Marcelo Guarnieri novo endereço

11/dez

Prestes a completar 4 anos de atividade na capital paulista, a Galeria Marcelo Guarnieri, atualmente com três unidades – São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, encontra-se em novo endereço em São Paulo (Alameda Lorena, 1835 – Jardins). Foi inaugurada com exposição de seu acervo para abertura deste novo espaço. A mostra conta com trabalhos de Sonia Andrade, Luiz Paulo Baravelli, Mariannita Luzzati, Masao Yamamoto, João Farkas, Edu Simões, Pierre Verger, Marcel Gautherot, Niobe Xandó, Marcus Vinicius, Liuba, Guto Lacaz, Gabriela Machado, Flávio Damm, Flavia Ribeiro, Ana Sario, Alice Shintani, Silvia Velludo e Fernando Vilela.

 

Ocupando um espaço maior – com mais dois andares – a galeria planeja apresentar exposições simultâneas em diferentes pavimentos, mantendo, em um deles, o seu acervo aberto para visitas. A ideia é montar exposições no térreo e também no segundo andar, exibindo trabalhos não só dos artistas da casa, como também de artistas convidados.

 

 

Até 27 de janeiro de 2018.

Cartaz na Oscar Cruz

04/dez

Obedecendo ao título geral de “Marron Azul”, a Galeria Oscar Cruz, Itaim-Bibi, São Paulo, SP, apresenta a exposição individual de Ramon Martins. A apresentação é assinada por Débora Lopes.

 

A força bruta das mulheres negras na exposição Marrom Azul, de Ramon Martins

 

 

Por Débora Lopes

 

A cabeça pende para trás, forçando o músculo do pescoço a demonstrar uma elasticidade mágica, quase aflitiva. Essa força bruta e meramente humana habita as mulheres negras pintadas pelo artista plástico Ramon Martins em sua nova exposição, Marrom Azul. Com as clavículas ressaltadas, uma delas está de sutiã branco, envolta em um xale estampado. Sua beleza extrema e o olhar distraído foram inspirados na modelo angolana Maria Borges. Filho de mãe negra, Ramon retornou às próprias raízes para pesquisar e produzir as obras, compostas por tinta acrílica sobre tela – uma delas alcançando dois metros de altura. Lábios grossos, cabelos crespos, sobrancelhas arqueadas, a cor marrom pulsando na composição do pigmento de pele. A beleza e a força dessas mulheres remetem a um universo orgânico e fértil, tal qual a terra.

 

 

Até 23 de fevereiro de 2018.

Exposição Ao Quadrado

17/nov

A Galeria Mônica Filgueiras, Consolação, São Paulo, SP, exibe “Ao Quadrado”, exposição individual de pinturas recentes da artista plástica Beth Turkieniez. Composta por obras no formato quadrado, de medidas múltiplas entre si, a exposição pretende estabelecer o diálogo entre cores, intensidades e superfícies, num contínuo deslocamento das peças enquanto formação e finalização. “Ao Quadrado” parte do conceito de apresentar obras no formato em telas “mutáveis”.

 

“As obras vão em série numa trajetória onde as palavras são desnecessárias…”, comenta Beth Turkieniez. Em sua nova individual, a artista propõe uma expografia na qual as telas podem ser desmembradas e, aleatoriamente, dar origem a outra composição, construindo e reconstruindo o grande quadrado. As cores utilizadas são preparadas artesanalmente com pigmentos indianos, explorando tons de baixa intensidade e opacidade.

 

Em “Ao Quadrado”, as obras de Beth Turkieniez exploram as pesquisas desenvolvidas pela artista no campo da linguagem visual bi e tridimensional. Em suas palavras: “Construção vs. Reconstruçãoo, num jogo em que o xeque-mate se dá ao final do trabalho”.

 

 

Sobre a artista

 

Nasceu em Porto Alegre, RS, 1950. Reside em S. Paulo desde 1989. Estudou desenho com Paulo Peres, xilogravura com Danúbio Gonçalves, pintura com Ado Malagoli e Iberê Camargo, escultura com Sonia Ebling, Vasco Prado, Xico Stokinguer e Carlos Tênius, no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Graduada em Belas Artes e Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde desenvolveu pesquisas no campo da linguagem visual, bi e tridimensional.

 

 

Sobre a Galeria Mônica Filgueiras

 

Mônica Filgueiras, marchand que atuou no circuito das artes plásticas desde os anos 60, inaugurou sua própria galeria em 1980, com exposição individual de Antonio Dias. O espaço, há mais de três décadas, além de seu trabalho permanente baseado em seu acervo, realiza exposições regulares de artistas contemporâneos, que, dada a sua amplitude, tem uma forte repercussão no campo cultural. Hoje o espaço está sob a responsabilidade de Sandra Guimarães.

 

 

De 23 de novembro a 20 de dezembro.

Charles Watson, curso no MAM-SP

16/nov

Pesquisas das últimas décadas tem modificado expressivamente o que entendemos como criatividade e inovação, e sugerem que talento (a habilidade inata para uma atividade), se é que existe, não é um fator significante na construção de uma vida de contribuições criativas. Ao contrário do que o senso comum afirma, criatividade não é uma qualidade livre e autônoma, pois não pode ser dissociada do investimento vertical em uma atividade ou linguagem específica. Pessoas são potencialmente criativas, mas para desenvolverem conhecimento tácito são necessários fatores como uma relação passional com o assunto, intensa curiosidade, persistência e a coragem necessária para identificar e enfrentar as dificuldades que sempre vão surgir ao longo de um processo. No mundo real, não é a inspiração que produz o trabalho, é o trabalho o que produz inspiração. Ter uma ideia na cabeça não é o suficiente, é preciso concretizá-la: “Poesia não é feita de ideias, é feita de palavras”, diz Mallarmé a Degas.

 

 

Metodogia

 

Investigando fatores culturais, históricos, psicológicos e neurocientíficos, os encontros mostram como novas tecnologias de pesquisa nestas áreas estão esclarecendo os mecanismos envolvidos em processos de inovação e pensamento criativo. Amplamente ilustrado com textos, imagens e entrevistas, o workshop traça a relação entre altos níveis de motivação e desempenho criativo otimizado. O “MasterClass Sol na Barriga” consiste em 5 palestras escolhidas a partir de um repertório de 14 temas disponíveis neste módulo – esta escolha será efetuada de acordo com as particularidades da composição do grupo.

 

 

Temas

  1. Criatividade Definição: convergent / divergent, tolerância a ambiguidade, sim e não
  2. Criatividade e Limites: o campo semântico / necessidade da restrição no sistema
  3. O Mentor: Os Ombros de Gigantes
  4. Paixão, Motivação Intrínseca: O Sol na Barriga
  5. Talento/Trabalho Intenso
  6. A Regra de 10: 10anos / 10.000 horas
  7. Um Leão Por Dia: Prática Deliberada
  8. Processo Puro: O melhor lugar no mundo / Síndrome do segundo produto
  9. Curiosidade: Mistério e Espanto
  10. Persistência: Penso, logo desisto
  11. A Plateia: Um mal necessário?
  12. Abdicação do “Eu”: Flow
  13. A Crack In Everything: a engenharia do erro / risco, erro, medo de errar
  14. Dinheiro, Sucesso, Ética Criativa: Sucesso como fracasso

 

 

Dia 24 de novembro das 19h às 22h30 / Dias 25 e 26 de novembro das 14h às 18h

Carga horária: 12 horas divididas em 3 dias intensos

Público: publicitários, designers, artistas, estudantes, professores e demais interessados no processo criativo.

Investimento: 5 parcelas de R$ 130,00.

 

 

Sobre Charles Watson

 

Charles Watson é educador e palestrante, especializado no Processo Criativo / Problem Solving e Desempenho Otimizado. Formado em Arte e Literatura pela Bath Academy / Bath University na Inglaterra, leciona na Escola de Artes Visuais do Parque Lage desde 1982. Suas numerosas conversas e entrevistas filmadas com criadores dentro e fora do Brasil deram início a uma extensa pesquisa sobre o processo criativo que hoje abrange várias disciplinas – ciência, negócios, literatura, música, filosofia e arte – focando nas similaridades encontradas na formulação de conceitos inovadores. Realiza palestras em empresas desde a década de 80, quando foi convidado a expor suas ideias para empresas como Coca-Cola, Shell, Deloitte Touche Tohmatsu e Arthur Andersen entre outras. Além dessas atividades acadêmicas e educacionais, Charles é um entusiasmado construtor de veleiros. A abrangência de suas experiências tem resultado em palestras únicas, provocativas e às vezes desconcertantes, abordando temas aparentemente tão distintos quanto sistemas complexos, física, música, arte contemporânea e esportes radicais, sempre com uma pitada de humor britânico.

 

Informação e inscrição cursos@mam.org.br ou 5085-1314 / Sócios do MAM têm 20% de desconto.

César Brandão na Baró Galeria

13/nov

A Baró Galeria, Jardins, São Paulo, SP, apresenta o artista mineiro Cesar Brandão em sua primeira individual na galeria. Em “Canteiro de Obras”, título de sua exposição, o artista explora a fronteira das linguagens – caminhando entre desenhos, pinturas, objetos, instalações, fotografias, além de suas apropriações de gambiarras como “espécies de ready mades”. Cesar Brandão define sua obra, como um “exercício experimental” entre a cultura e a vivência.

 

Filho de operário, viveu na infância e adolescência em um bairro pobre perto das indústrias com fornos para carbureto, ferro silício. Os elementos desse contexto industrial sempre estiveram presentes em sua obra, o fogo, fumaça, produtos resultantes nas fundições, e materiais ali utilizados: cal, carvão, pedra, quartzo, sucata, etc. Além do explícito contraste entre a tecnologia daqueles fornos, diante do improviso das inúmeras “gambiarras” presentes nas casas e quintais dos habitantes do lugar. Esse contexto gerou sua fascinação por fundições em contraste com as gambiarras, que permeiam sua produção. Trata-se, portanto, da poética sobre essas práticas da cultura popular, em contradição aos processos industriais.

 

“Assim, a obra de César Brandão talvez possa, por ironia, ser definida como espécie de “canteiro de obras”, onde ocorrem contaminação ou justaposição de ações, num repertório repleto de apropriações, gambiarras, rascunhos, rasuras, próteses fundidas… entre caos e fragilidade. Um amplo território de possibilidades no limiar do efêmero e provisório, e onde “a dúvida é motor do processo”, como próprio artista define.” (parte retirada do texto do curador Agnaldo Farias para a exposição). Cesar Brandão participou da XIX Bienal de São Paulo e têm obras nos acervos dos museus MAM SP e MAC USP.

 

 

Até 17 de dezembro.

“Voyage” na Galeria Bergamin & Gomide

27/out

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A exposição coletiva “Voyage”, sob curadoria de Alexandre da Cunha, será o novo cartaz da Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, a partir de 15 de novembro e até 20 de janeiro de 2018.

 

 

Curadoria de Alexandre da Cunha

 

Alexandre da Cunha é atualmente um dos mais importantes artistas brasileiros. Como curador da exposição “Voyage”, divide algumas de suas inquietações através das obras de 15 artistas selecionadas por ele. O título, inspirado na comédia francesa “Voyage Surprise”, de Pierre Prévert (1947), traduz a sua proposta: “Mais do que um tema, a exposição aborda a ideia de viajar em um sentido mais amplo e suas possíveis associações: sonhos, expectativas, idealização, fantasia, fuga, frustração, medo do desconhecido”.

 

No filme, um motorista de ônibus aposentado comanda uma viagem surpresa onde passageiros desconhecem o destino final. Na mostra, da Cunha convida artistas, que possuem proximidade formal com o seu próprio trabalho, a criarem uma situação onde as obras se relacionam de uma forma fluida. “Meu papel como curador neste projeto funciona como um mediador, que sintetiza questões que surgiram no curso da montagem da exposição”.

 

“Voyage” será composta por obras de diversos períodos de artistas brasileiros e internacionais apresentando também artistas jovens como Thiago Barbalho, Camila Sposati, Joel Croxson e Pablo Accinelli.

 

O público, por sua vez, completa a exposição: assim como os passageiros do filme, o espectador é convidado a embarcar na quebra das estruturas preestabelecidas na maioria das exposições coletivas: “O espectador geralmente é confrontado com uma grande quantidade de informações, uma ansiedade conceitual corre acima da possibilidade de ler os trabalhos de forma mais intuitiva; Nesta exposição as perguntas são mais importantes do que as respostas e as imagens são mais importantes que o texto que acompanha”, acrescenta Alexandre da Cunha.

 

Artistas: Samara Scott, Caragh Thuring, Julius Heinemann, Thiago Barbalho, Lygia Clark, Marisa Merz, Brian Griffiths, Camila Sposati, Laura Lima, Ed Flood, Joel Croxson, Jac Leirner, Pablo Accinelli, Rivane Neuenschwander, José Damasceno.

 

 

Até 20 de janeiro de 2018.

Histórias da sexualidade no MASP

20/out

O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate – urgente na atualidade -, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

 

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalho, e foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos – “Corpos nus”, “Totemismos”, “Religiosidades”, “Performatividades de gênero”, “Jogos sexuais”, “Mercados sexuais”, “Linguagens” e “Voyeurismos”, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e “Ativismos”, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo “Voyeurismos”. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo – como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles – são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional – da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

 

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

 

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós – cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades – possa conviver de forma harmoniosa.

 

A exposição “Histórias da sexualidade” tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP. A classificação etária de “Histórias da Sexualidade” é de 18 anos. Desta forma, de acordo com a regulamentação vigente, é restritiva para menores de idade, mesmo com autorização ou acompanhamento de responsável.

 

 

Até 14 de fevereiro de 2018.

Oficina de Fotografia

Mostra na Biblioteca Pública do Paraná, que inaugura no próximo sábado, dia 21, fica em cartaz até 30 de dezembro. “Te empresto meus olhos”, mostra produzida por deficientes visuais da Oficina de Fotografia de Juliana Stein, integra Bienal de Arte de Curitiba.

 

No lugar da retina, a emoção dos sentidos; no enquadramento do foco, a percepção do ponto ideal. O resultado dessa especial forma de captar a imagem está na exposição “Te empresto meus olhos”, que inaugura no próximo sábado, dia 21, e fica em cartaz até 30 de dezembro no saguão da Biblioteca Pública do Paraná. A experiência da imagem, seus modos de aparição e produção são o fio condutor do trabalho desenvolvido pela fotógrafa Juliana Stein, que realiza Oficinas de Fotografia para pessoas com deficiência visual desde 2015.

 

– Essa é uma exposição que resulta de nossas formas de experimentação nos campos da fotografia e percepção de mundo. O nome “Te empresto meus olhos” vem do interesse em observar certas práticas e usos que fazemos dos nossos processos de ver. A pessoa com deficiência visual não vê como eu vejo mas eu também não vejo como ela vê, esclarece Juliana Stein.

 

A mostra apresenta fotos em dimensões variadas. Entre os artistas, alunos que acompanham a oficina desde a primeira edição, como Isabel Bruck, Wagner Bittencurt, Antônio Nunes e Anastácio Braga, e também imagens de novos alunos, como Adriana Barbosa.

 

– Cada um de nós vem descobrindo e aprimorando formas de experienciar a fotografia, do toque do que está sendo fotografado e da noção espacial, à presença e ausência de luz, relata Adriana Barbosa.

 

 

A Oficina 

 

Voltada para deficientes visuais parciais ou totais, a Oficina de Fotografia para Pessoas com Deficiência Visual funciona desde 2015. Os alunos não precisam ter equipamento fotográfico, apenas um celular com câmera. “Nos colocamos na abertura para invenção e nas diferenças de mundo entre quem não vê e quem vê”, destaca a idealizadora do curso, Juliana Stein. Para enxergar, pode-se ir muito além da visão biológica, utilizando os próprios sentidos como aliados. As oficinas de fotografia têm sido marcadas pela riquíssima troca de ideias e experiências entre os participantes do grupo. Os objetivos envolvem a descoberta de novas formas de ver o mundo, como explica Juliana Stein.

 

 

A artista 

 

Juliana Stein nasceu em Passo Fundo/RS, formou-se em Psicologia pela UFPR em 1992, viveu por dois anos em Firenze e Veneza (onde estudou história da arte, técnica em aquarela e desenho) e trabalha com fotografia desde o final dos anos 1990. Com uma obra amplamente reconhecida no Brasil e no exterior, participou da 55a Bienal Internacional de Veneza, da 29a Bienal de São Paulo e expôs na Crone Gallery em Berlim, na ShangART Gallery em Xangai e no Carreau du Temple, em Paris. Atualmente exibe a mostra “Não está claro até que a noite caia”, no MON (Museu Oscar Niemeyer), na Bienal de Arte de Curitiba.

 

Abertura: Sábado, dia 21/10, às 11h

 

Visitação: Segunda a sexta-feira, das 8h30 às 20h | Sábados, das 8h30 às 13h

Circuitos da Bienal de Arte de Curitiba                                               

 

 Até 30 de dezembro no saguão da Biblioteca Pública do Paraná.

 

Ernesto Neto na Fortes D’Aloia & Gabriel

 

 

A Fortes D’Aloia & Gabriel, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “O Sagrado é Amor”, a nova exposição de Ernesto Neto na galeria. O artista exibe trabalhos inéditos – entre esculturas vestíveis, fotos e uma instalação – que convidam o público a desacelerar o ritmo caótico da vida urbana para desfrutar de momentos de introspecção, acalmando a mente e ativando os sentidos.

 

Para Ernesto Neto, a manifestação do sagrado acontece em estados meditativos, através de profunda relação com a natureza. A exposição está repleta de elementos que evocam raízes e galhos, “…condutores entre a terra e o céu”, que permitem aos visitantes se conectarem. Sua ênfase em criar vínculos também manifesta-se na própria materialidade dos trabalhos, seja no tecido que se entrelaça para formar a trama do crochê – prática que se tornou central na obra do artista nos últimos anos – seja na escolha das cores, que variam entre tons de vermelho, laranja e verde, em mais uma associação com a terra e a copa das árvores.

 

No térreo da galeria, o artista apresenta uma série de obras que podem ser vestidas pelo público. “Recebo o Seu Amor, Enquanto Você Recebe o Meu”, é uma forma ameboide instalada na parede que se estende em dois braços, cada qual com uma espécie de tiara nas extremidades, repleta de cristais. As pessoas podem então colocar as tiaras na cabeça, conectando-se com a obra, com a outra pessoa e, em sentido mais amplo, com o próprio sagrado. Em outro trabalho, um manto de crochê desce do teto sustentando uma pesada esfera de água-marinha em seu interior. Para ativar a obra, três pessoas devem tirá-la dos cabides e vesti-la ao mesmo tempo – agindo assim apenas para manter o equilíbrio que impede a pedra de cair. Completam a montagem da exposição, série de fotografias feitas na Mata Atlântica, além de uma instalação no segundo andar, oferecendo uma experiência ainda mais imersiva.

 

 

Sobre o artista

 

Ernesto Neto nasceu em 1964 no Rio de Janeiro, onde ainda vive e trabalha. Ele tem sido tema de diversas exposições institucionais nos últimos anos, dentre as quais destacam-se: Boa, Museum of Contemporary Art Kiasma (Helsinque, Finlândia, 2016); Rui Ni / Voices of the Forest, Kunsten Museum of Modern Art (Aalborg, Dinamarca, 2016); Aru Kuxipa | Sacred Secret, TBA21 (Viena, Áustria, 2015); The Body that Carries Me, Guggenheim Bilbao (Bilbao, Espanha, 2014); Haux Haux, Arp Museum Bahnhof Rolandseck (Remagen, Alemanha, 2014); Hiper Cultura Loucura en el Vertigo del Mundo, Faena Arts Center (Buenos Aires, Argentina, 2012); La Lengua de Ernesto, MARCO (Monterrey, México, 2011) e Antiguo Colegio de San Ildefonso (Cidade do México, 2012); Dengo, MAM (São Paulo, 2010). Em seu extenso currículo, também destacam-se suas recentes participações nas Bienais de Veneza (2017), de Lyon (2017) e de Sharjah (2013). Sua obra está presente em diversas coleções importantes, como: Centre Georges Pompidou (Paris), Daros Latinamerica (Zurique), Inhotim (Brumadinho), Guggenheim (Nova York), MOCA (Los Angeles), MoMA (Nova York), Museo Reina Sofía (Madri), SFMOMA (San Francisco), Tate (Londres), TBA21 (Viena), entre outras.

 

 

Até 02 de dezembro.

22 anos da Ricardo Camargo

16/out

Em comemoração a seus 22 anos, a Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, exibe as exposições “Ismael Nery” e “Recorte Modernista”. A exposição coletiva “Recorte Modernista” apresenta ao público um recorte amplo do Modernismo Brasileiro: são 40 obras de um período que teve início com a famosa mostra de Anita Malfatti, em 1917, e que seguiu até o começo do abstracionismo com Antônio Bandeira, nos anos 1950. Di Cavalcanti, Tarsila, Portinari, Volpi, Antonio Gomide e Lasar Segall são alguns dos artistas que preenchem o espaço entre esses dois extremos que abraçam a arte moderna brasileira. Entre os destaques reunidos na Ricardo Camargo Galeria estão desenhos primorosos de Di Cavalcanti. Em “Carnaval” e “Três figuras com tambores” e “Bordel”, o artista cria um retrato amoroso, colorido e brilhante do país, distinguindo-se dos outros modernistas por seu calor e sensualidade. Clima semelhante encontra-se em “Circo”, de Cícero Dias, e em “Parque de diversões”, guache e nanquim de Djanira da Mota e Silva, de seu período em Nova York.

 

Portinari se soma ao grupo com o guache “O espantalho” tema que é retomado e atualizado pelo artista dois anos depois, em “Espantalho”, em Paris, com maior influência, inclusive, das vanguardas da época. “Celebração cubista”, de Antonio Gomide, deixa clara a formação e longa vivência européias do pintor, que conheceu Picasso e começou sob a influência do Cubismo. Entre as raridades que compõem a mostra, está “Paisagem antropofágica com bicho”, grafite sobre papel de Tarsila do Amaral. Outra exceção à regra da exposição é uma obra de Diego Rivera, seu contemporâneo mexicano, com “Camponesa”. Antônio Bandeira encerra a exposição, sendo o único representante da corrente abstrata. Entre as pinturas apresentadas, estão “Montparnasse” e “Saint-Germain”.

 

O papel como suporte ganha cada vez mais relevância nos grandes museus e nas mais importantes coleções do mundo. “Um bom papel é mais importante, vale mais a pena que uma tela mediana. Enriquece-nos, em vez de apenas enfeitar uma parede”, afirma o marchand Ricardo Camargo, que assina a curadoria. Ainda segundo o curador, museus especializados, como o Albertina, em Viena, e o próprio Museu do Vaticano, têm coleções monumentais de papéis feitos há séculos e que resistem perfeitamente ao tempo.

 

Victor Brecheret marca uma das exceções à regra das mostras com a escultura “Dama Paulista”, representação de Olívia Guedes Penteado, incentivadora e mecenas de várias personalidades modernistas e uma das organizadoras da Semana de 22. “Além de, por sua qualidade, constituir uma obra para museus, aqui ela está absolutamente oportuna e justificada”, afirma o curador.

 

 

A palavra do curador

 

O papel dos modernistas

 

Sabe-se que em épocas de crise todos procuram estabilidade e segurança. Assim acontece também no mercado de arte, quando os colecionadores se voltam para os clássicos, os valores já firmados na história. Esta é uma exposição dos clássicos do modernismo no Brasil, entendendo-se modernismo em sentido amplo. Vai de Anita Malfatti, sua protomártir em 1917, até o começo do abstracionismo, com Antônio Bandeira, nos anos 1950. Entre esses extremos, os grandes nomes como Di Cavalcanti,Tarsila, Portinari, Volpi, Gomide, Segall e – constituindo na verdade uma sala especial,uma outra exposição em separado, com outro catálogo – Ismael Nery. Há muito tempo não se reúne um conjunto tão importante e expressivo do grande Nery, com 25 obras, das quais várias participaram de Bienais e exposições em museus. Para a galeria, ao completar 22 anos, é uma honra e um prazer fazê-lo.

 

As duas exposições constam de arte sobre papel – ora desenho propriamente dito,ora pintura (porque também se pinta sobre papel). No Brasil, percebemos que em geral o papel como suporte não tem, infelizmente, o prestígio que tem em todo o primeiro mundo e mesmo nas coleções brasileiras de maior importância. As de Gilberto Chateaubriand e de Hecilda e Sérgio Fadel, as mais completas e famosas, são ricas   em papeis. Creio que há um preconceito a cercar esse tipo de produção, supondo-se – inexatamente – que o papel é mais frágil, mais perecível, mais inadequado que a tela para a longa duração. É verdade que ele exige cuidados, mas a tela também: mal  conservada, ela se deteriorará. Museus especializados, como o Albertina, em Viena, e o próprio Museu do Vaticano, têm monumentais coleções de papeis feitos há séculos que resistem perfeitamente. Por outro lado, talvez exista também a falsa noção de que esteticamente a obra sobre papel é menos nobre, menos completa que a pintura ou a escultura. Isso nem precisa ser discutido. É uma ideia superada, já que hoje todas as hierarquias foram abolidas e as novas técnicas são mais numerosas que as antigas.Com certeza absoluta, um bom papel é mais importante, vale mais a pena, que uma pintura medíocre. Enriquece-nos, em vez de apenas enfeitar uma parede.

 

Há duas exceções às regras nesta mostra. Primeiro, a inclusão de um desenho-quase pintura de um não brasileiro da mesma época do nosso modernismo: Diego Rivera, o mais ilustre muralista mexicano. É que, tendo surgido a oportunidade de mostrá-lo, a galeria não poderia deixar passá-la: é um trabalho excepcional, de grande força expressiva.  Segundo, a presença de uma escultura de Victor Brecheret. Além de, por sua qualidade, constituir uma obra para museus, aqui ela está absolutamente oportuna e justificada. Trata-se de um retrato de Dona Olívia Guedes Penteado, a grande patrona do modernismo brasileiro. Certamente a aura dessa peça e a memória benfazeja de Dona Olívia trazem bons augúrios e contribuirão para o sucesso da exposição.

Ricardo Camargo

 

 

Até 18 de novembro.