton Dacosta

23/out

O Espaço Cultural Correios, Niterói, RJ, apresenta a exposição “Milton Dacosta, 1915–2015”. A mostra, com curadoria de Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos e produção executiva da Artepadilla, traça um panorama sucinto da obra do pintor, com ênfase em inter-relações que podem ser tecidas com base nos diferentes momentos de sua trajetória artística e marca o centenário de nascimento do artista niteroiense.

 

Entre as 100 obras exibidas, destacam-se um pequeno núcleo de paisagens urbanas do Rio de Janeiro dos anos 1930; diversos autorretratos, entre os quais Interior de ateliê, com o qual ganhou o Prêmio de Viagem ao Exterior em1944, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC; naturezas-mortas; figuras e cabeças; construções dos anos 1950; guaches da série Variações de formas lunares, da mesma década; pinturas e gravuras da série Vênus; e mais de uma dezena de desenhos e estudos inéditos. Completam o conjunto apresentado ao público o curta-metragem “Milton Dacosta: íntimas construções”, de Mário Carneiro, e uma série de pinturas e gravuras que pertenciam ao casal Milton Dacosta e Maria Leontina, entre as quais obras de Alfredo Volpi, José Pancetti, Giorgio Morandi, Maria Helena Vieira da Silva e Jacques Villon.

 

 
Sobre o artista

 

Milton Dacosta nasceu em Niteroi, RJ, em 1915. Após iniciar seus estudos em 1929 e participar da fundação do Grupo Bernardelli em 1931, Milton Dacosta começa a traçar um percurso singular e rigoroso, no qual pouco a pouco mostra seu trabalho em galerias e museus. Passa alguns anos nos Estados Unidos e na Europa, e participa de diversas exposições importantes, entre as quais o Salão Nacional de Belas Artes e a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1961, a edição da VI Bienal Internacional de São Paulo dedica-lhe uma Sala Especial. Duas décadas depois, é a vez do Museu de Arte Moderna de São Paulo organizar uma exposição retrospectiva de sua obra. Após a morte de Maria Leontina em 1984, o artista deixa de pintar. Falece em setembro de 1988.

 

 

Até 19 de novembro.