Dois no Galpão

12/abr

A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar duas exposições individuais simultâneas: “Hiato” de Rodrigo Matheus e “Cartas na mesa” de Sara Ramo ocupam o Galpão, Barra Funda, São Paulo, SP. Na ocasião da abertura, Rodrigo Matheus lança ainda seu livro monográfico pela Editora Cobogó, uma publicação com textos de Matthieu Lelièvre, Philip Monk e Kiki Mazzucchelli que abrange sua trajetória artística dos últimos 10 anos.

 

De 12 de abril a 19 de maio.

Obras de Gabriela Machado

09/abr

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, apresenta, em mostra individual da artista Gabriela Machado, uma seleção de pinturas e esculturas produzidas entre os anos de 2013 e 2018. As pinturas fazem parte de diversas séries que a artista desenvolveu durante esses cinco anos em residências artísticas e viagens pelo mundo, já as esculturas são oriundas da série “Vibrato”, concebida entre Portugal (em residência na fábrica de cerâmica São Bernardo) e Rio de Janeiro e apresentada em 2016 no MAM-RJ.

 

Embora produza a partir de variadas dimensões desde a década de 1990, tiveram maior destaque em sua carreira as pinturas de grande escala e cores vibrantes, interessadas por elementos da paisagem que abarcavam desde visões de florestas, praias e morros, aos detalhes de um ramo de flores pousado na mesa de seu ateliê. A partir de 2013, Gabriela passou a concentrar-se na pintura de pequenas dimensões, rebaixando os tons de sua paleta de cores e compondo imagens menos festivas e mais silenciosas. Trabalhar em telas menores estimulava uma prática que ia além do espaço do ateliê: a mobilidade do material permitia à artista produzir em diferentes contextos, contaminando-se por eles. Foi o que aconteceu nos cinco anos seguintes, quando desenvolveu novas séries enquanto viajava para países como Portugal, Estados Unidos e regiões como a Patagônia, o sul de Minas Gerais e o litoral da Bahia. As pinturas apresentadas na exposição compõem um recorte de cada uma dessas séries, semelhantes por suas dimensões, mas distintas em suas particularidades enquanto conjuntos.

 

 

Em 2016, no período que passou em residência nos Hamptons, cores menos pálidas retornam a suas telas, pouco intimidadas pelo efeito que a escala diminuta do suporte produzia em qualquer elemento da composição. Voltaram à cena os vermelhos e rosas, embora ainda envoltos em cores mais geladas como o cinza e o bege. Nas pinturas mais recentes, produzidas a partir de 2017, aparecem os amarelos e verde-neons mergulhados em azuis escuros, vermelho-carmim misturado ao preto e ao laranja. Ainda se trata da paisagem, das flores, dos bichos, do mar e da floresta, mas agora há uma especial fascinação pelas visões noturnas, pela lua e pelos efeitos da luz.

 

As esculturas da série “Vibrato” se configuram em materiais diversos tais quais porcelana, madeira, bronze, gesso, argila e pedras. Oscilam não só a partir dos materiais, mas também a partir dos formatos, das alturas que alcançam e das cores que incorporam, compondo, juntas, uma espécie de sinfonia. Como observou Ronaldo Brito: “Daí o modo coerente como se apresentam em exposição – dispostas meio aleatoriamente sobre uma mesa comprida, em bases provisórias, que pertencem e não pertencem às esculturas. Ora falam, conversam à vontade entre si, ora se distanciam, isoladas em sua unidade formal particular.” As peças foram produzidas entre 2013 e 2015, período em que experimentou traduzir alguns procedimentos de suas pinturas para a escultura.

 

A exposição, que será inaugurada na noite de 10 de abril dentro da programação do Gallery Night, será acompanhada do lançamento de seu último livro “pequenas pinturas”, que também reúne os trabalhos desenvolvidos entre 2016 e 2018. O lançamento ocorre no dia 13 de abril, das 19h às 20h no Lounge de Lançamentos da sp-arte, localizado no piso térreo do prédio da Bienal.

 

 

Até 26 de maio.

Emanoel Araújo no MASP

O MASP, Avenida Paulista, São Paulo, SP, inaugurou sua terceira exposição de 2018, ano dedicado às histórias afro-atlânticas. “Emanoel Araújo, a ancestralidade dos símbolos: África-Brasil” apresenta 70 obras de Emanoel Araújo, um dos nomes mais expressivos do cenário artístico brasileiro, responsável por promover a arte e a cultura negras no país. Além de artista, Araújo é também curador e gestor cultural, tendo sido diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo e fundador do Museu Afro Brasil, que atualmente dirige. A mostra ocupa a galeria do segundo subsolo do Museu, local onde o artista realizou sua primeira individual no MASP, em 1981, que, na época, também ocupou o Vão Livre com esculturas de grandes dimensões.

 


Entre as 70 obras presentes, 40 delas são esculturas e xilogravuras e 30 são cartazes, evidenciando sua aproximação com técnicas que vão além das artes plásticas, como a tipografia e a diagramação. Na mostra, os trabalhos oferecem um panorama dos diferentes períodos da carreira do artista, sem apresentarem, no entanto, um recorte cronológico ou retrospectivo.

 

 

A mostra, assim, dá destaque a um viés pouco explorado da trajetória de Emanoel Araújo, a temática afro-brasileira, afastando-se das interpretações que comumente associaram sua obra ao abstracionismo geométrico e ao construtivismo brasileiro. A temática afro-brasileira, assim, é evidente no uso de simbologias das religiões de matriz africana, em esculturas que aludem a orixás do candomblé, por exemplo; na representação de relações afro-atlânticas, principalmente relacionadas ao tráfico de africanos escravizados, como na série de navios negreiros; e na construção de composições geométricas com formas e paleta de cores inspiradas em padronagens de tecidos tradicionais africanos, a exemplo de suas gravuras.

 

No espaço expositivo, os diferentes conjuntos de obras estão dispostos em quatro núcleos: geometrias; máscaras; orixás; e navios.

 

Muitas das xilogravuras de Araújo são composições abstratas e geométricas, impressas em cores saturadas e contrastantes, baseadas nas cores do pan-africanismo: o preto, o vermelho e o verde. É o caso das gravuras da série “Suíte Afríquia”, de 1977, que marca um momento de virada na obra do artista, a partir de sua participação no 2º Festival Mundial de Arte e Cultura Negra e Africana (FESTAC), realizado no mesmo ano, em Lagos, na Nigéria. Imerso na realidade e vivências africanas, Araujo expandiu suas referências formais e temáticas da cultura africana, bem como seus desdobramentos nas relações com a cultura brasileira.

 

Justapostas às xilogravuras, estão esculturas de máscaras, que aludem aos objetos ritualísticos de religiões de matriz africana. As formas e cores das composições comumente fazem referência a determinados orixás. É o caso de associação a Exu, em uma máscara em preto e vermelho; ou a Oxalá, em uma composição de cor branca.

 

A partir dos anos 2000, Araújo passa a desenvolver de maneira mais direta a temática dos orixás em esculturas verticais de parede, de formato totêmico. A menção aos orixás aparece no título de cada trabalho, junto com símbolos próprios da cosmologia do candomblé, representados por cristais, miçangas, pregos, ferramentas de orixás, correntes de metal, fragmentos de madeira de lei e aço. A obra “Ogum” (2007), por exemplo, é formada por diversos objetos de metal, como correntes e um cutelo, que fazem referência à entidade da metalurgia e da tecnologia; já “Oxóssi” (2007), um arco e uma flecha de metal, insígnias do orixá que dá título ao trabalho.

 

Por fim, o núcleo de navios negreiros exibe uma seleção de esculturas de parede, nas cores preta e vermelha, com pregos cravejados e correntes de ferro, fazendo alusão às embarcações que trouxeram forçadamente africanos para serem escravizados nas Américas e no Caribe. Com essa série, Araújo expõe a violência e a perversidade dessa rede afro-atlântica de tráfico humano, chamando a atenção para o papel perverso do Brasil nesse processo, ao receber o maior número de africanos escravizados – 40% do fluxo migratório, estima-se, desembarcou no país -, além de ter sido a última nação das Américas a abolir a escravidão, com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, e que, em 2018 completa 130 anos.

 

À ocasião da exposição, o MASP lançará um catálogo de 168 páginas, com reprodução dos trabalhos expostos na mostra, texto do curador, Tomás Toledo, que também organiza a publicação, e republicação de textos de Clarival do Prado Valladares e George Nelson Preston e de uma entrevista com Emanoel Araújo feita por Adriano Pedrosa.

 

A exposição “Emanoel Araújo, a ancestralidade dos símbolos: África-Brasil” integra o ciclo de 2018 do MASP em torno das histórias afro-atlânticas. O programa está inserido em um projeto mais amplo de exposições, palestras, oficinas, seminários e atividades do Museu, que atenta para histórias plurais, que vão além das narrativas tradicionais, tais como Histórias da loucura (iniciada em 2015), Histórias da infância (em 2016) e Histórias da sexualidade (em 2017). A programação inclui ainda uma série de mostras monográficas de Aleijadinho, Maria Auxiliadora, Melvin Edwards, Rubem Valentim, Sônia Gomes, Pedro Figari e Lucia Laguna.

 

“Emanoel Araújo, a ancestralidade dos símbolos: África-Brasil” tem curadoria de Tomás Toledo, curador do MASP. O escritório de arquitetura METRO Arquitetos Associados assina a expografia da mostra.

 

 

Até 03 de junho.

Almeida e Dale exibe Mestre Didi

06/abr

Tradição e contemporaneidade, religião e arte: a produção artística do baiano Mestre Didi (1917-2013) é permeada por dualidades. Um dos raros artistas afro-brasileiros a ter pleno reconhecimento da crítica de arte nacional e internacional, Didi possui um trabalho ligado aos objetos sagrados do culto do Candomblé e é comumente referido como sacerdote-artista. A partir do dia 07 de abril, a galeria paulistana Almeida e Dale, Jardins, São Paulo, SP, apresenta ao público “Mo Ki Gbogbo In – Eu saúdo a todos”, exposição que traz um breve panorama do percurso artístico deste soteropolitano. A mostra é realizada em parceria com a Paulo Darzé Galeria, de Salvador.

 

Com curadoria de Denise Mattar e Thaís Darzé, a exposição toma como título uma frase comumente usada por Mestre Didi, que sempre se propôs a juntar as diversidades, em busca da harmonia. A mostra reúne um conjunto de 48 obras do artista. O recorte curatorial valoriza os anos 1980, período áureo de sua produção, quando conseguiu imprimir sua marca pessoal e inventiva ao processo de recriação das tradições da cultura afro-brasileira. Mas há raridades como a escultura em madeira Yao Morogba, de 1950.

 

Batizado de Deoscóredes Maximiniano dos Santos, o artista foi um dos mais importantes sacerdotes afro-brasileiros do país, responsável por traduzir a visão de mundo africana e sua experiência de vida, utilizando a arte como suporte. “Expressões culturais de origem africana, em especial da região do Benin, se consolidaram em Salvador através de séculos de estratégias de sobrevivência, tornando-se presentes no cotidiano. É neste cenário de ebulição da cultura negra, nessa cidade que é berço do Candomblé e das tradições africanas e nesse contexto religioso ímpar que surge Mestre Didi com sua cosmovisão, que vai nas origens para dialogar com a atualidade”, afirma Thais Darzé.

 

Concebidas de acordo com uma sabedoria iniciática, suas esculturas possuem texturas, matérias, formas e cores específicas, cada qual com o seu significado. As formas de suas obras expressam a visão do mundo nagô, construído numa dinâmica de mobilização e circulação do axé, a energia vital. Suas elaborações, por sua vez, derivam dos emblemas dos orixás do Panteão da Terra: Nanã e seus três filhos míticos, Obalauaê, Oxumaré e Ossain.

 

“No Ocidente, somos herdeiros do pensamento racional, cartesiano e individualista, tomando-o como sinônimo da verdade. Durante muito tempo, apenas a arte ocidental era considerada Arte, posição prepotente ainda hoje preconizada por alguns setores do circuito artístico”, aponta a curadora Denise Mattar. “A cultura negra é plural, não compreendida como uma unidade oposta ao mundo exterior. Cada ser carrega em si a família, os ancestrais e as entidades divinas, trocando com seus pares a energia vital. Nesse sentido, a arte de Mestre Didi é uma expressão disso e integra-se, portanto, a essa cosmovisão”, completa.

 

A exposição traz também referências visuais, como ibirís e xaxarás originais, depoimentos de Mestre Didi, além de fotos de artistas com quem manteve relações ao longo da vida. Entre eles, Pierre Verger e Mário Cravo Neto. A ideia é proporcionar ao visitante um mergulho no imaginário afro-brasileiro. A mostra será complementada por um catálogo, publicação que reunirá não apenas obras da exposição, mas textos das curadoras e uma cronologia ilustrada.

 

 

De 09 de abril a 26 de maio.

Tozzi na Houssein Jarouche

A Galeria Houssein Jarouche, Jardim América, São Paulo, SP, inaugura a exposição individual do artista visual paulistano Claudio Tozzi.
 
A curadoria é de Sofia Gotti – professora adjunta do Instituto de Arte Courtauld, colaboradora da Tate Modern  e do Museu Guggenheim. Para esta exposição, que reúne 28 obras realizadas ao longo de quatro décadas de sua carreira – entre pinturas, desenhos, objetos, esculturas, gravuras e vídeo -, convidamos os espectadores a serem afetados pela dimensão subjetiva de cada peça, a fim de acolher conexões novas e inesperadas em toda a sua produção artística. 

 

Claudio Tozzi é um dos artistas mais ressonantes e importantes do Brasil desde os anos 1960. Sua prática atravessou múltiplas fases e, a cada passo, seu trabalho polimórfico cresceu de acordo com uma investigação formalista linear e incessante. Começando por experimentar silkscreens pop, ampliações fotográficas e pinturas figurativas, ele passou para filme, instalação, pinturas acrílicas esculturais, esculturas de parede de metal, técnicas e materiais de grande variação. Seus trabalhos mostram como Tozzi mascarou a crítica política e social com uma linguagem visual muitas vezes lúdica e acessível.  

 

A seleção desta nova mostra da Galeria Houssein Jarouche apresenta imagens recorrentes de mulheres e casais em diferentes estágios de sua prática, refletindo sobre a mudança dos papéis de gênero e a luta das mulheres pela igualdade. A partir do final dos anos 1960, o artista abordou esses temas como emblemas de uma batalha pela total liberdade física e intelectual, ameaçada por uma sociedade tradicionalista que ditava normas e por um sistema político imposto pelos militares durante a ditadura. As obras expostas documentam as diversas estratégias que Tozzi implantou para atingir seu objetivo, que incluiu exibir sua arte no espaço público, usando trocadilhos para zombar do status quo (“Zebra” e “Bananeira”), ou apresentando imagens e situações tensas (“O Grito”, “Fotograma”). Direção de Paulo Azeco.
 
De 10 de abril a 09 de junho.

 

Debut de Jandyra Waters

05/abr

A Galeria Sancovsky, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, inaugura com curadoria de Marcos Moraes, a exposição individual de Jandyra Waters. A artista ganha, aos 97 anos, sua primeira individual na Galeria Sancovsky. A exposição acontece no momento em que a pintora paulistana comemora sete décadas de trajetória artística. Esta mostra destaca as investigações cromáticas e pictóricas que Jandyra Waters realiza até hoje, assim como fica demonstrado seu interesse e acompanhamento pelo experimentalismo e a geometria.

 

 

De 05 de abril a 05 de maio.

Materiais orgânicos  

A Verve Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura “Inventário”, exposição individual do artista plástico Dudu Garcia, sob curadoria de Marcus de Lontra Costa, composta por 12 pinturas em técnica mista que busca reunir, pela primeira vez, um recorte de sua produção, abordando como tema principal o tempo e a matéria, em uma pesquisa sobre a expansão dos limites da pintura. 

 

Entre o abstracionismo informal e o hiper-realismo, o trabalho de Dudu Garcia procura trazer o deslocamento de paisagens urbanas despercebidas para dentro da tela, sendo o diálogo com a ação do tempo uma das principais ferramentas utilizadas em sua investigação pictórica. Ao se utilizar de materiais como carvão, pó de pedra, poeira, linóleo, borracha e limo, suas pinturas tomam forma em suportes que variam entre telas de linho, cânhamo e canvas de algodão. Nos dizeres do próprio artista: “Meu trabalho é muito orgânico. As cores são cores naturais que encontramos no mundo, fora da pintura. A técnica envolve monotipia, infusão, colagem, pintura, todos feitos em técnica muito autoral, desenvolvida dentro do studio”.  

 

Para a mostra na Verve Galeria, foram selecionados trabalhos realizados entre 2002 e 2018, no intuito de criar um amplo panorama da produção do artista. Sobre essa produção, o curador Marcus de Lontra Costa comenta: “Há, em sua ação, uma espécie de aura romântica, um compromisso com a criação do belo e com a revelação de um mundo escondido diante de nosso olhar. Para ele, o artista é um desbravador, um descobridor, e a tarefa maior de seu ofício é desnudar os véus do olhar. A pintura é instrumento de sensibilização, simples e sofisticada como o pão e o vinho. Através de manchas de cores formadas por camadas de tinta sobrepostas, o trabalho do artista revela um processo pictórico sensível e bem elaborado”.  

 

Acerca de suas criações, Dudu Garcia acredita no exercício prático e contínuo do trabalho como fonte de ideias e de realização. “Seus objetos, desenhos, pinturas, esculturas superam as tradicionais classificações da arte e se afirmam como elementos totêmicos de grande força e potência visual, revelando um artista maduro, inteligente e sensível, que domina os seus meios expressivos e insere a sua produção na vigorosa arena complexa e perturbadora que abriga e espelha a arte contemporânea e seu papel fundamental no mundo em que vivemos”, conclui Marcus de Lontra Costa
 
De 09 de abril a 26 de maio.

Viva Arte, novos e consagrados

28/mar

A Bossa Nova Sotheby´s International Realty, São Paulo, SP, aposta em um novo projeto e abre as portas para receber artistas de diferentes linguagens para fomentar o encontro entre obra x espectador e propor uma nova discussão de como consumimos e vemos arte. Chamado de “Viva Arte”, a ação abrigará em seu calendário uma série de eventos voltados à produção artística contemporânea, que terá abertura com exposição coletiva e exclusiva da Verve Galeria.

 

Com projeto geral da “Se Joga Beth” e da curadora Beth Leone, a ação tem o objetivo de reunir clientes, colecionadores e artistas no escritório central da marca em São Paulo. “Queremos abrigar em um espaço comercial objetos artísticos e promover exposições, performances, apresentações musicais e tantas outras manifestações artísticas. A atividade comercial não exclui o universo simbólico nem o da imaginação, ao contrário, um completa o outro.”, explica Amanda Pimenta, gerente de marketing da Bossa Nova Sotheby’s International Realty.

 

A exposição inaugural, que fica em cartaz de 03 de abril a 05 de maio, contará com 18 artistas (novos e já consagrados), entre eles: Fabiano Al-Makul, Beatriz Albuquerque, Kikyto Amaral, Michael Drumond, Eduardo Garcia, Luiz Martins, Paulo von Poser e Ricardo Hachiya, que fazem parte do cenário de arte contemporânea atual. A mostra, que tem curadoria de Ian Duarte Lucas e Allann Seabra da Verve Galeria, apresenta uma série de trabalhos entre pintura, fotografia, escultura e gravura, que exploram diversas linguagens artísticas, que compreendem processos contínuos e complementares.

 

Revelação abstrata na Pinacoteca

23/mar

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe no primeiro andar da Pina Luz – Praça da Luz, “Hilma af Klint: Mundos Possíveis”, sua primeira exposição do calendário de 2018 e um dos grandes destaques do ano. Com patrocínio de Banco Bradesco e Ultra, chega pela primeira vez na América Latina uma mostra individual da pintora sueca Hilma af Klint (1862-1944), cujo trabalho vem sendo reconhecido como pioneiro no campo da arte abstrata e que passou despercebido durante grande parte do século XX.

 

Hilma af Klint frequentou a Real Academia de Belas Artes, principal centro de educação artística da capital sueca, mas logo se distanciou do seu treino acadêmico para pintar mundos invisíveis, influenciada por movimentos espirituais como o Rosa-cruz, a Teosofia e, mais tarde, a Antroposofia. Ela integrou o As cinco”, grupo artístico composto por artistas mulheres que acreditavam ser conduzidas por espíritos elevados que desejavam se comunicar por meio de imagens e já experimentavam desde o final do século 19 a escrita e o desenho automático, antecipando as estratégias surrealistas em mais de 30 anos.

 

A exposição inclui 130 obras. Destaque para a série intitulada “As dez maiores”, realizada em 1907 e considerada hoje uma das primeiras e maiores obras de arte abstrata no mundo ocidental, já que antecede as composições não figurativas de artistas contemporâneos a af Klint como Kandinsky, Mondrian e Malevich. Além deste conjunto, a exposição em São Paulo contará com algumas séries de obras que nunca foram apresentadas ao público.

 

A mostra da Pinacoteca tem curadoria de Jochen Volz, diretor geral da instituição, em parceria com Daniel Birnbaum, diretor do Moderna Museet, e é uma colaboração com a Hilma af Klint Foundation. “O trabalho de Hilma af Klint dialoga de certa forma com o sincretismo e a pluralidade de cosmovisões tão presente na cultura do Brasil. A serialidade encontrada em sua obra também aparece na arte brasileira, em especial no concretismo e neoconcretismo”, explica Volz.

 

O trabalho de af Klint foi exposto pela primeira vez em 1986 na mostra “The Spiritual in Art: Abstract Paintings 1890–1985”, realizada no Los Angeles County Museum of Art.  Mas apenas a grande retrospectiva organizada pelo Moderna Museet de Estocolmo em 2013 e, consequentemente, a sua itinerância pela Alemanha, Espanha, Dinamarca, Noruega e Estônia permitiu que o trabalho de af Klint fosse reconhecido internacionalmente pelo grande público. Desde então, suas obras participam de exposições realizadas na Europa e Estados Unidos.

 

A Pinacoteca prepara um catálogo bilíngue, português-inglês, que reunirá três textos inéditos escritos pelos autores Jochen Volz, Daniela Castro, curadora independente, e Daniel Birnbaum. O livro trará ainda reproduções das obras expostas e uma cronologia escrita por Luciana Ventre, pesquisadora brasileira que lança nos próximos meses uma biografia de Hilma af Klint.

 

 

Até 16 de julho.

Fotos de Alice Quaresma

21/mar

A Casa Nova, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta no dia 24 de março, o projeto solo “Coisas da Vida”, da artista carioca Alice Quaresma. O projeto é inédito e traz como foco o questionamento do movimento e cronologia através da fotografia. Para a sala de projeto solo da Casa Nova, a artista criou um mural fragmentado usando fotografias e paneis coloridos pendurados individualmente criando profundidade e distanciamento entre cada imagem e cor. A instalação permite que o público percorra o trabalho de forma que se surpreendam com a fotografia panorâmica da cidade natal da artista, Rio de Janeiro, ao fundo da sala.
Além disso, o projeto “Coisas da Vida” contemplará seis obras únicas, onde Alice Quaresma cria linhas e marcas gestuais sobre fotografias tiradas no Rio de Janeiro, nos últimos 15 anos. A artista continua investigando os limites da fotografia como um objeto de precisão e verdade. A geometria e marcas gestuais são elementos constantes nos trabalhos da artista, nos quais investiga maneiras de romper com formas representadas nas fotografias. Decisões subjetivas e ocasionais são constantes e aparentes em seus trabalhos, de modo que aproximam suas obras a acontecimentos da vida, trazendo um olhar poético para pequenos encontros e desencontros do dia a dia, criando assim, uma história sem cronologia.

 

 

Sobre a artista

 

Alice Quaresma nasceu no Brasil em 1985 e vive atualmente em Nova York. Possui em seu currículo uma série de prêmios, convites para projetos especiais e residências, incluindo o renomado Prêmio da Foam Talent em Amsterdã. Em 2017, Alice participou de exposições coletivas e individuas na Europa, Estados Unidos e Brasil e integrou um grupo de artistas em duas residências nos Estados Unidos e teve seus trabalhos publicados em revistas, jornais e sites importantes no Brasil, Japão, EUA e Europa. Cursou o MFA no Pratt Institute em 2009 e foi selecionada como umas das vencedoras do prémio PS122 durante o mesmo ano.

 

 

De 24 de março a 21 de abril.