Sob orientação de Paulo Herkenhoff

13/set

 

Localizada na sede da FGV, em Botafogo, no Rio de Janeiro, a FGV Arte será um espaço voltado à valorização e experimentação artística e a debates contemporâneos em torno da arte e da cultura, buscando incentivar o diálogo com setores mais criativos e heterogêneos da sociedade. A iniciativa pretende conectar, a partir de projetos artísticos, as escolas da FGV, tais como a Escola Brasileira de Administração Pública, Escola de Economia, Escola de Matemática Aplicada, Escola de Ciências Sociais (CPDOC) e a Escola de Comunicação, Mídia e Informação. A FGV Arte prevê ainda seminários, oficinas metodológicas e cursos práticos de formação para as artes.
A exposição inaugural foi intitulada de “A Quarta Geração Construtiva no Rio de Janeiro” pelo curador Paulo Herkenhoff e ficará em cartaz, com entrada gratuita, até novembro de 2023. Na abertura, será lançado o livro “Rio XXI Vertentes Construtivas”, também sob a concepção de Paulo Herkenhoff, que além de organizar a publicação, dirigiu o projeto editorial junto ao artista e designer gráfico Fernando Leite. O livro é o segundo volume da coleção, que se iniciou com “Rio XXI Vertentes Contemporâneas”, lançado em 2019. A relação da FGV com a arte contemporânea vem sendo resgatada desde 2012, quando passou a editar publicações sobre diversas vertentes da arte e do design, a exemplo do livro “Móvel brasileiro moderno”.
“Ainda na década de 1940, a FGV promoveu um curso pioneiro no âmbito artístico que possibilitou a formação especializada para o campo gráfico – em forte expansão à época. A FGV Arte resgata a tradição de incentivo à arte da Fundação, buscando encorajar e desenvolver ainda mais o setor cultural no Rio de Janeiro”, avaliza o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, que completa: “A importância do novo espaço se firma na promoção de diálogos multidisciplinares, algo que a Fundação tem em sua missão”.
“A FGV Arte surge em um movimento importante de revitalização do Rio de Janeiro”, diz Sidnei Gonzalez, diretor da FGV Conhecimento, um dos incentivadores do projeto: “O novo espaço abre com a intenção de apoiar a arte contemporânea brasileira e carioca. Local de produção de conhecimento, prospecção de novos artistas e promoção de diálogos, a FGV Arte se integra à cidade, ressaltando um dos seus grandes diferenciais: o setor artístico e seu engajamento criativo”.

Música e arte digital

Durante a abertura da FGV Arte, a esplanada da FGV será palco de um concerto com metais e percussão da Orquestra Sinfônica Brasileira. O repertório cria uma cronologia da música carioca, de Villa-Lobos ao funk. E, pela primeira vez, a abóbada do auditório, projetado por Oscar Niemeyer, receberá um mapping original criado pela SuperUber, a partir das inspirações conceituais e das referências da exposição em cartaz. As projeções sobre a abóboda acontecem de segunda a sexta-feira, dia 15 de setembro, das 18 às 21h.

A exposição

“A Quarta geração construtiva no Rio de Janeiro” reúne 47 artistas cariocas: de origem, por adoção ou visitantes marcados pela cidade, sem limite geracional ou de linguagem, e sob curadoria de Paulo Herkenhoff, que definiu a cidade no século XXI “com novas perspectivas no campo social de circulação da obra de arte”. Para o curador, o processo construtivo, retratado na exposição, permanece fortemente na cidade, com práticas contemporâneas em andamento. Foi a partir daí que Paulo Herkenhoff estabeleceu o conceito de “quarta geração construtiva”: “O século XXI coincide com a quarta geração construtiva, a etapa de maior abertura experimental da relação com a matemática, a topologia, o número, o acaso e improvisos, desastres e a crise do poder, num emaranhado de agendas políticas e conceituais, processos de subjetivação, a explosão do olhar da periferia e um novo ethos, a crítica institucional, a geometria sensível da América Latina, introdução de signos materiais da arte inauditos e o quase nada e o zero”.

Participam da coletiva os artistas (por ordem alfabética):

Adriana Eu, Adriana Maciel, Alexandre Vogler, Allan Weber, Alvaro Seixas, Amalia Giacomini , Andrea Brown, Antonio Bokel, Bruno Veiga, Cadu, Carolina Ponte, Daniel Murgel, Deborah Engel, Delson Uchôa, Denilson Baniwa, Francisco Proner, Guilherme Santos Silva, Guilhermina Augusti, Heleno Bernardi, Heberth Sobral, Igor Vidor, Ismael Monticelli, Jefferson Medeiros, Joana Traub Csekö, Joelington Rios, Joey Seiler, Latoog, Lucas Ururah, Luiz Baltar, Luna Bastos, Lyz Parayzo, Marcelo Catalano, Marcelo Conceição, Marcelo Macedo, Marcelo Monteiro, Marcone Moreira, Maria Mazzilo, Michel Groisman, Mulambö, Osvaldo Carvalho, Paulo Vivacqua, Pedro Vitor Brandão, Tainan Cabral, Tantão, Thiago, Ortiz, Toz e Yhuri Cruz.

O livro

Com organização e direção editorial Paulo Herkenhoff e Fernando Leite, Rio XXI Vertentes Construtivas [288 páginas] é o segundo volume bilíngue [português e inglês], da coleção Rio XXI, desenvolvida pela FGV Conhecimento. A nova publicação relaciona as gerações precursoras dos movimentos atuais e suas formas de gerar o raciocínio construtivo nas artes visuais brasileiras. Assinam textos nesta edição (na ordem em que aparecem na publicação) Leno Veras, Glória Ferreira, Paulo Herkenhoff, Sérgio Bruno Martins e Felipe Scovino; e textos adicionais por José Maria Dias da Cruz, Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, Luiz Camillo Osorio, André Pitol, Daniela Name, Guilherme Altmayer, Priscyla Gomes, Fernanda Lopes, Fernando Cocchiarale, Jefferson Medeiros, Christiane Laclau, Aldones Nino, Nathalia Grilo, Vovó Maria Carlota, Ricardo Gomes Lima, Natalia Quinderé e Wair de Paula. A publicação estará à venda a partir do final de novembro.
Coleção de arte

Concomitante à criação da FGV Arte, a Fundação Getulio Vargas está iniciando uma coleção de arte brasileira do século XXI. As primeiras obras incorporadas são uma escultura de Ascânio MMM e um trabalho de Xadalu Tupã Jekupé, artista indígena radicado em Porto Alegre. A coleção tem orientação e coordenação curatorial de Paulo Herkenhoff.

Fundação Getulio Vargas

Instituição de caráter técnico-científico e educativo, foi criada em 20 de dezembro de 1944 como pessoa jurídica de direito privado. Tem por finalidade atuar na produção de conhecimento, com ênfase especial no campo das ciências sociais, administração, direito e economia, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.

 

Acervo em leilão

06/set

Coleção Emanoel Araújo

05/set

Em paralelo com a Bienal de São Paulo, a Bolsa de Arte apresenta – desde o dia 06 de setembro – uma exposição e leilão destacando a coleção de Emanoel Araujo (1940-2022), o renomado artista brasileiro que, também foi diretor de museu e curador.
O leilão ocorrerá nas noites de 25 a 28 de setembro, a partir das 20h.
Devido à importância de Emanoel Araújo, esta exposição atrairá colecionadores e diretores de museus de todo o mundo, incluindo os que vieram a São Paulo para participar da feira de arte bienal. Um público altamente qualificado.
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Emanoel Araujo reuniu uma impressionante coleção de mais de 4.000 obras, celebrando a riqueza e a diversidade da cultura brasileira por meio de old masters, pinturas, esculturas brasileiras, design, fotografia, arte sacra, jóias coloniais, cerâmicas e artesanato. No próximo ano, outro leilão será realizado, apresentando peças da coleção do Museu Afro Brasil, fundado por Emanoel Araújo em 2004.
Uma coleção que reflete a riqueza da cultura brasileira
A exposição destaca a coleção de Araújo, oferecendo uma visão mais ampla da riqueza cultural do Brasil. A importância do legado de Emanoel Araújo e de sua coleção transcende as fronteiras da arte.
A coleção de Emanoel Araújo abrange desde representações de Orixás na religião afro-brasileira até representações europeias em bronzes coloniais.

Passabilidade

01/set

Sob o título geral de “Novo Poder: Passabilidade, Miss Brasil” trata da série de pinturas que Maxwell Alexandre fez em papel pardo com imagens de pessoas negras em um cubo branco, relacionadas ao conceito de passabilidade – isto é, caminhar seguro e despercebido no espaço público –  no mundo da arte.
As pessoas retratadas adotam postura debochada; outras refletem o dia a dia, como uma senhora com saia florida e estudantes. Na Casa SP-Arte,  Jardins. São Paulo, SP.

Nova instalação de Siron Franco

31/ago

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, na Universidade de São Paulo (USP), inaugura a exposição “Garimpo, o carvão e o ouro”, de Siron Franco. O evento de abertura será às 18h desta quinta-feira (31/8), na capital paulista.
Conhecido por entrelaçar arte com temas sociais e políticos, Siron Franco traz uma coletânea de trabalhos atualíssimos que abordam as riquezas e desafios daAmazônia.

Sob a curadoria de Luiz Armando Bagolin, com o auxílio de Fabrício Reiner e em parceria com a galeria Almeida & Dale, a exposição promete ser uma experiência única e imersiva. A exposição segue até 03 de novembro.

 

As cores de Marcus Vinicius

16/ago

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, apresenta, entre 19 de agosto e 30 de setembro, “Quem tem medo do vermelho, amarelo, azul e de outras sessenta e três cores?”, segunda exposição de Marcus Vinicius no endereço de São Paulo. O título da mostra faz referência à icônica série “Who’s Afraid of Red, Yellow and Blue” de Barnett Newman, cujo trabalho com as cores primárias em estruturas sumárias também tem sido explorado por Marcus Vinicius em sua investigação na pintura desde os anos 1990.

“Quem tem medo do vermelho, amarelo e azul e de outras sessenta e três cores?” reúne 6 obras, sendo uma delas formada por um conjunto de 66 pinturas nomeadas pelo artista de “pinturas do avesso” que apresentam as cores utilizadas por ele ao longo de seus 25 anos de trabalho. Intitulada de “Catálogo” (2023), a obra segue uma ordem de funcionamento particular, cujos critérios de composição e display se estabelecem a partir de uma leitura analítica e retrospectiva de sua produção. As pinturas em tinta automotiva sob vidros, montadas com perfis de alumínio anodizado, são distribuídas em 6 fileiras horizontais, em quadros de 3 tamanhos diferentes: 50×50 cm, 50×70 cm e 50×100 cm. A variação das dimensões está associada à frequência do uso das cores ao longo da produção do artista. Elas estão distribuídas na parede não por um critério estético, mas pela ordem em que aparecem no catálogo de cores industriais.

Além de “Catálogo” (2023), obra que ocupa toda a extensão de uma das paredes da galeria, medindo 4,5 X 9 m, a mostra apresenta outros 5 trabalhos inéditos de uma nova série chamada “Aparelhos Analíticos”, sendo 4 deles de grandes dimensões, também realizados com tinta automotiva, técnica utilizada pelo artista pela primeira vez. Marcus Vinicius experimenta as possibilidades da pintura industrial para dar continuidade a sua pesquisa sobre a cor e os efeitos ópticos causados pela interação entre a superfície espelhada e transparente do vidro e a superfície opaca da madeira.

Marcus Vinicius é licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e inicia sua participação em exposições no Brasil no início dos anos 1990. A partir da ideia de “Estrutura quadro”, conjunto de regras criadas por ele mesmo para guiar o seu processo de produção, Marcus Vinicius explora as propriedades de materiais e cores industriais. Seus quadros dialogam com o universo da indústria, sem, no entanto, estarem de todo entregues a ele. Regidos pela ordem da produção modular em série, esses trabalhos podem se apresentar, inicialmente, impessoais e herméticos, mas, sob um olhar mais atento, revelam a complexa relação entre os seus elementos. Sua feitura é, desde o início, administrada por uma inteligência do sensível: as formas, combinações de cores e variação de materiais são cuidadosamente escolhidas e pensadas por Marcus Vinicius, que, em um tempo bem menos acelerado que o da indústria, os articula na busca pelo ajuste de uma química interna do quadro.

O vidro, por exemplo, é convocado por sua propriedade reflexiva e pela dúvida que seu efeito óptico pode gerar à visão do observador. Não se trata da transparência pura e simples, mas sim da opacidade, das artimanhas visuais. Por outro lado, o uso da tinta sobre madeira em cores tão frequentemente observadas no cotidiano da cidade criaria um terreno seguro para a visão – estaríamos certos do que nosso olho vê -, mas o atrito entre cores distintas acaba por gerar alguma vertigem, terceiras cores que são percebidas só virtualmente. Marcus Vinicius está interessado pela pintura, por aquilo que pode acontecer no espaço bidimensional, mas também por aquilo que pode ser gerado na terceira dimensão. Não somente seus efeitos ópticos, mas suas experiências físicas, através dos suportes geométricos em madeira ou alumínio construídos por ele mesmo em sua oficina.

Uma abordagem conceitual

11/ago

Alexandre Murucci exibe, até 16 de setembro, “A floresta azul”, no Centro Cultural dos Correios SP, sob curadoria de Victor Gorgulho, onde reúne uma série de novos trabalhos que abordam questões fundamentais relacionadas ao patrimônio natural do Brasil, a importância dos povos originários, as ameaças enfrentadas pela Floresta Amazônica e o panorama sociopolítico que afeta o futuro do planeta. Através de uma abordagem conceitual, o público será convidado a refletir sobre a vida que flui na floresta, conferindo-lhe a tonalidade azul.

O questionamento central da exposição é expresso pelo próprio artista: “De que cor é uma floresta?” O título oferece uma resposta implícita a essa indagação, insinuando que a floresta é azul, em virtude da vitalidade que exala para o ambiente. Alexandre Murucci adentra o âmago da discussão sobre a Floresta Amazônica, utilizando diversos meios artísticos para examinar as complexidades da região e sua relação com a realidade geopolítica contemporânea.

Através de diferentes mídias e suportes, o artista aborda uma das questões mais urgentes da atualidade brasileira e do mundo contemporâneo: a preservação da Amazônia. Seja por meio de uma abordagem crítica e incisiva sobre o passado de descaso e projetos fracassados que marcaram a história da maior floresta tropical do mundo, ou através de um olhar poético que oferece uma visão panorâmica do passado e do presente da região e do Brasil, convida o público a embarcar em um percurso labiríntico que abrange os aspectos sociais, políticos e culturais desse território que se destaca pelo descaso e, ao mesmo tempo, pelo fascínio que desperta em todos os seres que compartilham este planeta, a nossa Terra. A Floresta Azul, representa a vida que flui no ar em forma líquida e vital, conferindo à floresta uma tonalidade azul, em contraste com as cores convencionais associadas a esse ecossistema. Com um enfoque conceitual marcante, Alexandre Murucci exibe trabalhos em diversos suportes, incluindo uma instalação que dará nome à exposição, intitulada “labirintos espaciais”. Essa imensa e delicada composição é construída a partir de bastidores de madeira e telas de seda sintética, criando uma paisagem flutuante inserida em uma figura concretista.

“Ora lançando mão de um olhar crítico e mordaz diante do passado historicamente conhecido de descaso e sucessivos projetos fadados ao fracasso na maior floresta tropical do mundo; ora nos apresentando um panorama do ontem-hoje da Amazônia e do Brasil através de um singular olhar poético, o artista convida o espectador a um percurso labiríntico – literal e metafórico – por entre os meandros da história social, política e cultural de um território a um só tempo fruto do descaso e do fascínio infindo dos olhos (e dos pulmões) de todos os seres que habitam este planeta que ainda chamamos de…Terra”, discorre Victor Gorgulho.

“De que cor é uma floresta? Verde como deveria? Amarela e seca? Vermelha como quando arde em chamas? Negra, após suas mortes? Para o artista ela é azul, pela vida que transpira pelo ar. Vida em forma líquida e vital!, diz Alexandre Murucci.

Sobre o artista

Alexandre Murucci nasceu no Rio de Janeiro, RJ, 1961. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Artista plástico com formação pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Sua trajetória de mais de 30 anos inclui trabalhos com suportes múltiplos, com ênfase em escultura, fotografia, instalação, vídeo e arte digital (NFT). Suas obras, de cunho conceitual, abordam principalmente temas relacionados a identidades, inserções periféricas e polaridades dos fluxos de poder, sempre com um viés político-histórico e referências metalinguísticas no âmbito da arte. Obteve reconhecimento ao longo de sua carreira, participando de mais de 80 exposições em seu trajeto profissional. Em 2009, foi agraciado com o prêmio Bolsa Iberê Camargo e, no mesmo ano, recebeu o convite para participar da mostra coletiva “Las Américas Latinas – Fatigas Del Querer” em Milão, com curadoria de Philippe Daverio. Em 2011, recebeu o 2º prêmio da Fundação Thyssen-Bornemisza, de Viena, no projeto “The Morning Line” – TBA21. Entre suas exposições individuais de destaque estão “Cadeau”, na Galeria Mariantonia – USP, em 2022; “Arquipélago”, na Galeria de Arte Maria de Lourdes Mendes de Almeida, em 2019; “O Fio de Ariadne”, no Centro Cultural Correios, ambas no Rio de Janeiro, em 2021; “Las Américas Latinas” em Milão, Itália, em 2014; e a exposição “Nicho Contemporâneo” no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 2010. Além disso, suas obras já foram exibidas em diversos países, como EUA, Eslovênia, Cuba e Alemanha. Em 2011, representou o Brasil na Bienal da Áustria e, em 2019, na 13ª Bienal do Cairo. Em 2017, foi selecionado por meio de um open-call mundial para o Pavilhão de Grenada na 57ª Bienal de Veneza, com comissariado de Susan Mains e curadoria de Omar Donia. Também se destacou como um dos primeiros artistas a exibir suas obras em formato NFT durante a ARTRIO, feira presencial de arte, através da galeria Metaverse Agengy, uma participação inédita internacionalmente.

Sobre o curador

Victor Gorgulho nasceu no Rio de Janeiro, RJ, 1991.  Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Curador, jornalista e pesquisador, é graduado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ e atualmente mestrando em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio, com um profundo envolvimento no campo das artes visuais. Atuando como Curador-chefe do Instituto Inclusartiz, já esteve à frente de importantes exposições no cenário artístico contemporâneo. Entre suas curadorias notáveis estão “Vivemos na melhor cidade da América do Sul”, em colaboração com Bernardo José de Souza, realizada em Átomos, Rio de Janeiro, em 2016, e na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, em 2017; “terceiro mundo pede a bênção e vai dormir”, realizada na Despina, Rio de Janeiro, em 2017; “Eu sempre sonhei com um incêndio no museu” – Laura Lima & Luiz Roque” no Teatro de Marionetes Carlos Werneck, no Rio de Janeiro, em 2018; e “Perdona que no te crea”, na Fortes D’Aloia & Gabriel, Rio de Janeiro, em 2019. Victor Gorgulho também co-curou a exposição “Escrito no Corpo” em parceria com Keyna Eleison, em exibição na Carpintaria, no Rio de Janeiro, até fevereiro de 2021. Desde 2019, atua como curador do MIRA, programa de videoarte da ArtRio. Integra o corpo curatorial da Despina, centro de pesquisa e residência artística no Rio de Janeiro, sob a direção de Consuelo Bassanesi. Com vasta experiência jornalística, foi editor assistente de cultura do Jornal do Brasil (2014-2017) e é colaborador de veículos como o El País Brasil. Coorganizou, juntamente com a crítica e curadora Luisa Duarte, o livro “No tremor do mundo – Ensaios e entrevistas à luz da pandemia” (Editora Cobogó, 2020).

Dos Brasis no Sesc Belenzinho

10/ago

A exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro” celebra negritudes e suas potências. Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo Brasil, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo cerca de 240 artistas e coletivos negros, de todos os estados, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos, No Sesc Belenzinho, São Paulo, SP, com período expositivo até 28 de janeiro de 2024.

“Brasil, meu nego, deixa eu te contar,

A história que a história não conta,

O avesso do mesmo lugar

Na luta é que a gente se encontra”

(História para Ninar Gente Grande. Estação Primeira de Mangueira, 2019).

Em 2019, a Estação Primeira de Mangueira levou para a avenida o samba “História pra ninar gente grande”, que tinha o objetivo de narrar as “páginas ausentes” da História do Brasil e repensar as narrativas oficiais que foram ensinadas ao longo de gerações. No desfile, o público viu passar as histórias de protagonistas negras e negros, num samba que cantou o país, reconheceu a pluralidade que o compõe e denunciou a falsa ideia de unificação nacional e o problema da história hegemônica.

Agora, em 2023, a centralidade do pensamento negro no campo das artes visuais brasileiras, em diferentes tempos e lugares, é uma das principais premissas que guiam o processo curatorial da mostra “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros já realizada no país.

A abertura da exposição, que ocupa diversos espaços no Sesc Belenzinho, aconteceu no dia 02 de agosto, em São Paulo, SP. A mostra segue aberta, com visitação gratuita, até 28 de janeiro de 2024. Depois, uma parte da mostra circulará em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos. Realizada a partir de um trabalho em conjunto de analistas de cultura da instituição de todo o país, a exposição apresentará ao público trabalhos em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidos entre o fim do século XVIII até o século XXI por 240 artistas negros, entre homens e mulheres cis e trans, de todos os estados.

“Como uma instituição que tem na diversidade uma de suas principais marcas, o Sesc busca por meio de suas ações dar voz aos mais diversos segmentos sociais, estimulando o debate e ajudando a registrar a história e cultura de nosso povo em toda sua abrangência e riqueza. Dentro dessas premissas, o projeto “Dos Brasis” lançou um olhar aprofundado sobre a produção artística afro-brasileira e sua presença na construção da História da arte no Brasil. Um trabalho que contou com nossos analistas de cultura em todo o país, em um grande alinhamento nacional. A exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro” é a culminância desse processo e oferece ao público não só a oportunidade de conhecer a obra de artistas e intelectuais negros, como também de refletir sobre sua participação nos diversos contextos sociais”, disse o diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, José Carlos Cirilo.

“Em sintonia com os desafios da contemporaneidade, por meio dessa exposição o Sesc São Paulo, ao lado de seus parceiros institucionais, procura desconstruir e subverter as persistentes hierarquizações culturais enfronhadas nas diferentes esferas da sociedade brasileira. O combate ao racismo estrutural passa pela valorização de elementos relacionados à educação e à cultura para a diversidade, assim como pela visibilidade e protagonismo de pessoas negras e indígenas de modo a reforçar a empatia, a solidariedade e o respeito entre os diversos membros do corpo social”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo.

Pesquisas em todo o Brasil

A ideia nasceu em 2018. Um projeto de pesquisa, fruto do desejo institucional do Sesc em conhecer, dar visibilidade e promover a produção afro-brasileira. Para sua realização, foram convidados os curadores Hélio Menezes e Igor Simões. Em 2022, o projeto passa a ter a curadoria geral de Simões, com os curadores adjuntos Marcelo Campos e Lorraine Mendes. Para se chegar a esse expressivo e representativo número de artistas negros, presentes em todo o território nacional, foram abertas duas importantes frentes. Na primeira, foram realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil, com a participação do Sesc em cada estado, com o objetivo de trazer a público vozes negras da arte brasileira. Essas ações desdobraram-se em atividades e programas como palestras, leituras de portfólio, exposições, entre outros, com foco local. Vale ressaltar que esse processo teve uma atenção para que não se limitasse apenas às capitais do país, englobando também a produção artística da população negra de diversas localidades, como cidades do interior e comunidades quilombolas. A equipe curatorial pesquisou obras e documentos em ateliês, portfólios e coleções públicas e particulares, para oferecer ao público a oportunidade de conhecer um recorte da história da arte produzida pela população negra do Brasil e entender a centralidade do pensamento negro na arte brasileira. A segunda frente foi a realização de um programa de residência artística on-line intitulado “Pemba: Residência Preta”, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou 150 residentes. De maio a agosto de 2022, os integrantes foram orientados por Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio (RJ) e Yhuri Cruz (RJ). A residência, que reuniu artistas, educadores e curadores/críticos, contou ainda com uma série de aulas públicas, com a participação de Denise Ferreira da Silva, Kleber Amâncio, Renata Bittencourt, Renata Sampaio, Rosana Paulino e Rosane Borges, disponíveis no canal do Sesc Brasil no YouTube.

“Dos Brasis, enquanto projeto expositivo, se pretende uma exposição histórica, mas não tem o intuito de esgotar o debate a partir da seleção de algumas figuras artísticas, escapando assim do gesto colonialista de mapear. Além disso, o que propomos são várias formas de acesso às escritas que nos ponham em jogo, reescrevam e até invalidem nossas premissas, no intuito de concebermos um coro que não se tece apenas na harmonia, mas também no conflito e na discordância, que nos retiram da ideia de uniformidade essencializada, muitas vezes evocada para mais uma vez nos levarem nosso direito à humanidade, expressa, também, no direito à contradição”, enfatiza o trio de curadores.

Núcleos da exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”

A proposta curatorial rompe com divisões como cronologia, estilo ou linguagem. Para esta exposição, não caberá a junção formal, estilística ou estética. Dessa maneira, os espaços expositivos do Sesc Belenzinho contarão com sete núcleos – Romper, Branco Tema, Negro Vida, Amefricanas, Organização Já, Legitima Defesa e Baobá – que têm como referência pensamentos de importantes intelectuais negros da história do Brasil como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama.

“As premissas de narração cronológica, estilística ou quaisquer outros agrupamentos formais das histórias canônicas eurocentradas também não são opção. Em seu lugar, trabalhamos com a ideia de constelações: encontros, aproximações e distanciamentos entre diferentes proposições, que expõem suas particularidades e suas conexões. Sob o rótulo “arte preta” não caberá qualquer mecanismo de junção formal, estilística ou estética”, explicam os curadores.

Romper – Tendo como ponto de partida o pensamento da historiadora e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres brasileiras, Beatriz Nascimento, o núcleo reúne artistas que, em suas produções, interrogam narrativas que cristalizaram imagens e leituras históricas feitas de tentativas de exclusão daqueles que formam a maioria deste lugar assimétrico nomeado Brasil. A história da arte nomeada brasileira faz muito mais referência à minoria numérica branca no país do que, de fato, ao Brasil. “Nossa história da arte, que bem poderia ser chamada de branco-brasileira, funda-se sobre perspectivas de matrizes europeias, dando contornos de regra a iconografias, referências poéticas e teóricas com base no princípio da branquitude que, historicamente, aspira a um ideal de brancura que não encontra morada nem mesmo na pele de seus defensores”, argumenta o trio curatorial. O núcleo estará representado, dentre outros nomes, por artistas como Marcus Deusdedit (MG), Mestre Zimar (MA), Yhuri Cruz (RJ), Wilson Tibério (RS) e Rosana Paulino (SP).

Branco Tema – O título deste núcleo remete ao conceito “negro-tema” empregado pelo sociólogo brasileiro Guerreiro Ramos no seu livro “Patologia Social do Negro Brasileiro” (1955), ao criticar a desumanização de pessoas negras nas correntes acadêmicas do século 20. Os trabalhos reunidos neste núcleo, em menor número em relação ao dos outros demais, têm um gesto em comum seguindo os curadores: “inverter a ordem recorrente das imagens do negro-tema por aquelas que versam sobre um Branco-Tema, produzidas a partir do olhar negro. Lado a lado, essas obras interrogam, denunciam e parodiam a posição social privilegiada da branquitude, outrora encarada como neutra”. Este núcleo traz obras de nomes como Daniel Lima (RN), Arthur Timótheo da Costa (RJ) Davi Cavalcante (SE), Debis (MA), Pablo Monteiro (MA), entre outros.

Negro Vida – Este segmento também tem no pensamento de Guerreiro Ramos sua centralidade. Para o sociólogo, Negro-Vida é comparável a um rio, ecoando a noção de devir. O negro – como humano que é – é inapreensível em perspectivas unificadoras. Diferente da existência preta nas categorias produzidas por grande parte da intelectualidade branca, a existência de pessoas negras é multiforme, singular, com rotas, escolhas, procedimentos diversos. O núcleo reúne trabalhos de artistas como Antonio Tarsis (BA), Rubem Valentim (BA), Rommulo Conceição (BA), Li Vasc (PB), entre outros, incluindo esculturas de distintas escalas na entrada da exposição, que – segundo os curadores – “desafiam qualquer tentativa de unidade que determine as variadas produções dos artistas negros. A arte feita por pessoas pretas no Brasil é tão múltipla quanto a vida desses sujeitos. As escolhas formais, os materiais, os procedimentais não cabem no reducionismo do negro-tema”.

Amefricanas – Lélia Gonzalez desenvolve a categoria político-cultural de amefricanidade, cunhando o termo Amefricanas, que nomeia este núcleo, além de situar e marcar o longo processo histórico de presença e agência de mulheres negras nas Américas. A autora entende como neurose cultural brasileira a negação da formação plurirracial e pluricultural de nossa sociedade. “É o entendimento de que vivemos em uma cultura branca que permitiu a infiltração, a influência e/ou a assimilação de traços culturais negros e indígenas”, analisa o trio curatorial de Dos Brasis. Assim, Amefricanas reconhece a importância de intelectuais, artistas, escritoras, líderes políticas e religiosas inseridas intimamente nos movimentos culturais e sociais, mas também celebra a vida comum dessas mulheres, que, cotidianamente, performam gestos de resistência e liberdade nas imagens, representações, poéticas e autorias das Amefricanas presentes neste núcleo. Amefricanas traz obras de artistas como Vera Ifaseyí (RJ), Hariel Revignet (GO), Sy Gomes (CE), Castiel Vitorino (ES), entre outras.

Organização Já – As formas da população negra para se organizar e resistir das violências da escravidão e da colonialidade, são a base do pensamento que norteia a proposta do núcleo Organização Já, inspirado também no pensamento de Lélia Gonzales. “As primeiras formações de quilombos na Região Nordeste datam de 1559. No encontro de heranças culturais distintas, Palmares é fundada como nossa primeira república, a ser constantemente rememorada em movimentos de atualização de uma luta conjunta infindável, já que a violência racial – seja física, institucional, seja simbólica – também se atualiza”, explicam os curadores. Os trabalhos expostos neste núcleo de artistas como FROIID (MG), Emanuely Luz (MA), André Vargas (RJ) e Joyce Nabiça (PA), traduzem lutas, sejam nos centros urbanos e ou campo, histórias de rebeliões e lutas. “Organizados na alegria e na celebração do que somos, mais do que resistir, promovemos, fabulamos e reorientamos, em uma perspectiva negra, modos de viver”, comenta o trio curador.

Legítima Defesa – “Todo escravo que mata o senhor age em legítima defesa”. Essa frase paradigmática dita por Luiz Gama, em 1881, atravessa a memória da população negra no Brasil. “Este núcleo mira o cânone, sublinha a impossível neutralidade do sistema da arte e sua cumplicidade com as situações que estruturam o racismo”, afirmam os curadores. Eles prosseguem argumentando que “pessoas negras foram, por muito tempo, as únicas em empresas, em exposições, na teledramaturgia. Em muitas famílias, ainda somos “os primeiros a entrar na universidade”. Assim, agir em Legítima Defesa é nos mover diante desses fatos até que possamos nos dispor ao ócio, ao relaxamento”. Paula Duarte (MG), Leandro Machado (RS), Silvana Rodrigues (RS), Gabriel Lopo (MG), entre outros artistas, integram o núcleo Legítima Defesa.

Baobá – Baobá é o único núcleo que parte do título de uma obra de arte: a escultura de Emanoel Araújo, um dos mais importantes artistas da História do Brasil. Emanoel Araújo defendia a ideia de que a arte afro-brasileira é produzida por quem negro for, alterando a perspectiva de que essa vertente seria um tema desenvolvido por brancos. “Aqui, reverenciamos Emanoel e outros e outras artistas e obras que continuam sendo árvore, ramificando, florescendo, frutificando e fincando raízes. O Baobá do autor é uma escultura de madeira policromada, preta, facetada por arestas em ângulos que mantêm um diálogo com os signos afrodescendentes e com a tradição construtiva da arte brasileira”, ressaltam os curadores. O núcleo reúne peças totêmicas (agrupamento de pessoas, dentro de determinada etnia que se considera de um determinado totem) de cenas rurais a arranha-céus, conectando a tradição dos santeiros de madeira, sob influência cristã e afrorreligiosa, à abstração afro-indígena. “O ferro, a cabaça, os talos do dendezeiro são apresentados por artistas que vivem em cosmodinâmica com seus materiais – artistas que jamais abandonaram o sagrado, em uma relação entre arte e vida mais complexa do que a estabelecida por perspectivas ditas universais”, comentam os curadores. Além de Emanoel Araújo, o núcleo traz obras de nomes como (BA), Mônica Ventura João Cândido (MG), Ana das Carrancas (PE), Madalena Santos Reinbolt (SP) etc.

Inédito de Tunga

04/ago

 

Tunga (1952 – 2016) se interessou pela alquimia, pela psicanálise, pelas ciências e pela Filosofia. Ao longo de quatro décadas, construiu uma mitologia singular, na qual as noções de permanência e transformação são fundamentais. Uma das últimas obras realizadas pelo artista e inédita no Brasil, “Eu, Você e a Lua” (2015), será apresentada de 09 de agosto até 28 de janeiro de 2024,  na Sala de Vidro do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, Portões 2 e 3, São Paulo, SP.

A natureza e o jardim no Museu

03/ago

O Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS.SP), inaugura a exposição coletiva “Volto ao Jardim”, com trabalhos de Carla Fonseca, Julia Bac, Lidia Lisbôa, Nathalie Nery, Paula Scavazzini, Yasmin Guimarães, artistas brasileiras emergentes, que exploram a conexão com a natureza e a beleza dos jardins, proporcionando reflexões sobre tempos incertos e os encantos naturais da vida.. Sob curadoria de Simon Watson, a abertura ocorre no dia 05 de agosto – sábado, às 11hs e permanecerá em cartaz até 01 de outubro.

A mostra, com título mencionado na música de Cartola “As Rosas não Falam”, reconhecida amplamente na versão gravada por Beth Carvalho, inclui estrofe que conduz o conceito da exposição:

“Volto ao jardim,

Com a certeza que devo chorar,

Pois bem sei que não queres voltar,

Para mim,

Queixo-me às rosas,

Que bobagem as rosas não falam,

Simplesmente as rosas exalam…”

“As obras das artistas podem ser compreendidas como mensagens de envolvimento com o mundo natural, de belos jardins e esperança em tempos incertos. E, como na música, esta é uma exibição com sensações doces e amargas. Sendo expostas no inverno, está diretamente ligada aos ciclos da vida, aos finais e recomeços: uma metáfora de nascimento e renovação, bem como um gesto de abraço ao equilíbrio da natureza”, discorre o curador.

A exposição ocupa dois espaços distintos nas instalações do MAS.SP: uma das salas de exposições temporárias e os jardins internos do claustro. Todos os trabalhos estão sendo criados pelas artistas on-site, no MAS.SP e, desta forma, dialogam com esse exemplar do Patrimônio Histórico Brasileiro. A instituição está instalada em uma área pertencente ao Mosteiro da Luz, da Ordem da Imaculada Conceição – Congregação das Irmãs Concepcionistas, circundado por jardins e um chácara conventual. O prédio é um exemplar raro de arquitetura histórica colonial do Brasil. “VOLTO AO JARDIM” é uma jornada de contemplação que abraça os ciclos da vida, simbolizando o nascimento e a renovação. A exposição celebra o talento e a criatividade de seis artistas mulheres brasileiras emergentes, cujas obras revelam uma profunda conexão com a natureza e a harmonia do mundo natural.

“O Museu de Arte Sacra é constantemente reavivado por seus visitantes e por artistas contemporâneos que fazem trabalhos on-site, que dialogam com a tranquilidade do local, ao mesmo tempo em que trazem uma nova perspectiva sobre nossos tempos”. Simon Watson