A história do tear

07/abr

 

 

O Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro e o Memorial da Humanidade convida para o evento “OS FRUTOS DO TEAR – PATRIMÔNIO INDUSTRIAL FLUMINENSE DO SÉCULO 19 AOS DIAS DE HOJE ” a ser realizado no dia 16 de Abril das 15:00 às 19:30 h. Em Ancheta, Rio de Janeiro, RJ.

 

O evento contará com palestras sobre os primórdios e evolução da Tecelagem e das suas transformações durante a Revolução Industrial do Século XVIII e a implantação das primeiras fábricas de tecido no Brasil . Tomando como exemplos de casos, especialistas farão exposições sobre as fábricas de Paracambi e de Bangu .

 

A programação do Seminário será como segue:

 

Boas Vindas – 15.00 h

Conferência 1 – 15:15 as 16.05 h (50 minutos)

Prof Ms Claudio Prado de Mello

Título: “Tecelagem : História/ Sociedade e Patrimônio por trás dos tecidos ”

 

Conferência 2- 16:15 às 17.05 h (50 minutos)

Prof Ms Davi Romeiro Neto

Título: “Companhia Têxtil Brasil Industrial: Da Fabrica de Tecidos à Usina de Memória, Conhecimento e Cidadania ( título provisório )”

 

Conferência 3- 17:15 às 18.05 h (50 minutos)

Prof Ms Vitor Almeida

Título: “A Cidade, a Freguesia e a Fábrica: a Belle Époque Suburbana e a Industrialização na Freguesia de Campo Grande”

 

Lançamento do Livro a partir das 18.05 h – “A Cidade, a Freguesia e a Fábrica: A Belle Époque Suburbana e industrialização da Freguesia de Campo Grande” com seção de autógrafos do autor Prof . Vitor Almeida

 

Visitação Guiada à Exposição com instrumentos e artefatos relacionados a Tecelagem Antiga a partir das 18:20 h. Mas aberta a visitação desde 15 h

 

COFFEE BREAK gratuito a partir das 18:40 h

 

O valor da contribuição antecipada para o evento será de R$ 20,00. No dia, a inscrição será de R$ 25,00.

 

As inscrições antecipadas já podem ser feitas pelo email ipharjeventos@gmail.com ou por mensagens de Whatsapp (21) 989131561

 

 

Zerbini no MASP

06/abr

 

Luiz Zerbini exibe até 05 de junho no MASP, São Paulo, SP, a exposição “A mesma história nunca é a mesma”. Luiz Zerbini (São Paulo, 1959) é um dos principais nomes da arte contemporânea latino-americana, e esta é sua primeira individual em um museu em São Paulo. A mostra reúne cerca de 50 trabalhos, em sua maioria inéditos, em que é possível ver características de sua diversa produção: o interesse na pintura, na monotipia, na instalação, na paisagem e na botânica, a paleta multicolorida e os diálogos entre abstração, geometria e figuração.

A exposição inclui cinco pinturas de grandes dimensões, quatro delas produzidas especialmente para a mostra, em que o artista revisita de maneira crítica a pintura histórica. Utilizada para representar eventos marcantes de uma nação, como guerras, batalhas, independências e abolições, a pintura histórica frequentemente os idealiza ou romantiza, a serviço de uma certa ideologia.

Em 2014, Zerbini recriou uma das imagens mais clássicas da pintura histórica brasileira, em sua icônica Primeira missa, formulando uma nova representação para essa cena ocorrida em 1500, que é um emblema da colonização portuguesa no Brasil. A partir dessa obra, o MASP comissionou novas pinturas para o artista, que realizou trabalhos sobre a Guerra de Canudos, ocorrida em 1896-97, o Massacre de Haximu, em 1993, o garimpo ilegal e os ciclos históricos de monocultura na agricultura no país.

A mostra inclui também 29 monotipias em papel da série Macunaíma (2017), concebidas para uma edição do livro do mesmo nome de Mário de Andrade (1893-1945), um marco da literatura modernista brasileira. As pinturas e as monotipias são instaladas em uma expografia que desdobra uma outra, elaborada em 1970 para uma mostra no MASP por Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta que concebeu este edifício. Duas instalações ocupam as vitrines do Centro de Pesquisa e do restaurante no 2º subsolo do museu, uma com raízes extraídas do jardim do ateliê do artista no Rio de Janeiro, e outra com um conjunto de objetos expostos sobre caixas de areia.

A mostra foi especialmente pensada no enquadramento de Histórias brasileiras, ciclo temático da programação do museu em 2021-22. Seu subtítulo, a mesma história nunca é a mesma, aponta para a repetição das histórias ao longo dos séculos, bem como para a necessidade de se criar outras narrativas para esses episódios, fazendo emergir novas leituras, protagonistas e imagens.

Luiz Zerbini: a mesma história nunca é a mesma é curada por Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP.

Atividades no Museu do Pontal

 

 

Alinhado ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, a programação do Museu do Pontal, Rio de Janeiro, RJ, do fim de semana de 26 e 27 de março vai exibir “Cinema de Fachada – Juntos contra o racismo”, com a pré-estreia de “Medida Provisória”, filme de Lázaro Ramos, com Taís Araújo, Seu Jorge e Alfred Enoch – da saga “Harry Potter” e da série “How to Get Away with Murder”. Serão exibidos também os curtas “República”, de Grace Passô, “O Senhor do Trem”, de Aída Queiroz e César Coelho, “Disque Quilombola”, de David Reeks, e “Ibeji Ibeji”, de Victor Rodrigues. Para a exibição dos filmes, o Museu do Pontal transforma a área do estacionamento em um cinema ao ar livre, com o público sentado em cadeiras de praia, e a projeção feita na parede de trás do edifício. “Cinema de Fachada no Pontal” é um projeto idealizado e desenvolvido pelas atrizes Bianca Comparato e Alice Braga, em 2020, e já projetou filmes em prédios em várias cidades brasileiras.

 

No dia 26 de março, sábado, antes e depois do “Cinema de Fachada – Juntos contra o racismo”, haverá apresentações da VJ Luv com Juh Barbosa, do DJ Alexiz BcX, e do MovCrew. E ainda barraquinhas de comidas e bebidas.  A classificação etária do dia 26 de março no “Cinema de Fachada” é de 14 anos. Neste dia, as seis exposições em cartaz – “Novos Ares! Pontal Reinventado” – ficarão abertas até as 22h30. As exposições oferecem obras e jogos interativos para todas as idades, como o jogo digital de danças brasileiras, em que o participante aprende passos de frevo, jongo, carimbó, chula ou funk.

Também no sábado, às 16h, será apresentado o espetáculo infanto-juvenil “Nuang Caminhos da Liberdade”, de Tatiana Henrique.

As tradicionais atividades Visitas Musicadas às exposições e o Baú de Brinquedos Populares continuarão sendo realizadas em horários pela manhã e à tarde, no sábado e no domingo.

Para essas atividades recomenda-se agendamento prévio pela plataforma Sympla https://site.bileto.sympla.com.br/museudopontal/, onde se pode também garantir o ingresso ao Museu do Pontal, gratuito ou com contribuição voluntária.

A programação dos fins de semana do Museu do Pontal em março, mês que celebra os dias internacionais da Mulher (08) e contra a Discriminação Racial (21), foi toda em homenagem a essas importantes lutas.

Abstração e Arte Concreta no MAM SP

04/abr

 

Com curadoria de Heloisa Espada e Yuri Quevedo, a exposição reúne obras e registros fotográficos que remetem à mostra histórica que ocorreu em 1952 no MAM São Paulo

O Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, recebe a exposição “ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos”, a partir do dia 02 de abril. A mostra realiza uma releitura da exposição histórica do grupo Ruptura, que aconteceu no MAM São Paulo em 1952 e teve duração de somente 12 dias. Naquela ocasião, o grupo lançou um manifesto homônimo, que defendia novos paradigmas para a arte. O documento e a exposição apontaram diretrizes para a formação da arte concreta brasileira ao longo da década de 1950.

Com curadoria de Heloisa Espada e Yuri Quevedo, a mostra propõe uma revisão crítica do legado da arte construtiva no Brasil. O manifesto Ruptura criticava a figuração e, sem mencionar uma única vez os termos “abstração” ou “arte concreta”, apontava para essas linguagens como sendo “o novo” na arte. Em 2022, o conjunto de obras expostas traz à tona novas reflexões, questionamentos e análises. Para a curadora Heloisa Espada, “…olhar para o grupo Ruptura hoje não significa aderir sem crítica às ideias apresentadas nos anos 1950, mas considerar as circunstâncias de seu aparecimento, assim como as várias contradições entre o que os artistas escreviam e aquilo que eles faziam. Ainda assim, a pesquisa visual desses artistas tinha uma conotação libertária, pois se propunha a imaginar novas formas de organizar o mundo no pós-guerra.”

Os artistas do Ruptura adotaram uma linguagem geométrica de cores vibrantes que não se confundia com as imagens da natureza. A proposta de uma arte não figurativa, que não representasse as aparências do mundo, buscava criar uma relação franca e direta com a realidade. Para eles, na arte, apenas elementos visuais como cores, linhas e formas poderiam ser de fato considerados reais, pois eles não simulavam nenhuma aparência, eram eles mesmos. Além disso, em suas obras, a repetição de formas e a adesão às leis da teoria da percepção conhecida como Gestalt criavam uma forte sensação de movimento e ritmo visual. A ideia de movimento projetava o dinamismo que os artistas do Ruptura desejavam ver na sociedade brasileira.

Em um primeiro momento, “ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos” aborda a mostra original do grupo Ruptura no MAM, em 1952, por meio de um conjunto de documentos e de obras realizadas pelos artistas no início daquela década. Entre elas estão duas pinturas que estiveram na exposição histórica: “Desenvolvimento ótico da espiral de Arquimedes” (1952), de Waldemar Cordeiro, e “Vibrações verticais” (1952), de Luiz Sacilotto.

Em seguida, a exposição aborda a produção do grupo ao longo da década de 1950, quando alguns artistas se afastam e novos nomes se aproximam do Ruptura, como Judith Lauand, por exemplo. “Há uma discussão se o grupo Ruptura existiu como tal apenas na exposição de 1952, ou se ele tem uma duração mais longa. Essa dúvida se esclarece quando lemos os depoimentos dos artistas que entraram depois, e seguiram se referindo a eles mesmos como parte do Ruptura. Também percebemos a proximidade ao olhar para as obras, porque há entre elas uma coerência de preocupações e uma coincidência dos problemas que enfrentam”, explica Yuri Quevedo.

Durante a década de 1950, os artistas participantes são Anatol Wladyslaw, Geraldo de Barros, Hermelindo Fiaminghi, Judith Lauand, Kazmer Féjer, Leopold Haar, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Maurício Nogueira Lima e Waldemar Cordeiro.

A mostra conta com obras raramente vistas de Leopold Haar, que estão guardadas em acervo familiar desde que o artista faleceu, em 1954, não tendo sido exibidas em nenhum local desde então. Heloisa Espada aponta que por existir um limite tênue entre as esculturas que produzia e as maquetes de projetos para vitrines, “… Haar é um dos artistas que melhor exemplifica a proposta do Ruptura de que a arte deveria ter uma aplicação prática na vida das pessoas”. Yuri Quevedo acrescenta que “…o grupo defendia a abstração como projeto de transformação, capaz de permear o cotidiano das pessoas, influenciando a indústria e organizando a vida em suas mais diversas escalas: das artes plásticas ao design, da arquitetura à cidade.”

“Depois de antecipar as discussões sobre o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 no ano passado, a programação do MAM em 2022 reflete sobre uma outra geração de artistas modernos que estão intimamente ligados à história do museu. Trata-se de um grupo que participou ativamente dos primeiros anos do MAM e que tinha um ideal utópico que revela muito do ambiente cultural em que o MAM foi criado”, discorre Cauê Alves, curador-chefe do MAM São Paulo.

“A mostra sobre o grupo Ruptura, além de dar visibilidade a artistas tão importantes na invenção da arte concreta e no abstracionismo geométrico no Brasil, revê um momento fundamental da história da arte e da história do MAM. São poucas as instituições culturais que podem, 70 anos depois, revisitar uma exposição que ela mesma realizou”, diz Elizabeth Machado, presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Artistas participantes

Anatol Wladyslaw, Geraldo de Barros, Hermelindo Fiaminghi, Judith Lauand, Kazmer Féjer, Leopold Haar, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Maurício Nogueira Lima e Waldemar Cordeiro.

Sobre o grupo Ruptura

Grupo Ruptura foi um conjunto de artistas que marcou o início do movimento de arte concreta em São Paulo, no Brasil. Criado em 1952, era liderado por Waldemar Cordeiro (também seu principal teórico) e composto, inicialmente, por Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Lothar Charoux, Kazmer Féjer, Anatol Wladyslaw e Leopold Haar. Depois da primeira exposição, Maurício Nogueira Lima, Hermelindo Fiaminghi e Judith Lauand passaram a integrar o grupo. Em seu manifesto, é proposta a “renovação dos valores essenciais da arte visual” por meio de pesquisas geométricas, aproximando arte e indústria, e combatendo o abstracionismo lírico entendido como expressão individual inadequada para o contexto da arte daquele momento.

 

Até 03 de julho.

Para Hilda Hilst

30/mar

 

 

A Biblioteca Mário de Andrade –  BMA, Praça da República, instituição da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, abre a exposição “3 X HILDA”, conceituada por Jurandy Valença e sob curadoria de Maíra Endo. A mostra é composta por 21 trabalhos em técnicas e suportes diversos como aquarelas, técnica mista, e pintura a óleo de Beatriz Abdalla, Egas Francisco, Olga Bilenky, desenhos originais de Hilda Hilst além de um exemplar original de Oswald de Andrade do livro “Poesias Reunidas”, 1 º edição com dedicatória.

No ano da comemoração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a Biblioteca Mário de Andrade abriga uma homenagem a Hilda Hilst (1930 – 2004), um dos nomes mais consagrados da literatura brasileira e herdeira do modernismo. Uma referência da literatura brasileira, Hilda Hilst não estava presente na Semana de 22 mas sua relação com o modernismo é palpável. Conheceu e tornou-se amiga de Oswald de Andrade nos anos de 1920 e, anos depois, é por ele citada mesmo antes de publicar seu primeiro livro. O espírito estava presente.

A exposição “3 X Hilda” exibe uma característica de Hilda pouco conhecida: “a da escritora que também desenhava e que manteve em vida uma estreita aproximação não só com as artes visuais mas com vários artistas com os quais conviveu desde a década de 1950”, explica Jurandy Valença. Aos cinco desenhos de sua autoria, juntam-se imagens, desenhos e pinturas de autoria de três artistas visuais, de diferentes gerações: Beatriz Abdalla, Egas Francisco e Olga Bilenky, os dois últimos a conheceram e com ela conviveram.

Na mostra, Hilda Hilst é exibida por ângulos diferentes, vertentes mais delicadas, humanas e carinhosas. Olga Bilenky, amiga que com ela manteve contato desde os anos 1970 até sua morte, hoje mora e trabalha na Casa do Sol – sede do Instituto Hilda Hilst, e sua pintura com cores fortes e mais escuras apresenta animais, mandalas, a casa com seus muros e jardins, trazendo uma Hilda mais íntima. As pinturas de Egas Francisco, expressionistas, registram além do retrato da autora, pois “elas também parecem atravessar sua carne para alcançar a alma”, explica Valença. E por fim Beatriz Abdalla, mineira radicada em Campinas, não conheceu Hilda em vida, mas após uma imersão de sete meses em sua obra criou uma série de desenhos feitos com aquarela, nanquim, lápis de cor e caneta, itens semelhantes aos usados por Hilda. “Beatriz evoca o universo mágico, alquímico e cabalístico da autora, exibindo uma Hilda Hilst que sempre teve a escrita como uma grande alquimia”, elucida Jurandy Valença.

No dia da abertura de “3 X HILDA” a BMA apresenta mais um evento:

Das 11 às 13hs, uma conversa aberta ao público com participação dos três artistas convidados – Beatriz Abdalla, Egas Francisco, Olga Bilenky – e curadora – Maíra Endo, com mediação de Roberta Ferraz. Na ocasião, vão dialogar sobre a relação e convivência com a autora homenageada, e como ela influenciou e inspirou suas respectivas produções.

Complementando com ações sobre o tema, nos dias 13 e 27 de abril, sempre às 19h, será exibido o filme “HILDA HILST PEDE CONTATO”, com direção de Gabriela Greeb. Misturando diferentes estilos narrativos, ficção com realidade e de forma não linear, o filme explora o cerne do pensamento hilstiano e diferentes elementos da obra da autora. Hilda Hilst, poeta paulista falecida em 2004 e uma das mais importantes vozes da literatura brasileira, volta para a Casa do Sol, chácara onde vivia em Campinas, e convida intelectuais, pensadores, poetas e amigos para um encontro com o objetivo de estabelecer contato entre os vivos e os mortos.

 

De 02 de abril a 01 de maio.

 

 

Lenora de Barros no MAM-SP

29/mar

 

 

A partir do dia 02 de abril, o MAM-SP, Parque do Ibirapuera, apresenta a instalação “Retromemória” de Lenora de Barros, trabalho desenvolvido especialmente para a Sala de Vidro a convite de Cauê Alves, curador chefe do museu.

A instalação estabelece um diálogo direto com a obra Spider (Aranha), concebida por Louise Bourgeois em 1996, que foi exibida no MAM São Paulo por cerca de 20 anos nesse mesmo espaço.

Em “Retromemória”, as imagens refletidas pelos espelhos junto às palavras escritas com a mão direita e esquerda simultaneamente, são fragmentadas em sílabas impressas em vinil formando a grande aranha de metal, que reflete a memória do local diante do seu diálogo artístico com Louise Bourgeois. O trabalho é composto também por uma instalação sonora que ecoa a voz da própria artista Lenora Barros, proferindo as palavras “memória”, “aranha”, “emaranha” repetidamente. Ao se entrelaçarem, essas palavras produzem novos sons e sentidos como uma teia dominando o espaço. O gráfico e o fonético da palavra se aproximam da dimensão verbivocovisual inventada pelo poeta irlandês James Joyce. O tratamento sonoro é assinado pelo compositor e produtor cultural Cid Campos.

Para o curador-chefe Cauê Alves, “…no momento em que o MAM apresenta em sua programação a segunda geração da arte moderna e a abstração geométrica, Lenora de Barros nos faz pensar sobre as obras que já foram exibidas no museu, nos ajudando a superar as perdas e enfrentar os desafios do presente.”

“A estrutura silábica representa esses fragmentos de memória, e no caso deste trabalho, remete diretamente à memória da Aranha de Louise. A expressão na caligrafia, na projeção de luzes e reflexos, além da dimensão sonora criada, formam essa teia pelo espaço expositivo”, comenta Lenora de Barros.

Três eventos

28/mar

 

 

Uma experiência compartilhada: Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo

A partir 29 de março, o público poderá visitar a nova exposição na galeria do Instituto Ling, Porto Alegre, RS. Trata-se de um recorte da “Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo”, resultado do projeto Artista Convidado, em atividade na instituição desde o ano de 2001, sob a coordenação do curador desta mostra, Eduardo Haesbaert, que foi assistente e impressor de Iberê Camargo (1914-1994). Em forma de residência, artistas de projeção nacional e internacional experimentaram a gravura, muitos deles pela primeira vez, e produziram obras inéditas criadas a partir de suas poéticas. A tradução dessa experiência é, agora, compartilhada, numa parceria entre o Instituto Ling e a Fundação Iberê Camargo, que apresentam vinte e sete artistas desse acervo, incluindo o próprio Iberê Camargo. As visitas acontecem com ou sem mediação. Em 29 de março, 10h30min.

 

Ciclo de debates

O Museu Depois

Ling aquece Noite dos Museus

No último encontro do ciclo de debates “O Museu Depois: qual será o papel das instituições culturais no pós-pandemia?”, o pesquisador e crítico de arte Paulo Herkenhoff e a diretora do IEAVi e do MACRS, Adriana Boff, serão os convidados para falar sobre as instituições culturais de hoje e amanhã. A mediação será do jornalista cultural Roger Lerina. O bate-papo será aberto ao público, no auditório do Instituto Ling. Para participar, basta fazer um breve cadastro em nosso site. As vagas são limitadas, de acordo com a capacidade do espaço. O encontro faz parte da programação “Ling Aquece Noite dos Museus”. Outras atividades já estão previstas nosso calendário da instituição. A entrada é sempre gratuita. Em 30 de março, 19h.

 

Guilherme Dable e Ricardo de Carli/Performance Sonora

Dentro da programação “Ling Aquece Noite dos Museus”, Guilherme Dable e Ricardo de Carli apresentam uma performance sonora inédita. Usando baixo, bateria, sintetizadores e outros objetos, a intervenção foi pensada especialmente para a galeria do Instituto Ling e dialogará com a exposição em cartaz. A atividade será aberta ao público. Para participar, basta fazer um breve cadastro no site do Ling. As vagas são limitadas, de acordo com a capacidade do espaço. O encontro faz parte da programação “Ling Aquece Noite dos Museus”. Entrada gratuita. 01 de Abril, 20h30min.

Adriana Varejão na Pinacoteca do Estado

25/mar

 

 

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta ”Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas (Adriana Varejão: Sutures, Fissures, Ruins), exposição panorâmica de Adriana Varejão, Rio de Janeiro, 1964. A mostra é a mais abrangente já realizada sobre o trabalho da artista, reunindo, pela primeira vez, um conjunto significativo de mais de 60 obras, desde 1985 até 2022.
O diretor-geral da Pinacoteca de São  Paulo,  Jochen Volz,  assina a curadoria da exposição. A seleção dos trabalhos propõe uma narrativa da obra de Adriana Varejão, uma das artistas brasileiras mais potentes da atualidade, que evidencia a diversidade e a complexidade de sua produção.
Sua obra põe em pauta o exame reiterado e radical da história visual, das tradições iconográficas europeias e das convenções e códigos materiais do fazer artístico ocidental. Desde suas primeiras pinturas barrocas, a superfície da tela nunca é mero suporte; ao contrário, é um elemento essencial da mensagem da pintura. O corte, a rachadura, o talho e a fissura são elementos recorrentes nos trabalhos da artista desde 1992, sem medo da ruptura e da experimentação.
A exposição evidencia essas características e o corpo de obras ocupa 7 salas da Pinacoteca assim como o Octógono. A curadoria inclui desde as primeiras produções, da década de 1980, quando artista ainda estudava na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, como as pinturas ”A praia”, “O fundo do mar” e “O Universo”, todas de 1985, até as recentes pinturas tridimensionais de grande escala da série ”Ruínas de charque”.
Inéditos
Para o Octógono, espaço central da Pinacoteca, serão apresentados 5 trabalhos dessa série. Dois inéditos que foram produzidos especialmente para esta exibição: ”Moedor” (2021) e ”Ruina 22″ (2022). Um terceiro destaque deste conjunto é ”Ruína Brasilis” (2021), generosamente doado pela artista para a coleção da Pinacoteca de São Paulo e esteve em sua última exposição em Nova York no ano passado.
Importante destacar que muitas das obras desta mostra tiveram pouca ou quase nenhuma visibilidade no Brasil, ganhando rumos internacionais quase que imediatamente após a sua realização. É o caso de “Azulejos” (1988), primeiro trabalho em que Varejão usa como referência um painel de azulejaria portuguesa, encontrado no claustro do Convento de São Francisco, em Salvador.
A tela, que pertence a uma coleção europeia, antecede os seus famosos “azulejos” que acabaram se tornando um fio condutor para tantas outras peças, aparecendo como suporte, geometria ou objeto pictórico. Dada a importância desta matéria em sua trajetória, uma das salas da exposição está   dedicada as pinturas influenciadas pela azulejaria portuguesa, entre outras a instalação “Azulejões” (2000) com 27 telas de 100x100cm cada uma.
“O que para mim é latente nesta mostra é a maneira como Adriana Varejão trabalha com a pintura pois, desde o início, ela segue uma direção que vai além da bidimensionalidade da tela, usa elementos que rompem a matéria; são frestas, cortes, vazamentos que descortinam uma situação e dão um novo significado, como por exemplo as “vísceras” e “carnes” que se derramam em muitos dos seus trabalhos”, afirma Jochen Volz.
Dentre as que mais exemplificam essa expansão física da obra para o espaço, são as da série das “3 grandes Línguas”, produzidas em 1998, que serão exibidas lado a lado pela primeira vez: ”Língua com padrão em X”, “Língua com padrão de flor” e “Língua com padrão sinuoso”.
Na exposição, as três Línguas são apresentadas ao lado das pinturas ”Comida” (1992), ”Azulejaria de cozinha com caças variadas” (1995) e ”Azulejaria de cozinha com peixes” (1995), entre outras. Num diálogo potente, o espectador se vê lançado entre o suporte, o fundo e as figuras das pinturas.
Em um dos períodos de relevo da mostra, entre 1992 e 1997, Adriana Varejão se dedicou ao que podemos chamar de uma série de ficções históricas, emprestando novos significados visuais a mapas, paisagens e interiores do passado colonial. Pode-se considerar que essas obras constituem a fase mais figurativa da trajetória da artista. Uma sala da exposição está dedicada a este conjunto de obras, entre elas se destaca a pintura ”Autorretratos coloniais” (1993) e, nela, a artista se apropria das tipologias de representação das “pinturas de castas” da América Espanhola para falar  de assuntos  relacionados à violência  da classificação racial.
A Pinacoteca de São Paulo e a exposição “Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas”  tem patrocínio da Siderúrgica Ternium, maior produtora de aço da América Latina e acionista da Usiminas  na cota Apresenta; B3 e Itaú na Cota Platinum; Mattos Filho e Verde Asset Management na Cota Ouro; Grupo Carrefour Brasil e Ageo na Cota Prata; e Magazine Luiza e Iguatemi na Cota Bronze.
De 26 de março a 01 de 01 de agosto.

Resgate da arte dos anos 1980

16/mar

 

A Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, anuncia para o dia 19 a inauguração da exposição “80’s” na Sala dos Pomares. Composta por mais de 30 artistas, esta mostra inédita resgata as transformações no campo das artes visuais na década de 1980. Com curadoria de Vera Chaves Barcellos e texto do historiador de arte José Francisco Alves, “80’s” abrange produções em desenho, pintura, escultura, gravura, colagem, serigrafia e videoarte. A mostra traz um diverso conjunto de trabalhos, destacando a renovação de linguagens tradicionais, como a pintura, a escultura e a gravura, além de experimentos audiovisuais, facilitados pelo crescente avanço dos meios digitais na época.

A profusão da arte nos anos 1980 reflete o contexto de abertura política e de valorização da cultura neste período, com o início do processo de democratização do Brasil e a criação do Ministério da Cultura, o MinC. Outro fator marcante foi a profissionalização do artista, impulsionada pelo incremento da arte universitária e pelo crescimento do mercado, com um maior número de galerias, ampliando a circulação de obras.

A exposição 80’s conta com obras da coleção da FVCB e de artistas convidados – na maioria brasileiros, mas também de estrangeiros radicados no Brasil ou vinculados ao cenário nacional. Entre os destaques estão as telas elípticas de Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, RJ, 1933), em que reavalia criticamente a história da pintura e seus próprios trabalhos; a figuração geométrica da obra de Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922 – São Paulo, SP 1991), com símbolos inspirados na cultura popular afro-brasileira; o expressionismo presente na obra de Maria Lidia Magliani (Pelotas, RS, 1946 – Rio de Janeiro, RJ, 2012); a pintura abstrata com cores intensas de Ana Alegria (Porto Alegre, RS, 1947); uma pintura sobre papel de Iberê Camargo (Restinga Seca, RS, 1914 – Porto Alegre, RS, 1994) e a tridimensionalidade em grandes proporções das esculturas de Patricio Farías (Arica, Chile, 1940).

Artistas da exposição

Alberto Luz | Alfredo Nicolaiewsky | Alphonsus Benetti | Ana Alegria | Anna Barros | Anna Bella Geiger | Antonio Dias | Carlos Pasquetti | Elaine Tedesco | Elida Tessler | Frantz | Hamilton Viana Galvão | Heloisa Schneiders da Silva | Iberê Camargo | Ione Saldanha | Karin Lambrecht | Lenir de Miranda | Lenora de Barros | Lucia Koch | Luiz Gonzaga | Maria Lidia Magliani | Maria Lucia Cattani | Maria Tomaselli | Mario Azevedo | Mario Rohnelt | Marion Velasco | Mauro Fuke | Michael Chapman | Milton Kurtz | Patricio Farías | Regina Ohlweiler | Romanita Disconzi | Rubem Valentim | Rufino Mesa | Sonia Moeller | Tatiana Pinto | Vera Chaves Barcellos | Wilson Cavalcanti.

Transporte gratuito
Saída no sábado, 19/03, às 10h30, em frente ao Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº – Centro Histórico de Porto Alegre).
Inscreva-se pelo e-mail educativo.fvcb@gmail.com ou pelo telefone (51) 98229-3031, informando nome completo e número do RG.

Visitação até o dia 23 de julho.

 

Seminário para Magliani

15/mar

 

 

A trajetória e a obra da artista plástica, pintora, desenhista, escultora e gravadora Maria Lídia Magliani (1946 – 2012) serão temas de dois encontros, uma parceria entre o Instituto Ling e a Fundação Iberê Camargo, ambos em Porto Alegre, RS. A programação acontece entre os dias 19 e 21 de março, com transmissão pelos canais do YouTube das duas instituições. Foram convidados da exposição “MAGLIANI”, dentre outros, diversas personalidades da vida cultural local e nacional como palestrantes dos encontros como a curadora Denise Mattar, a jornalista cultural Angélica de Moraes, a artista plástica mineira Maria José Boaventura, os jornalistas Paulo Gasparotto, Juarez Fonseca, Omar Filho e Antônio Hohlfeldt, o marchand Renato Rosa, a pintora Romanita Disconzi, o diretor teatral Luís Artur Nunes e o dramaturgo Julio Zanotta Vieira. Este seminário faz parte da programação da exposição em homenagem à Magliani, em cartaz na Fundação Iberê Camargo em cartaz a partir do dia 19 de março.