Feira de Artes Gráficas

20/maio

A 5ª edição do MAB Margens – Feira de Artes Gráficas acontece dia 18 de maio no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo. O Museu celebra o sucesso do evento que reúne artistas e coletivos sob sua marquise, diante do lago do Parque Ibirapuera, em meio à 22ª Semana Nacional de Museus.

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, reúne artistas e coletivos para celebrar um evento que já se tornou tradição no calendário cultural de São Paulo. Com gratuidade no Museu durante todo o dia 18 de maio (sábado), a 5ª edição da feira de artes gráficas MAB – MARGENS ocorre das 12h às 18h. Venha conhecer e refletir sobre “as margens” enquanto espaço-fronteira de produções, com artistas e coletivos que nem sempre são visibilizados no cenário das artes visuais.

Como um manifesto vivo, o Museu oferece sua bela marquise diante do lago do Parque Ibirapuera às produções de artistas inovadores, visando o diálogo e as trocas com o público, possibilitando o fomento da diversidade e a valorização. O objetivo é lhes oferecer espaço privilegiado de divulgação e venda de suas produções gráficas. Para esta 5ª  edição, foi lançado um chamamento público, divulgado via redes sociais e site do Museu, por meio do qual foram selecionados 14 artistas e coletivos pela Comissão de Seleção formada por profissionais de diferentes núcleos de trabalho do Museu. Foram também convidados 5 artistas, cujos portfólios retratam a diversidade social brasileira.

Segundo Guinho Nascimento, um dos artistas que irão expor na feira, participar da MAB Margens é uma possibilidade de encontro. “É estar em comunidade pra ser e fazer mercado, entendendo a feira numa perspectiva que Exu apresenta: um lugar de movimentação, comunicação, prosperidade e caminhos. Assim, vai além de estar à margem do museu, é estar dentro. Não é a parede que nos distancia, porque a MAB é o quintal do Museu, aberto para comer, dançar, enfeitar, apreciar, rezar e celebrar”. Para a artista Neia Martins, a importância é, “estar no espaço do Museu Afro Brasil Emanuel Araujo e no coletivo de artistas que representam esse cenário cada vez mais inclusivo”.

Haverá ainda uma oficina que convida os visitantes à reflexão sobre articulações comunitárias em torno da cultura e do direito à cidade. Será realizada com mediação de Izabel Gomes, educadora popular e artista que divide suas histórias com as pessoas na região do Jardim Miriam, no JAMAC – Jardim Miriam Arte Clube. O evento contará com a venda de bebidas e de quitutes do tabuleiro baiano do Alcides.

A 5ª MAB – MARGENS acontecerá na marquise do Museu, localizada na área externa do pavilhão Padre Manoel da Nóbrega no Parque Ibirapuera, próximo ao Portão 10. O acesso será livre e sem a necessidade de inscrição prévia, lembrando que no dia da feira a entrada do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo será gratuita.

Artistas e coletivos selecionados:

CaiOshima – De um lado, o mundo da ginga; do outro, o equilíbrio. De família metade pernambucana, metade japonesa, o artista visual CaiOshima nasceu e cresceu nas duas culturas. Instagram: @Cai0shima

Cauã Bertoldo – Artista visual autodidata, produz imagens a fim de discutir o mundo estético que tange às questões das pessoas negras em sua pluralidade e subjetividades. Instagram: @cauabertoldo

Daiely Gonçalves – Artista visual mineira, articula narrativas que se lançam sobre a representação do corpo e território em temas de raça e gênero por meio da pintura, desenho e gravura. Instagram: @daielygoncalvesart

Guinho Nascimento – Educador e multi-artista, graduado em Artes Visuais pela Universidade Cruzeiro do Sul e em Dança pela Escola Viva. Instagram: @guinhonascimento @galopretoatelie

Hanna Gomes – Artista visual e designer de Salvador, explora visualmente os questionamentos sobre o ato revolucionário de sonhar, utilizando cores primárias e cenários tropicais ou desérticos. Instagram: @the.hannag

Juliana Mota – Designer gráfica paulistana, trabalha com ilustração digital, pintura, bordado e a experimentação disso tudo junto. É inspirada pela mistura da natureza com retratos femininos. Instagram:@julianamotabordado

Katarina Martins – Artista plástica e arte educadora paulistana, investiga o campo botânico e de manchas orgânicas, com ênfase na busca da beleza cotidiana, com diferentes técnicas da gravura e fotografia. Instagram: @katarinamartins_

Mayara Smith – Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2024), é artista visual, designer gráfica e pesquisadora. Em seu trabalho aborda identidade e corpo negro, principalmente feminino. Instagram: @mayarasmith_

Neia Martins – Trabalha com escultura, pintura, desenho, calcogravura e seus segmentos.Instagram@neia.vancatarina

ÒRÚ – Artista da zona leste de São Paulo, possui trabalhos voltados à ilustração e colagem digital. Instagram: @oru.artista

Pixote Mushi – Artista visual, trabalha com muralismo, arte 3D, xilogravura, pintura e educação artística. Iniciou sua carreira no graffiti e tem explorado temas como raça, sociedade e espiritualidade. Instagram: @pixote_mushi

Rodrigo Abdo  – Designer, ilustrador e artista preto. Seu trabalho observa o cotidiano e organiza coisas que estão no ar. Busca representar a rua, a juventude e questões sociais diversas.  Instagram: @vbdx_

Thiago Vaz – Artista visual e arte-educador, faz um recorte especial sobre a arte urbana: graffiti e street art; pesquisa sobre os modos de ocupação com arte nos espaços públicos: zonas e territórios. Instagram: @thiagovaz.arts

Artistas e coletivos convidados:

Coletivo Anansi Lab – Laboratório de experiências transmídia que promove o letramento racial por meio de livros, revistas, papelaria, eventos, cursos, exposições e produtos digitais. Instagram: @anansi.La

Gejo Tapuya – Reúnem-se via editora especializada em prints, toy art, gravuras e street art. Buscam criar renda para artistas originários, negros e periféricos da cultura hip-hop, graffiti, pixação e outras manifestações culturais marginais. Instagram: @editora.marginal

JAMAC – Artista popular autodidata, autora de estampas exibidas em diversas exposições, cujas inspirações relembram as memórias da sua infância, banhadas pelas belezas do Rio São Francisco.  Instagram: @izabel._gomes – @jardim.miriam.arte.clube

Nei Vital – Baiano que cresceu em São Paulo, se inspira em suas origens do cordel, em seus traços que mesclam o sertão com a metrópole. Instagram: @cordelurbano

Coletivo Xiloceasa – Coletivo formado por integrantes periféricos que buscam por meio da arte, manifestar suas ideias e desejos do cotidiano. Instagram: @xiloceasa

Na atividade, serão apresentadas técnicas de estamparia em tecido com os artistas do JAMAC (Jardim Miriam Arte Clube). A Educadora Izabel Gomes utiliza materiais simples e acessíveis para criação de padrões únicos e personalizados em panos de prato – uma superfície para contar histórias e ensinar a técnica de estêncil, criando desenhos a partir de memórias pessoais e coletivas. Não é necessário ter experiência prévia para participar, mas as vagas são limitadas! As inscrições podem ser feitas via site do Museu.

Homenagem ao artista Sidney Amaral

Visita tematica – Sidney Amaral: Canto para uma arte incômoda no dia 23 de Maio ás 19h, Virtual via Zoom.

Como parte da Programação do Mês da Abolição, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, oferece a “Visita Temática Sidney Amaral: Canto para uma arte incômoda”, em homenagem a esse artista visual, sua trajetória e obra, indissociáveis de uma perspectiva política e crítica e, a partir disso, refletir também sobre o dia 13 maio.

Educador: Guilherme Renan

Doação de obras de Samico para o MAC

08/maio

O MAC incorpora a seu acervo trabalhos de um dos principais gravadores do País, Gilvan Samico, um artista que uniu o popular ao erudito. Literatura de cordel e temas populares nordestinos serviram de inspiração para os trabalhos de Samico e tornaram-se indissociáveis da memória de sua obra.

Dragões, pássaros de fogo, demônios e serpentes estão no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP. O motivo para a chegada dessa fauna fantástica é a doação que o museu acaba de receber. Trata-se de 45 obras do gravador e pintor pernambucano Gilvan Samico (1928-2013), famoso por seu universo imagético inspirado na literatura de cordel e nas mitologias de vários povos do planeta. As 45 obras recebidas pelo MAC são uma doação de Joaquim e Vivianne Falcão, que foram amigos próximos do artista. Joaquim Falcão é jurista, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), fundador e ex-diretor da Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas (FGV) enquanto Vivianne Falcão é advogada e conselheira da Humanitas 360.

A coleção que o casal entrega agora aos cuidados do MAC foi construída ao longo de décadas e comporta diversos presentes oferecidos por Samico. São estudos, pequenas gravuras e rascunhos, alguns deles ainda conservando as dedicatórias, como é o caso da prova do artista de “Cena campestre”, xilogravura de 1957. A obra foi recebida pelo museu acompanhada de um pequeno recorte, onde se lê “Para Vivianne, a primeira xilo. Samico E Célida Olinda, 7 janeiro 2006”. Célida era a esposa do artista.

É um acontecimento para o MAC, que vê sua coleção de obras de Samico saltar de duas para quarenta e sete, além de tornar geograficamente mais plural o acervo do museu, concentrado no eixo Rio-São Paulo. “Samico está entre os grandes gravadores brasileiros”, comenta a professora Ana Magalhães, diretora do MAC. “Ele tem importância fundamental porque está ligado ao Movimento Armorial, junto de Ariano Suassuna e outros artistas e intelectuais, com um papel decisivo na divulgação dessa cultura local.”

Fonte: Jornal da USP/Luiz Prado

Xilogravuras e pinturas de Santídio Pereira

O Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, apresenta até 1º de setembro uma exposição inédita do artista Santídio Pereira. Com curadoria de Cauê Alves, curador-chefe do MAM, a exposição “Santídio Pereira: paisagens férteis” reúne na Sala Paulo Figueiredo mais de 30 obras – algumas, inéditas -, entre gravuras, pinturas e objetos produzidos pelo artista em um período entre 2017 e 2024.

Nascido em Isaías Coelho, no interior do Piauí, Santídio Pereira se mudou com a família para São Paulo ainda criança e, aos oito anos de idade, foi matriculado pela mãe no Instituto Acaia, uma organização criada pela artista Elisa Bracher. Lá, ele entrou em contato com uma grande variedade de técnicas artísticas e, mais tarde, aprofundou-se na gravura no Xiloceasa, idealizado pelos artistas Fabrício Lopez e Flávio Capi.

Com uma trajetória profícua em instituições brasileiras e mundo afora, Santídio apresenta em “Paisagens férteis” sua pesquisa em torno das imagens de biomas brasileiros, da Amazônia à Mata Atlântica, passando por paisagens que fizeram parte de suas vivências e carregando especialmente as observações que faz em meio à natureza.

O curador Cauê Alves selecionou gravuras, objetos e pinturas de Santídio Pereira que trazem imagens de paisagens montanhosas e de plantas como bromélias e mandacarus. Esses motivos nas obras do artista derivam de suas experiências imersivas nos biomas brasileiros, durante viagens em que se dispõe a observar a geografia e a vegetação com atenção. Parte delas também são fruto das memórias da infância no Piauí que ele carrega consigo.

As imagens, porém, não são apenas reproduções do que Santídio Pereira enxerga, mas criações. O curador explica que “a referência a uma espécie de planta específica, que está disponível aos seus olhos, não se opõe à imaginação, ou seja, à mentalização de algo que não está presente. É como se ele interpretasse o que viu e o que lembra do que viu, mas de modo diferente, novo, já que vai além do que se passou e do que se recorda”.

Conhecido inicialmente por seus trabalhos com xilogravura, Santídio Pereira começou a se dedicar também à pintura com guache e à feitura de objetos nos últimos anos. A exposição no MAM será a primeira a exibir, no Brasil,  esses objetos e as guaches. Santídio Pereira comenta que, a partir dessas experimentações, passou a criar objetos que podem ser impressos, e não mais matrizes.

Já as pinturas surgem a partir da vontade que ele teve em trabalhar com a materialidade do guache. “São trabalhos relativamente menores que as xilogravuras, mas são trabalhos que levam para um lugar completamente distinto. Não pelo tema, mas pela materialidade, porque a materialidade da tinta da gravura é um tanto brilhante, é um pouco oleosa, enquanto a materialidade da guache, do jeito que trabalho, é mais opaca”, explica o artista. Para ele, essa característica opaca da pintura à guache transmite uma maior profundidade no trabalho, “como se o trabalho em guache abraçasse e o trabalho em gravura tomasse uma certa distância”.

Em seu texto curatorial, Cauê Alves destaca o olhar atento e a sensibilidade rara de Santídio Pereira, enfatizando o modo com que ele se relaciona com o mundo. “Sua história de vida é uma exceção, e a visibilidade que seu trabalho alcançou é atípica no meio da arte. Ele soube relacionar sua liberdade com aquilo que era, de fato, necessário para ele, apostando na invenção, mas sem renunciar ao trabalho ou abandonar suas origens”, comenta o curador.

Sobre o artista

Nascido em 1996 em Isaías Coelho, no Piauí, Santídio Pereira vive e trabalha em São Paulo. Estudou História da Arte com o crítico e curador Rodrigo Naves, e é graduado em Artes Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo. A trajetória de Santídio Pereira tem sido permeada pela experimentação e estudo constante sobre os preceitos artísticos, impulsionando um desejo de criação e inovação dos padrões pré-estabelecidos, tanto no aspecto formal, quanto conceitual das linguagens artísticas. Seu trabalho já foi exibido em instituições brasileiras como Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre), Centro Cultural São Paulo, Paço das Artes, MuBE – Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, e MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo (todos em São Paulo) em exposições de espaços e instituições internacionais como a Galería Xippas (Punta del Este, Uruguay),  b[x] Gallery (Nova York, EUA), Bortolami Gallery (Nova York, EUA), Fondation Cartier pour l’Art Contemporain – Triennale di Milano (Milão, Itália) Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (Paris, França), Power Station of Art (Xangai, China), dentre outros. Seu trabalho integra coleções importantes, como Pinacoteca do Estado de São Paulo (Brasil), Coleção Cisneros (EUA), Acervo Sesc de Artes (Brasil), Museu de Arte do Rio – MAR (Brasil) e Fondation Cartier pour l’Art Contemporain (França). Santídio Pereira também foi contemplado com o Prêmio Piza (2021, Paris, França), além de ter participado da AnnexB Residência Artística (2019, Nova York, EUA).

Sobre o MAM São Paulo

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas. O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, peças de teatro, sessões de filmes  e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo. Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção.Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.

A exposição Plástico-Bolha

03/maio

A exposição coletiva “Plástico-bolha”, na CASANOVA, Barra Funda, São Paulo, SP, fala de impermanência e movimento como lugar seguro. De uma instabilidade protegida, a transição ou o deslocamento como potencializador do sensível.

Sem mudança há a estagnação, força contrária à expansão ou ampliação do olhar, do ser, do fazer. Recalcular a rota é um gesto magistral em qualquer processo de transformação e a arte é um sábio diário de bordo ou destino-deriva.

A expressão artística não existe sem um redirecionamento do pensar. Estar aberto para que o caminhar seja maior que o caminho. Na trajetória da vida é a liberdade de nos mover ou a capacidade de flexibilizar que nos faz criativos.

As obras apresentadas na mostra e a concepção expográfica tratam desta espacialidade. Chão é um lugar essencialmente simbólico.

Organização de Juliana Freire e Adriano Casanova.

Artistas participantes: Akauã Kamaiura, Adriano Casanova, Julia Pereira, Juliana Freire, Laerte Ramos, Lia Chaia, Luiz Martins, Massuelen Cristina, Raphael Escobar, Renata Padovan, Renato Dib, Simone Floot, Vinicius Monte, Vivi Rosa e Yan Boechat.

Até 25 de Maio.

Vera Reichert exibe Espelhos D’Água

Em um convite à contemplação e à reflexão sobre a relação entre a água e seus diferentes biomas, Vera Reichert apresenta a exposição “Espelhos D’Água” na Caixa Cultural, Praça da Sé, São Paulo, SP, com curadoria do artista e gestor cultural André Venzon. A mostra mergulha nas profundezas dessa temática, explorando novas narrativas e perspectivas poéticas sobre esse elemento essencial à vida. A abertura ao público será no dia 03 de maio, com vernissage no dia 4 de maio, às 10h.

Ao longo de mais de três décadas de imersão na poética da água, Vera Reichert tem investigado e expressado sua visão singular por meio de diversas mídias, como fotografia, vídeo, instalação e escultura. Sua jornada artística é marcada por uma profunda conexão com os ambientes aquáticos, inspirando-se nas nuances e na beleza dos oceanos, rios, lagos e lagoas ao redor do mundo.

As obras exibidas em “Espelhos D’Água” revelam a habilidade da artista em capturar a essência da água em suas mais diversas formas. Fotografias subaquáticas transportam o espectador para um mundo raro, onde a luz dança sobre as superfícies e as cores se mesclam em harmonia. Instalações imersivas proporcionam uma experiência sensorial única, convidando-nos a explorar os mistérios e as maravilhas dos ecossistemas aquáticos. Foram produzidas mais de 30 obras, entre imagens do fundo do mar dentro de escotilhas espelhadas, imagens de superfícies de lagoas emolduradas e em forma de gotas moldadas em calotas de acrílico. Um curta-metragem, selecionado no canal Arte1 sobre seu trabalho, uma gota espelhada e um backlight da lua complementam a exposição, oferecendo ao público uma experiência visual e sensorial única.

Vera Reichert, exibe também criações inéditas, especialmente concebidas para este evento: instalações interativas que convidam o público a mergulhar literalmente na arte e no pensamento da artista, proporcionando uma experiência imersiva e transformadora. “Espelhos D’Água” não apenas encanta visualmente, mas também convida à conscientização sobre a importância da preservação e do uso responsável das fontes e mananciais de água em nosso planeta. Por meio de sua pesquisa visual, Vera Reichert nos lembra da fragilidade e da beleza desse recurso hídrico, instigando-nos a refletir sobre nossa relação com a natureza e as futuras gerações. Não perca a oportunidade de mergulhar nessa experiência única!

Até 16 de junho.

Exposição de Juan Cerón no Brasil

25/abr

 


Exposição de fotografías do espanhol Juan Cerón inaugurada  no Instituto Cervantes de São Paulo faz uma abordagem ao romance “Dom Quixote” em comemoração ao mês do livro. A exposição recebeu o título de “Anaqronías”. Após um longo processo de conceitualização e diferentes trabalhos que lhe permitiram avançar artisticamente,  “Anaqronías” é seu segundo projeto pessoal, cujo percurso o levou a expor em vários países de três continentes, como Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, China, México, República Dominicana chegando, finalmente, ao Brasil.
Trata-se de uma interpretação fotográfica contemporânea baseada em um estudo documentado do romance “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, como explica Juan Céron: “Tentei resgatar dos recantos mais profundos da obra aqueles personagens de caráter secundário, terciário, imaginário…e trasladá-los para a realidade fotográfica, dotando-os de uma anacronia, de um elemento anacrônico sempre relacionado ao papel do personagem no romance, que nos leve da imagem pictórica inicialmente pretendida a uma imagem atual, de nosso tempo, brincando assim com a anacronia como um erro estético necessário e intencional”. Sob esquemas de luz e composição inspirados nos mais destacados pintores do realismo barroco do século XVII – Caravaggio, Bernini, Rembrandt, Vermeer, Ribera – “Anaqronías” assume o duplo desafio de confrontar, por um lado, o romance mais importante de todos os tempos com o rigor e o respeito que merece e, por outro, dar forma e figura a uma série de personagens dos quais, em alguns casos, não há nenhuma evidência documental através de pinturas, desenhos ou gravuras e que permaneceram encerrados no romance, esperando pacientemente por mais de 400 anos.

Sobre o artista
Juan Cerón (Bochum, 1973). O artista entra em contato com o mundo da fotografia no início de 2007, quando, tendo em suas mãos sua primeira câmera DSLR, entende a fotografia como um poderoso instrumento de comunicação visual e criação artística, com o qual, além de poder capturar o momento, ele pode ser abordado através de uma história para contar e compartilhar. De formação principalmente autodidata, desde 2015 tem realizado várias exposições individuais com seu primeiro trabalho fotográfico “Onde Habita o Esquecimento”, pelo qual foi pré-selecionado para fazer parte de uma representação de artistas no âmbito do PhotoEspaña. Participou como palestrante de diversas conferências e oficinas em muitos espaços culturais espanhóis e internacionais, bem como congressos de fotografia contemporânea. Fez parte do júri para a EGADE Business School de Monterrey (México).
Até 1º de junho.

Exposição no Sesc Pinheiros

19/abr

O livro “Um Defeito de Cor”, escrito por Ana Maria Gonçalves e lançado em 2006, tornou-se uma das principais obras da literatura brasileira contemporânea sobre a escravidão no Brasil e todas as mazelas advindas disso. Após ser homenageado pela escola de samba Portela, que fez da obra o seu samba-enredo de 2024, a publicação ganha uma exposição no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

A mostra, que recebe o nome do livro – “Um Defeito de Cor” – é fruto de uma parceria entre o Sesc São Paulo e a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), com a concepção original do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR). Por sua vez, a curadoria da exposição é da autora do livro, Ana Maria Gonçalves, em parceria com os pesquisadores Marcelo Campos e Amanda Bonan.

Brasil colônia

Por meio de obras de arte, a exposição faz alusão ao período do Brasil Império (1822-1889) para discutir os contextos sociais, culturais, econômicos e políticos do século 19 e seus desdobramentos em elementos contemporâneos. Ao todo, 372 peças entre arte têxtil, fotografias, instalações, cartazes, pinturas e esculturas de autoria de artistas do Brasil, da África e das Américas interpretam “Um defeito de cor”, ganhador do prêmio Casa de las Américas e considerado um dos mais importantes clássicos da literatura afro-feminista e nacional. Assim como o livro, a exposição faz um enfrentamento às lacunas e ao apagamento da história da população negra ao contar a jornada de uma mulher africana nascida no início do século 19, escravizada no Brasil, e sua busca por um filho perdido.

Na exposição em São Paulo, estarão presentes os figurinos e croquis das fantasias do Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, assinados pelo artista e carnavalesco Antônio Gonzaga, que se inspirou no livro de Ana Maria para desenvolver o samba-enredo do Carnaval 2024, no Rio de Janeiro. O desfile impulsionou a procura em livrarias físicas e digitais e elevou “Um defeito de cor” para a categoria de mais vendidos do Brasil. Além disso, estarão em exibição, pela primeira vez, um “Retrato de Ana Maria”, quadro de Panmela Castro; “Bori – filha de Oxum”, do artista e babalorixá Moisés Patrício, e “romaria”, mural que será pintado por Emerson Rocha na entrada do Sesc Pinheiros, além de uma programação integrada, com ações educativas divulgadas ao longo do período expositivo.

A exposição “Um Defeito de Cor” está dividida em dez núcleos não-lineares, que se espelham nos dez capítulos do livro, a exposição não é cronológica nem explicativa. O objetivo é trazer uma visão do Brasil com momentos históricos e recortes sociais transmitidos por meio de uma produção intelectual e de imagem presentes na arte contemporânea. Dessa maneira, a mostra faz um mergulho na essência de temas como os levantes negros, o empreendedorismo, o protagonismo feminino, o culto aos ancestrais e a África Contemporânea, que reexaminam os caminhos da população afro-brasileira desde os tempos de escravidão até os dias atuais, e fazem uma interpretação dos conceitos apresentados no romance, principalmente as origens e as identidades africanas que constituem a população, das quais ainda pouco se sabe.

Até 1º de dezembro.

Nova Diretora de Operações

17/abr

A Galatea anuncia a nomeação de Anita Pastonesi como Diretora de Operações. Anita faz parte da história da Galatea mesmo antes dela existir, contribuindo decisivamente para o processo de fundação da galeria. Desde sempre, demonstrou profunda dedicação aos nossos projetos nacionais e internacionais e aos artistas que representamos. O seu senso apurado de liderança e compromisso garante o sucesso das diversas operações que se encontram sob sua responsabilidade.

Antes de integrar a Galatea, Anita trabalhou em outras duas galerias e estudou Relações Internacionais na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, seguida de uma especialização em Crítica de Arte e Curadoria na EAV Parque Lage com a Universidade Cândido Mendes.

Esta nomeação reflete a sua importante contribuição para as conquistas da Galatea. Transmitimos os nossos mais sinceros parabéns à Anita e estamos entusiasmados para continuar dando juntos os nossos próximos passos!

Cruzando Carmela Gross com Lina Bo Bardi

Chama-se “Quase Circo” a exposição de Carmela Gross no Sesc Pompeia, São Paulo, SP. A mostra estará em cartaz até 25 de agosto e compreende 13 obras, em grande escala, que ocupam diferentes espaços da antiga fábrica. Com curadoria de Paulo Miyada, a exibição reúne uma convergência do trabalho de Carmela Gross com a arquitetura de Lina Bo Bardi. Carmela Gross realiza trabalhos em grande escala que se inserem no espaço urbano e que assinalam um olhar crítico sobre a arquitetura e a história urbana. O eixo comum, para além da diversidade dos contextos e das propostas elaboradas em cada caso, é o conceito básico de trabalhar-na-cidade. O conjunto de operações que envolvem desde a concepção do trabalho, passando pelo processo de produção, até a disposição no lugar de exibição, enfatizam a relação entre a obra e o espaço, entre a obra e o público.

A exposição propõe uma leitura panorâmica das obras da artista, pautada no diálogo com a fábrica projetada por Lina Bo Bardi.  Esta exposição apresentará trabalhos de grandes dimensões, como a instalação “Roda Gigante”, de 2019, e “Escadas Vermelhas”, de 2024.  Painéis luminosos, vídeos, e desenhos também compõem o espaço da área de convivência, além de duas obras expostas anteriormente no Sesc Pompeia, intituladas “Rio Madeira” (1990) e “Estandarte Vermelho” (1999). Destaca-se ainda, a obra “Gato”, realizada especialmente para a exposição, que será instalada nas passarelas do complexo esportivo, inspirada em um desenho de Lina Bo Bardi.

Sobre a exposição, diz o curador Paulo Miyada

“Esta exposição é uma convergência. De uma parte, a obra da paulistana Carmela Gross, que há quase seis décadas produz arte como uma forma peculiar de observar, deslocar e recombinar as coisas do mundo, muitas vezes fazendo dos despojos do crescimento urbano a matéria de suas obras. De outra parte, a arquitetura da italiana Lina Bo Bardi, que encontrou no Brasil lições sobre o trabalho, arquitetura e design populares, que ela estudou e incorporou em sua própria arquitetura de princípios modernistas”.

Sobre a artista

A artista visual Carmela Gross nasceu em São Paulo, em 1946. Suas primeiras obras, nos anos 1960, foram realizadas enquanto estudava no Curso para Formação de Professores de Desenho, na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo. Concluiu o mestrado em 1981, e o doutorado em 1987, na Escola de Comunicação e Artes da USP, ambos sob orientação do crítico de arte e curador Walter Zanini (1925-2013).  A artista participou de oito edições da Bienal de São Paulo (1967, 1969, 1981, 1983, 1989, 1998, 2002 e 2021); duas edições do evento Arte-Cidade (1994 e 2002); da 2ª Bienal de Arte Contemporânea de Moscou (2007) e da 5ª Bienal do Mercosul (2005), em Porto Alegre.  Algumas de suas obras públicas permanentes são: Grande Hotel (2017), no Sesc 24 de Maio, São Paulo;  Terra (2017), no Museu de Escultura e Ecologia – MuBE, São Paulo; Cascata (2005), em Porto Alegre, Rio Grande do Sul; Fronteira, Fonte, Foz (2001), em Laguna, Santa Catarina; Painel Hans Staden (1997), no Hotel Renaissance, em São Paulo. Seus trabalhos fazem parte de diversas coleções: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da USP, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte de Brasília, Fundação Padre Anchieta, Museu de Arte de São Paulo, Itaú Cultural, Biblioteca Luis Angel Arango de Bogotá, Museum of Modern Art, em Nova Iorque, Museum of Fine Arts, em Houston, entre outras.

Sobre o curador

Paulo Miyada é curador e pesquisador de arte contemporânea. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, tem mestrado em História da Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição. Foi assistente de curadoria da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010, e fez parte da equipe de curadores do Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural, entre 2011 e 2013. Em 2021, passou a atuar como curador adjunto do Centre Pompidou, em Paris, uma das mais renomadas instituições de arte da Europa. Miyada também foi curador adjunto da 34ª Bienal de São Paulo e do 34º Panorama da Arte Brasileira do MAM-SP. Atualmente, é diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake.