Uma vertigem visionária.

23/out

Destaque na exposição coletiva, “Sombra” (1969), de Artur Barrio, integra a curadoria do pesquisador e professor Diego Matos para o Memorial da Resistência, São Paulo, SP. “Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais” remonta o projeto homônimo, ativo entre 1979 e 1985, voltado a sistematizar e produzir cópias, clandestinamente, de mais de 1 milhão de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM), revelando a extensão da repressão política do Brasil no período, como afirma a divulgação do Memorial. A exposição cruza os arquivos históricos do projeto às obras produzidas por ex-presos políticos, além de parte da coleção do Acervo da Pinacoteca de São Paulo.

Até 27 de julho de 2025.

Mira Schendel no Instituto Tomie Ohtake.

São mais 250 obras, entre pinturas, monotipias, desenhos, cadernos, objetos gráficos e uma instalação em “Mira Schendel – esperar que a letra se forme”, exposição com curadoria de Galciani Neves e Paulo Miyada. A mostra, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, explora a presença dos signos gráficos, da letra e da palavra linguagem na produção artística de Mira Schendel (1919-1988).

Reconhecida como uma das artistas mais significativas da arte brasileira do século XX, Mira Schendel nasceu em Zurique, na Suíça, com ascendência judaica, tcheca, alemã e italiana. Devido à perseguição antissemita, fugiu para o Brasil em 1949, onde viveu e produziu grande parte de sua obra, dialogando com a Poesia Concreta, o Neoconcretismo e as experimentações artísticas das décadas de 1960 e 1970.

A mostra é retrospectiva e convida o público a imergir na presença da palavra na produção artística de Mira Schendel e suas interligações. A curadoria pensou a montagem em sete núcleos sustentados de maneira fluida na cronologia da artista. Esta exposição conta com o patrocínio do Nubank, através do Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura, Programa Nacional de Apoio à Cultura e Governo Federal – Brasil, União e Reconstrução.

No MAC Niterói.

22/out

O lançamento no MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, de “Fotografia Expandida: As Marisqueiras”, sobre as mulheres marisqueiras de Boa Viagem, será no dia 31 de outubro, quinta-feira, quando a ação inédita retrata pescadoras de mariscos em diversos formatos do audiovisual, como: exposição com 10 fotos em grande formato na fachada do MAC; catálogo fotográfico digital interativo para celular, com versão acessível (formato solicitado pelas retratadas); e, dois documentários. O evento, que contará com a presença das mulheres marisqueiras e roda de bate papo, acontece no dia que se celebra um ano da lei que considera a pesca artesanal do bairro da Boa Viagem como patrimônio cultural e de natureza imaterial.

A direção de arte do catálogo “Fotografia Expandida: As Marisqueiras”, foi conduzida pela artista visual amazonense Uýra Sodoma, seguida de um ensaio fotográfico registrado pelo fotógrafo Josemias Moreira, filho de marisqueiros, nascido no bairro de Boa Viagem, em Niterói. Idealizado e produzido pela artista e diretora, Júlia Botafogo, que utiliza metodologia de cinema auto referencial, comunitário e de impacto. “O objetivo é dar visibilidade para as marisqueiras como um registro oficial. Busco responder às suas demandas por reconhecimento e visibilidade no território em que vivem e trabalham”, reflete Júlia Botafogo que retrata os cotidianos e convivências das pescadoras, Ana Carolina Anastácia de Morais, Ana Paula de Jesus, Caren da Conceição Caetano, Carol da Conceição Caetano, Cintia de Araujo Teodoro, Cláudia das Neves, Cristina da Conceição, Rayane Jesus Vitória e Salete Feliciano da Silva.

A arte sofisticada de Rodrigo de Haro.

18/out

O Instituto Collaço Paulo preparou mais uma das suas surpreendentes exposições. Trata-se da mostra “Máscara Humana”, com obras do artista plástico, pintor e muralista Rodrigo de Haro (1939-2021), na sede do Instituto, Bairro Coqueiros, Florianópolis, SC. Um artista sofisticado cuja curadoria traz a assinatura de Francine Goudel.

“Máscara Humana” é o título da exposição que dá visibilidade a um expressivo núcleo da Coleção Collaço Paulo. São 80 pinturas e desenhos e 25 objetos que pertenceram ao artista, um erudito, célebre, autor de uma produção extensa em artes visuais, além de inúmeros livros que o consagraram como poeta.

A mostra propõe uma incursão na produção de Rodrigo de Haro criada entre meados da década de 1960 e o começo dos 1980. A máscara humana conduz as ideias de Rodrigo de Haro e resulta como uma metáfora para o palco dos humanos, uma produção que, entende a curadora, aponta “um tecido social mítico e fantasioso”, com figuras andrógenas, femininas, ambíguas, desenhos e pinturas em que transparecem sexualidade, liberdade, instinto, espiritualidade.

A exposição permanecerá em cartaz até abril de 2025.

Fonte: Marcos Espíndola.

Exposição coletiva no Museu Histórico.

O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, Parque da Cidade, Gávea, apresenta a exposição coletiva “O mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres” com curadoria de Fabricio Faccio. A exposição explora a relação entre Arte e Natureza, propondo uma reflexão sobre as conexões entre o humano e o não-humano, e como as práticas artísticas podem ser usadas para repensar o futuro do planeta. Participam da mostra 36 artistas contemporâneos: Aiyon Chung, Alexandre Pinheiro, Aline Mac Cord, Ana Holck, Ana Miguel, Athos Bulcão, Bernardo Liu, Carlos Zilio, Carolina Kasting, Cela Luz, Diogo Bessa, Duda Moraes, FOGO, Galvão, Jade Marra, Jeane Terra, Jorge Cupim, Lourdes Barreto, Luis Moquenco, Luiz Eduardo Rayol, Luiza Donner, Marcelo Jou, Maria Gabriela Rodrigues, Matheus Mestiço, Matheus Ribs, Mirela Cabral, Nuno Ramos, Paulo Agi, Pedro Varela, Rena Machado, Ruan D’Ornellas, Thales Pomb, Vera Schueler, Vinícius Carvas, Willy Chung e Zilah Garcia. Na abertura, a artista Carolina Kasting fará a performance “Amar-u: corpo-expandido ciborgue”.

A exposição tem o seu título extraído do poema “Tabacaria” de Fernando Pessoa. Através de uma seleção cuidadosa de obras entre desenhos, esculturas, pinturas, instalação, performance e objetos, a exposição instiga o público a repensar suas relações com o ambiente, ressaltando a arte como uma ferramenta poderosa para imaginar novas possibilidades e caminhos para um futuro mais sustentável e harmonioso.

Até 05 de janeiro de 2025.

Andrea Antonon no Memorial Getúlio Vargas.

14/out

O Centro Cultural Memorial Getúlio Vargas, Glória, Rio de Janeiro, RJ, anuncia a abertura da exposição “Costuras do Tempo”, exibição individual de Andrea Antonon, apresentando um conjunto de cerca de 40 obras, entre pinturas em grande escala, colagens, desenhos e costuras sobre papel. Andrea Antonon convida o público a refletir sobre questões como a exploração do planeta, a presença humana no mundo e os embates entre corpo e espírito. A mostra, que tem curadoria de Shannon Botelho, fica em cartaz até 24 de novembro, com entrada gratuita.

Tramas de Tempo e Matéria

A exposição se divide em três grupos, onde cada conjunto de obras propõe uma nova camada de significados, onde técnica e conceito se entrelaçam em uma tessitura poética e visual. No primeiro grupo, intitulado “Cosmos”, a artista apresenta sete trabalhos entre 30 x30 cm e 48 x 46 cm, utilizando a técnica da encáustica sobre madeira. Nele, Andrea traz uma reflexão sobre o universo e os questionamentos filosóficos de Immanuel Kant sobre o futuro da humanidade diante da exploração desmedida dos recursos naturais. O segundo grupo revisita a produção de papéis artesanais da artista. São cerca de 22 trabalhos com intervenções que mesclam colagem, desenho, costura e pintura, trazendo símbolos e embates subjetivos entre o homem e o mundo.

“Costuras do Tempo é uma possibilidade de dialogarmos com as nossas certezas, sonhos e receios, pois, entre a escuridão – presentificada no betume que escurece o papel – e a claridade – da figura e das linhas douradas que costuram os motivos circulares – reside a possibilidade de reinventarmos o agora (…), reatar nossas consciências ao movimento exíguo da vida, considerando o papel que queremos desempenhar no mundo, é o que nos oferta Andrea Antonon nesta experiência de interação com o mundo”, define Shannon Botelho.

Sobre a artista

Andrea Antonon nasceu em 1959 no Rio de Janeiro, RJ, cidade onde vive e trabalha. É graduada em Artes Visuais pela Universidade de Artes Mackenzie, São Paulo, 1980. Durante os anos de 1976 a 1978, frequentou o ateliê de Dudi Maia Rosa em São Paulo, aprimorando suas habilidades artísticas. Entre 1981 a 1988, Andrea Antonon dedicou-se à pesquisa da manufatura de papéis utilizando fibras naturais e pigmentos de óxido de ferro da região de Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. Posteriormente, de 1991 a 1996, completou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, onde teve a oportunidade de aprender com renomados artistas e professores, como Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarele, Suzana Queiroga, Katie Schepenberg, entre outros. Ao longo de sua carreira, Andrea Antonon participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, incluindo a cidade de Nova York. Desde 2021, faz parte do COLETIVO 21.

Sobre o Centro Cultural Memorial Getúlio Vargas

O Centro Cultural Memorial Getúlio Vargas é um espaço dedicado à promoção das artes e da cultura na cidade do Rio de Janeiro, proporcionando ao público acesso a exposições, eventos e atividades culturais que enriquecem a experiência artística e intelectual da comunidade.

Rosana Paulino na Casa Museu Eva Klabin.

11/out

Com uma trajetória única e influente, Rosana Paulino celebra 30 anos de carreira com a exposição “Novas Raízes”, na Casa Museu Eva Klabin, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ. A artista traz à tona discussões sobre memória, natureza, identidade e história afro-brasileira cujos trabalhos expostos são resultado de uma longa pesquisa acerca da arquitetura e do acervo da Casa Museu Eva Klabin, propondo a separação conceitual entre os dois andares. “Novas Raízes” permanecerá em cartaz até 12 de janeiro de 2025. Essa exibição individual da artista é a primeira no Rio de Janeiro após sua exposição no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o MALBA. Com a mostra, Rosana Paulino se tornou a primeira mulher negra a ter uma individual exposta no museu argentino, que apresentou um olhar retrospectivo da trajetória da artista.

“Esta é uma oportunidade única de ver a obra de Rosana Paulino em diálogo direto com um acervo clássico, propondo assim uma revisão histórica e epistemológica aos olhos do visitante”, afirma o curador Lucas Albuquerque, sobre a combinação do acervo fixo da casa com as obras da artista. “Rosana pretende que esta exposição tenha um caráter educativo bem acentuado, questionando sobre como podemos repensar a produção contemporânea em diálogo com novas leituras de mundo, este bem diferente daquele deixado por Eva Klabin há mais de trinta anos”, complementa.

Os cômodos do térreo serão dedicados a produções que expõem a relação entre a arquitetura e botânica, com desenhos, colagens e instalações. As obras da série “Espada de Iansã”, integrante da 59ª Bienal de Veneza, se juntam a outros trabalhos que visam romper a separação entre dentro e fora, com plantas tomando as diferentes salas. Rosana chama a atenção para a incisiva separação entre o ambiente doméstico e o jardim, fruto de uma corrente de pensamento europeu que aponta para a necessidade de domar a natureza. Os cômodos do segundo andar tangenciam uma discussão sobre a vida privada de mulheres negras ao longo da história. Obras como “Paraíso tropical”, “Ama de Leite” e “Das Avós” resgatam fotografias e símbolos da história afro-brasileira, tecendo uma reflexão sobre a subjugação dos corpos às políticas de apagamento resultantes do modelo escravocrata vivido pelo Brasil Colônia. Fazendo uso de tecidos em voil, fitas, lentes, recortes e outros objetos, Rosana Paulino propõe a preparação de um ambiente de descanso para todas as mulheres negras vítimas da história brasileira, em especial Mônica, a ama de leite fotografada por Augusto Gomes Leal em 1860, uma das poucas que tiveram o seu nome conservado ao longo da história.

“Novas Raízes” é uma iniciativa da Casa Museu Eva Klabin, com produção da AREA27, patrocínio da Klabin S.A e realização do Ministério da Cultura. Conta com o apoio da Atlantis Brazil, Everaldo Molduras, Galeria Mendes Wood, e parceria de mídia da Revista Piauí e do Canal Curta!.

Sobre a artista

Rosana Paulino nasceu em 1967 em São Paulo, cidade onde vive e trabalha. O trabalho de Rosana Paulino é centrado em torno de questões sociais, étnicas e de gênero, concentrando-se em particular nas mulheres negras da sociedade brasileira e nos vários tipos de violência sofridos por esta população devido ao racismo e ao legado duradouro da escravatura. Rosana Paulino explora o impacto da memória nas construções psicossociais, introduzindo diferentes referências que intersectam a história pessoal da artista com a história fenomenológica do Brasil, tal como foi construída no passado e ainda persiste até hoje. Sua pesquisa inclui a construção de mitos – não só como pilares estéticos mas também como influenciadores psíquicos. Rosana Paulino – cuja produção artística é inquestionavelmente fundamental para a arte brasileira – produziu uma prática de reconstrução de imagens e, para além disso, de reconstrução da memória e das suas mitologias.

Sobre o curador

Lucas Albuquerque nasceu em 1996, em São João de Meriti, RJ. É bacharel em História da Arte e mestre em Processos Artísticos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi coordenador curatorial da Casa Museu Eva Klabin (Rio de Janeiro), produzindo diálogos entre seu acervo e a arte contemporânea. Foi curador-organizador da Galeria Aymoré (Rio de Janeiro). Como curador do programa de residências artísticas do Instituto Inclusartiz, RJ, trabalhou estabelecendo conexões com artistas, curadores e pesquisadores entre o Brasil e o Reino Unido (Delfina Foundation), França (Frac Bretagne), Espanha (Homessessions) e Holanda (Rijksakademie). Realizou a curadoria das exposições “Muamba: brazilian traces of movement” (2023), na Ruby Cruel (Londres, U.K.); “Whispers from the South” (2023), na Lamb Gallery (Londres); “Ustão” (2023) e “Ultramar” (2023), na Casa Museu Eva Klabin (Rio de Janeiro); “O Sagrado na Amazônia” (2023), com Paulo Herkenhoff, e “Gamboa: nossos caminhos não se cruzaram por acaso” (2022), no Instituto Inclusartiz (Rio de Janeiro); “Futuração” (2021), na Galeria Aymoré (Rio de Janeiro); além de outras individuais e coletivas.

Sobre a Casa Museu Eva Klabin:

Uma das primeiras residências da Lagoa Rodrigo de Freitas, a Casa Museu Eva Klabin reúne mais de duas mil obras que cobrem um arco de tempo de cinco mil anos, desde o Antigo Egito (3000 a.c.) ao impressionismo, passando pelas mais diferentes civilizações. A coleção abrange pinturas, esculturas, mobiliário e objetos de arte decorativa e está em exposição permanente e aberta ao público na residência em que a colecionadora viveu por mais de 30 anos.

Arte brasileira em La Paz.

08/out

O programa de mostras itinerantes da Fundação Bienal de São Paulo chegou, pela primeira vez, à cidade de La Paz, na Bolívia, com um recorte da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível. Por meio de uma parceria com o Governo do Estado Plurinacional da Bolívia e a Fundación Cultural del Banco Central de Bolivia, com apoio do Instituto Guimarães Rosa – MRE, o Museo Nacional de Arte (MNA) será ocupado até 20 de outubro por uma seleção de nove participantes da última edição da mostra – realizada entre 06 setembro a 10 dezembro de 2023 – que, agora, compõem a itinerância que já passou por dez cidades do Brasil e do mundo. Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, o destaque dessa itinerância é o conterrâneo Melchor María Mercado (Sucre, Bolívia, 1816-1871), que atuou como artista, educador e, principalmente, como explorador. Conhecido por seu interesse pelas ciências naturais, retratou as paisagens visuais da Bolívia de maneira plural e sensível. Os anos de pesquisa de campo resultaram no trabalho intitulado Álbum de paisajes, tipos humanos y costumbres de Bolivia (Álbum de paisagens, tipos humanos e costumes de Bolívia), que integra a seleção de obras que participam da mostra em La Paz.

Autodidata, a obra de Melchor María Mercado possui um grande significado patrimonial e documental para seu país. Por esta razão e no contexto da 35ª Bienal de São Paulo, a Fundação Bienal precisou realizar uma negociação de quase um ano com o governo boliviano, sob intermédio do Instituto Guimarães Rosa, responsável pela diplomacia cultural do Brasil e ligado ao Ministério das Relações Exteriores.

Participantes

Ahlam Shibli, Bouchra Ouizguen, Cabello/Carceller, Carmézia Emiliano, Colectivo Ayllu, Melchor María Mercado, Min Tanaka e François Pain, stanley brouwn, Trinh T. Minh-ha.

Chico da Silva na Frieze Masters 2024.

07/out

A Galatea anuncia sua participação na Frieze Masters 2024, de 09 a 13 de outubro, com um estande solo dedicado a Chico da Silva (1910, Alto Tejo, AC – 1985, Fortaleza, CE).

Um dos primeiros artistas brasileiros de ascendência indígena a alcançar fama internacional, Chico da Silva nasceu de pai indígena peruano e mãe cearense, no nordeste do Brasil. Após a morte de seu pai por picada de cobra, Chico da Silva se mudou com a mãe para Fortaleza, onde começou a pintar pássaros nas paredes externas das casas de pescadores, de maneira autodidata. Seu encontro com o crítico suíço Jean-Pierre Chabloz, em 1943, deu-lhe o apoio necessário para seguir uma carreira artística profissional. Rapidamente, suas obras começaram a circular nos grandes centros urbanos do Brasil e da Europa. Em 1966, recebeu Menção Honrosa por sua participação na 33ª Bienal de Veneza.

As pinturas selecionadas para a Frieze Masters 2024 destacam o melhor de Chico da Silva – animais fantásticos inspirados por mitos da Amazônia povoam composições ricas em policromia e traços intrincados, com tramas e linhas coloridas.

Atualmente, a obra de Chico da Silva tem atraído uma recepção renovada, beneficiando-se de uma reintegração institucional e mercadológica. Suas pinturas estão entre as aquisições recentes de instituições como a Tate, o Guggenheim e a Pinacoteca de São Paulo, que também realizou uma importante exposição monográfica de sua obra em 2023.

A grandeza de Tomie Ohtake.

04/out

O MoMA de Nova York adquiriu para sua coleção a pintura “Sem título” (1982), de Tomie Ohtake, através da Galeria Nara Roesler, que representa o legado da artista nascida em 1913, em Kyoto, no Japão, e que viveu em São Paulo de 1936 até sua morte, em 2015, aos 101 anos de idade. A pintura, em tinta acrílica sobre tela, mede 132 x 132 x 4,5 cm. Para Daniel Roesler, sócio da galeria de arte, esta é uma aquisição “muito importante, que demonstra o reconhecimento do MoMA pela grande artista que é Tomie Ohtake”. Ele acrescenta: “O MoMA vem se juntar a outros museus prestigiosos, como o Metropolitan Museum of Art (MET), também em Nova York, a Tate Modern, em Londres, o Mori Art Museum, em Tóquio, o San Francisco Museum of Modern Art, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, entre outros, que também têm trabalhos da Tomie, sem dúvida um dos maiores nomes da arte brasileira”.

Nara Roesler apresentará na Art Basel Paris, de 18 a 20 de outubro, cinco pinturas de Tomie Ohtake, dos anos 1960 e uma de 1970, e trabalhos da artista ainda podem ser vistos na Bienal de Veneza, em cartaz até 24 de novembro, e nas exposições “The Appearance: Art of the Asian Diaspora in Latin America & the Caribbean”, na Americas Society, em Nova York, até 14 de dezembro; “Japan In/Out Brazil”, na Nara Roesler Nova York, que vai até este 05 de outubro, e “Aberto 03”, na casa-ateliê da artista em São Paulo, até 06 de outubro.

A obra de Tomie Ohtake que agora pertence à coleção do MoMA faz parte de uma série de pinturas que a artista criou entre meados da década de 1970 e a década de 1980. Nessas obras, ela estabeleceu seu estilo único e inigualável de abstração figurativa, com volumes arredondados e orgânicos preenchendo o campo visual, tratados através de sutis gradações de cor e expansões monocromáticas. As formas primárias que emergem dessas pinturas magistralmente compostas são exemplos marcantes do domínio do campo cromático, alcançando um equilíbrio delicado entre figuração e abstração. Este corpo de trabalho exemplifica a abstração neovanguardista, transformando o legado do modernismo brasileiro em um dos repertórios mais cativantes da pintura tardia moderna nas Américas. Neste ponto, o trabalho de Tomie Ohtake abraça plenamente uma dimensão cósmica, orientando sua prática em direção à escultura e ao espaço.