Os seis anos da Japan House no Brasil

29/mar

De 02 de março a 23 de abril, a Japan House São Paulo apresenta a exposição “Retrospectiva: 6 anos de Japan House São Paulo” no Pavilhão Japonês, localizado dentro do Parque Ibirapuera. A iniciativa é resultado de uma parceria com a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Bunkyo, que administra o Pavilhão Japonês. A mostra apresentará um panorama da história da Japan House São Paulo desde a sua chegada à capital paulista em 2017.

Por meio de fotos e textos, a ação relembrará as 39 exposições que passaram pela instituição nipônica ao longo desses seis anos, assim como outras atividades que narraram a cultura japonesa, envolvendo diferentes perspectivas artísticas, tecnológicas, educacionais, gastronômicas, entre outras.

“Estamos muito felizes com a parceria institucional com o Bunkyo e esta importante ação no Pavilhão Japonês, um lugar lindo e privilegiado em nossa cidade. Com esta exposição oferecemos a milhares de pessoas novas oportunidades de contato com a cultura japonesa e reforçamos nossos laços com diferentes pontos geográficos e comunidades da cidade, além da Liberdade ou da Avenida Paulista”, comenta Eric Klug, Presidente da Japan House São Paulo.

Para Renato Ishikawa, Presidente do Bunkyo, “Esta parceria surge para coroar uma nova etapa do Pavilhão Japonês representada pelas obras de acessibilidade e que oferece uma cafeteria, loja, diversas atividades culturais, além da sua arquitetura bem característica. Agora, com esta exposição, os visitantes terão uma visão da diversidade e riqueza da cultura japonesa, aqui, dentro do Parque Ibirapuera”.

Apesar da parceria formal inédita somente neste ano, o Pavilhão foi peça-chave na construção da Japan House São Paulo. A inspiração para a imponente fachada de 36 metros de largura e 11 de altura que marca a Avenida Paulista surgiu após a visita de Kengo Kuma – responsável pelo projeto arquitetônico da instituição junto com o escritório brasileiro FGMF – ao Pavilhão Japonês em sua primeira visita ao Brasil. Ambos os projetos foram construídos com madeira hinoki e técnicas de encaixe. Desde sua inauguração até janeiro de 2023, a JHSP já recebeu mais de 2,7 milhões de visitantes. Dentre as mostras inesquecíveis que serão relembradas na exposição no Pavilhão Japonês, estão:

Kengo Kuma – Eterno Efêmero, sobre o trabalho do consagrado arquiteto japonês Kengo Kuma;

O fabuloso universo de Tomo Koizumi com as vestidos icônicos do designer de moda Tomo Koizumi;

Parade – um pingo pingando, uma conta, um conto, exposição individual inédita da artista visual Yuko Mohri;

Equilíbrio, instalação que trouxe uma representação do ciclo da água utilizando balões de acabamento holográfico de maneira lúdica; e (ím)pares. que ressaltou o senso estético japonês por meio do trabalho de cinco designers de joias.

Além das exposições, será apresentado também um panorama das mais distintas atuações como Clube de Leitura, Ciclo de Mangá, Podcast JHSP, Caminhos Brasil Japão, entre outras. Desde 2021, a JHSP expandiu seu alcance geográfico com ações digitais e físicas em outros estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Pará e Pernambuco e países como Argentina e México, atingindo 50 mil de pessoas presencialmente e dois milhões digitalmente a cada mês.

 

Sobre a Japan House São Paulo (JHSP)

A Japan House é uma iniciativa internacional com a finalidade de ampliar o conhecimento sobre a cultura japonesa da atualidade e divulgar políticas governamentais. Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a abrir suas portas, seguida pelas unidades de Londres e Los Angeles. Estabelecida como um dos principais pontos de interesse da celebrada Avenida Paulista, a JHSP destaca em sua fachada proposta pelo arquiteto Kengo Kuma, a arte japonesa do encaixe usando a madeira Hinoki. Desde 2017, a instituição promoveu mais de trinta exposições e cerca de mil eventos em áreas como Arquitetura, Tecnologia, Gastronomia, Moda e Arte, para os quais recebeu mais de dois milhões de visitantes. A oferta digital da instituição foi impulsionada e diversificada durante a Pandemia de Covid-19, atingindo mais de sete milhões de pessoas em 2020. No mesmo ano, expandiu geograficamente suas atividades para outros estados brasileiros e países da América Latina. A JHSP é certificada pelo LEED na categoria Platinum, o mais alto nível de sustentabilidade de edificações; e pelo Bureau Veritas com o selo SafeGuard – certificação de excelência nas medidas de segurança sanitária contra a Pandemia de Covid-19.

 

Sobre o Pavilhão Japonês

Situado dentro do Parque Ibirapuera, o Pavilhão Japonês foi construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, sendo doado à cidade de São Paulo, em 1954, nas comemorações do IV Centenário de sua fundação. Desde a inauguração, a gestão do espaço é realizada pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, entidade representativa da comunidade nipo-brasileira, e está aberto ao público de quinta a domingo. Considerado um dos raros pavilhões fora do Japão a preservar as características originais, o local é uma das referências das autoridades japonesas em visita ao Brasil.

 

Carmézia Emiliano no MASP

24/mar

Aconteceu no dia 23 de março a pré-abertura da exposição “Carmézia Emiliano: A árvore da vida” no MASP, São Paulo, SP. O MASP possui em seu acervo quatro obras de Carmézia Emiliano, todas comissionadas diretamente à artista no contexto de diferentes projetos desde 2019. Neste sentido, a mostra celebra a relação que o museu estabelece com a sua produção e apresenta os trabalhos mais recentes da artista, parte deles nunca antes visto pelo público. Tanto a exposição como o catálogo que a acompanha pretendem ampliar a compreensão da contribuição de sua obra no cenário artístico nacional e a curadoria é de Amanda Carneiro.

A exposição abre ao público geral no dia 24.

Marcela Cantuária no Pérez Art Museum Miami

A Gentil Carioca (Rio e São Paulo) tem o prazer de anunciar “O Sonho Sulamericano”, primeira exposição individual de Marcela Cantuária nos Estados Unidos, no Pérez Art Museum Miami – PAMM. A mostra “The South American Dream” foi organizada pela curadora Jennifer Inacio e encontra-se em cartaz desde o dia 23 de março.

Com trabalhos vívidos e coloridos que evidenciam sua versatilidade e investigações através de vários meios e técnicas – incluindo pintura, têxtil e cerâmica -, Marcela destaca as narrativas de ativistas e ambientalistas da América do Sul que buscavam a concretização de seus sonhos por meio da resistência e da luta por seus países e terras. Na exposição, a artista eleva e revive histórias, ideais e batalhas, compartilhando com os espectadores a riqueza da natureza sul-americana que tantos lutam para proteger.

 

Desenhos inéditos de Iberê Camargo

22/mar

No dia 15 de abril, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugura uma exposição com desenhos do grande artista. A iniciativa de mostrar esses trabalhos, muitos deles jamais ou raramente expostos, foi da artista Vera Chaves Barcellos. Além de lançar luz sobre a produção de Iberê Camargo, a exibição de “Iberê Camargo: Desenhos” será uma imersão no processo criador do artista e no ser humano que ele foi. A exposição “Iberê Camargo: Desenhos” traz a  curadoria criteriosa da artista Vera Chaves Barcellos, abrangendo desde os primeiros estudos do pintor até a sua morte, em agosto de 1994.

Dos mais de 3,7 mil trabalhos disponibilizados pelo acervo, a artista escolheu 432. Desses, 163 serão expostos, e o restante exibidos através de projeção. O apanhado inclui desenhos da figura humana – desde estudos de aprendizagem do início da carreira do artista e que retornaram no início dos anos 1980 até o final de sua vida; retratos de homens e mulheres – acadêmicos, expressionistas da década de 1980 e de diversas épocas de sua companheira, Maria Camargo; autorretratos que atravessam a vida do pintor; paisagens; carretéis e desenhos da sua última fase. Para a curadora da mostra, o desenho é a mais espontânea e, talvez, a mais reveladora das formas de expressão de Iberê.

“Tive a consciência de que a maioria das mostras realizadas até agora na Fundação se concentrou principalmente na pintura de Iberê Camargo, sem dúvida, a sua maior contribuição para a arte brasileira, seguida de perto por sua extensa produção de gravura, especialmente a gravura em metal. Como vários outros curadores, primeiramente, pensei em organizar uma mostra de suas pinturas, já que esta seria sua expressão máxima, a mais cultuada e certamente a mais nobre. Mas ao deparar com seus desenhos, optei por estes. (…) Constatei que neles poderia haver uma maior revelação de quem fora Iberê Camargo, em todos e extremamente variados momentos de seu inquieto e conturbado temperamento. Seria possível um processo analítico de sua personalidade e psiquismo por meio unicamente de seus desenhos, desvendando seus valores e suas certezas, suas obsessões, seus traumas, seus medos e seus fantasmas”, escreve Vera para o catálogo da exposição. A mostra seguirá em cartaz até 15 de outubro.

 

O estranho desaparecimento de Vera Chaves Barcellos

Vera Chaves Barcellos, 85 anos, será um dos grandes destaques da programação da Fundação Iberê Camargo em 2023 e a terceira mulher a ocupar mais de um andar do centro cultural, depois de Regina Silveira (“Mil e um dias e outros enigmas”, em 2011) e Maria Lídia Magliani (“MAGLIANI”, em 2022).

Em 06 de maio, abrirá a exposição “O estranho desaparecimento de Vera Chaves Barcellos”. Com curadoria de Raphael Fonseca (RJ), a mostra traz um recorte de obras realizadas ao longo de 60 anos, que abrange experimentações com pintura e desenho e, num segundo momento, com a xilogravura até trabalhos mais recentes, destacando seu infinito diálogo com a fotografia, além de livros de artista e vídeos.

A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Perto, Ventos do Sul, DLL Group e apoio da Renner, Dell Technologies, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend. Realização: Petrobras e Ministério da Cultura/ Governo Federal.

 

Aulas de pintura com têmpera ovo

17/mar

Nos dias 25 e 26 de março (sábado e domingo), o artista André Ricardo participa de duas atividades educativas na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. Os encontros são gratuitos e ocorrem sempre das 15h às 17h.

Em diálogo com sua exposição “André Ricardo: Da pintura necessária”, ele é o convidado da Formação para Professores e Educadores. Durante o encontro, que ocorrerá no sábado, no auditório da Fundação Iberê Camargo, ele falará sobre a técnica de pintura com têmpera ovo e os processos englobados nessa produção. Compartilhará o seu desenvolvimento artístico, além de suas experiências na educação.

No domingo, na sala do Programa Educativo, André Ricardo ministra a Oficina Têmpera Ovo. A vivência com os materiais e procedimentos básicos da técnica será tangenciada pela introdução de suas origens. A técnica, que remete ao processo artesanal e pré-industrial, também adotada na Idade Média, consiste na mistura do pigmento, que é a matéria seca, em pó, com o aglutinante à base do ovo.

“O fato de fazer a minha própria tinta me dá uma relação muito mais próxima com a cor. E quando eu penso na cor, busco na memória afetiva. Cresci na periferia, minha casa tinha o piso vermelho de cera, a parede lavada de cal verde. E a têmpera me ajuda a alcançar a lembrança dessas cores”, explica o artista.

 

Da pintura necessária

Com curadoria de Claudinei Roberto da Silva (SP), “André Ricardo: Da pintura necessária” apresenta 56 obras produzidas com têmpera ovo. Grande parte dos trabalhos será exposto pela primeira vez, entre eles, um pequeno conjunto de pinturas produzidas em NY, em 2022. Neste conjunto é marcante, por exemplo, a familiaridade com uma visualidade de matriz popular e afro-brasileira. Composições que buscam responder ao anseio do artista pela construção de uma memória, algo que possa ajudar a entender sua própria identidade e, por conseguinte, como artista.

Os 50 anos das Cosmococas

O Projeto Hélio Oiticica, em colaboração com a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, instalou, na histórica piscina do Parque Lage, hoje, a Cosmococa/CC4 Nocagions (1973). O evento festivo, gratuito, abriu as comemorações dos 50 anos da criação – por Hélio Oiticica e Neville de Almeida – das Cosmococas, que serão realizadas em várias cidades, no Brasil e no exterior, o Cosmococa World Tour.

No dia 13 de março de 1973, o artista Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941) iniciaram uma colaboração inusitada, e criaram uma série de instalações pioneiras (Quasi-Cinemas), que chamaram de Cosmococas – Programa in Progress, com projeções, trilhas sonoras e proposições para o espectador, elemento ativo, integrante do trabalho.

Cosmococa/CC4 Nocagions (1973/2023) é constituída por dois projetores digitais, trilha sonora de John Cage (1912-1992) e slides.  Duas telas, colocadas em bordas opostas da piscina, exibiram imagens do livro “Notations” (Notações, em inglês), de John Cage, com uma coleção de seus manuscritos musicais. Sobre a capa do livro, Hélio Oiticica e Neville de Almeida fizeram intervenções, as “mancoquilagens”.

O trabalho convidava o público a entrar na piscina, que recebeu uma luz verde formando um padrão geométrico. A obra foi dedicada aos poetas concretos Augusto e Haroldo de Campos. Em 2013, a CC4 Nocagions foi a sensação da Berlinale, o Festival Internacional de Cinema, em Berlim.

Hélio e Neville haviam planejado fazer um filme, e em 1973, em um encontro em Nova York, desenvolveram uma série de slides, onde a câmera fotográfica foi usada como filmadora, o Quasi-Cinema. Na montagem, eles usaram as imagens com duração de alguns segundos, ao contrário das habituais 24 imagens por segundo do cinema. O tempo da obra fica então dilatado, exigindo uma atenção maior do público, que assim se torna ferramenta fundamental no trabalho.  “Dessa forma, a Cosmococa é precursora dessa participação em meio cinematográfico das mídias no século 20”, destaca César Oiticica Filho, que coordena o Projeto Hélio Oiticica.

Obras de Anna Braga no Paço Imperial

16/mar

 

O Paço Imperial inaugura na próxima quarta-feira, dia 22 de março, a exposição “Anna Braga – Submersões”, com um panorama da obra da artista multimídia, que há 20 anos não faz uma exposição individual em uma instituição no Rio de Janeiro. Com curadoria de Fernando Cocchiarale, serão apresentadas 36 obras, entre instalações, pinturas, desenhos, fotografias, vídeos e objetos inéditos, pertencentes a três séries distintas: “Ternas Peles”, “Memória Submersa” e “Puro Álibi”. Os trabalhos, que ocuparão três salões do Paço Imperial, trazem como temas centrais a ecologia, a violência e questões de gênero. Até 21 de maio.

“Todos os trabalhos são em técnica mista, nos quais utilizo pintura, desenho, colagem, vídeo e fotografia na mesma obra. Faço interferências sobre o que encontro visualmente, dando outros significados para a imagem, transformando-a em algo completamente diferente”, conta a artista, nascida em Campos do Goytacazes, radicada no Rio de Janeiro, após ter passado um longo período no exterior, principalmente no Uruguai.

“As obras realizadas por Anna Braga nos colocam diante de imagens impregnadas de nexos que, como rastros, desenham um percurso de relações ao redor de temas como a destruição ambiental, a degradação urbana e a violência social, contextos encadeados em diversas situações nos trabalhos da artista. As três séries aqui reunidas – Memória Submersa, Ternas Peles e Puro Álibi – abarcam indagações entrecruzadas pelo próprio enredamento que caracteriza as sociedades contemporâneas e seus conflitos de identidade, classe, gênero, cor e grupo étnico”, afirma o curador Fernando Cocchiarale.

Na primeira sala estará a série “Memória Submersa”, que reflete, de forma poética, sobre ecologia, a partir do distrito de Atafona, em São João da Barra, no litoral campista, que está desaparecendo após sucessivas ressacas do mar. Através deste trabalho a artista faz uma veemente crítica à destruição da natureza, partindo de um exemplo local para falar globalmente sobre a questão da ecologia. Esta obra foi exposta originalmente no Museu Nacional de Brasília, em 2017. No Paço Imperial, no entanto, ela será acrescida de novos elementos, sendo composta por 17 trabalhos, entre obras bidimensionais, que estarão penduradas na parede, esculturas-objetos, instalações, um vídeo 3D e uma animação. Assim que entrar na exposição o público verá os vídeos, que ocuparão todas as paredes, fazendo uma imersão dos espectadores na obra.

“O que retorna à superfície, em poesia faz lembrar coisas que submergiram. A memória afetiva posta à prova vem contrariar o fenômeno natural das marés – quando arte não deixa apagar da memoria aquilo que se foi para sempre. Embora com isso não se reduza o sentido trágico da desaparição, a arte vem traduzir em metáforas essa melancolia e inexorável realidade”, afirma a artista.

Seguindo o percurso da exposição, na segunda sala estará a série “Ternas peles”, composta por sete trabalhos nos quais a artista cria interseções entre o nu artístico das estátuas gregas e imagens femininas presentes em antigos classificados de jornais da seção de termas e massagens. Anna Braga intervém manualmente nos periódicos, com pintura ou desenho e os fotografa, exibindo-os de três formas diferentes: como se fossem filmes usados para a impressão; impressos, mostrando a aproximação com a estatuária grega, e em uma instalação que se assemelha à cabeça da Medusa, com longas faixas feitas a partir da página em negativo, como fios de filmes. Com esta instalação, a artista pretende falar sobre o silêncio imposto sobre as mulheres e sobre os corpos trans. O resultado é uma potente reflexão sobre questões de gênero, a partir de corpos dissidentes, marginalizados e transexuais. “Neste trabalho destaco a luta social do ser humano para ter suas próprias opções sexuais e fazer delas o que bem entender. É mais um problema estrutural que a sociedade acumula”, ressalta.

Na terceira e última sala, estará a série “Puro Álibi”, composta por 12 trabalhos produzidos a partir do detalhe de uma fotografia publicada em um jornal de grande circulação, que mostra uma fila humana em um presídio. Nesta série, a artista destaca as sombras, transformando-as em novas figuras, dando um novo significado para a imagem para falar sobre o tema da violência. “A obra pertence a uma série na qual desenvolvo inúmeras metáforas forjadas em dorsos e posições de intimidação do homem em situações de ameaça. Neste caso específico trata-se de uma fila humana no pátio de uma prisão cujas sombras rastejantes sugerem outras verdades. Verdades que estão sendo realizadas nas imagens criadas pelo poeta entre a realidade, sonhos, temores e perplexidades do homem entre si e o outro, na vida e no tempo”, conta a artista.

 

Sobre a artista

Nascida em Campos dos Goytacazes, RJ, Anna Braga é formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com mestrado em Sociologia pela UFRJ e extensão em Filosofia e Arte Contemporânea pela PUC-Rio. Frequentou o ateliê da artista Anna Bella Geiger e os ateliês de Elena Molinari, Maria Freire e Hilda Lopes em Montevidéu, no Uruguai. Fez curso de Arte e Filosofia e Arte Crítica na EAV Parque Lage entre 2000 e 2001 e especialização em Arte e Filosofia na PUC Rio em 2008. Ao longo de sua trajetória, realizou diversas exposições, no Brasil e no exterior. Dentre as coletivas destacam-se: “Obranome”, no Mosteiro de Alcobaça, em Portugal, em 2013, e na EAV Parque Lage, em 2009, “30 anos de videoarte”, na EAV Parque Lage, em 2004, “Questões Diversas”, no Centro Cultural Correios, em 1998, entre outras. Dentre as principais exposições individuais destacam-se: “Visitando Ternas Peles” (2022), no Estúdio Dezenove, “Memória Submersa” (2017), no Museu Nacional da República, em Brasília, “Ternas Peles” (2003), no Palácio do Catete, Museu da República, “Transobjetos” (1996), na Caixa Cultural em Brasília, entre outras. Possui obras em importantes acervos, como Museo de Arte Contemporanea do Uruguai; Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, Brasília, DF; Centro Cultural dos Correios e Telégrafos, Museu Postal, Rio de Janeiro e Museo Nacional da República (MUN), em Brasília.

 

 

 

O retrato do Brasil

 

O Bastardo inaugura no próximo sábado, 18 de março, a sua exposição individual “O Bastardo: O retrato do Brasil é Preto” no Museu de Arte do Rio – MAR, Cntro, Rio de Janeiro, RJ, com a curadoria de Marcelo Campos e Lilia Schwarcz. A mostra, primeira individual do artista em uma instituição, faz parte das comemorações dos 10 anos do MAR. Em exibição até 18 de maio.

Personagens negras, célebres ou anônimas, compõem o repertório visual de O Bastardo. Divididas em quatro núcleos – “Sobre os começos”, “Pretos de griffe”, “Assinaturas pretas” e “Narrativas pretas: identidade e imaginário popular” – as obras expostas retratam personagens negras que vão do Salão de Tia Nenê, em Mesquita – onde o artista cresceu, a cenas emblemáticas do blues e do rap norte-americanos; bem como ídolos pretos contemporâneos, passando por ícones do esporte, do samba e das artes cênicas.

Em “O Bastardo: O Retrato do Brasil é Preto”, o artista faz um mergulho tanto nas suas vivências no Rio de Janeiro quanto na observação de trajetórias vitoriosas de vidas negras que admira. “Todo retrato é um autorretrato, mas é, igualmente, uma somatória da comunidade, mostrando como essas são obras ao mesmo tempo individuais e coletivas”, diz o artista.

Celebrando Martinho de Haro e Florianópolis

13/mar

Mestre da composição, o pintor e desenhista Martinho de Haro (1907-1985) é um dos mais importantes artistas de Santa Catarina e uma forte representação do modernismo brasileiro. Homem e trajetórias qualitativas, ele ganha um tributo em Florianópolis, SC, com a exposição “Indivisível Substância: Martinho de Haro e Florianópolis” que abre no dia 15 de março, no Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação. Aberta até julho, a mostra pode ser visitada gratuitamente de segunda a sábado, entre 13h30 e 18h30.

A curadoria de Francine Goudel e Ylmar Corrêa Neto reúne 46 trabalhos de Martinho de Haro que ajudam a traçar novas análises sobre uma criação pictórica amalgamada com Florianópolis, lugar que o artista nascido em São Joaquim escolheu para viver a partir de 1942 e onde morreu em 1985. A mostra tem ainda um Bruggemann (1825-1894), um Eduardo Dias (1872-1945) e um Othon Friesz (1879-1949), todas obras integrantes da Coleção Collaço Paulo, pertencente ao casal Jeanine e Marcelo Collaço Paulo. Para os curadores, Martinho de Haro “revolucionou a representação da cidade, valorizou os costumes, o casario, o mar, o céu, as baías, as auroras e os ocasos, com cores suaves, enquadramentos cinematográficos, ângulos e motivos novos que resultam em uma potente imagem da Ilha de Santa Catarina”.

Produto cultural totalmente patrocinado pela Prefeitura de Florianópolis por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (modalidade doação), a exposição conta com o apoio das empresas Dígitro e Ibagy. Trata-se do segundo projeto expositivo do Instituto Collaço Paulo, inaugurado no bairro Coqueiros em julho de 2022. Entidade privada, sem fins lucrativos, além de salvaguardar a Coleção Collaço Paulo, promove a arte e a cultura por meio de programas de cunho educativo. O casal dedica-se há cerca de 40 anos à aquisição e conservação de um acervo que se concentra na representatividade dos artistas brasileiros do século 19 e dos catarinenses do século 20, abrangendo trabalhos de distintos períodos históricos, diferentes escolas, movimentos e estilos.

Quase sem perceber, no contato com Martinho de Haro, sob a sua influência, Marcelo Collaço Paulo começou a coleção na juventude. Com o passar dos anos, tornou-se um dos principais colecionadores das obras do artista, adquirindo quadros de todas as fases e temáticas peculiares como nus, carnaval, naturezas-mortas, paisagens, casarios e retratos. “Conheci Martinho nos anos 1970, quando era estudante de medicina. Fui levado à sua casa na Altamiro Guimarães, no centro de Florianópolis, pelo seu filho Martin Afonso de Haro. Tive o privilégio de contar com a sua amizade e vê-lo pintar inúmeros quadros no seu ateliê. O meu primeiro Martinho é desta época. Desde então, sempre aproveitei as oportunidades e fui multiplicando o seu olhar na coleção. Até hoje quando vejo um Martinho, me sensibilizo e me emociono. É o maior pintor modernista de Santa Catarina e aquele que expressou a Ilha da forma mais sublime”, situa o colecionador que busca homenagear Florianópolis no seu aniversário, abrindo o núcleo do Martinho da Coleção Collaço Paulo. “Convidamos todos a ver e desfrutar a cidade através dos olhos do mestre Martinho de Haro”, diz ele.

A exposição “Indivisível Substância: Martinho de Haro e Florianópolis” alcança relevância pelo valor do artista, pelo pictórico e pelas representações de uma ilha que se transformou radicalmente ao longo dos anos. Jeanine e Marcelo Collaço Paulo são colecionadores interessados no conjunto de obras de um mesmo artista que, lado a lado, ganham um peso maior já que possibilitam estudos mais aprofundados sobre uma trajetória e, no caso, uma reflexão sobre o passado de Florianópolis, vista em céus, festas, gente, mares e barcos eternizados de modo significativo.

 

Sobre o artista

Natural de São Joaquim (SC), Martinho de Haro nasceu em 1907. Viveu por dez anos no Rio de Janeiro, onde integrou o Grupo Bernardelli e trabalhou como auxiliar de João Timótheo da Costa (1878-1932) na decoração da Igreja Nossa Senhora da Pompéia, e de Eliseo Visconti (1866-1944) na criação do panneau do Teatro Municipal. Realizou na mesma cidade, em 1977, sua última exposição. Em 1937, viaja a Paris, de onde volta cerca de um ano depois em razão da Segunda Guerra. Engajado nos assuntos da cidade, participou em 1949 da criação do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) que ele dirigiu entre 1955 e 1958. Nos 20 anos de morte, Walmir Ayala escreveu: “O diálogo agora é de uma pintura soberana e completa, com um universo de olhares necessitados de justiça e esclarecimento. A Ilha ganha agora sua luz, sua verdadeira luz, porque a obra viva de Martinho de Haro encontra seu continente exato; é um bem público destinado a valorizar a vida comunitária”. No centenário em 2007, uma comissão presidida por Marcelo Collaço Paulo, organizou uma vasta programação com exposição, livros, discussões, convidados ilustres e a produção de um documentário. A iniciativa reuniu o melhor da produção de Martinho de Haro, segundo João Evangelista Andrade Filho, secretário da comissão, na época administrador do MASC. O legado de Martinho de Haro recebeu a atenção de estudiosos e críticos, entre eles Fábio Magalhães, João Evangelista Andrade Filho, Roberto Teixeira Leite e Walmir Ayala, que se debruçaram sobre as obras e indicaram novas perspectivas de entendimento e avaliação. Ao morrer em 1985, em Florianópolis, Martinho de Haro deixa um expressivo legado que ajuda a compreender a cidade sob diferentes abordagens. Parte desta contribuição está na exposição “Indivisível Substância: Martinho de Haro e Florianópolis”. O pintor era pai do também artista plástico e muralista Rodrigo de Haro.

 

Sobre os curadores

Francine Goudel – doutora em artes visuais – teoria e história, pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), mestre em estudos avançados em história da arte pela Universidade de Barcelona, Espanha, pós-graduada em Gestão Cultural pela Universidade Nacional de Córdoba, Argentina. É pesquisadora, curadora, produtora cultural e professora. Atualmente é curadora-chefe do Instituto Collaço Paulo – Centro de Arte e Educação.

Ylmar Corrêa Neto – neurologista e professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Coleciona arte relacionada com Santa Catarina. Já organizou e escreveu livros sobre Martinho de Haro (1907-1985), Eli Heil (1929-2017) e Paulo Gaiad (1953-2016) e fez a curadoria de exposições de Eli Heil, Rodrigo de Haro (1939-2021), Carlos Asp, Paulo Gaiad e do acervo do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC). É coordenador do recém-criado Clube de Colecionadores de Arte de Coqueiros no Instituto Collaço Paulo.

O período expositivo entre março e julho configura uma agenda que busca ampliar o conhecimento sobre a marcante produção de Martinho de Haro. Iniciativas, de linhas diferenciadas, convergem para reflexões que reúnem nomes e temas significativos que ajudarão a modular um novo pensamento a respeito do artista. Já no dia 15 de março, às 19h30, o curador Ylmar Corrêa Neto faz um Instituto Conversa, compartilhando a conferência “Ocasos Raros em Martinho de Haro”, em que abordará a formação, as técnicas, a evolução e as exibições do pintor modernista, além de suas representações da paisagem, da cultura e do casario florianopolitanos.

Em abril, no dia 24, às 19h30, ocorre o primeiro de um conjunto de encontros idealizados pelo conferencista, pesquisador, professor, autor de livros, uma referência internacional no campo da literatura e das artes visuais, Raúl Antelo. Ele movimentará o Instituto Collaço Paulo para estabelecer o intercâmbio pessoal e a partilha de conhecimento sobre arte, arquivos e exposições na perspectiva de alargar sensibilidades e conexões com amplo público. O evento “Retroprojetor: Encontros do Olhar”, composto de seis conferências entre abril e setembro, duas proferidas por ele mesmo e por pesquisadores que receberam o seu convite, como Ivo Mesquita e Rosângela Miranda Cherem.

No dia 25, às 19h30, o programa Instituto Conversa recebe uma autoridade nas relações entre as artes visuais e a cidade de Florianópolis. Doutora e professora, Sandra Makowiecky fará a abordagem “Florianópolis em Tempos Diversos: Martinho de Haro entre Artistas” em que expõe parte de sua análise apresentada sobre o artista em um dos artigos do livro “A Representação da Cidade de Florianópolis na Visão de Artistas Plásticos”. A fala no Instituto Collaço Paulo, antecipa Sandra Makowiecky, se concentrará nas obras de Martinho de Haro, tecendo considerações e aproximações entre seus trabalhos e outros artistas que, ao longo do tempo, elegeram a cidade como objeto de paixão e poética artística.

A agenda prevê ainda reuniões do Clube de Colecionadores de Arte de Coqueiros (CCAC), o Instituto Homenagem que marca o centenário do crítico de arte catarinense Harry Laus (1922-1992) e os Sábados com Arte, ações desenvolvidas pelo núcleo educativo do Instituto Collaço Paulo.

 

Sábados com Arte

Os sete encontros – “Sábados com Arte” – planejados para o primeiro semestre convidam a participar de uma visita mediada com a equipe do educativo. Previstos para os dias 25 de março, 15 e 19 de abril, 13 e 27 de maio e 10 e 24 de junho, sempre às 15h, a cada sábado as atividades diferenciadas vão além da mediação que dura cerca de uma hora e meia e buscam ampliar o conhecimento em torno das obras reunidas na exposição “Indivisível Substância: Martinho de Haro e Florianópolis”. Com vagas limitadas, 30 pessoas no máximo, as inscrições são por ordem de chegada, mediante manifestação do interesse na recepção do instituto. Menores de 14 anos devem estar acompanhados de seus responsáveis.

As ações propõem o diálogo e a participação. A partir das leituras, imagens, do repertório e das subjetividades de cada visitante, a proposta é construir juntos um percurso singular pela arte de Martinho de Haro. A idade mínima é de sete anos.

 

Equipe Técnica

Curadoria, expografia e textos: Francine Goudel e Ylmar Corrêa Neto – Revisão e edição de textos: Néri Pedroso – Coordenação de montagem: Cristina Maria Dalla Nora – Montagem: Flávio Xanxa Brunetto – Material educativo: Ana Martins e Joana Amarante – Material gráfico: Lorena Galery – Fotografia: Eduardo Marques.

 

 

Exposição da Coleção Eduardo Vasconcelos

10/mar

Exposição de arte “Gravado na Alma” abre no Espaço Cultural do Banco da Amazônia. O vernissage será nesta terça-feira (14) e seguirá aberta ao público para visitação gratuita até 05 de maio, no horário das 9h às 17h. Uma obra da artista Maria Perez Solá, que está em destaque na exposição Eduardo Vasconcelos no Espaço Cultural do Banco da Amazônia, em Campina, Belém, PA, é uma exposição de arte que promete ficar gravada na memória dos paraenses. A exposição de gravuras “Gravado na Alma” foi contemplada pelo edital de pautas do Banco da Amazônia e é composta por mais de 71 obras de artistas nacionais e internacionais que compõem o acervo da Coleção Eduardo Vasconcelos.

Segundo a curadora, Vânia Leal, a exposição é formada por trabalhos de artistas cujos percursos seguem várias técnicas e poéticas. “São vias que possibilitam encontros entre linhas, texturas, arquiteturas, animais e paisagens. É um espaço para dizer: gravura ao infinito do tempo e no tempo. Como um laboratório vivo em constante construção na coleção de Eduardo Vasconcelos”, explica.

Grandes nomes das artes plásticas, como Albrecht Dürer, Rembrandt, Goya, Gustave Doré e Picasso produziram gravuras, bem como artistas brasileiros de renome, como Livio Abramo, Sérvulo Esmeraldo, Flávio de Carvalho, Arthur Luiz Pìza e Tarsila do Amaral. No Pará, a gravura ganha força a partir dos anos 1970, com a obra de Valdir Sarubbi, que, junto a nomes de diversas gerações (inclusive posteriores) como Ronaldo Moraes Rego, Osmar Pinheiro, P. P. Conduru, Jocatos, Armando Sobral, Elaine Arruda, Elieni Tenório, Elisa Arruda, Glauce Santos, Jean Ribeiro e Antar Rohit, marcaram seu nome na trajetória da gravura no cenário amazônico.

“Acreditar na produção artística, no quanto ela representa hoje e para gerações futuras, é a força motriz que impulsiona e dinamiza a coleção. Meu afeto pela arte está gravado na alma, assim como as obras de tantos artistas aqui presentes”, destaca Eduardo Vasconcelos. “Agradeço ao Banco da Amazônia, que, para além de suas atividades financeiras, exerce papel fundamental no fomento ao cenário artístico e na difusão e apoio à cultura, trazendo ao público obras pertencentes a uma coleção privada”, acrescenta.

 

Núcleos da exposição

A curadora explica que a exposição possui quatro núcleos curatoriais: “projeções da natureza mutante”, “corpos passagens”, “formas e desejos da gravura” e “arquiteturas e cartografias imaginárias”.

“Os trabalhos dos artistas que integram a exposição reiteram aproximações e percursos diferentes, criam vertentes distintas entre choques e junções nos núcleos”, avalia. Ainda segundo a curadora, cada núcleo reúne uma sequência de trabalhos expressivos. “No núcleo “projeções da natureza mutante”, por exemplo, os artistas Valdir Sarubbi, Sebastião Pedrosa e Laura Calhoun trazem nas obras uma natureza mais estilizada com diferentes simbologias. Armando Sobral e Ronaldo Moraes Rego gravam desenhos de folha e casca. Diô Viana emerge com força, incisões que remetem gotas que se dissolvem em outras formas da natureza”, explica.

 

Lançamento do catálogo e ações educativas

Ao longo da exposição ocorrerão diversas ações educativas como bate papo com artistas e visitas guiadas para estudantes de escolas públicas, a fim de que adolescentes e jovens tenham contato com a arte. Também ocorrerá o lançamento do catálogo, que será distribuído gratuitamente aos visitantes.

 

A Coleção Eduardo Vasconcelos

Desde 2021, a coleção Eduardo Vasconcelos vem abrindo as portas do acervo pessoal ao público paraense por meio de iniciativas como esta do Banco da Amazônia, que viabiliza edital para selecionar projetos artísticos relevantes à região amazônica. Neste percurso, o colecionador já realizou três mostras a partir de editais similares de incentivo à arte e cultura, cujas exposições nasceram do diálogo entre a curadoria e Eduardo. Sempre convidado para participar de encontros, lives e pesquisas sobre arte e colecionismo, o professor e colecionador de arte Eduardo Vasconcelos tem um acervo de mais de 700 obras entre pinturas, esculturas, fotografias, desenhos e objetos. Há um núcleo só de arte paraense. Movido pela lógica de que a arte deve ser compartilhada, ele decidiu abrir a sua reserva técnica às grandes exposições.

“Temos uma infinidade de obras com elevada importância artística e cultural e que são vistas somente em uma esfera bem restrita. O papel do colecionador de arte não deve se restringir ao mero acúmulo das obras. Permitir que essas obras circulem e tenham visibilidade, contribui para a difusão da cultura e do próprio mercado, envolvendo todos os elos dessa cadeia. Há um papel social e político importante nisso tudo, principalmente na construção de novos olhares para a arte”, diz Eduardo Vasconcelos.