A Galeria de Arte Ipanema, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, comemora 50 anos de atividades, e irá
celebrar a data com as exposições “50 anos de arte: Parte I” e “50 anos de arte: Parte II”. Para
a exposição “50 anos de arte: Parte I”, a galeria irá homenagear os artistas Tomie Ohtake e
Hélio Oiticica, com uma seleção de dez obras de cada um, feitas nas décadas de 1950 e 1960,
pertencentes a acervos particulares e ao Projeto Hélio Oiticica. Os dois artistas, de grande
importância na história da arte brasileira, integraram exposições ao longo da trajetória da
Galeria.
O estande da Galeria Ipanemana ArtRio também comemorará os 50 anos de atividade,e terá
trabalhos do venezuelano Carlos Cruz-Diez, um dos grandes nomes da arte cinética, artista
representado pela Galeria, além de obras de Jesús Rafael Soto, Victor Vasarely, Sérgio
Camargo, Lygia Pape, Maria Leontina, Milton Dacosta, Portinari, José Panceti e Tomie Ohtake.
A fundação da galeria Ipanema
Fundada por Luiz Sève, a mais longeva galeria brasileira iniciou sua bem-sucedida trajetória em
novembro de 1965, em um espaço do Hotel Copacabana Palace, com uma exposição com
obras de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, entre outros. Até chegar à casa da Rua Aníbal de
Mendonça, em Ipanema, passou ainda por outros endereços, como o Hotel Leme Palace, no
Leme, e a Rua Farme de Amoedo, já em Ipanema. Paralelamente a sua ação no Rio, manteve
entre 1972 e 1987 um espaço na Rua Oscar Freire, em São Paulo, projetado por Ruy Ohtake. A
Galeria Ipanema foi uma das precursoras a dar visibilidade ao modernismo, e representou por
muitos anos, com uma estreita relação, os artistas Volpi e Di Cavalcanti, e realizou as primeiras
exposições de Paulo Roberto Leal e Raymundo Colares.
Arte Moderna e Contemporânea
Sua história se mistura à da arte moderna e sua passagem para a arte contemporânea, e um
dos mais importantes artistas cinéticos, o venezuelano Cruz-Diez, é representado pela galeria,
que mantém um precioso acervo, fruto de seu conhecimento privilegiado de grandes nomes
como Hélio Oiticica, Ivan Serpa, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Jesús Soto, Mira Schendel,
Guignard, Pancetti, Portinari, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Lygia
Pape, Amelia Toledo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Dionísio del Santo, Antônio Bandeira,
Heitor dos Prazeres, Vasarely, Rubens Gerchmann, Nelson Leirner, Waltercio Caldas, Franz
Weissmann, Ângelo de Aquino, Geraldo de Barros, Heitor dos Prazeres, Joaquim Tenreiro e
Frans Krajcberg. Dos artistas trabalhados pela galeria, apenas Portinari e Guignard já haviam
falecido antes de sua inauguração.
A palavra do fundador: Fonte de prazer
Nascido em uma família amante da arte, Luiz Sève aos 24 anos, cursando o último ano de
engenharia na PUC, decidiu em 1965 se associar à tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro na
criação de uma galeria de arte. Outro tio, o pneumologista Aloysio de Paula (1907-1990),
médico de Guignard, havia sido diretor do MAM, no final da década de 1950. Com a ajuda de
Luiz Eduardo Guinle e de sua mãe, dona Mariazinha, a Galeria de Arte Ipanema instalou-se em
1965 em um dos salões do Hotel Copacabana Palace, passando depois para o térreo, na
Avenida Atlântica, onde permaneceu até 1973. Ainda jovem, passou a trabalhar no mercado
financeiro, mas é na galeria que encontra sua “fonte de prazer”. Uma característica de sua
atuação no espaço de arte é “jamais ter discriminado ou julgado ninguém pela aparência”. São
várias as histórias de pessoas que pedem para entrar e apreciar o acervo, e estão vestidos de
maneira simples ou até desleixadas, e acabam “comprando muita coisa”. “Há o componente
sorte também”, ele ressalta, dizendo que já teve acesso a obras preciosas por puro acaso.
Dentre seus clientes, passaram pela galeria também figuras poderosas como o banqueiro e
mecenas da arte David Rockefeller, e Robert McNamara, secretário de defesa do governo
Kennedy.
Atualmente Luiz Sève dirige a galeria ao lado de sua filha Luciana, no número 173 da Rua
Aníbal de Mendonça, até finalizar a construção do espaço que tem projeto arquitetônico
assinado por Miguel Pinto Guimarães, previsto para 2016, no endereço original que ocupou
desde 1972, na quadra da praia da mesma rua.
Abertura: 02 de setembro, às 19h
Exposição: 03 de setembro a 17 de outubro.
Na ArtRio
De 09 a 13 de setembro.