Fotógrafa portuguesa no IMS Paulista

01/ago

A exposição “Fotografia habitada, antologia de Helena Almeida”, 1969-2018 será a primeira individual da renomada artista portuguesa no Brasil em cartaz até 29 de setembro no IMS Paulista, São Paulo, SP. Com curadoria de Isabel Carlos, curadora de arte contemporânea e historiadora de arte, a mostra apresenta uma seleção de obras que têm como suporte a fotografia e o desenho, realizadas entre 1969 e 2018. Os trabalhos abordam temas recorrentes na produção de Helena Almeida, como a interrogação dos gêneros e dos processos artísticos e a autorrepresentação da artista e da mulher. Em sua produção, mais do que um gênero artístico ou documental, a fotografia é um suporte conceitual das ideias e dos processos de criação. Essa subversão dos limites das definições da obra de arte, além da constante reiteração da sua condição de mulher e artista, confere atualidade ao trabalho de Helena Almeida, confirmando a relevância histórica do seu papel numa geração que abriu novos caminhos e processos nos modos de pensar e articular a relação entre a arte e a vida.

Arte em Petrópolis

31/jul

O Centro Cultural Sesc Quitandinha, Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ, convida para o dia 29 de julho, de 11h às 13h, para o “Ateliê Aberto – Gira de Cipriano, carta para o futuro ancestral”, com o artista petropolitano, nascido em 1981. A atividade é gratuita, e integra “Um oceano para lavar as mãos”, exposição inaugural do Centro Cultural Sesc Quitandinha que, ficará em cartaz até o dia 17 de setembro. Os interessados devem se inscrever pelo email agendamentoccsq@sescrio.org.br.

“O objetivo é convidar o participante a refletir desde a experiência do desenho, a qualidade sensível, para pensar o futuro ancestral”, explica. “Ateliê Aberto” com o artista Cipriano é um laboratório dinâmico onde se realizam as experiências da oralitura, a prática singular que o artista exerce, de desenhar e cantar. “De suas obras mais expressivas, aquelas que são pontos e cantos revelam ancestralidade e sensibilidade”, afirmam Marcelo Campos e Filipe Graciano, curadores de “Um oceano para lavar as mãos”. O traço de Cipriano é sua assinatura, a tensão única e exclusiva de sua mão de pintor-escritor; visível e sensível em tudo que desenha. Suas obras saúdam e celebram suas origens.

Cada participante poderá experimentar a imersão no mundo deste artista, conhecendo de perto seu processo criativo e experimentando seu método especial de desenhar o invisível no visível.

Artista, escritor, estudioso e pesquisador da africanidade, Cipriano ocupa na exposição “Um oceano para lavar as mãos” uma área de 273 metros quadrados no Salão de Convenções do CCSQ, com um conjunto de 16 trabalhos em técnica mista sobre tecido de algodão ou lençol: “Oração subordinada”, “Pronome reto”, “Ao sabor das correntes”, “Interjeição”, “Gênero neutro”, “Não me deixa à toa”, “Nhá, que da lama veio que da lama fica”, “Carta para Xangô”, “Saravá Yofá”, “É pras almas!”, “Com licença Pai Antônio eu não vim lhe visitá!”, “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem!”, “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem! II”, “Cambinda mostra quem é”, “Corre gira”. Acompanha suas obras um áudio dele cantando pontos de umbanda.

Estão previstos mais dois Ateliês abertos com Cipriano, até o término da exposição, em 17 de setembro de 2023.

“Um Oceano Para Lavar as Mãos”

A exposição “Um oceano para lavar as mãos”, que tem curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, reúne obras dos artistas negros Aline Motta, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Azizi Cypriano, Cipriano, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa, Moisés Patrício, Nádia Taquary, Rosana Paulino, Thiago Costa e Tiago Sant’ana, que ocupam um espaço monumental de 3.350 metros quadradosdo Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis.

Sobre o artista

Cipriano nasceu em 1981, em Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ. Suas obras nos colocam diante de uma vitalidade e beleza que nos envolve, seja pelo trabalho minucioso da pesquisa, seja pela técnica aprimorada. Artista generoso, cria um diálogo profundo com o público, intensificando a comunicação, em um convite continuo de apreciação da arte e um exercício em nos escutarmos para que a arte seja uma extensão estética em nós. Além de “Um oceano para lavar as mãos”, no Centro Cultural Sesc Quitandinha, Cipriano integra a exposição “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, Sesc Belenzinho, em São Paulo e participou recentemente de “Navegar é preciso – Paisagens fluminenses”, na Casa França-Brasil, realizada entre maio e julho deste ano. Cipriano é membro do Museu da Memória Negra de Petrópolis, graduado em Letras pela Universidade Católica de Petrópolis, com o trabalho “A influência política em Angola no século XX na poesia de Antonio Agostinho Neto”. É mestrando em Educação na Universidade Federal de Juiz de Fora, pós-graduado em Metodologia do Ensino de Artes pelo Centro Universitário Internacional (Uninter), licenciado em Letras pela Universidade Católica de Petrópolis. Participou de exposições coletivas e individuais em várias instituições, como a galeria de arte do SESC, galeria de arte da FASE, galeria de arte do Centro de Cultura Raul de Leoni, projeto Arte Garagem, entre outras. Publicou o artigo “Macumba pictórica”, na Revista Eletrônica Espaço Acadêmico, em nov/dez 2020.

Artista portenha na Pina Luz

27/jul

 

A exposição “Marta Minujín: Ao Vivo”, Pina Luz, Praça da Luz, São Paulo, SP, é a primeira mostra panorâmica no Brasil de uma das artistas latino-americanas mais relevantes da sua geração.

A mostra articula mais de cem obras de Marta, de 1963 até hoje. Nos primeiros dias da exposição o público é recebido pela Escultura de los deseos, um inflável de 17 metros no estacionamento da Pinacoteca, edifício Luz. O público também poderá percorrer a galeria de tramas e colchões multicoloridos – como a Galeria Blanda (Galeria Mole), instalação de 1973 feita com 200 colchões que preenchem, junto com projeções, a 1ª sala expositiva

A exposição também conta com videoinstalações e fotoperformances, como a El pago de la deuda externa argentina con maíz (O pagamento da dívida externa com milho) (1985). Em “Marta Minujín: Ao Vivo”, as intervenções urbanas ganham evidência.

Dos colchões aos Monumentos

“Marta Minujín: Ao Vivo” passa por momentos cruciais da carreira da artista portenha. Sua pesquisa sobre o fenômeno social da comunicação e seu potencial disseminador resultou em diversos trabalhos cuja documentação se concentra na 4ª sala expositiva, em obras como Simultaneidad ensimultaneidad! (Simultaneidade em simultaneidade) (1966) e Leyendo las noticias en el Río da Plata (Lendo notícias no rio da Prata) (1965).

No contexto político da década de 1970, a proliferação de ditaduras militares pela América Latina levou Marta Minujín a práticas artísticas voltadas para a conscientização de uma realidade sociopolítica e um projeto de integração entre os países da região. O trabalho mais emblemático da artista nesse sentido foi Comunicando con tierra (1976), remontado para esta exposição, nela há o Nido de hornero (Ninho de joão-de-barro), instalação com a forma de um ninho de joão-de-barro gigante.

A obra El Batacazo, de 1965, foi recriada especialmente para a Pinacoteca. Nela, ícones da mídia conduzem o visitante, que passa por jogadores de futebol do Brasil e Argentina, sobe escadas encontrando playboys e cosmonautas e desce um escorregador para cair em uma boneca inflável que tem o formato do rosto da atriz italiana Virna Lisi.

A mostra termina com uma das videoinstalações mais recentes da artista, Implosión! (Implosão!) (2021). A nova versão da obra promove a imersão em um cubo musical multicolorido.

Sobre a artista

Marta Minujín nasceu em Buenos Aires, 1943. Alcançou grande consagração na Argentina e internacionalmente. Ao longo da carreira, se tornou a embaixadora do movimento pop na Argentina e. embora tenha se identificado com o rótulo, sua produção possui um caráter multidisciplinar, combinando aspectos da arte pop com o happening e a arte conceitual. Marta Minujín produz arte incansavelmente até os dias de hoje, transitando entre diversas linguagens, escalas, circuitos artísticos e sociais. Com seus óculos espelhados e a personalidade extravagante, a artista-personagem é figura em capítulos importantes da História da Arte, passando pelo Novo Realismo, Pop Art, Conceitualismos, Arte pública e multimeios. “Marta Minujín: Ao Vivo” tem curadoria de Ana Maria Maia. A exposição é patrocinada pela Vivo, na cota Platinum, Mattos Filho, na cota Ouro, Ternium, na cota Prata, Iguatemi São Paulo e Ageo, na cota Bronze.

Até 28 de janeiro de 2024.

César Bahia no MAR

26/jul

Percorrer os olhos pelas diversas imagens que atravessam a produção de César Bahia nos faz refletir sobre seus interesses e a sua forte ligação com a cultura afro-brasileira.
Artista baiano, residente de Fazenda Coutos, subúrbio de Salvador, possui tradição artística por ter nascido em uma família de escultores, foi com o pai que ele aprendeu boa parte da técnica do corte, entalhe, o uso do formão e da marreta.
Mais de 200 obras do artista, produzidas entre 2010 e 2023, estarão na exposição “Uma poética do Recomeço”, no Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro,  RJ, e conta com a curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Thayná Trindade, Amanda Rezende e Jean Carlos Azuos.
Até 29 de outubro

FestFoto 2023

24/jul

 

No dia 05 de agosto, sábado, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, recebe – até 20 de agosto – mais uma edição do Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre – FestFoto 2023. Neste ano, o conselho curatorial optou por trabalhar com uma proposta sem provocação temática como ponto de partida para desenvolver um tema. Essa curadoria sem filtro possibilitou radicalizar a escuta das práticas artísticas recentes e resultou em uma mostra que reúne do documental ao uso de inteligência artificial em trabalhos marcados pela performatividade e ficcionalização da narrativa fotográfica. No dia da abertura, a entrada é gratuita.    

São mais de 200 trabalhos em exposição, entre fotografias e vídeos, divididos em três núcleos. Artistas convidados apresenta mostras individuais de José Diniz, Flávio Edreira e Luciana Brito, cujas trajetórias vêm sendo acompanhadas ao longo de várias edições do FestFoto.

José Diniz ocupará duas salas com a exposição “Pau Brasil”. A mostra reúne 53 obras sobre a pesquisa que o artista vem realizando sobre biomas brasileiros há mais de uma década. Entre fotografias, vídeos, monotipias, colagens e livros artesanais, resgata a história da árvore fundadora do Brasil – curiosamente pouco conhecida por ter sido extirpada da Mata Atlântica entre os séculos 16 e 19. Metaforicamente, seu trabalho reflete sobre aspectos do poder e da opressão ao discutir as sofridas imposições sociais e culturais do período colonial e pós-colonial. Ao mesmo tempo, traz à tona o descaso com as questões ambientais dos dias atuais. O resultado obtido revela o olhar crítico do artista, que revive poeticamente as travessias transatlânticas para promover um entendimento mais profundo de alguns aspectos de nossa sociedade. Seus comentários levam a lugares distintos em temporalidades cruzadas, atualizando temas polêmicos e oficialmente esquecidos. No fluxo e refluxo da imaginação, a tinta virou cor no papel, o papel virou livro, o livro virou poesia espraiada em imagens. A brazilina que tingiu o tecido converteu-se em bandeira, símbolo inequívoco de resistência do autor.

O Fotograma Livre traz os dez finalistas da convocatória internacional realizada pelo FestFoto, e o Ateliê FestFoto apresenta obras desenvolvidas no programa continuado de desenvolvimento de projetos fotográficos.

As artistas Luciana Brito e Reisla Oliveira apresentam uma autoperformance para abordar a condição das mulheres negras no Brasil, enquanto Ana Leal usa a inteligência artificial para a construção de imagens e Angela Plas explora o rio Guaíba.

Outro destaque é a ficcionalização no trabalho com performance de Marc Lathuilliere, FR. Mostrando a França como um museu, a série de Marc Lathuilliere expõe um país cujo povo, receoso do futuro, se define, cada vez mais, em termos de patrimônio e memória. O trabalho explora a construção de identidades individuais e nacionais em uma era de turismo global. O Musée National reúne mil retratos contextuais de francesas e franceses que usam uma máscara idêntica, desenvolvida ao longo de quinze anos. Desfigurando e congelando os sujeitos, a máscara lança uma luz estranha sobre o que os rodeia, revelando os estereótipos sobre os quais constroem as suas vidas: vestuário, mobiliário, arquitetura, paisagem, rituais profissionais ou cotidianos. O projeto foi apresentado também em centros de arte contemporânea da Alemanha e Áustria.

Onde você estava no dia 27 de janeiro de 2013?

Passados dez anos do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, RS, ninguém foi condenado criminalmente pela tragédia que matou 242 pessoas e feriu mais de 600. Dos 28 indiciados por envolvimento direto e indireto – entre donos da boate, integrantes da banda, funcionários da prefeitura e até bombeiros -, apenas quatro foram levados a julgamento. Em agosto do ano passado, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho anularam o júri que havia condenado, meses antes, os réus: os sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos e o auxiliar de palco Luciano Bonilha Leão. Enquanto esperam por justiça, a busca pela memória da tragédia da boate Kiss é uma das mais fortes bandeiras de luta de sobreviventes, pais, amigos e familiares de vítimas. Esse é, também, o objetivo do projeto “Fotografar para lembrar”, coordenado por Ricardo Ravanello.

“Meus trabalhos autorais possuem duas linhas temáticas, em uma persigo uma leitura estético-criativa do mundo, das emoções e das subjetividades humanas. Em geral, essas imagens são produzidas com maiores intervenções, produzindo cenas que são estranhas à forma como vemos naturalmente o mundo. Em outra, estão as imagens mais próximas de uma linguagem documental, onde apresento minhas fotografias de caráter crítico-narrativo, resultado e expressão da minha visão política sobre a realidade”, explica.

Neste projeto, ele optou pelo uso colódio úmido, técnica que surgiu nos anos 1850 e exige uma preparação maior para a execução da imagem. A escolha pela técnica teve algumas motivações que, segundo o professor, foram descobertas na medida em que ele pesquisava e estudava sobre processos antigos de fotografia. Uma delas é que fotografar com colódio úmido é um processo lento de execução. Enquanto preparava o equipamento e explicava como seria feito, sobreviventes, pais, familiares e amigos de vítimas e profissionais que trabalharam envolvidos com o incêndio ou com suas consequências contavam suas histórias. Essa lentidão permitiu que as pessoas se revelassem. “Cada fotografia é absolutamente única, como era a vida das pessoas que se foram. Conforme o corte da câmera, às vezes, pega no braço e aí tu não sabes se ali tem uma queimadura da pessoa ou é uma borda do processo. Elas se fundem, se misturam”, explica Ricardo Ravanello. Ele conta, ainda, que, quando as fotografias foram digitalizadas e ampliadas, um outro elemento se tornou visível: “Quando olhamos de perto as imagens ampliadas, o claro e escuro, parecem ser formados por uma fuligem, parece a fuligem que sobra como resto de um incêndio.”

Artistas participantes do 16º FestFoto

Alessandro Celante (Jundiaí, Brasil) – FURYO Utopias Possíveis; Ana Sabiá (Florianópolis, Brasil) – Caligrafias; Andrea Bernardelli (São Paulo, Brasil) – ENTANGLEMENT; Caio Clímaco (Rio de Janeiro) – Ara’puka peró – Armadilha de branco; Creusa Muñoz (Argentina) – La piel de la terra; Daniela Pinheiro (Brasília, Brasil); Flávio Edreira (Goiania, Brasil) – I Forget to remember; José Diniz (Rio de Janeiro, Brasil) – O Pau-Brasil; Luciana Brito (Salvador) – Interrogação; Marc Lathuilliere (França) – Musée national (National Museum); Marisi Bilini (Frederico Westphalen) – A mãe morta; Reisla Oliveira (Belo Horizonte, Brasil) – Embrenhar-se no incolor; Ricardo Ravanello (Santa Maria, Brasil) – Retratos da tragédia; Virna Santolia (Rio de Janeiro, Brasil) – Capilaridade; Alexandre Berner (Petrópolis); Ana Leal (São Paulo); Angela Plas (Porto Alegre); Juliana Freitas (Santana do Livramento); Mari Gemma (Cuiabá, Brasil).

A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner; apoio da Renner, Dell Technologies, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal

No dia da abertura, a entrada é gratuita, Fundação Iberê Camargo. rio Guaíba, patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner, apoio da Renner, Dell Technologies, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal, mais uma edição do Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre, boate Kiss, 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho anularam o júri que havia condenado, os sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o músico Marcelo de Jesus dos Santos, o auxiliar de palco Luciano Bonilha Leão, Artistas participantes do 16º FestFoto, Alessandro Celante, FURYO Utopias Possíveis, Ana Sabiá, Andrea Bernardelli, Caio Clímaco, Ara’puka peró, Creusa Muñoz, Argentina, La piel de la terra, Daniela Pinheiro, Flávio Edreira, José Diniz, Luciana Brito, Marc Lathuilliere, França, Musée national, National Museum, Marisi Bilini, Reisla Oliveira, Ricardo Ravanello, Virna Santolia, Alexandre Berner, Ana Leal, Angela Plas, Juliana Freitas, Mari Gemma.

Territórios, encontros e narrativas

19/jul

A mostra “Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca” inaugurou a sala expositiva da Pinacoteca Contemporânea, a Grande Galeria, Luz, São Paulo, SP. Com coordenação curatorial de Ana Maria Maia, curadora chefe da Pinacoteca, e Yuri Quevedo, a mostra reúne cerca de 60 trabalhos do acervo de arte contemporânea, em montagem pautada pelo desejo de falar sobre territórios, encontros e narrativas de atravessamento. Desenhos, pinturas, fotografias, vídeos e performances compõem a narrativa que é orientada por três grandes ideias: travessias, vizinhanças e transcendências. Em exibição até 30 de julho.

Travessias, Vizinhanças e Transcendências

A ideia de travessia e seu espectro é contemplada nas obras Irruptivo Series (Série irrompimento) (2010), de Regina Silveira (Porto Alegre – RS, 1939), e Galinha d´Angola (2017), de Paulo Nazareth (Governador Valadares – MG, 1977) e na performance Modificação e apropriação de uma identidade autônoma (1980), de Gretta Sarfaty (Atenas – Grécia, 1954).

Já a ideia de vizinhança ganha força pela localização do edifício Pinacoteca Contemporânea, que amplia o perímetro urbano com o qual o museu dialoga diretamente. Além disso, situações de encontro e afeto dão a tônica de uma longa parede, ocupada em uma montagem de obras de Lúcia Laguna (Campos de Goytacazes – RJ, 1941), Bené Fonteles (Bragança – PA, 1953), Matheus Rocha Pitta (Tiradentes – MG, 1982), Yuli Yamagata (São Paulo – SP, 1989), entre outros.

Por fim a ideia de transcendências é apresentada com Parede da memória (1994-2005), de Rosana Paulino (São Paulo – SP, 1967), que elabora uma identidade coletiva entremeando exercícios de lembrar e imaginar. Além de obras como Quebranto (2021), de Jonas Van (Fortaleza – CE, 1989) e Juno B. (Fortaleza – CE, 1982), e Yiki Mahsã Pâti (Mundo dos espíritos da floresta) (2020), de Daiara Tukano (São Paulo – SP, 1982).

Os Artistas

Analívia Cordeiro (SP), Antonio Poteiro (Portugal), Bené Fonteles (BA), Brígida Baltar (RJ), Carmela Gross (SP), Carmézia Emiliano (RO), Castiel Vitorino Brasileiro (ES), Claudia Andujar (Suíça), Claudio Tozzi (SP), Cristiano Mascaro (SP), Daiara Tukano (SP), Delson Uchôa (AL), Djanira (SP), Duhigó (AM), Emanoel Araújo (BA), Emmanuel Nassar (PA), Ernesto Neto (RJ), Gisela Motta e Leandro Lima (SP), Gretta Sarfaty (Grécia), Hudinilson Jr (SP), Ilê Sartuzi (SP), Jonas Van e Juno B (CE), Laura Lima (MG), Lucia Laguna (RJ), Lygia Pape (RJ), Lygia Reinach (SP), Marepe (BA), Maria Bonomi (Itália), Martinho Patrício (PB), Matheus Rocha Pitta (MG), No Martins (SP), Paula Garcia (SP), Paulo D’Alessandro (SP), Paulo Nazareth (MG), Paulo Pjota (SP), Regina Silveira (RS), Renina Katz (RJ), Rommulo Vieira Conceição (BA), Rosana Paulino (SP), Sandra Cinto (SP), Sara Ramo (Espanha), Sidney Amaral (SP), Tiago Sant’Ana (BA), Vera Chaves Barcellos (RS), Yuli Yamagata (SP) e Zica Bérgami (SP).

A exposição “Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca” tem patrocínio do Bradesco, na cota Apresenta, e da Bloomberg, na cota Prata.

Curadoria: Ana Maria Maia e Yuri Quevedo, com colaboração de Ana Paula Lopes, Horrana de Kassia Santoz, Pollyana Quintella, Renato Menezes, Thierry Freitas e Weslei Chagas.

Fotógrafos e fotógrafas

18/jul

Em cartaz no MIS, Museu da Imagem e do Som, Jardins, São Paulo, SP, a coletiva “Imagens para o futuro” propõe uma reflexão sobre os modelos atuais de convivência. Com curadoria de Ivana Debértolis e Mônica Maia, a mostra apresenta o trabalho de 16 fotógrafas e 16 fotógrafos e traz um recorte visual de possíveis caminhos para a sociedade brasileira.

No dia 05 de agosto, sábado, às 15h, ocorrerá uma conversa com Simonetta Persichetti, jornalista especializada em fotografia e integrante do Conselho Editorial da @artebrasileiros, para debater o tema da exposição com o público.

Buscando construir uma narrativa imagética contestadora e abrangente, foram selecionados fotógrafos e fotógrafas de diversas regiões do país, tais como: Amanda Perobelli, Bruno Morais, Helen Salomão, Hudson Rodrigues, Hugo Martins, Ingrid Barros, Isis Medeiros, Lalo de Almeida, Luisa Dörr, Raphael Alves. Imagens em formatos maiores na área externa da sala estarão acompanhadas de depoimentos, entre eles um trecho da ativista indígena Txai Suruí: “Através da arte os povos originários vêm espalhando e semeando sonhos para adiar o fim do mundo.”.

Em cartaz até 13 de agosto.

A arte de Chico da Silva

Sob o título de “Chico da Silva e a Escola do Pirambu” acontece na Pinacoteca do Ceará, a maior mostra já realizada sobre o artista em Fortaleza.

Em parceria com a Pinacoteca de São Paulo, a mostra reúne 148 obras entre pinturas e desenhos, além do filme em super-8 da performance “Homens Trabalhando”, digitalizado e com cores recuperadas pelo Museu da Imagem e do Som do Ceará.

A exposição destaca a Escola do Pirambu, um ateliê coletivo na casa de Chico da Silva, onde ele apresentava aos jovens da vizinhança sobre o ofício da pintura a partir do universo fabulado de suas criaturas.

A exposição no Ceará tem curadoria de Thierry Freitas e Flávia Muluc. Com obras de acervos como o do Governo do Ceará, do Museu de Arte da UFC (Mauc) e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), além de coleções particulares de várias partes do país, a mostra é ampliada com trabalhos das décadas de 1970 e 1980 assinados por Chico da Silva e um vaso de flores pintado pelo artista.

Sobre o artista

Nascido no Acre entre 1910 e 1922 (a data é incerta), Chico da Silva vem para o Ceará ainda na infância e constrói sua trajetória artística no Pirambu, bairro da periferia costeira de Fortaleza onde morou até falecer, em 1985. Das pinturas com carvão e cacos de telha nos muros da Praia Formosa, até a composição do ateliê coletivo com jovens da comunidade em que vivia, o imaginário fantástico do pintor que criava seres míticos da fauna e da flora é a marca de sua obra, reconhecida com a menção honrosa na Bienal de Veneza de 1966. Por volta de 1963, ele incorpora novos elementos, figuras, tamanhos e formatos nas obras, que crescem em dimensão e passam a ter a colaboração direta de artistas como Babá (Sebastião Lima da Silva), Chica da Silva (Francisca Silva) – sua filha -, Claudionor (José Claudionor Nogueira), Ivan (Ivan José de Assis) e Garcia (José dos Santos Gomes), único integrante ainda vivo.

Sobre o filme

O filme “Homens Trabalhando” é o registro da obra-performance de mesmo nome, produzida pelo Grupo de Estudos “Chico da Silva e a Escola do Pirambu”, formado por Gilberto Brito, Hélio Rôla e David Silberstein. O trabalho – selecionado para o Salão de Abril de 1977 – foi registrado em fotografia e em filme super-8 por Marcus Vale e João Vale. A película original passou por higienização, recuperação de cores e digitalização em 2k pelo Museu da Imagem e do Som do Ceará em 2023 para a exposição na Pinacoteca do Ceará. A obra audiovisual foi doada pelo artista Hélio Rôla para o acervo do MIS-CE

Evento cerâmico no Instituto Ling

17/jul

A “Oficina de Cerâmica: Fūrin – Sino de Vento”, com o ateliê Tori No Su será aberta no Instituto Ling, Três Figueiras, Porto Alegre, RS, sábado, 22 de julho.

Sobre este evento

Nesta oficina, você irá aprender a modelar um sino de vento em cerâmica com os ceramistas Kazue Morita e Denny Chang, do ateliê Tori No Su, de Porto Alegre. O ateliê oferece aulas de torno e oficinas de modelagem manual e tem sua produção de utilitários inspirada na cerâmica do leste asiático. A dupla compartilha mais sobre a história e os significados do fūrin, com referências para estimular a criatividade em cada projeto.

Fūrin, o sino de vento, é um objeto muito conhecido no oriente. Embora sua origem esteja ligada à China, foi no Japão que ganhou popularidade. Em meio ao calor do verão japonês, os sinos de vento anunciam a brisa que ameniza a temperatura e, acredita-se, ainda oferecem proteção aos lares, afastando os maus espíritos e atraindo felicidade e sorte. Durante a oficina vamos trabalhar na construção de todas as partes de um fūrin:

. cúpula

. duas pequenas esculturas

. pintura em uma tira de papel, que fica na extremidade do sino

Para a modelagem dos sinos e seus acessórios, vamos trabalhar a técnica do belisco (pinch), aprendendo a abrir a argila, sentindo sua textura, umidade e espessura à medida que a peça for construída. Também vamos trabalhar o acabamento das peças, aprendendo a tirar o excesso de argila, criar texturas e grafismos a partir de diferentes tipos de ferramentas e materiais. Os alunos não precisam de experiência prévia. Só precisarão respeitar o elemento tempo: após a modelagem, os sinos seguirão para o processo de secagem e queima, sendo entregues aos alunos 45 dias após a atividade.

As vagas são limitadas e os materiais estão inclusos no valor de matrícula. Classificação indicativa: a partir de 14 anos.

Com quem vamos aprender

A cerâmica Tori No Su (鳥の巣), palavra de origem japonesa que significa ninho de pássaro, tem como maior inspiração esse universo imenso, com diferentes elementos e formas de vida, que é a natureza. “Nosso pássaro (tori) é o artesão, a figura que nos inspira na modelagem das peças e nos mostra que, com um galho de cada vez, vamos modelando nossa cerâmica e deixando impressa a marca do fazer manual”. Todas as etapas do processo de produção são feitas por Kazue Morita e Denny Chang, e “…ficamos muito felizes em poder criar objetos manuais que farão parte da vida de outras pessoas”, afirmam os artistas.

Iole de Freitas no Instituto Tomie Ohtake

 

Em instalação monumental inédita, a artista retoma a dança para sublinhar o movimento, o espaço e a forma. Ao entrar no grande hall do Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, – até 17 de setembro – o visitante vai se deparar com uma surpreendente instalação de dimensão monumental concebida pela artista visual que completa cinco décadas de carreira. “Iole de Freitas: Colapsada, em pé”, com curadoria de Paulo Miyada, é uma mostra organizada em torno desta instalação, produzida com tubos metálicos e placas de policarbonato marcados pelo uso prévio como partes de instalações feitas pela artista nos últimos vinte e cinco anos. Essa nova peça apoia-se sobre o solo e se ergue como um abrigo aberto repleto de movimento.

“Ela dispensou a possibilidade de criar novas linhas e planos suspensos na idiossincrática arquitetura desse espaço de passagem e cruzamento desenhado por Ruy Ohtake, e desceu ao chão de seu ateliê as peças constituintes de dez de suas exposições. Tubos metálicos e placas de policarbonato marcados pelo uso (com arranhões, manchas, sujidades e desgastes) foram então girados, recombinados, aparafusados, soldados”, explica o curador chefe do Instituto Tomie Ohtake.

Para a concepção da obra, pela primeira vez em seis décadas, a dança retornou direta e explicitamente ao seu fazer artístico, como modo de apreensão do espaço e concepção da forma. Neste processo ela começou a experimentar fragmentos de dança, cenas curtas ou anotações corporais em meio à obra em construção. Conforme Paulo Miyada, mover-se, só ou na companhia de seu neto, Bento, transformou-se numa espécie de notação que antecipa e testa relações entre partes e formas. “Trata-se da dança como régua, sismógrafo, desenho, maquete, laboratório”, ele destaca.

A questão com o corpo contida neste imenso “acontecimento da obra construída” convida as pessoas a percorrer a instalação em livre movimento. “Essa peça é um abrigo aberto, uma cena à espera de atores voluntários, uma partitura espacializada de dança, um dispositivo de medição do corpo e do espaço; é uma máquina para a vivência de múltiplos estados de presença, para a experimentação de modos de aparecer e perceber-se”, completa Paulo Miyada. Os fragmentos filmados dessa experiência com a dança integram duas videoinstalações inéditas como parte da exposição desenvolvida em diálogo entre artista e o curador, que resultará ainda em uma publicação a ser distribuída gratuitamente.

Enquanto no Instituto Moreira Salles, em “Iole de Freitas, anos 1970 / Imagem como presença”, exposição em cartaz com curadoria de Sônia Salzstein, a artista apresenta uma parte de sua história reelaborada por uma instalação contemporânea, no Instituto Tomie Ohtake, ela abre novos caminhos em sua obra ao reprocessar elementos constitutivos de sua trajetória: a dança e a própria matéria de suas instalações.

Sobre a artista

Nascida em Belo Horizonte (MG), em 1945, Iole de Freitas mudou-se aos seis anos para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua formação em dança contemporânea. Estudou na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), cidade em que hoje vive e trabalha. A partir de 1970, viveu por oito anos em Milão, onde começou a desenvolver e expor seu trabalho em artes plásticas a partir de 1973. A artista participou de importantes mostras internacionais, como a 9ª Bienal de Paris, a 16ª Bienal de São Paulo, a 5ª Bienal do Mercosul e a Documenta 12, em Kassel, Alemanha. Além de comparecerem a individuais e coletivas em várias cidades do mundo, seus trabalhos integram importantes coleções, entre as quais, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP); Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP); Museu de Arte Contemporânea de Niterói; Museu Nacional de Belas Artes, RJ; Museu do Açude, RJ; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio); Museu de Arte do Rio (MAR); Bronx Museum (EUA); Winnipeg Art Gallery (Canadá); e Daros Collection (Suíça).