Seminário para Magliani

15/mar

 

 

A trajetória e a obra da artista plástica, pintora, desenhista, escultora e gravadora Maria Lídia Magliani (1946 – 2012) serão temas de dois encontros, uma parceria entre o Instituto Ling e a Fundação Iberê Camargo, ambos em Porto Alegre, RS. A programação acontece entre os dias 19 e 21 de março, com transmissão pelos canais do YouTube das duas instituições. Foram convidados da exposição “MAGLIANI”, dentre outros, diversas personalidades da vida cultural local e nacional como palestrantes dos encontros como a curadora Denise Mattar, a jornalista cultural Angélica de Moraes, a artista plástica mineira Maria José Boaventura, os jornalistas Paulo Gasparotto, Juarez Fonseca, Omar Filho e Antônio Hohlfeldt, o marchand Renato Rosa, a pintora Romanita Disconzi, o diretor teatral Luís Artur Nunes e o dramaturgo Julio Zanotta Vieira. Este seminário faz parte da programação da exposição em homenagem à Magliani, em cartaz na Fundação Iberê Camargo em cartaz a partir do dia 19 de março.

 

A polissemia da arte

14/mar

 

Sentidos - Midrash

 

 

Com o patrocínio e parceria institucional do Midrash Centro Cultural, o Centro Cultural dos Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a mostra “SENTIDOS”.

A exposição, que reflete, experimenta a transversalidade e explora os sentidos polissêmicos da arte através das obras de Esther Bonder, Ana Coutinho, Flávia Fabbriziani, Márcio Atherino e Pry Oliveira, permanecerá em exibição até o dia 10 de abril. A curadoria é de Patricia Toscano.

A mostra é gratuita, livre para todas as idades.

 

Eleonore Koch no MAR

11/mar

 

 

A mostra “Eleonore Koch: Espaço Aberto”, no Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta pela primeira um conjunto de quase 150 obras da pintora. O Rio de Janeiro foi a cidade que abrigou a artista alemã, de origem judaica, por quase uma década, desse modo a cidade ganha a sua primeira retrospectiva dedicada à artista.
Eleonore Koch (1926 – 2018) chegou ao Brasil com a família aos 10 anos, fugindo do nazismo. Aqui, se tornou a única discípula do pintor Alfredo Volpi, mas desenvolveu um estilo independente. Tendo vivido em São Paulo, Rio de Janeiro e Londres, deixou um legado expressivo ao país que primeiro a acolheu.
Com curadoria de Fernanda Pitta, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, em colaboração com os curadores do MAR, Marcelo Campos e Amanda Bonan, a exposição reúne pinturas em têmpera – técnica que a pintora aprende com Volpi -, desenhos em pastel, carvão e guache, provenientes de diversas coleções.
Muitas haviam sido guardadas pela artista até sua morte e vieram a público com o leilão de suas obras, desejo que expressou em seu testamento. A seleção é completada por documentos, fotos e objetos, que ajudam o público a adentrar o universo de Eleonore Koch.“Na capital carioca, Eleonore Koch ganha características próprias, independentes de seu mestre Volpi, no que diz respeito aos seus temas e às suas estratégias artísticas. É também no Rio que Eleonore passa a trabalhar com a temática da paisagem, até então não muito explorada por ela”, diz a curadora Fernanda Pitta.
Artista ímpar, metódica e irreverente, perfeccionista e temperamental, mas sobretudo consciente de si e de sua prática, Eleonore Koch desenvolveu uma vasta produção ao longo de seus 93 anos. Menos de quatro anos após sua morte, suas obras começam a se tornar amplamente reconhecidas.
Até 1º de maio.

Para rever Portinari

 

 

A exposição “Portinari para todos” está em cartaz no MIS Experience e revisita a obra de um dos grandes ícones da arte do século 20 de uma forma inédita, proporcionando uma experiência imersiva no universo do artista.

A mostra é dividida em três áreas expositivas. A primeira traz sete instalações interativas para que o público conheça mais da vida e do legado do artista. Na sequência, o visitante ingressa na sala “Portinari imenso”, que possibilita a imersão nas obras, em escala monumental, de forma contemplativa e envolvente. O terceiro espaço contextualiza o acervo de Portinari e sua ligação com a cultura e história do país, reiterando a importância da preservação da memória do artista.

Com curadoria de Marcello Dantas, a exposição permite às novas gerações se envolverem com a potência, a diversidade e singularidade da obra de Portinari.

O MIS Experience fica na Rua Vladimir Herzog, 75 – Água Branca – São Paulo, SP. O local situa-se entre os bairros da Barra Funda e da Lapa. Para quem vem pela Marginal Tietê, o Museu está entre as pontes da Freguesia do Ó e Piqueri.

 

Até 10 de julho.

Magliani, restrospectiva na Fundação Iberê Camargo

10/mar

 

 

A artista visual Maria Lidia Magliani será homenageada pela Fundação Iberê Camargo com uma grande exposição que aborda 50 anos de produção.

“Não separo a artista da pessoa. Sou toda um mesmo nó – minha escolha é pintar, não saberia como ser de outro modo. Aparentemente fiz e faço muitas outras coisas, na verdade, todas partes de uma só, a pintura.” (1987)

No dia 19 de março, sábado, às 14h, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugura uma grande e inédita exposição de Magliani (1946-2012). “Magliani” reunirá cerca de 200 obras provenientes de mais de 60 coleções, incluindo os principais museus do Brasil como Museu de Arte do Rio, Museu Afro Brasil, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAC-USP, MAC-RS, Museu de Arte de Santa Catarina, MARGS, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Pelotas) e Fundação Vera Chaves Barcellos (Viamão). Com curadoria de Denise Mattar (SP) e de Gustavo Possamai (RS), a mostra inclui trabalhos desde a época de estudante – início dos anos 1960 – até 2012, ano de seu falecimento.

“A obra de Magliani é um desafio. Não é uma arte fácil, é feita para incomodar, para fazer refletir. A artista estava interessada nas questões humanas, nas relações entre os seres, nos problemas e no sofrimento inerente à existência: o desencontro, o desamor, a hipocrisia da sociedade, o medo da solidão. A apresentação de seu trabalho na Fundação Iberê Camargo, torna inevitável o paralelo com o pintor. Em 1993, Iberê disse: “Eu não nasci para brincar com a figura, fazer berloques, enfeitar o mundo. Eu pinto porque a vida dói”. Uma frase que poderia ser de Magliani, que, em 1997, escreveu: “Eu gostaria de dizer às pessoas que veem os meus quadros: !Sinto muito senhores, não é agradável’”, destaca Denise Mattar, que conheceu Magliani em 1987 quando era diretora técnica do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e a artista participara do Panorama de Arte Atual Brasileira. Mais tarde, em 2004, a curadora reencontrou a artista no Rio de Janeiro, onde fez a apresentação da exposição “Trabalho Manual”.

Como lembra Gustavo Possamai, responsável pelo acervo da Fundação Iberê Camargo: “Magliani foi uma artista rara e merece todo reconhecimento. Por isso, garimpamos e reunimos o máximo de obras possível, sem medir esforços. Promovemos a restauração de muitas delas, reunimos escritos e depoimentos seus e de quem escreveu sobre seu trabalho, revisamos e ampliamos sua cronologia. É nossa forma de contribuição para a redescoberta de seu trabalho.” Possamai conta que, durante o processo de pesquisa, foi encontrada uma carta de Iberê Camargo para Magliani, datada de 1992, na qual o pintor escreveu: “Nós dois temos a mesma meta, o mesmo ideal, a mesma devoção. Haveremos de deixar nossos rastros neste chão em que nascemos.” Um depoimento precioso que reitera a oportunidade dessa exposição.

“…pinto a solidão no meio da cidade… a solidão do consumo”

Nascida em 25 de janeiro de 1946, em Pelotas, RS, Magliani passa a residir com a família em Porto Alegre, com 4 anos de idade. As informações sobre a família são esparsas. Seu avô era italiano, decorador de paredes; o pai servidor público e a mãe era do lar. A artista, apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela família, desde a adolescência gostava de ler, ouvir música, cinema, teatro, desenhar e de pintar.

Magliani formou-se em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS, mas se autodenominava pintora: “…artista plástico faz muita coisa; eu só pinto, desenho, gravo, tudo derivado da pintura”. Apesar da afirmação, ainda na década de 1960, trabalhou em teatro, ilustrando capas de programas, fazendo cenografia e atuando em peças, como “As Criadas” (1969), de Jean Genet, “A Celestina” (1970), de Fernando Rojas, e “O Negrinho do Pastoreio” (1970), de Delmar Mancuso, nesta última como protagonista. A artista também se interessava por moda, e apreciava customizar, costurar e tricotar o que vestia.

Outra área de atuação foram os jornais, onde trabalhou, nos anos 1970, como diagramadora e ilustradora, ofício retomado em algumas mudanças de cidade posteriormente. Os jornais foram Folha da Manhã, Diário de Notícias, Zero Hora e Folha de São Paulo, entre outras participações e ilustrações.

Magliani deixou de residir em Porto Alegre em 1980, morou em São Paulo, em Tiradentes, Cabo Frio e no Rio de Janeiro, mas nunca se desligou nem de Porto Alegre e nem de sua terra natal, Pelotas, realizando regularmente exposições nessas cidades.

Sua produção é intensa e vigorosa e a exposição apresenta um panorama bastante consistente de seus trabalhos. A mostra é complementada por uma publicação dividida em dois volumes: o primeiro concebido como um catálogo de obras, e o segundo reunindo entrevistas e textos de Magliani, cartas, textos sobre ela de autores como: Carlos Scarinci, Teniza Spinelli, Celso Marques, Angélica de Moraes, Maria Amélia Bulhões, entre outros.

Reunindo um volume significativo de obras, a exposição apresenta trabalhos de todo o percurso de Magliani, organizados de forma cronológica e mostrando as alterações que sua obra foi sofrendo ao longo dos anos. Para compartilhar com o público a instigante personalidade da artista e sua multiplicidade, o trajeto da mostra é complementado com algumas frases e fotos da artista em vários momentos de sua vida. Na sequência são apresentadas pinturas do início de sua carreira, de 1964 a 1967, caracterizadas por um clima melancólico e lírico, com a inserção das frases poéticas riscadas sobre a tinta: “A espera do canto”, “O mesmo corpo com som de primavera”, “Autoretrato na nuvem”, “Eu tenho a flor”, e “Eu sou a inútil pureza nascida de dois silêncios” são algumas delas.

Em 1968 há uma mudança significativa na obra da artista, na qual ela se descreve como uma “delatora do desencontro”. É uma fase de passagem, influenciada pela pop art com trabalhos, como “Segundo canto para o amigo triste” e “As portas fechadas da cidade”. Um período difícil da Ditadura militar e a convivência com a Censura nas redações influencia a obra de Magliani. Seu repertório torna-se mais drástico, e, em 1976, ela faz a exposição “Anotações para uma história”, no MARGS. Foi um choque! A sociedade gaúcha não estava preparada para o que viu. No ano seguinte, levou ainda mais longe sua proposta realizando a série “Ela”, com grotescas mulheres seminuas, imensamente gordas, que ela considerava uma espécie de retrato interior da humanidade, e dizia: “Minha intenção é fazer a figura sair da tela, se derramar por cima da gente, sufocando”. A série, muito bem representada na retrospectiva, chamou a atenção dos críticos Jacob Klintowitz e Marc Berkowitz e foi determinante para a mudança da artista para São Paulo. Antes de ir embora, realizou na Galeria Independência, em Porto Alegre, a exposição “Brinquedo de armar”, reunindo desenhos e pinturas, sobre as quais dizia: “Acho que a mulher é o brinquedo mais armado e desarmado constantemente. Mas considero que todo mundo é, ou pode ser, um brinquedo de armar.”

O período de 1980 a 1988, o mais marcante da carreira da artista, coincide com o tempo em que ela residiu em São Paulo. Lá produziria as séries “Retratos falados”, “Crônica do amanhecer” e “Discussões com Deus”. Abandonando os tons sépia, passa a usar cores vibrantes e ácidas; mescla lápis de cor, de cera, pastel, grafite e até materiais de maquiagem, como corretivo e delineador, e muda o tratamento da pintura, usando a tinta acrílica e adotando pinceladas ágeis e gestuais, como traços de desenho, num processo que imprime movimento ao trabalho. É um momento no qual a obra de Magliani conversa de perto com a de Francis Bacon, atingindo o ápice de contundência e visceralidade da pintora. Retorcidos e distorcidos, corpos e rostos se desfazem e refazem, em movimentos bruscos.

Seus trabalhos são apresentados no Panorama do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Bienal Internacional de São Paulo, e, em 1987, Evelyn Ioschpe promove no MARGS uma mostra de caráter retrospectivo: “Auto-retrato dentro da jaula”. Dez anos depois Magliani foi acolhida pelo público de sua cidade como uma estrela, a mais importante artista gaúcha de sua geração. O público poderá ver novamente todas essas séries, hoje integrando coleções de museus como Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM-SP e MAC-USP.

Em 1989, ela já estava cansada da violência e da poluição e queria fazer pinturas em um lugar mais tranquilo. Escolheu a pequena e histórica Tiradentes, MG. Lá, suas pinturas revelaram a solidão das montanhas, retomando os tons terrosos, nas séries “Em Gerais”, “Madrugada insone” e “Acumulações”. A artista também desenvolve, nesse período, uma série de cabeças, que são esculturas em madeira e papier machê.

Em 1997, mais uma mudança, agora para o Rio de Janeiro, mais especificamente o bairro de Santa Tereza. Passou a frequentar o Estudio Dezenove, onde conhece o artista Julio Castro.

Em 1999, Magliani retornou a Porto Alegre, onde ministrou algumas aulas e oficinas de pintura e papier machê. A passagem pela capital gaúcha durou um ano. No ano 2000 voou para o Rio de Janeiro. Com tantas mudanças a produção de Magliani diminui, mas há séries marcantes nesse período: “Acumulações” e “Alfabeto”, trabalho que deriva para as figuras recortadas das séries “Retratos de Ninguém” e “Todos”. A partir de 2009 é intensa sua produção de gravuras, impressas no Estudio Dezenove. “Um dos sonhos”, “Fábula”, “Da noite” e “O poeta” são algumas delas. Curiosamente, ao lado desse mergulho no universo monocromático, denso e expressionista da gravura, Magliani desenvolve a série mais colorida e lúdica de toda a sua carreira. São pinturas realizadas em estridentes cores acrílicas, recortes em madeira e objetos. Uma parte desse conjunto, sob o título “My baby just cares for me”, apoiada em gravação da cantora Nina Simone, foi apresentada em exposição individual no Museu Imaginário, em Bruxelas, Bélgica.

Todos esses momentos, apresentados em conjunto, revelam com clareza a excelência da obra de Maria Lídia Magliani, que começa a ser redescoberta também internacionalmente.

Magliani humanista

Apesar de pessoalmente engajada na luta pelos direitos humanos, Magliani não admitia que sua obra fosse interpretada como política ou identitária. Era intransigente nessa questão. São muitas as declarações dela a esse respeito. “Meu interesse é pelo que as pessoas sentem, não pelo que elas pensam […] Tenho preocupação com a vida, com a humanidade em geral. Nada a ver com raça específica, religião, nada. Uma coisa que é comum a todo mundo. A essência humana é igual para todos. O que interessa é isso. Todos os outros acréscimos: nacionalidade, cor, ideologia, credo, preferência sexual, time de futebol, tudo isso é acessório.”

Dentro dessa atitude de defesa da autonomia da sua obra, acima de qualquer circunstância, está também a rejeição a todo tipo de abordagem referenciando seu trabalho à Negritude. “Por que sempre me perguntam como é ser negra e ser artista? Ora, é igual ao ser de qualquer outra cor. As tintas custam o mesmo preço, os moldureiros fazem os mesmos descontos e os pincéis acabam rápido do mesmo jeito para todo mundo.”  A posição de Magliani sempre foi candente nessa questão, e ela afirmava, desassombradamente, que era contrária a guetos. Na publicação da UFRGS, “Nós, os afro-gaúchos”, de 1997, fez a seguinte declaração, quase um manifesto: “Sou brasileira, nascida no Rio Grande do Sul. Isto é o bastante. Não quero escolher uma raça em função da cor da minha pele. Não quero ser fatiada, dividida em porções, me aceito como soma.”

Uma lutadora, sem medo de desafios, que, entre divertida e séria, dizia: “Minha mãe falava: ‘Não se pode dar um passo maior que as pernas.’ Então vou ficar sentada, não vale a pena caminhar? Qual é a graça? Dar um passo maior que as pernas sempre. Romper expectativas, e os estereótipos principalmente.” Maria Lídia Magliani faleceu em de 21 de dezembro de 2012, no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardíaca.

 

Tarsila, pioneira em Paris

 

Pionnieres - Musee - du - Luxembourg

 

O Musée du Luxembourg, Paris, França, apresenta o trabalho de 45 artistas , 45 pintoras, escultoras, diretoras de cinema, cantoras, designers. De Suzanne Valadon a Tamara de Lempicka, a Mela Muter, Anton Prinner e Gerda Wegener, a Paris dos loucos anos 20 volta à vida em toda sua exuberância e riqueza, em formas tão múltiplas quanto fascinantes. E entre elas, a brasileira Tarsila do Amaral.

A exposição oferece uma visão global sobre o empoderamento das mulheres dos loucos anos 20. Das operárias fabris às lutas políticas pelos  direitos das mulheres, ao  empoderamento das artistas femininas e ações identitárias, todas as lutas que movimentaram as  classes feminista e feminina são exibidas, e essas mesmas lutas ainda são atuais, um século depois.

Fauvismo, abstração, cubismo ou surrealismo, dança, arquitetura, design, literatura e até ciências: essas mulheres pioneiras tomaram conta de todos os gêneros, sem colocar limites à sua arte.

Em Paris, na década de 1920, os códigos existenciais estão desmoronando com as festas noturnas . O Quartier Latin, Montparnasse e Montmartre são lugares de exuberância e liberdade: um terreno fértil para essas mulheres que querem conquistar o mundo das artes.

Esses artistas promovidos pelo Musée du Luxembourg lideraram grandes movimentos de arte moderna, embora seus papéis tenham sido esquecidos ou deixados de lado. O museu parisiense acolhe 100 anos depois esta exposição para dar-lhes o seu lugar de direito na história da arte.

Esses trabalhos feitos por mulheres pintoras, escultoras ou fotógrafas mostram a luta dessas mulheres por seu empoderamento. Tinham ateliês, galerias, editoras, retratavam descaradamente corpos nus, reivindicavam o direito de vestir, casar ou amar quem quisessem, sem ter que se prender às algemas que explodiam com um pincel.

O Musée du Luxembourg continua sua programação cultural com foco em artistas femininas, e estamos muito felizes com isso. Com sua nova exposição, chamada “Pionnières. Artistes d’un nouveau gênero dans le Paris des années folles” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20 – o museu nos leva a um mundo ainda desconhecido, mas infinitamente rico. Para descobrir de 2 de março a 10 de julho de 2022.

O Musée du Luxembourg ilumina os artistas dos loucos anos 20 com sua nova exposição. Pinturas, esculturas, fotografias, filmes, obras de arte têxteis e literárias: nenhum gênero artístico foi deixado de lado por essas mulheres multitalentosas que não pensaram duas vezes em abrir mão dos padrões de seu tempo para inovar.

Até o dia 10 de julho, corra e descubra “Pionnières. Artistes d’un nouveau genre dans le Paris des années folles ” – Pioneiras. Artistas de um novo tipo na Paris dos loucos anos 20. Esta exposição mostra mulheres que, pela primeira vez no início do século XX, puderam frequentar uma grande escola de arte e desfrutar de um ensino de arte que até então era apenas para homens.

Chagall no CCBB Rio

08/mar

 

 

O Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Marc Chagall: Sonho de amor”. A exposição apresenta a trajetória de vida e obra do pintor Marc Chagall (1887-1985), que marcou as artes no século XX com a criação de um universo único, pautado pelo lirismo e pelo uso revolucionário de formas e cores. São mais de 180 obras, produzidas entre 1922 e 1981, através de pinturas, aquarelas e gravuras que abrangem seus temas mais caros: a infância e a tradição russa, o sagrado e suas representações, o amor e o mundo encantado nas ilustrações das Fábulas de La Fontaine. As obras são provenientes de coleções do exterior e de acervos museológicos brasileiros. A curadoria é de Dolores Duràn Ucar.

Até 06 de junho.

Livro de Fernando Limberger

07/mar

 

A palavra do artista

 

 

Agradeço ao Museu da Cidade SP, através de Marcus Cartum, Henrique Siqueira, Monica Caldiron e Gabriela Rios, à Automática Produtora, através de Luiza Mello, Marisa S. Mello e Mariana Schincariol de Mello, pela produção do catálogo da exposição RELICTO, realizada no Beco do Pinto e Casa da Imagem, em 2020 e 2021. Agradeço, também, ao Everton Ballardin pelas imagens, e aos Guilerme Wisnik, Ricardo José Francischetti Garcia e Marcelo Zocchio pelos textos, e, ainda, à Monique Shenkels pelo projeto gráfico. Estou muito feliz com a publicação. Lembro que o jardim Retomada permanece no quintal da Casa da Imagem até 2025. Venham observar o desenvolvimento das plantas sentados no banco especialmente criado por marcenaria quiari.

Livro

 

Apresentando ensaios de Guilherme Wisnik, Ricardo José Francischetti Garcia, Marcelo Zocchio e Everton Ballardin, o livro “Relicto” apresenta em textos e imagens a exposição homônima de Fernando Limberger realizada entre 2020 e 2021 na Casa da Imagem e no Beco do Pinto, São Paulo. Em um exercício arqueológico que proporciona o encontro do espectador com “relictos”, elementos remanescentes que resistiram a um processo de transformação ambiental, o artista tensiona a relação entre o crescimento urbano e o apagamento da história da cidade, destacando na paisagem vestígios que testemunham a permanência de um tempo anterior à configuração urbana atual de São Paulo. Conheça esse projeto e passeie pelas instalações “Cinzas”, “Verde Infinito” e “Retomada”, a partir desta publicação de distribuição gratuita editada pela Automatica.

Volpi popular no MASP

23/fev

 

 

“Volpi popular” é a terceira de uma série de exposições que o MASP, Paulista, São Paulo, SP, organiza em torno de artistas modernistas brasileiros canônicos do século 20 que empregam referências populares ou vernaculares em seus trabalhos. Em 2016, o MASP organizou “Portinari popular” e, em 2019, “Tarsila popular”.

Alfredo Volpi nasceu em Luca, Itália, 1896 e faleceu em São Paulo, Brasil, 1988, é um artista central da arte brasileira do século 20 e sua pintura é caracterizada por um repertório único de experiências e influências que mesclam tradições modernas e populares, incluindo interesses como: o trabalho artesanal, as festas populares, os temas religiosos e as fachadas da arquitetura colonial e vernacular brasileira.

De família de origem trabalhadora, o artista migrou ainda criança para São Paulo e sua produção inicial era voltada para paisagens urbanas e rurais, distantes do estilo que marcaria sua obra. Na década de 1950, Volpi começou a sintetizar suas composições, tornando sua figuração cada vez mais geometrizada, com padrões, formas e temas recorrentes – como suas famosas bandeirinhas, mastros, faixas, fachadas e ogivas – que desenvolveu até o final de sua carreira.

Assim, a sua obra passou a ganhar as características formais que tanto o tornaram conhecido, com a sua pintura de espaços planificados, com campos cromáticos bem definidos, mas com contornos irregulares, marcados pelo uso sensível e sutil da cor, e pela textura áspera da sua têmpera.

Nesse sentido, a mostra de caráter panorâmico abrangerá diversos períodos da carreira do artista e contará com cerca de 100 pinturas. A exposição foi organizada em torno do contínuo interesse de Volpi pelos temas do imaginário popular brasileiro e estruturada em seções temáticas, como paisagens do campo e do mar; fachadas; bandeiras e mastros; representações religiosas; festas populares; e retratos.

Acompanhando a mostra, será publicado o mais amplo catálogo sobre o artista num único volume, com ilustrações de todas as obras exibidas e mais. O livro conta com textos escritos especialmente para a ocasião por Adele Nelson, Antonio Brasil Jr., Aracy Amaral, Kaira Cabañas, Nathaniel Wolfson, Sônia Salzstein e Tomás Toledo, uma nota biográfica escrita por Matheus de Andrade, e duas entrevistas históricas com o artista feitas por Mario Pedrosa e Walmir Ayala. A publicação em capa dura conta com design de Paulo Tinoco, do Estúdio Campo, duas edições separadas na língua portuguesa e inglesa, e distribuição internacional por meio de Karen Marta Editorial Consultant e Distributed Art Publishers, nos Estados Unidos.

A curadoria é de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP e Tomás Toledo, curador-chefe, MASP.

Até 05 de junho.

Cores e formas de Abdias Nascimento

 

Artista, intelectual, ativista político, pintor, dramaturgo, ator, escritor e diretor, Abdias Nascimento (1914 – 2011), foi uma figura multifacetada e fundamental da história do Brasil e estará com mostra monográfica no MASP, Paulista, São Paulo, SP. Intitulada “Abdias Nascimento: um artista panamefricano”, trata-se de uma exposição fundamental em torno de sua produção artística e enfatiza sua contribuição para a pintura brasileira. A mostra reunirá cerca de 60 trabalhos de sua fase mais profícua – desde o início de sua produção em 1968 até o ano de 1998 – e enfatizará o repertório de ideias, cores e formas do movimento pan-africanista, com noções, fontes e imaginário latino-amefricano – como cunhou Lélia Gonzalez (1935 – 1994) para se referir à experiência negra na América Latina.

Em 1968, ano que marca o início de sua produção de pinturas e sua mudança para os Estados Unidos, Nascimento já era nome laureado no Brasil, tendo participado da formação da Frente Negra Brasileira, movimento e depois partido político da década de 1930; da fundação do Teatro Experimental do Negro, o TEN, uma das mais radicais experiências de dramaturgia do país, nos anos de 1940; realizado o concurso “Cristo de Cor”, com a participação de artistas diversos, como Djanira, para a representação de um Jesus negro, em 1955; e idealizado o Museu de Arte Negra, na década de 1960, cujo acervo é referência nos debates sobre museus e comunidades.

Seus trabalhos de artes visuais foram mais celebrados em solo estadunidense, onde realizou exposições no conceituado Studio Musem Harlem, em Nova York, no Fine Arts Museum, em Syracuse, e na Crypt Gallery (da Universidade de Columbia). No Brasil sua faceta artista ainda precisa ser afirmada – esta é também uma das razões para esta mostra e o catálogo que a acompanha.

A curadoria é de Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP e Tomás Toledo, curador-chefe, MASP.

 

Até 05 de junho.