Ozi, 35 anos de Street Art

17/ago

 

 

 

Artista pioneiro do graffiti, Ozi expõe obras que remontam a história da Street Art no Brasil. O Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e Museu da Cidade de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresentam “Ozi Stencil – 35 anos de Street Art”, sob a curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Com mais de 100 trabalhos nos mais variados suportes – tapumes, telas, madeiras, metais, objetos de uso doméstico, latas de spray e outros itens – utilizados por Ozi em sua trajetória de décadas – pinturas, esculturas, readymades – a mostra preenche todos os espaços do casarão da Chácara Lane, à Rua da Consolação, 1024.

 

 

“A ocupação de cada andar do museu terá uma obra em grande formato, com o propósito de trazer o mesmo impacto que os trabalhos do artista causam nas ruas da cidade”, diz o curador.

 

 

A parceria de doze anos entre artista e curador torna possível apresentar um importante recorte de inventário de parte valiosa da história da Street Art brasileira, com documentos, registros fotográficos, documentários, estudos e obras de Ozi, que datam desde a década de 1980 até o período atual, com trabalhos mais recentes e inéditos.

 

 

“Esta exposição proporciona uma viagem nas mais de três décadas de trabalho do artista, na qual é possível perceber as variadas formas de aplicação do estêncil, sem deixar de se conectar diretamente com a sua atuação nas ruas”, explica Teobaldo.

 

 

Além desses trabalhos, com “Alices”, “Shirleys” e “Monalisas”, será exibido um conjunto de matrizes de estêncil dos itens mais emblemáticos da carreira do artista, criados entre 1984 e 2015. Estarão expostas matrizes originais dos trabalhos da série “Museu de Rua”, com referências a artistas como Anita Malfatti, Van Gogh, Di Cavalcanti, Roy Lichtenstein e Picasso. A biografia do artista é apresentada em dois vídeos que reúnem depoimentos do artista e de parceiros de trabalho. Do acervo de documentação pessoal, são exibidas imagens históricas dos primeiros grupos de grafiteiros e suas intervenções em São Paulo.

 

 

A Street Art no Brasil surgiu em meados dos anos de 1970, em São Paulo, durante o período da ditadura militar, com Alex Vallauri, que reuniu outros artistas como Carlos Matuck, Waldemar Zaidler e Hudinilson Jr., e posteriormente John Howard, Júlio Barreto, Ozi, Maurício Villaça e o Coletivo Tupy não Dá. Esse grupo trouxe a arte para as ruas e escreveram parte importante da história da cena urbana brasileira, dentre eles Ozi.

 

 

 “Inserido naquela atmosfera libertária e precursora, Ozi viu a oportunidade de criar livremente, lançando mão de recursos da sua formação publicitária para produzir um repertório fascinante, privilegiando a cultura Pop que desde então, não tem aliviado ninguém em suas críticas inteligentes e repletas de bom humor”, explica o curador.

 

 

Em 1984, Mauricio Villaça abriu as portas de sua casa, transformando-a na galeria Art Brut, que se constituiu em um espaço da cena underground da época e acolheu artistas visuais e performáticos, poetas e toda sorte de visitantes atraídos por aquela nova forma de pensamento artístico. Foi a partir do encontro destes artistas, que se iniciou uma série de intervenções e ações públicas na capital paulistana, que fariam história na constituição do graffiti brasileiro.

 

 

“Com essa mostra, será possível passar um olhar tanto na produção de estúdio, como em minha atuação pelos quatro cantos da cidade, como artista de arte urbana” define Ozi.

 

 

Sobre o artista

 

 

 Ozi, Ozéas Duarte nasceu em 1958, São Paulo, SP. Paulistano, faz parte da primeira geração do graffiti brasileiro, quando na década de 1980 iniciou suas primeiras intervenções urbanas, junto com Alex Vallauri e Maurício Villaça. Desde então, vem desenvolvendo sua pesquisa sobre a técnica de estêncil, criando suas obras a partir de uma estética Pop. Durante sua trajetória profissional, participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior. Seus trabalhos figuram em publicações nacionais e estrangeiras. O artista nunca parou de estudar e hoje é pós-graduado em História da Arte pela FAAP. A ligação de Ozi com Vallauri se transformou recentemente em uma homenagem, com o projeto MAR – Museu de Arte de Rua, da Secretaria Municipal de Cultura, com a pintura de mais de 30 metros de altura em uma empena de um prédio, na altura da Praça Princesa Isabel, com um dos personagens mais icônicos de Alex Vallauri, a “Rainha do Frango Assado”.

 

 

Sobre o curador

 

 

Marco Antonio Teobaldo nasceu em 1958, Curitiba, PR. Jornalista, curador e pesquisador. Mestre em Curadoria e Novas Tecnologias pela Universidad Ramón Llull, de Barcelona, Espanha. Desde 2007, vem trabalhando como pesquisador e curador de Artes Visuais, com especial atenção à Street Art. Junto com o artista visual Eduardo Denne, idealizou o Parede – Festival Internacional de Pôster Arte, em 2008 e 2010, no Rio de Janeiro, que reuniu em sua última edição 175 artistas de diferentes partes do mundo. Atualmente, Marco Antonio Teobaldo dirige a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea (Região Portuária do Rio de Janeiro), situada em um dos mais importantes sítios arqueológicos da Rota dos Escravos (Unesco), onde realiza propostas curatoriais com artistas brasileiros, reunindo mídias tradicionais (pintura, desenho e escultura), fotografia, novas tecnologias (vídeo, arte sonora e arte digital), arte urbana e performance. É também curador residente do Museu Memorial Iyá Davina, na Baixada Fluminense, com exposição permanente sobre a história e memória do candomblé no Rio de Janeiro, por meio de uma rara coleção de objetos sagrados e documentos que datam desde o final do Século XIX, até a década de 1980.

 

 

O MCSP/Chácara Lane

 

 

O Museu da Cidade de São Paulo é um complexo cultural museológico, composto por uma rede de treze edificações históricas, construídas entre os séculos XII e XX, distribuídas nas várias regiões do território. Propõe por meio de seus acervos e exposições, se consolidar como um espaço de reflexão que tem como objeto permanente de estudo a cidade de São Paulo, no qual o indivíduo possa conhecer sobre a diversidade e especificidade da maior cidade do hemisfério sul.  A Chácara Lane é uma das edificações históricas e é remanescente de uma antiga chácara paulistana construída no final do século XIX e uma importante referência histórica para a memória dos assentamentos urbanos na cidade. Naquele final de século os moradores mais abastados possuíam, além da sua moradia no núcleo urbano central, chácaras localizadas em áreas próximas do centro da cidade ou nos seus arrabaldes para o lazer familiar. Desde 2012, abriga o programa curatorial Gabinete do Desenho, que busca apresentar o esboço como raciocínio criativo.

 

 

Produção Executiva: NU Projetos de Arte – Nathalia Ungarelli

Coordenação de produção: Heloisa Leite

Governo Federal, Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura – ProAC Expresso/Lei Aldir Blanc

 

 

De 21 de Agosto até 19 de Setembro.

 

O cigarro “Marca Diabo” em exposição

16/ago

 

 

Simões Lopes Neto e o cigarro “Marca Diabo” ganham exposição na Biblioteca Pública do Estado. Lançado em 1901, o cigarro é um dos empreendimentos mais originais do escritor. A Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul (BPE), umas das instituições pertencentes à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), convida para a exposição “Simões & Cia.: os 120 anos do cigarro Marca Diabo”.

 

A mostra integra a programação comemorativa aos 150 anos da Biblioteca e pode ser vista até 27 de agosto, das 10h às 17h, com entrada franca. Faz parte da instalação a projeção do vídeo documentário “Diavolus Registrada: 120 anos da “marca diabo” de Simões Lopes Neto”, de autoria de Emerson Ferreira. Com curadoria de Cláudia Antunes – jornalista, pesquisadora e servidora da BPE, e vídeo documentário e design de Emerson Ferreira – artista visual e designer, o projeto conta a história deste que é um dos empreendimentos mais curiosos do escritor João Simões Lopes Neto (1865 – 1916): o cigarro Marca Diabo.

 

 

A mostra foi pensada em dois ambientes: no primeiro haverá uma instalação de uma tabacaria do século XIX, com vários artigos de fumo e cigarros do Rio Grande do Sul, de 1900. Para isso, foi feita uma pesquisa sobre marcas de cigarros da época existentes em Porto Alegre, Rio Grande e Pelotas. As embalagens serão reproduzidas e expostas, assim como tudo que envolve o universo do “Diavolus”, descrito nos jornais da época. No segundo ambiente estarão as fontes originais, pertencentes a colecionadores particulares e aos acervos do Museus Julio de Castilhos e do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, também pertencentes à SEDAC, em um exercício de transversalidade institucional. Morgana Marcon, diretora da Biblioteca, explica que “… a Biblioteca Pública possui no seu acervo os originais do teatro e as primeiras edições das obras de Simões. Esse projeto irá complementar a sua biografia, dando a oportunidade de mostrar ao público uma outra face do escritor, ainda desconhecida. Para a secretária da Cultura, Beatriz Araujo, “…a exposição é um exemplo de cooperação das instituições que integram a Sedac, no esforço de difundir a cultura do nosso Estado.”

 

 

Visitação

 

 

Para que o público possa aproveitar a exposição, além das práticas usuais de segurança, como uso de álcool gel, máscaras e distanciamento, a entrada será controlada para evitar aglomerações. Visitas guiadas podem ser agendadas pelo e-mail agendamento.bpe@gmail.com ou pelos telefones (51) 3224-5045 / 3225-9426 e WhatsApp: (51) 985949135. A Biblioteca Pública está localizada no Centro Histórico de Porto Alegre (Rua Riachuelo, 1190) e funciona de segunda a sexta, das 10h às 17h.

 

 

O cigarro Diavolus

 

 

Há exatamente 120 anos era anunciada na imprensa pelotense a venda dos cigarros Diavolus, da fábrica de fumo Simões & Cia. O cigarro trazia estampada a figura de um diabinho, em contraste com as marcas da concorrência, todas com nomes de santos. Em 1901, a firma Simões & Cia inaugurou a fábrica de fumos e cigarros Marca Diabo. A fábrica produzia os cigarros União Gaúcha, General Osório, Dr. Berchon, Clube Caixeiral, Macanudos, Coió e Mirim e anunciava “fumos crespos e caporais, em pacotinhos e frisos nos cabeços”, com reclames nos jornais de Pelotas. O cigarro durou apenas cinco anos. Mesmo com vida curta, a marca Diavolus participou de diversas exposições nacionais e estrangeiras, chegando a levar a medalha de prata, em 1904, na exposição internacional de Saint Louis, nos Estados Unidos. Quando o cigarro saiu de circulação, em 1906, o estoque de tabaco foi utilizado para desenvolver o carrapaticida Tabacina, que duraria até 1912. João Simões Lopes Neto é o escritor mais conhecido da literatura regionalista e é considerado um dos maiores autores do Rio Grande do Sul. Natural de Pelotas/RS, recebeu o reconhecimento da crítica e do público por sua obra literária, lembrada, principalmente, pelos livros “Contos gauchescos” (1912) e “Lendas do Sul” (1913). O que poucos sabem é que a criação literária só se manifestou nos seus últimos anos de vida. Antes disso, era conhecido na cidade pelos textos jornalísticos e teatrais e por seus vários projetos cívicos, comerciais, industriais e empresariais. A criação do cigarro Marca Diabo, em sintonia com a modernidade urbana do seu tempo, foi um empreendimento ousado e pitoresco da época que acabou se tornando parte do folclore do seu criador.

 

 

Os “Portais do Ser” de Rosa de Jesus

13/ago

 

 

Aos 92 anos, a poética visual de Rosa de Jesus, mostra-se pela maneira como a artista lida com as cores para instaurar percepções cromáticas e existenciais. Em “Portais do Ser”, individual que apresenta, a partir do dia 26 de agosto, no Centro Cultural Correios RJ, as tonalidades e as formas apontam para um mundo com um equilíbrio próprio. A curadoria é de Elizabete Motta.

 

 

Cerca de 35 obras de médios e grandes formatos, utilizando técnica mista, foram reunidas em três séries, acentuando a importância de cada imagem individualmente e o diálogo entre elas. A série “Portais”, com a predominância do branco, passa a sensação constante da possibilidade real da arte conduzir através de novos mundos. A tinta parece abrir caminhos para outra dimensão. Em “Blue”, naturalmente, é o azul que predomina, mas ele não se apresenta plácido. Surge com toda força e energia de maneira dinâmica, em explosões de cor e movimento, algumas vezes mesclado com outras como o vermelho que surge com intensidade plena na série “Red”.

 

 

“Minha percepção ultrapassa o cotidiano e ganha uma dimensão existencial. Aquilo que parece arder é a nossa própria jornada vivencial. Cada um está marcado pela sua própria dificuldade de existir. Assim, vou erguendo minha ‘escrita plástica’, analisa a artista.

 

 

A palavra da curadora

 

 

“A artista oferece, tanto nas formas diluídas, quanto na intensidade das cores, uma expressão visual própria. Cada obra traz um repertório que inclui as experiências anteriores e a busca interna por novas respostas. Isso inclui o desenvolvimento da própria técnica e a construção de visões internamente coerentes. O que elas possuem em comum é a expressividade na forma de lidar com a existência”.

 

 

Sobre a artista

 

 

Rosa de Jesus nasceu em Portugal, na cidade do Porto, no ano de 1929, formou-se em design de moda, e imigrou com a família para o Brasil em 1957, fixando residência no estado do Rio de Janeiro. Em 1981, mudou-se para a cidade de Niterói. Na juventude, dedicou-se ao desenho de moda, até que sua inquietude e sensibilidade levaram-na aos caminhos da pintura como forma de expressar seus sentimentos. Tece estruturas sobre as quais se expande a imaginação. Ponto de encontro e tensão são ambos compatíveis com a atitude solitária e reflexiva da artista.

 

 

Até 09 de Outubro.

 

Formas instigantes de Erika Verzutti

04/ago

 

 

 

A primeira exposição individual dedicada à obra de Erika Verzutti, já realizada em um museu brasileiro é o cartaz do MASP, São Paulo, SP. Erika Verzutti é uma artista essencial para a compreensão da prática da escultura hoje, tanto no panorama brasileiro quanto no internacional. Suas formas instigantes exploram novos caminhos para o meio, com atenção renovada à origem e à materialidade da escultura, bem como à sua inteligência formal.

 

 

Realizados em diversos materiais, como bronze, concreto, pedra e papel machê, os trabalhos de Verzutti possuem traços sensuais e táteis, brutos e refinados. A partir do início dos anos 2000, a artista começou a produzir séries de esculturas que aos poucos foram sendo agrupadas em famílias de “cisnes”, “Tarsilas”, “jacas”, “cemitérios”, entre outras. A exposição apresenta exemplos de obras dessas famílias e busca traçar múltiplas associações entre elas. A produção mais recente da artista também está presente: são desta fase os “relevos de parede”, trabalhos que mesclam pintura e escultura e dialogam de modo inusitado com a história da arte e o mundo contemporâneo.

 

 

As referências de Verzutti para a criação de suas esculturas transitam entre livros de arte e de história social, elementos da fauna e flora, imagens em circulação nas redes sociais, notícias de jornal, evocando animais e plantas, paisagens e minerais, objetos do cotidiano e da arte – de autores como Tarsila do Amaral, Constantin Brancusi, René Magritte, Piero Manzoni, entre muitos outros. Com seu caráter insólito, as esculturas se entregam à imprevisibilidade, por vezes com um elemento de humor, e se recusam a aceitar definições ou tradições estabelecidas – daí o subtítulo desta mostra: a indisciplina da escultura.

 

 

A exposição está dividida em sete núcleos, pensados a partir de conceitos da filosofia, da psicanálise, da cultura popular e da própria história da arte. Os núcleos conectam as obras de muitos modos, em razão de suas formas, materiais, temas e cronologias: “Devir-animal”, “Vereda tropical”, “Metáfora do mundo”, “Totemizar o tabu”, “Modernismo selvagem”, “Sob o sol de Tarsila (e outras histórias)” e “Estranho-familiar”.

 

A mostra tem um caráter panorâmico, apresentando obras realizadas de 2003 a 2021, que inclui uma nova escultura feita especialmente para a ocasião. A exposição se insere no biênio da programação de 2021-22, dedicado às Histórias brasileiras no MASP e, neste primeiro ano, voltado exclusivamente às mulheres artistas.

 

 

A curadoria é de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, André Mesquita, curador, MASP

 

 

Até 31 de Outubro.

 

 

Reverenciando Nise da Silveira

27/jul

 

A médica Nise da Silveira revolucionou – no Brasil – o tratamento de pessoas com transtornos psiquiátricos. E o CCBB RJ apresenta uma mostra com o trabalho desenvolvido pela psiquiatra que uniu ciência e arte.

 

 

A exposição “Nise da Silveira – A Revolução Pelo Afeto” encontra-se em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, Centro, até 16 de agosto. É uma chance de conhecer com mais profundidade a atuação inédita da doutora Nise da Silveira.

 

A mostra ocupa três salas, reunindo cerca de 90 obras de clientes do Museu de Imagens do Inconsciente, ao lado de peças criadas por importantes nomes da arte nacional que dialogam com o universo da doutora Nise da Silveira. São trabalhos de Lygia Clark, Zé Carlos Garcia e Alice Brill, além de vídeos de Leon Hirzsman, Tiago Sant’Ana, entre outros.

 

 

Revista Pomares número 5

21/jul

 

 

Seguindo a programação do mês de julho, a Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, convida para assistir à live de lançamento da revista Pomares, edição número 5.

 

 

O evento acontece nesta quarta-feira, dia 21 de julho, às 19h e contará com a presença de Alexandre Ramos e Neiva Bohns.

 

 

Para assistir, basta acessar os canais da FVCB no YouTube ou no Facebook nohorário:

 

 

youtube.com/fvcbrs | facebook.com/fvcbarcellos

 

 

Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20.

 

 

#editalfundacaomarcopolo #leialdirblanc #sedacrs #fundacaomarcopolo

Família Gomide no MAM-SP

15/jul

 

 

Encontra-se em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM, Ibirapuera, até o dia 15 de agosto a exposição “Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930”.

 

 

A palavra da curadoria

 

 

Quando a canonização do movimento modernista tende a se fechar em torno de um número restrito de seus expoentes, é hora de alargar o campo de investigação e enveredar por sendas menos exploradas, em busca de artistas e modalidades diversos daqueles já consagrados.

 

 

Entre tantos aspectos da revolução cultural das primeiras décadas do século XX, aqui nos interessa a arte que informa o cotidiano e põe a vida doméstica em sintonia com a grande onda de modernização da sociedade. Vale lembrar que a criação de ambientes e objetos de linhas “modernas” iniciada nesse período está na origem do que hoje entendemos como “design de produtos”.

 

 

A partir do sucesso da Exposição de Artes Decorativas de Paris, em 1925, o art déco ganha repercussão internacional e chega ao Brasil. Antonio Gomide, sua irmã Regina e o marido dela, John Graz, seriam os arautos dessa tendência em São Paulo. Com obras taxadas de “decorativas”, os protagonistas dessa vertente do modernismo são vistos, muitas vezes, como artistas “menores”. No entanto, os três são modernistas de primeira geração. Graz participa da Semana de Arte Moderna a convite de Oswald de Andrade, entusiasmado com as telas que vê na mostra do pintor suíço recém-chegado a São Paulo. Na mesma exposição, as criações têxteis de Regina não chegam a impressionar o crítico. Essa indiferença revela a incompreensão da importância que a fusão de arte e artesanato teria na Europa do entreguerras. Por seu turno, Antonio Gomide, residente em Paris, traz, em 1926, um conjunto de pinturas de sua autoria para expor na capital paulista, provando ser um pintor maduro e familiarizado com o cubismo e a Escola de Paris.

 

Formados na Escola de Belas Artes de Genebra e com larga vivência da cultura europeia, eles se fixam em São Paulo, numa época em que a cidade passa por grandes transformações, sob o impacto da industrialização e da massa de imigrantes que aqui busca “fazer a América”. Diante de um mercado de arte restrito e conservador, Graz logo vê que não daria para viver de pintura. Procura então introduzir ambientes modernos em moradias da alta burguesia. Bem-sucedido, pauta seu trabalho pelo conceito de “arte total”. Em busca da unidade formal, tudo é desenhado por ele. No mobiliário, sobressai a dominância de formas geométricas, a adoção de materiais industrializados, como os tubos metálicos e a madeira folheada. Não se trata de produção em série, mas de fatura artesanal e exclusiva. Regina participa de seus projetos, com tapetes, tapeçarias, cortinas e almofadas. Versátil em várias técnicas, não é simples colaboradora – dá aulas em seu ateliê e funda a fábrica Tapetes Regina. Antonio Gomide também atua em várias frentes. Transita da pintura a óleo ao afresco, dos vitrais aos biombos e objetos decorativos, sempre com competência e buscando alguma estabilidade financeira.

 

A modernidade do trabalho desses artistas vem da dissolução de fronteiras e hierarquias entre modalidades artísticas e da atividade projetual dedicada à criação de murais, vitrais e tapeçarias, em diálogo com a arquitetura. Seu público: a elite simpatizante do modernismo, viajada e culta, de cafeicultores em decadência e industriais em ascensão.

 

 

Maria Alice Milliet

 

 

No Museu da Casa Brasileira

14/jul

 

 

“Bernardo Figueiredo: designer e arquiteto brasileiro” está chegando ao Museu da Casa Brasileira, São Paulo, SP. A partir deste sábado, 17 de julho, o público poderá conferir a nova exposição do Museu da Casa Brasileira que apresenta a trajetória de um dos profissionais icônicos para a arquitetura e o design brasileiro.

 

Bernardo Figueiredo (1934 – 2012) começou a consolidar sua carreira entre as décadas de 60-70 no Rio de Janeiro e ganhou relevância nacional por meio de edifícios como shoppings e estabelecimentos comerciais, design de móveis, arquitetura de interiores e urbanismo.

 

 

Entre as obras mais representativas do arquiteto está o Palácio do Itamaraty – que abriga o Ministério das Relações Exteriores, em Brasília – além de móveis originais como a Cadeira dos Arcos, a Poltrona Rio, a Cadeira Bahia e a Poltrona Leve, peças que estarão em exposição.

 

 

VISITAÇÃO

Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.

Entrada: R$7,50 (meia) / R$15 (inteira) / Gratuito às terças-feiras.

 

 

Exposições em cartaz

 

Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB | Vitrine – Utensílios da Cozinha Brasileira | Jean Gillon: Artista-designer

 

 

Obrigatório o uso de máscara durante toda a visita.

 

O Museu da Casa Brasileira vem seguindo todas as medidas de segurança e saúde preconizadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), Centro de Contingência do Estado de São Paulo, ICOM (International Council of Museums) e IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus). Todos os protocolos adotados pelo MCB podem ser encontrados em nosso site, no link “Planeje sua visita”.

 

O Círculo e seus Significados

09/jul

 

 

Ecila Huste apresenta nova exposição, a partir de 15 de julho, na Sala Redonda do terceiro andar do Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Ao receber o convite para expor nesta sala, a artista, que é representada pela Duetto Arts New York, resolveu criar um site specific, um painel feito de tiras de tecido de várias cores, previamente grafitadas e trançadas, formando uma pintura com relevo que vai abraçar o diâmetro do espaço e tem cerca de vinte metros de comprimento.

 

 

“É muito instigante criar uma obra para uma sala circular”, diz Ecila, “pois o círculo é uma forma geométrica muito bonita e, além de representar a unidade, é também símbolo de perfeição, inteireza, completude, a totalidade, o infinito.  Essa forma sempre existiu na natureza e está presente no miolo de uma flor, nos ninhos dos pássaros, em algumas espécies de frutos, na concha de um caracol, na íris dos olhos e também em cada movimento cíclico, como as estações do ano e o movimento do sol e da lua”.

 

 

Ecila Huste vem desenvolvendo há vários anos um trabalho de pintura que ela chama de entrelaçamento – de cores, de formas, de fios, de gestos e de percursos.  Dentro deste conceito da não separação, que é milenar, tudo no universo está interligado, formando uma unidade.

 

 

A palavra do curador Ruy Sampaio

 

 

Sabem todos que, nas culturas orientais, as mandalas apontam para a perfeição, seja na tese do Eterno Retorno, do Vedanta, seja na diluição dos pares de opostos, que levaria ao sartori, dos budistas. Portanto, não é somente a bem achada maneira de vencer o desafio de um espaço circular pré-existente que leva Ecila Huste a conformar a ele esses relevos que agora o preenchem – a opção pelo círculo aqui diz mais. Ela o faz sob uma exigência estética irretocável, mas atenta a um rico feixe de significados que, histórica e antropologicamente, perpassam aquela metáfora milenar. E aqui transparece a Ecila também psicóloga de profissão. Ao vir da pintura plana para o universo tridimensional do relevo a artista guarda todos os valores de um desenho limpo e refinado que um dos seus mestres – ninguém menos que Aluisio Carvão – um dia chamou de precioso. Por entre suas tramas as cores amorosamente se enlaçam como aquelas do poema de Drummond, na continuidade fluente de um cromatismo único que já dantes nos seduzia em suas telas.  Deliberadamente os fios que enfeixam os diversos momentos dessa pintura tão integradamente objetual permanecem aparentes como se a artista os quisesse um testemunho da elaborada manualidade de sua artesania.

 

 

O processo de criação 

 

 

A princípio, Ecila Huste começou trabalhando com guache. Depois veio a aquarela, mais tarde a tinta acrílica, técnica mais explorada ultimamente. Ecila sempre foi atraída pelos grandes espaços, o que acabou influenciando o tamanho das telas, que foi pouco a pouco aumentando, até chegar a uma obra de dez metros de comprimento por um metro e sessenta de largura. Em sua pintura as cores e formas se entrelaçam o tempo todo, como uma teia, por toda a extensão de suas obras. O trabalho final é quase sempre exuberante em cor e tem um grau de movimentação incessante.

 

 

Sobre a artista

 

 

Artista visual carioca, Ecila Huste atua no campo das artes plásticas desde 1981. Sua formação artística passa pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), Museu de Arte Moderna (MAM) e Centro de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro, Brasil. Participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior, com destaque para individuais realizadas no Centro Cultural Correios (2018), Casa de Cultura Laura Alvim (RJ-2003), Museu Nacional de Belas Artes (RJ-1997), Centro Cultural Candido Mendes (RJ-1994), Centro Cultural CEMIG (MG-1994), Universidade Federal de Viçosa (MG-1994), Museu do Telefone (RJ-1993), Palácio Barriga Verde (SC-1993), Sala Miguel Bakun (PR-1992) e Espaço Cultural Petrobrás (RJ-1985). Ecila Huste é artista da Duetto Arts New York e faz parte do coletivo Zagut no Rio de Janeiro. Trabalha com pintura, fotos, objetos e gravura digital. A artista trabalha e reside no Rio de Janeiro.

 

 

Até 28 de agosto.

 

 Na Japan House

07/jul

 

A nova exposição da Japan House, Avenida Paulista, São Paulo, SP, apresenta as janelas como elementos fundamentais da   sociedade japonesa, além de ser ponto focal da representação da coletividade em tempos de Pandemia.

 

 

Depois de ser exibida na Japan House Los Angeles, a exposição inédita “WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão”, fica em cartaz até 22 de agosto com entrada gratuita. Tendo como ponto de partida o papel das janelas no design, na construção das relações sociais, nas artes, na arquitetura e na literatura, a exposição foi concebida pelo Window Research Institute, instituição japonesa que realiza pesquisas em torno deste elemento que, à primeira vista pode parecer ter um papel simples no cotidiano, mas que se torna imprescindível, principalmente em momentos de reclusão social como o que o mundo vive atualmente. Por meio de nove categorias, a exposição propõe diversas leituras sobre a representação da janela nos processos artesanais, em produções audiovisuais, na construção das casas de chás, na arquitetura contemporânea, nos mangás, nas suas diferentes aplicações nos diversos ambientes japoneses e seus múltiplos formatos, que foram se refinando e se adaptando às necessidades das diferentes culturas ao longo da história.

 

Em cartaz no segundo andar da instituição, a “WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão” explora a janela por meio de desenhos técnicos, maquetes, fotos, vídeos, mangás e obras literárias, que buscam mostrar aos visitantes as janelas como um dos componentes mais fascinantes da arquitetura e do dia a dia de todos. Para isso, apresenta seus diferentes tipos e movimentos, sua posição de destaque em ambientes e histórias, assim como revela sua potência, capaz de conectar o externo e o interno, permitir entrada de luz e ar nos ambientes, proteger do frio e da chuva e fazer com que seja possível observar o outro, a natureza e o movimento das cidades e das pessoas.

 

Falando sob o viés arquitetônico, no contexto japonês elas são, em sua maioria, feitas em madeira e compostas por colunas e vigas. Os vãos possuem características peculiares: quando se move um tategu (portas e janelas), o espaço transforma-se em um ambiente inteiramente ventilado. Um exemplo que reflete esse uso são as salas de chá japonesas (chashitsu), um programa arquitetônico especial que reúne diferentes tipos de janelas num espaço pequeno, em especial, o Yōsuitei, denominado também de Jûsansōnoseki (sala de 13 janelas), casa de chá que possui o maior número de janelas e que, nesta mostra, será exibida como uma réplica em tamanho real (escala 1:1) feita de papel artesanal japonês (washi).

 

Outra perspectiva apresentada na exposição é a relação das janelas com os locais de trabalhos manuais no Japão. Nesses ambientes, elas possuem lugar de destaque, inserindo ou expulsando elementos como a luz, o vento, o calor, a fumaça e o vapor, por exemplo, que alteram características de materiais como argila, madeira, tecido e papel. “As janelas são repletas de simbologias e atribuições poéticas e valorizar algo que está ao nosso lado nem sempre é uma percepção imediata. Mas basta pensar nas consequências da sua ausência, especialmente em tempos de confinamento e isolamento, para entendermos o porquê de elas merecerem tanta deferência”, afirma Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House São Paulo.

 

 

Para Igarashi Taro, curador da mostra, além de seu valor histórico e arquitetônico, as janelas desempenham papel sem igual durante uma crise, por permitirem que as pessoas possam compartilhar esperança e gratidão de forma única. “As janelas sempre evocaram comportamentos específicos em pessoas de diferentes regiões e culturas – e essa diversidade pode ser reconhecida ainda hoje, em meio à pandemia”, afirma dando exemplos como “Ir até a varanda cantar ópera para os vizinhos, mandar mensagens de agradecimento aos profissionais de saúde e passar objetos pela janela para garantir o distanciamento social”. Taro é Doutor em engenharia, historiador, crítico de arquitetura e leciona na Universidade de Tohoku, em Sendai, no Japão. Foi curador do Pavilhão japonês na Bienal de Veneza, em 2008 e atuou como diretor artístico da Trienal de Aichi, em 2013.

 

 

“WINDOWOLOGY: Estudo de janelas no Japão” chega como uma leitura sobre o papel das janelas no mundo, como objetos culturais que relatam as diferentes visões e perspectivas sobre o que se vive hoje. A exposição conta com programação paralela online e conteúdos compartilhados por meio das redes sociais da Japan House São Paulo e, depois de passar por São Paulo, segue ainda este ano para a Japan House Londres.

 

 

Sobre o Window Research Institute

 

O projeto de pesquisa WINDOWOLOGY faz parte das atividades do Window Research Institute (Instituto de Pesquisas sobre Janelas) e se baseia na crença de que as janelas refletem a civilização e a cultura ao longo do tempo. Esse instituto dedica-se a contribuir para o desenvolvimento da cultura arquitetônica mediante a coleta e disseminação de uma vasta gama de ideias e conhecimentos sobre janelas e arquitetura, por meio do apoio e organização de iniciativas de pesquisa e projetos culturais. Nos últimos 10 anos, além de diferentes frentes de estudo, o Instituto também vem desenvolvendo projetos internacionais que englobam temas relacionados a arquitetura, cultura e artes, com a colaboração de diferentes instituições de pesquisa, museus e órgãos privados, entre outros.

 

 

Fonte: ARTSOUL