Victor Mattina: ponto-zero/ponto-nulo

20/out

 

 

 

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar, entre os dias 23 de outubro e 22 de novembro, “ponto-zero/ponto-nulo”, primeira exposição individual de Victor Mattina em São Paulo, que conta com a curadoria de Luisa Duarte.

“ponto-zero/ponto-nulo” reúne dezessete pinturas desenvolvidas pelo artista entre os anos de 2020 e 2021 a partir de sua pesquisa sobre a condição da imagem digital, que na contemporaneidade, perde sua função de mediadora para assumir a função de produtora da realidade. Por meio da linguagem pictórica, Mattina resgata o poder da representação visual e a utiliza como uma ferramenta capaz de perturbar o sistema sensorial do sujeito contemporâneo, cada vez mais anestesiado pela saturação e hiperestimulação imagética.  O artista propõe a retomada da experiência estética a partir do que ele chama de “contemplação do obstáculo”, produzindo intervalos entre as imagens e seus referentes. Suas composições se mostram à primeira e rápida vista como enigmas, cenas que, para serem decifradas, resistem, exigindo maior atenção daquele que vê. O uso de tons rebaixados, não correspondentes à saturação de cores que o olho humano está condicionado a associar aos objetos ao seu redor, provoca um primeiro estranhamento, amplificado pelos títulos dos trabalhos que são formados por palavras provenientes do vocabulário técnico e científico. Fragmentos de corpos animais e vegetais são retratados em enquadramentos inusuais, compondo situações por vezes absurdas, possíveis apenas na realidade da pintura.

 

 

Para dar forma e nome às suas composições, Mattina recorre ao campo da medicina e da biologia, atravessa corredores de hospitais e salas de diagnóstico por imagem e se apropria da linguagem compartilhada nesses ambientes. O artista explora o caráter insuspeito da linguagem científica para criar imagens incompletas, ou mesmo opacas, desmontando a ideia de que a obra de arte é a perfeição da ilusão de uma realidade sui generis e afirmando que “na pintura, o esforço deve ser pelo efeito contrário – a imagem deve conter o mundo e procurar escapar dele simultaneamente”. Sua pesquisa sobre o poder da representação visual percorre não somente o pensamento de autores como Susan Buck-Morss, Vilém Flusser e Édouard Glissant, mas também a metodologia de trabalho de ilustradores científicos que se utilizam de softwares de computação g ráfica para criar identidades visuais de microorganismos, como os vírus. Interessado pela semiótica das imagens computadorizadas, elabora suas pinturas como se estivesse em um laboratório, compondo suas cenas minuciosamente, considerando os significados simbólicos, filosóficos e conceituais de suas escolhas através do entrecruzamento de questões relacionadas à síntese em imagens e em organismos vivos. “Todos estes trabalhos desencorajam os que os fitam a identificá-los como fantasmagorias subjetivas. Em vez disso, desejam estar mais conceitualmente próximos de ‘vedações’ capazes de nos devolver o sistema sinestésico ou, pelo menos, espelhar nossa consciência durante seu processo de reaterramento”, defende o artista.

 

 

Sobre o artista

 

 

Victor Mattina nasceu em 1985, Rio de Janeiro. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Bacharel em Design pela ESPM-RJ. Em 2020 foi um dos vencedores da Bolsa de Residência Artist Opportunity do Vermont Studio Center em Vermont, EUA; em 2019 participou da 2ª Residência Artística Soy Loco Por Ti Juquery no Complexo Hospitalar do Juquery em São Paulo, Brasil e em 2016 participou da 6ª Edição da Bolsa Pampulha no Museu de Arte da Pampulha em Belo Horizonte, Brasil. Desde 2012 participa de exposições em instituições públicas e privadas. Em 2017 apresentou a individual “Antes do Fórum”, com curadoria de Evangelina Seiler, no Paço Imperial, Rio de Janeiro; no mesmo ano integrou a exposição coletiva “A Luz que Vela o Corpo é a mesma que Revela a Tela” com curadoria de Bruno Miguel na Caixa Cultural, Rio de Janeiro; em 2016 participou de “x4” com curadoria de Marcelo Campos e Efrain Almeida no Solar Grandjean de Montigny, PUC-Rio, Rio de Janeiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Bergamin & Gomide na SP-Arte 2021

 

A Bergamin & Gomide participa da SP-Arte 2021 que acontece entre os dias 20 a 24 de outubro no espaço Arca.

 

 

Neste ano apresentando no estande D4, uma seleção de obras de artistas que se relacionam com a arte conceitual e o minimalismo, como Adriana Varejão, Alfredo Volpi, Antonio Dias, Carl Andre, Donald Judd, Jac Leirner, John Chamberlain, José Resende, Lenora de Barros, Lucio Fontana, Luiza Crosman, Marcelo Cipis, Mira Schendel, Richard Serra, Sol LeWitt, entre outros.

 

 

SP-Arte 2021 – Estande D4 – Arca
Av. Manuel Bandeira 360, Vila Leopoldina, São Paulo.

 

 

 

Livro de fotografias de Ed Beltrão

19/out

 

 

Ed Beltrão lançou – inclusive com exposição – seu primeiro livro sob o título “Temperança”, curadoria de Juan Esteves, e 20 fotografias que exibem um recorte de seu trabalho onde todas as imagens possuem a “água” como foco central ou parcial.

 

 

“Temperança” é o resultado visual da influência de John McCurdy na visão criativa do artista que o levaram a criar imagens com simbologias onde “as águas podem ser mais turbulentas em fases mais jovens de nossa existência e ficam mais calmas – temperadas –  com o passar dos tempos” explica Ed Beltrão. “Aventura, mistério e beleza emanam de fotografias inspiradas pelo vasto mar da costa brasileira, pelos sinuosos manguezais e canais que cortam terra adentro, bem como por paragens mais remotas, que podem ir da Patagônia argentina às fontes de árvores congeladas pelas ruas de Boston ou de Nova York”, confirma Juan Esteves.

 

 

O equipamento fotográfico é o que estiver disponível no momento do click – um iPhone, uma Leica, uma Nikon – o que for mais adequado aos recortes da cena, que são sua preferência, o que fazem com que utilize lentes Zoom que possibilita a aproximação da cena mesmo estando um pouco distante sem alterá-la ou assustar os personagens no frame. A opção de Ed Beltrão é, em sua maioria, pelos cinzas, pretos e brancos por valorizarem o foco da imagem. “Acredito que seja mais impactante ao olhar e também por gostar de ver recortes de cenas, linhas que se cruzam e marcam e, sobretudo o belo, o leve, o alegre, as proporções, entre outros”, diz o fotógrafo. Suas imagens refletem os valores culturais, o comportamento e a tecnologia do momento atual.

 

 

Nas 20 obras selecionadas para a exposição, um recorte do livro que está lançando, são “imagens que levam o leitor a essa múltipla viagem que destaca o oceano como fonte de inspiração auspiciosa e de ressonância poética”, define o curador e editor do livro Juan Esteves.

 

 

O momento do fotógrafo é de redefinições, registros e documentação para a vida. Em suas próprias palavras, nos últimos anos estou mais focado em deixar meu legado na área. Gosto de capturar cenas que expressam o silêncio, a beleza e a harmonia. Procuro criar um universo poético no qual o público possa penetrar e criar a verdade dele sobre o momento. Eu sempre acredito que minha melhor foto é aquela que vou clicar amanhã.”

 

 

“Temperança oferece um tributo duradouro à força mais poderosa da natureza.”

 

 

Juan Esteves

 

Lina Kim na Casanova

 

 

“Sem perfume”, é o título da nova exposição individual da artista brasileira-coreana Lina Kim na Casanova, Jardim Paulista, São Paulo. Composta por uma série de desenhos, pinturas e fotografias inéditas, Lina dá continuidade a sua pesquisa pictórica e textual ampliando a natureza dinâmica e recíproca entre a escrita e a imagem.

 

 

Para esta mostra a artista usa o espaço da galeria de maneira instalativa ao apresentar quatro séries inéditas de trabalhos bidimensionais. Usando elementos tradicionais do desenho, como sumi-e, nanquim, pastel seco e lápis, a artista propõe universos diferentes que se comunicam, baseados na construção da imagem.

 

 

Até 20 de novembro.

 

 

Sem Perfume: Estratégias de Perlocução

 

 

Se o uso da locução for considerado como um termo de significado intrínseco ou de referência, ou seja, distinto da sua função e contexto imediato, então a perlocução é aquela que em si mesma tem uma ação como seu objetivo, mas que não tem efeito ou constitui a ação, por exemplo, persuadindo ou convencendo. Assim sendo, é o caminho de perlocução gradual da persuasão e deslocamento que devemos seguir visualmente, a fim de experimentar e avaliar o discernimento trabalhado nos desenhos da artista Brasileira-Coreana Lina Kim. O fato de serem elaborados em séries diferentes não significa que se destinem necessariamente a ter uma leitura sequencial particular. Em outras palavras, permanecem como singularidades com um todo que constitui uma série não numerada, assumindo qualidades contextuais e significados em cada local da sua apresentação escolhida.

 

 

Um exemplo imediato de deslocamento fica evidente no grupo de obras OpOp que assumem a forma de campos retangulares monocromáticos emoldurados com uma fonte sincopada. O deslocamento é que os aspectos textuais assumem um papel pictórico em vez de apresentarem o determinismo fonético de uma linguagem escrita, daí a perlocução residir no fato de que enquanto a letra pode ler Space Stations ou Remembering Mountains, ou muitas outras referências dispersas selecionadas, o espectador é levado a um estado de compreensão por meios puramente visuais. Os vários tamanhos das letras e a assimetria de apresentação são circunlocuídos em torno da periferia do campo colorido, e isto evoca uma sensação difusa, fora de qualquer apreensão narrativa imediata. Como resultado, este grupo único de desenhos é apresentado como imagens de punctum, subjetivas, estímulos que levam a um poder de descoberta sutil mas persuasivo, ao invés de um determinismo didático.

 

 

O adiamento de um determinismo imediato é um aspecto central destes desenhos quando vistos como um todo, e é por isso que a artista Lina Kim usa o termo “sem perfume” a fim de explicar a natureza desse adiamento. O termo ‘sem perfume’ baseia-se no sentido olfativo e sugere que está em jogo uma forma de sinestesia psíquica. Este conceito que já existe há muito tempo na cultura visual em relação à abstração precoce, mas que tem sido geralmente atribuído ao intercâmbio do visual e do auditivo. Falar do “sem perfume” é, portanto, menos uma negação e mais uma denotação de ausência que o artista deseja fazer presente através desse deslocamento. Uma vez que a palavra ‘sem’ significa simplesmente a ausência de uma qualidade ou estado imediato. Somos levados a compreender isto novamente num outro grupo de desenhos chamado ‘Eyes’ que apresentam linhas de desenho em forma de olhos, em estado de repetição variável. Enquanto que a um nível podem jogar com a ideia de um teste ocular, a outro nível mais profundo são simultaneamente como uma espécie de braille visual. Como resultado, somos novamente levados a pensar em termos de deslocamento, ou seja, longe do visual para o táctil. É um lembrete salutar que, embora a experiência destes desenhos seja visual, a sua produção é o resultado dos processos de desenvolvimento da mão táctil sensorial. E é característico do tempo presente (um tempo de pandemia) que nos lembramos que a criatividade incorpora a simultaneidade de todos os sentidos.

 

Na série não numerada de desenhos chamados Ilhas, a ideia aproxima-se do genético através do microbiano ou da ameba, o que não significa que estas representações aquareladas se destinem a espécies de petri-dish, longe disso. É antes o fato de se abrirem como atóis ligados a variáveis vinculadas referencialmente. Embora não se destinem a ser uma representação específica, têm, no entanto, quando vistas em conjunto, o poder imaginário e acumulativo que se assemelha a um livro cintilante. Mas neste caso, a ênfase é colocada mais imediatamente na interação óptica e sensorial da aplicação do material e do suporte, onde vemos a aquarela espalhar-se e impregnar parcialmente a superfície do papel. Não se pretende, contudo, que sejam alusões a ilhas reconhecíveis ou localizáveis, apesar de sugerirem e de terem um ponto de vista aéreo comum a formas de cartografia de apresentação. É em grande parte o caso dentro do desenho criativo (por oposição ao esboço), que embora a superfície de papel seja um suporte horizontal, a relação do olho com a superfície é, na maioria das vezes, a de um ponto de vista aéreo. Pode supor-se que as aplicações de aquarela tricolor das ilhas, foram geradas de forma semelhante vistas por cima por Kim. Dado que o desenho é um meio mais imediato em relação à duração da pintura, encontramos um sentido de espontaneidade muito maior do que poderíamos supor à primeira vista.

 

 

Se utilizei o termo estratégia no início, não é para determinar qual é o conceito, uma vez que Lina Kim não se considera uma artista conceitual com um sistema pré-determinado. Os desenhos são evocações abertas, perlocuções pessoais, ou seja, os seus desenhos não direcionam o espectador para uma leitura fixa e significado(s) pré-determinado(s). Pelo contrário, ela prefere, na sua prática de desenho, abrir a potencialidade de múltiplas respostas do que seria considerado como diferença. Para isso, e ao longo destes desenhos, ela introduziu ideias do intra-sensorial, aquilo que é retido “dentro” dos sentidos, como diferente de um inter-sensorial existente entre os sentidos. Ao mesmo tempo, a sua conceitualização não é abstrata, pois existem relações análogas intencionais com o mundo natural, testemunhadas em outro dos seus meios mais utilizados, a fotografia. De fato, na série de fotografias de ambientes naturais, floresta e vegetação rasteira, com a sua poiesis do visual e do auditivo, podemos ser tentados a pensá-las como o reservatório oculto das ideias da artista expressas através dos seus desenhos. Em geral, este não é o caso da fotografia que é, na maioria das vezes, um meio de incisão e extração, enquanto que o desenho é o portador da intimidade do momento. Como resultado, a instalação atual dos seus desenhos é uma visão desse mundo pessoal privado.

 

 

©Mark Gisbourne

 

 

 

Cabelo

14/out

 

 

Aurora Incorpora Cobra Coral

 

 

A Gentil Carioca, o Auroras e a Bergamin & Gomide, têm o prazer de apresentar a exposição “Aurora Incorpora Cobra Coral”, a primeira exposição do poeta, músico e artista visual Cabelo no espaço Auroras, Morumbi, São Paulo, SP.

 

 

A voz d’ Aurora canta luz com trevas
Aurora incorpora cobra coral
O som da chuva que cai lá fora
E a força do raio que chega com o temporal

 

 

Sua obra pulsante incorpora o espaço, ressoando a concepção de Lygia Clark – “a casa é o corpo” – e trazendo um conjunto heterogêneo de referências que convivem: desde figuras de religiões de matrizes africanas até cosmologias dos povos originários desta terra. Dentro de sua mitologia própria que é materializada nesse grande projeto “Luz com Trevas”, a exposição traz novas pinturas, desenhos, monotipias, esculturas, neons, instalações e vídeos em um ambiente camuflado pelas padronagens características do artista.

 

 

Esse diálogo com a produção do artista ocupa diferentes ambientes do Auroras e essa EXUberancia é incorporada ao espaço que abriga e torna-se também personagem nessa exposição realizada a partir de uma parceria entre as galerias e o espaço Auroras.

 

 

Se a poesia é um dos pontos de partida para o artista, na mostra, todas as linguagens se misturam para criar um ambiente onde confluem diversas ancestralidades.

 

 

Aqui a Casa é o Corpo, o Cavalo que Incorpora Cobra Coral, Cavalo do Cavalo!

 

 

 

 

As obras estão expostas no espaço físico do Auroras
Visitação: sex e sab de 11 às 18h.

 

 

 

Outros dias, mediante agendamento.

 

De acordo com os protocolos estabelecidos pelas autoridades, só será permitida a entrada após a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 (digital ou físico). Na entrada, será medida a temperatura corporal e é obrigatório o uso de máscara durante a visitação à exposição.

 

 

 

 

De 16 de outubro a 29 de janeiro de 2022.

 

 

Eduardo Berliner: desenhos no Museu Segall

06/out

 

 

 

 

O Museu Lasar Segall, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Eduardo Berliner: Desenhos”.

 

Tudo o que fiz na minha vida foi norteado pelo desenho.
Eduardo Berliner

 

 

Eduardo Berliner vem construindo, ao longo dos últimos vinte anos, um sólido e potente corpo de trabalho. Dialogando fortemente com a tradição da pintura ocidental e engajando-se nas especificidades do meio e suas possibilidades expressivas, ele logrou proporcionar novos capítulos e possibilidades, afirmando a potência desse suporte nos dias de hoje. Por meio de uma notável virtuosidade técnica e colorista, Berliner plasma imagens inquietantes em suas telas, habitando o espaço fronteiriço entre o sonho e o real, o imaginado e o observado, questionando constantemente, na superfície de suas pinturas, as distinções entre esses registros.

 

 

O estranhamento causado por essas imagens híbridas faz com que olhemos o mundo a partir de novos interesses ao passo que são questionados os limites de nossas percepções, numa ação que produz imagens plenas de narrativas possíveis. Histórias que ora sugerem pesadelos, sonhos, memórias quase esquecidas ou desejos obscuros. A potencialidade de suas imagens reafirma as atuais possibilidades expressivas da figuração, campo pouco explorado por artistas de sua geração, realidade e ficção sobrepondo-se num universo particular e único. A pintura para ele é campo aberto para o desenvolvimento de íntimas obsessões. Seus desenhos, deve-se dizer, formam os alicerces sobre os quais seu trabalho de pintura se sustenta. Eles são a ossatura sensível de seu universo particular. Menos conhecidos que suas telas, revelam o processo criativo do artista, abrindo ao espectador o campo submerso de seu fazer.

 

 

A presente exposição apresenta mais de trinta de seus desenhos, muitos deles inéditos, os quais revelam seus processos e estratégias de construção de imagem. Eles registram suas impressões cotidianas e interesses, atuando como um diário visual nos quais elementos de seu vocabulário artístico simultaneamente se organizam e se desestruturam. Desnudados do virtuosismo de suas pinturas, revelam seu cotidiano criativo, a paciente construção de suas narrativas inquietantes, devolvendo-nos a realidade com olhos novos, desvirginados dos entraves e das limitações impostos pela pintura a óleo.

 

 

Seus desenhos nos revelam a história de seu olhar, dos caminhos percorridos por sua subjetividade entre o ato de ver e perceber e a fixação sobre o papel das percepções oriundas dessas ações. Caveiras, pássaros, cobras e seres imaginários ou míticos se mesclam a imagens observadas, cantos de uma sala, retratos ou curiosos objetos minuciosamente registrados, criando um universo plástico de grande expressividade e tensão. Um universo no qual nada é o que parece ser.

 

 

A curadoria é de Giancarlo Hannud com apoio da Casa Triângulo.

 

 

 

Com Millan & Raquel Arnaud

 

 

A Galeria Millan e a Galeria Raquel Arnaud, São Paulo, SP, apresentam a exposição coletiva “Vício impune: o artista colecionador”, com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro. A mostra reunirá, nos espaços das duas galerias, uma seleção de nove artistas representados, ao redor do diálogo entre seus trabalhos e coleções. Dentre os artistas colecionadores, estão: Artur Barrio (Porto, Portugal, 1945), Iole de Freitas (Belo Horizonte, MG, 1945), Paulo Pasta (Ariranha, SP, 1959), Sérgio Camargo (Rio de Janeiro, RJ, 1930 – 1990), Tatiana Blass (São Paulo, SP, 1979), Thiago Martins de Melo (São Luís, MA, 1981), Tunga (Palmares, PE, 1952 – Rio de Janeiro, RJ, 2016), Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, RJ, 1946) e Willys de Castro (Uberlândia, MG, 1926 – São Paulo, SP, 1988).

 

 

Desenvolvida ao longo dos últimos anos, a pesquisa de Pérez-Barreiro sobre o colecionismo encontra no contexto desta mostra um campo de análise, em que o espectador é convidado a compreender as nuances de diferentes relações entre artistas colecionadores e suas coleções. Em seus mais diversos modelos, as práticas de coletar e colecionar mostram-se singulares em cada um dos nove casos apresentados e essenciais para a compreensão de cada produção artística em sua complexidade. Segundo o curador, “as coleções dos artistas podem nos dizer não apenas sobre sua própria prática: o que eles vêem no trabalho de outros que os impacta, mas também estão frequentemente na vanguarda de reconhecer e valorizar fenômenos antes subestimados”. Foi com esse propósito que as galerias decidiram realizar a exposição.

 

 

Esculturas e relevos de Sérgio Camargo são expostas ao lado de parte de sua vasta coleção de pinturas de Hélio Melo (Vila Antinari, AC, 1926 – Goiânia, GO, 2001), seringueiro, artista e compositor autodidata. O contraste entre as pinturas fantásticas de Melo e a estética construtiva de Camargo traz à tona uma nova abordagem sobre este artista já consolidado na história da arte brasileira, assim como revela a permeabilidade entre movimentos e tendências.

 

 

Duas esculturas (ambas Objetos ativos) de Willys de Castro – cuja frase publicada em artigo empresta título à exposição – são exibidas ao lado de uma coleção de arte indígena, uma dentre tantas que o artista preservou e estudou. Com trabalhos de arte plumária e cestarias amazônicas, o conjunto montado nos anos 1970 e 1980 revela um outro lado de seu fascínio pelas formas e padrões geométricos, desdobrados em diversos níveis da percepção ao longo de sua produção.

 

 

Em diversos contextos, as coleções evidenciam interesses e obsessões singulares, como é o caso de Waltercio Caldas e sua afeição pelo formato do livro e seus desdobramentos em uma coleção de livros de artistas, trabalhos que discutem possibilidades a partir desta formação primária. Em paralelo, o interesse de Artur Barrio pelo mergulho foi a razão que impulsionou sua coleção de 3 mil grãos de areia, iniciada em 1983, em que cada grão é o registro de um mergulho realizado. A busca pelo registro de cada situação vivida é não somente essencial, para Barrio, mas também para o desenvolvimento de sua produção artística – daí figuram suas séries “Situações e Registros”. Cada grão de areia que compõe esta coleção demonstra, entretanto, que a busca pelo registro da experiência extrapola, em Barrio, o trabalho de arte e está presente em outras esferas de sua vida.

 

 

Conjuntos criados por artistas colecionadores podem, em muitos casos, representar rastros afetivos de suas relações pessoais. A coleção de Tatiana Blass, composta por trabalhos de seu tio-avô, Rico Blass (Breslau, Alemanha, 1908 – ?), desafia-nos a questionar em que medida essas relações se estabelecem como intercâmbios diretos ou indiretos. O mesmo ocorre à vista do trabalho inédito e instalativo de Thiago Martins de Melo e de sua coleção de desenhos de amigos também artistas. Os conjuntos de Martins de Melo e Blass fazem saltar aos olhos a potência afetiva do ato de guardar e os desdobramentos subjetivos deste ato em suas escolhas formais.

 

 

As pinturas de Paulo Pasta estão em diálogo com uma coleção de alguns de seus mestres: Mira Schendel (Zurique, Suíça, 1919 – São Paulo, SP, 1988), Alfredo Volpi (Lucca, Itália, 1896 – São Paulo, SP, 1988) e Amilcar de Castro (Paraisópolis, MG,1920 – Belo Horizonte, MG, 2002), em uma troca potente entre grandes nomes da arte brasileira. De maneira semelhante, opera a relação entre Iole de Freitas e sua guarda de desenhos e decalques inéditos de Tarsila do Amaral, em que se delineiam os caminhos metodológicos das célebres pinturas da segunda artista. Processo e método estabelecem-se aqui em seus rastros, passíveis de serem compartilhados entre práticas de diferentes gerações.

 

 

A coleção de um artista é capaz de revelar traços de reflexões latentes que conduziram a suas práticas e a poéticas. Nesse sentido, as obras de Tunga apresentam-se neste eixo de interlocução com sua coleção de trabalhos dadaístas e surrealistas franceses – entre eles, quatro gravuras de Marcel Duchamp (Blainville-Crevon, França, 1887 – Neuilly-sur-Seine, França, 1968). Dentre os trabalhos de Tunga, além de seus desenhos, está também a instalação “Evolution” (2007), realizada a partir do emprego da mesma linguagem da instalação/performance “Laminated Souls”, exibida entre 2007 e 2008 no MoMA P.S. 1, em Nova York.

 

 

Até 30 de outubro.

 

MAHATMA

01/out

 

 

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS / SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, em parceria com Consulado Geral da Índia em São Paulo e o Swami Vivekananda Cultural Centre, trazem ao público paulistano a exposição “MAHATMA” com 17 fotografias que exibem registros da jornada de vida de Mahatma Gandhi abrangendo alguns eventos importantes de sua vida. Sob curadoria de Puja Kaushik, a mostra ocupa o espaço expositivo da Sala MAS/Metrô Tiradentes e é parte das celebrações do 75° aniversário de Independência da Índia.

 

 

“A vida de Mahatma Gandhi nos lembra o poder da verdade, da paz e da não-violência. Enquanto a Índia celebra o 75º ano de sua independência do domínio colonial, esta exposição captura a transformação de Gandhi de uma pessoa comum em um líder de massas, que derrotou o Império Britânico usando métodos simples de não cooperação e desobediência civil. A vida de Mahatma continua a inspirar pessoas em todo o mundo. Os princípios e ideais de Gandhi oferecem uma solução prática para encarar os desafios enfrentados pela humanidade”, declara Amit Kumar Mishra, Consul Geral da Índia em São Paulo.

 

Mohandas Karamchand Gandhi é considerado um dos líderes espiritual, social e político mais venerado do mundo sendo a principal liderança do movimento de independência da Índia, que adotou uma filosofia única de resistência não violenta, desobediência civil e não cooperação para, não apenas alcançar o fim do colonialismo britânico, mas também para criar transformação social. Os principais pilares de sua filosofia são: a verdade e a não violência. Porém a definição desses conceitos vai além do significado das expressões. Para Gandhi, “verdade vai além da simples veracidade das palavras e ações, incluindo também a fé na verdade suprema e uma forte crença na moralidade; ao mesmo tempo em que a não violência, não é mera ausência de violência, mas significa amor por todas as criaturas vivas”.

 

 

As imagens selecionadas pela curadora para compor a mostra, cujos originais pertencem ao acervo do National Gandhi Museum, New Delhi, India, revelam alguns eventos que tiveram grande importância na trajetória de Mahatma Gandhi e deram origem à arma mais poderosa conhecida pela humanidade – Satyagraha (princípio da não agressão). Cada fotografia destaca um marco importante na vida e na jornada de Gandhi.

 

 

A curadoria de Puja Kaushik está atenta à necessidade de contextualização do tema e, como informações adicionais, adicionou itens que agem como complemento à assimilação da história e sua importância pela sociedade ocidental. Uma escultura de bronze de Mahatma Gandhi, por Biman Bihari Das, renomado artista indiano; um Charkha – roda giratória – que era a personificação física e o símbolo do programa construtivo de Gandhi; Selos, com um recorte de filatelia, com abrangência mundial, emitidos em memória de Mahatma Gandhi, bem como algumas publicações importantes, da editora Palas Athena, que ajuda a explicar o papel que Gandhi e seus ensinamentos já desempenham no Brasil para promover a não-violência.

 

 

No momento atual onde o planeta passa por adaptações e mudanças que destacam ainda mais todos os problemas como injustiça social, desigualdade econômica, corrupção e pobreza, a o tema “MAHATMA” é de grande importância para dar destaque a esforços que devem ser feitos pelo bem comum e o trabalho necessário para que pessoas se reconectem com os ensinamentos e a filosofia de Gandhi. “Acredito que a ideologia de Gandhi – “Seja a mudança que você quer ver” – é de grande importância. Hoje, todos falamos sobre os problemas da sociedade ou de pessoas ao nosso redor, mas dificilmente fazemos algo a respeito. É importante que, primeiro, façamos a mudança em nosso círculo e então, somente então, o mundo mudará” explica a curadora.

 

 

“MAHATMA”, não apenas dá ao público um vislumbre dos eventos marcantes da vida de Gandhi, mas também compartilha a jornada de um homem comum se tornando o “Mahatma”.

 

 

Puja Kaushik

 

 

Até 31 de outubro.

 

 

 

 

 

Flávia Junqueira na Zipper Galeria

 

 

 

“Parece um sonho”. Esta é uma reação comum diante das fotografias de Flávia Junqueira, e não à toa: as imagens encenadas pela artista têm a intenção de produzir um universo próprio e de transportar o pensamento de quem as testemunham para outros lugares, sejam fantasiosos, fictícios ou encantados. Agora, a artista aprofunda ainda mais esta investigação pelos espaços do encantamento em sua quarta individual na Zipper Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, através de “Igrejas Barrocas e Cavalinhos de Pau”, em cartaz até 30 de outubro.

 

 

O título da exposição é emprestado de um ensaio do antropólogo Roger Bastide, publicado pela primeira vez em 1944. No texto, ele descreve parte de sua pesquisa sobre o barroco brasileiro, especificamente uma viagem pelo Nordeste durante a qual dedicou-se a observar os detalhes da decoração barroca. O autor relata que, na medida em que se aprofundava no estudo dos ornamentos, era acometido pela sensação de reconhecimento dessas formas. Esta estranha sensação é explicada pela rememoração da infância do antropólogo e, notadamente, de suas visitas a feiras de variedades e parques de diversão na França, onde uma experiência de encantamento, repleta de volutas e toda sorte de ornamentos, tinha lugar no carrossel.

 

 

O antropólogo traçou uma linha que liga igrejas, carrosséis e teatros barrocos, a partir da perspectiva da produção do devaneio. Ele identificou padrões de ornamentos, adornos e formas cujas funções simbólicas se uniam e marcavam presença em um grande número de objetos e monumentos, das igrejas aos cavalinhos de carrossel. A inspiração levou Flávia Junqueira a seguir um caminho análogo. Ela, então, apropriou-se de espaços como igrejas, teatros e cinemas históricos de Recife, monumentos da família real no Rio de Janeiro, um antigo convento franciscano no coração da capital paulista, sempre com o intuito de deslocar o pensamento a lugares imaginários.

 

 

“A poética da artista alimenta-se do mesmo encantamento que, na primeira metade do século passado, arrebatou o filósofo francês. Nessa exposição, a artista reúne um conjunto de obras que desdobram e aprofundam suas pesquisas em torno das relações entre encantamento, infância e ornamento. Balões, bolhas de sabão e cavalos de pau povoam arquiteturas ostensivamente ornamentadas em imagens que constroem uma noção ampliada de infância, como recusa da racionalidade instrumental moderna e da controversa ideia de progresso”, escreve Icaro Ferraz Vidal Junior, que assina o texto crítico da mostra.

 

 

Sobre a artista

 

 

Flavia Junqueira nasceu em São Paulo, 1985, lida principalmente com fotografia. O universo visual da infância e a construção de um imaginário sobre este período permeiam a obra da artista desde o início de sua produção. Flávia leva a fotografia encenada para a sua fonte mais primordial: o espaço de espetáculo, encenação e contemplação. A artista tem se apropriado de exemplares arquitetônicos do patrimônio histórico e natural, nos quais ela constrói seus cenários. Nas encenações, sejam fotografias ou instalações, o balão é o grande personagem, encarnando diversos papeis: como elemento lúdico, cria a atmosfera de regozijo; como metáfora da decadência, assume o papel de espetáculo perene, apenas retido pelo instante fotográfico; ora ocupam o lugar dos espectadores, ora, a posição da artista, em um jogo de deslocamentos; outras vezes, assumem a simbologia criadora das narrativas fantásticas, que se constituem em peças-chave nos espaços ocupados pela artista. Doutoranda em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), mestre em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo (USP), pós graduada em fotografia e bacharel em Artes Plásticas pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP. Integra o Atêlie Fidalga sob coordenação de Sandra Cinto e Albano Afonso. Participou do projeto do programa de residências da Izolyatsia’s Platform for Cultural Initiatives na cidade de Donestk na Ucrânia com curadoria de Boris Mikailov (2011), da residência Cité Internationale des Arts em Paris com apoio da FAAP (2011), integrou o Programa PIESP da Escola São Paulo (2010) e atuou como assistente de cenografia no Espaço Cenográfico de São Paulo de J.C.Serroni. Entre os principais projetos e exposições coletivas que participou destacam-se: Culture and Conflict, IZOLYATSIA in Exile; Palais de Tokyo, The World Bank Art Program; Kaunas Photo festival; Exposição Individual “Tomorrow I will be born again” na Cité Dês Arts; coletiva “Una mirada latino Americana” do projeto Photo España; temporada de projetos Paço das Artes; prêmio Energias na Arte no Instituto Tomie Otahke, programa Nova Fotografia no MIS; Concurso Itamaraty; Residência RedBull House of Art; Atêlie Aberto da Casa Tomada, entre outros. A artista tem obras nos acervos de instituições como MAR-RJ, MAM-SP, MIS-SP, MAB-FAAP, Museu do Itamaraty, Instituto Figueiredo Ferraz, RedBullStation entre outros.

 

 

Sobre Icaro Ferraz Vidal Junior

 

 

Icaro Ferraz Vidal Junior é doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e em História da Arte pelas Université de Perpignan, Via Domitia e Università degli studi di Bergamo, atualmente é pesquisador visitante no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

 

 

 

 

 

 

Lourival Cuquinha exibe Crapulocracia

30/set

 

 

A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, apresenta

 

 

até 19 de novembro, “Crapulocracia”, primeira mostra individual de Lourival Cuquinha na galeria. A exposição é a terceira de uma trilogia de exposições que vêm acompanhando os últimos capítulos políticos do país e a consequente derrocada do pacto democrático.

 

 

O trabalho de Lourival Cuquinha atinge o campo político geralmente partindo de impressões estritas e pessoais. Não chegou a concluir nenhum curso acadêmico, mas cursou engenharia química, filosofia, direito e história, passou dez anos na Universidade Federal de Pernambuco entre 1993 e 2002. Atua em artes visuais, nas áreas de artes plásticas, audiovisual (fotografia, cinema, vídeo) e intervenção urbana. Participou de exposições nacionais e internacionais, com trabalhos caracterizados pela interatividade e pelo diálogo com o público e com o meio urbano.

 

 

Em sua obra estão constantemente refletidos pensamentos sobre a liberdade do indivíduo e o controle que a sociedade e a cultura exercem sobre ele; assim como sobre a liberdade da arte, e o controle exercido sobre ela pelas instituições. Ao atuar tanto na cidade quanto na instituição, questionando o estatuto sobre o que é “obra de arte” e verificando os limites das instituições na hora de absorverem investidas artísticas transgressoras, sua obra nos leva a pensar nas formas pelas quais os artistas de hoje vêm se posicionando frente ao sistema da arte, além de criticar tais instituições, fazer uso delas, negociar permanentemente seu lugar, numa deriva contínua entre a crítica e a adesão. Percorrendo um arco que possui inflexões políticas e força poética, a obra de Lourival surge como local de provocação e nos leva a pensar sobre o lugar que a arte pode ocupar nessas negociações pelo exercício da liberdade, experimentando, assim, o seu alcance de intervenção no próprio sistema da arte e na realidade que o circunda.

 

 

Sobre o artista

 

 

Lourival Cuquinha (Recife, 1975) vive e trabalha em São Paulo. Foi reconhecido em diversas premiações e programas de residência como: Prêmio Funarte Conexão Circulação ArtesVisuais (2017), Prêmio Marcantônio Vilaça (2012), Prêmio Brasil Contemporâneo – Fundação

 

 

Bienal de São Paulo (2010), Artist Links – British Council (2009), entre outros. Suas exposições individuais incluem: Transição de Fase, Funarte (Belo Horizonte, 2018), O Trabalho Gira em Torno, MAMAM (Recife, 2015), Territórios e Capital: Extinções, MAM Rio (Rio de Janeiro, 2014), Capital: destruction-construction, PROGR Foundation (Bern, Suíça, 2012),  Topografia Suada de Londres: Jack Pound Financial Art Project, Centro Cultural Correios (Recife, 2012). Entre as coletivas recentes, destacam-se: À Nordeste, Sesc 24 de Maio (São Paulo, 2019), Panorama da Arte Brasileira, MAM-SP (São Paulo, 2017 e 2011), Bienal Sur, Centro Cultural Parque de Espanha (Rosário, Argentina, 2017), 5º Prêmio Marcantônio Vilaça, MAC-USP (São Paulo, 2015). Sua obra está presente em importantes coleções públicas, como: CCSP (São Paulo), MAM-SP (São Paulo), MAR (Rio de Janeiro), MAMAM (Recife), Centro Cultural do Banco do Nordeste, entre outras.