Ivan Serpa no CCBB/Rio

05/mar

O Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Ivan Serpa: a expressão do concreto”, uma ampla retrospectiva de um dos mais importantes artistas da História da Arte Brasileira. Reunindo cerca de mais de 200 trabalhos, a mostra exibe diversas fases de suas obras que abrangem uma grande diversidade de tendências, utilizando várias técnicas, tornando-se uma referência para novos caminhos na arte visual no país. A exposição percorre a rica trajetória do artista, expoente do modernismo brasileiro através de obras de grande relevância selecionadas em diversos acervos públicos e privados.

Os curadores Marcus de Lontra Costa e de Hélio Márcio Dias Ferreira selecionaram uma ampla gama de trabalhos situados entre a figuração e o concretismo, além de desenhos e objetos.

Sobre o artista

Ivan Ferreira Serpa, Rio de Janeiro, RJ, 1923 – 1973. Pintor, gravador, desenhista. Artista plástico e professor. A partir de 1946 inicia seus estudos em arte com o gravador Axel Leskoschek e em 1947 expõe na divisão moderna do Salão Nacional de Belas Artes. No início da década de 1950, seu trabalho já se identifica com a abstração geométrica e sua participação na I Bienal Internacional de São Paulo, realizada em 1951, exibe essa tendência e recebe o Prêmio Jovem Pintor Nacional. A partir de 1952 passa a dedicar-se também a atividades didáticas em cursos de pintura realizados no Museu de Arte Moderna. Em 1953 participa da I Exposição Nacional de Arte Abstrata realizada na cidade de Petrópolis, RJ. No ano seguinte, juntamente com outros artistas, cria o Grupo Frente, assumindo sua liderança. Participa em 1957 da I Exposição Nacional de Arte Concreta no Rio de Janeiro, quando recebe o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna. Viveu na Europa entre os anos de 1958 e 1959, quando volta ao Brasil e participa, no Rio de Janeiro, da I Exposição de Arte Neoconcreta. No início dos anos 1960 realiza algumas experiências no campo da figuração, entre as quais a “Fase negra”, de tendência expressionista, que se desenvolve num momento de crise política, que culmina com o golpe militar de março de 1964. A partir de 1965 retorna o Abstracionismo geométrico, introduzindo elementos ligados à sensualidade das formas. Participou das mais importantes exposições ocorridas ao longo da década de 1960 como “Opinião 65”, “Opinião 66” e “Nova Objetividade Brasileira”. Nas décadas de 1960 e no início de 1970 desenvolve trabalhos com Lygia Pape, Antonio Manuel e Dionísio del Santo. Recebeu diversos prêmios no Brasil e participou de diversas edições da Bienal de São Paulo, além da Bienal de Veneza, em 1952,1954, 1962, e Zurique, 1960, onde recebeu premiação. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou algumas retrospectivas de sua obra nos anos 1965, 1971 e 1974.

 

Acontece no MAR

18/fev

O Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, conquistou, – em seis anos de existência -, um lugar ímpar na programação cultural carioca.

 

O Rio dos Navegantes

 

A exposição faz uma abordagem transversal da história do Rio de Janeiro como cidade portuária, apresentando as diversas vozes dos povos que desde o século XVI passaram, aportaram e aqui viveram. A mostra apresenta cerca de 550 obras de artista como Ailton Krenak, Antonio Dias, Arjan Martins, Carybé, Floriano Romano, Guignard, Kurt Klagsbrunn, Rosana Paulino e Virginia de Medeiros. Evandro Salles é o idealizador e curador e Francisco Carlos Teixeira, o consultor histórico. Também assinam a curadoria e a pesquisa Fernanda Terra, Marcelo Campos e Pollyana Quintella.

Até março de 2020

 

Pardo é Papel

 

A individual do artista Maxwell Alexandre reafirma a vocação que o Museu de Arte do Rio conquistou em seis anos de existência: enfrentar o espelho, se reconhecer, escutar, afirmar o que interessa e prosseguir. Aos 29 anos, o jovem carioca retrata em sua obra uma poética urbana que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir de sua vivência cotidiana pela cidade e na Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside. Com obras no acervo do MAR, Pinacoteca de São Paulo, MASP, MAM-RJ e Perez Museu, Maxwell apresenta “Pardo é Papel” no Brasil após levar sua primeira exposição ao Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França.
Até maio de 2020

 

UÓHOL, de RAFAEL BQUEER

 

Interessado em questões que perpassam o corpo e as discussões de decolonialidade, gênero e sexualidade, o jovem artista transita entre linguagens como a performance, o vídeo e a fotografia. A mostra, em cartaz na Biblioteca MAR, joga com o sobrenome do ícone pop norte-americano Andy Warhol (1928-1987) e o termo “Uó” – gíria queer e popular para designar algo ou alguém irritante ou de mau gosto.
Até abril de 2020.

Dupla no Pérez Art Museum

12/fev

Encontra-se em exibição até 29 de março no Pérez Art Museum Miami, Florida, USA, o vídeo de 2016 “You Are Seeing Things” (Está vendo coisas) da dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

 

Sobre a projeção

 

Os artistas Bárbara Wagner, nascida em 1980, em Brasília; mora em Recife, PE, e Benjamin de Burca, nascido em 1975, em Munique; que também vive em Recife, concentram sua prática no “corpo popular” e suas estratégias de visibilidade e subversão entre os campos da cultura pop e da tradição. Seu vídeo de 2016 “Estás vendo coisas” (You Are Seeing Things) retrata a subcultura da música brega – uma combinação de melodias românticas fundidas com hip hop americano, techno brasileiro e reggaeton caribenho que surgiu no Nordeste do Brasil. No cenário social e profissional deste gênero, os videoclipes são o catalisador de um futuro imaginado pontuado por um poderoso apetite pelo sucesso como incentivado pelo capitalismo. Com o acesso fácil de hoje à tecnologia, o estilo brega incorporou métodos sofisticados de produção e distribuição, dando conta da visibilidade de uma sociedade de classe média que sai das favelas do Brasil.

Roteirizada e interpretada por membros reais da cena brega, a “Estás vendo coisas” segue dois personagens principais enquanto traçam seu curso desde seu cotidiano até o ambiente de palco, submergindo em um mundo onde a autorregulação e a gestão de imagens desempenham um rumo crucial do papel na construção de voz, status e identidade de toda uma nova geração de artistas populares. Diferente das abordagens que muitas vezes satirizam o tema ampliando seus aspectos carnavalescos, o filme adota um tom psicológico e mais melancólico, refletindo como os julgamentos estéticos herdados diferem entre as classes sociais nas economias em desenvolvimento.

Cine Desejo

10/fev

O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Praça Tiradentes, Cenro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no próximo dia 15 de fevereiro, às 12h, a exposição “Cine Desejo”, com obras da artista Caroline Valansi que investigam o universo iconográfico da indústria do cinema pornô e a relação do corpo feminino com o sexo. Com curadoria de Pollyana Quintella, a mostra ocupará todo o andar térreo da instituição. Dentre as obras inéditas, estão algumas sendo criadas pela artista especialmente para a exposição. Alguns trabalhos emblemáticos desta pesquisa iniciada em 2015 também serão mostrados. Em exibição até o dia 28 de março.

 

“Cine Desejo” é uma antologia do interesse de Caroline Valansi sobre os cinemas de rua que passaram a exibir filmes pornôs. A subjetividade construída pelas imagens do cinema, que moldaram a imaginação sexual de várias gerações, e ainda o desdobramento desse universo do ponto de vista feminino, integram também sua investigação. As obras reunidas são intervenções da artista em cartazes históricos, cartografias, fotografias, letreiros, LEDs, colagens e serigrafias. “Cine Desejo” também discute o cinema como espaço de subversão, onde o “escurinho” é situação propícia para “namoricos e intimidades não autorizadas”. Com humor e ironia, a artista constrói espécies de contraimagens para o olhar masculino, também buscando “desierarquizar” o desejo a partir de uma perspectiva feminina e pós-pornô, onde as fronteiras estão esgarçadas.

 

Sobre a artista

 

Caroline Valansi nasceu em 1979 no Rio de Janeiro, RJ, é artista visual, professora e também trabalha com saúde mental na Casa Jangada. Graduada em Cinema na Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Artes e Filosofia pela PUC-Rio. Completou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e Ateliê da Imagem. Sua produção artística transita entre a palavra, o espaço e a ficção. Suas obras sempre foram enraizadas em seu forte interesse em traços coletivos e histórias íntimas. Caroline utiliza materiais familiares em sua pesquisa: fotos de salas de cinemas, velhos filmes pornográficos, imagens encontradas da internet e suas próprias fotografias e desenhos e, juntos, somam uma ampla exploração de representações da sexualidade feminina contemporânea.

 

Entre suas exposições individuais se destacam: “Corpo Cinético” (CCSP – Centro Cultural São Paulo, SP, 2019), “Carne Viva” (Espaço Subsolo, Campinas, SP 2019) e Memórias Inventadas em Costuras Simples (CCJE – Centro Cultural Justiça Eleitoral, RJ, 2009). Participou de exposições coletivas no Brasil, Cuba, Portugal, França, Colômbia e Argentina. Tem duas publicações lançadas: Sempre um bom Filme e o álbum de figurinhas Boa Para ambos de 2015. Organizou os eventos {|}XANADONA{|} (2016, A Galeria Gentil Carioca) e Feminismo e Feijoada (2015, CAPACETE). Faz parte da Cooperativa de Mulheres Artistas e participou do coletivo OPAVIVARÁ! de 2007 a 2014. Caroline Valansi tem obras em importantes coleções públicas e privadas, como a Biblioteca do Instituto Moreira Salles, em São Paulo; Gilberto Chateaubriand / MAM Rio, Museu de Arte do Rio (MAR), Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro; Museu Nacional de Brasília; Bienal de La Havana; Hillel Brasil, no Rio de Janeiro; Mr. and Mrs. Richard Sandor, Chicago, EUA; e Mr. and. Mrs. Simon Biddle, Londres.

Filme no Instituto Ling

06/fev

A artista Romy Pocztaaruk exibe até 21 de março o filme “Antes do Azul” no Instituto Ling, Porto Alegre, RS. O filme é projetado em looping, na galeria do centro cultural.

 

Ar do tempo

 

Em um ambiente que nos transporta para uma sala de cinema de outros tempos, Romy Pocztaruk nos apresenta seu novo filme, “Antes do Azul”. Durante pouco mais de dez minutos, seremos submetidos a uma sequência de cenas sutilmente narrativas e radicalmente sensoriais, um jorro de imagens-pensamento sobre a existência e a violência, sobre a passagem do tempo, sobre tecnologias de morte, sobre a potência de corpos animais e minerais, sobre a arte como possível rastro a ser deixado pela humanidade quando ela mesma não sobreviver à sua onipotência.

 

Logo no início, em uma das primeiras cenas da projeção, o estranhamento que iremos experimentar já se anuncia na presença de um elemento incomum, uma luva com unhas vermelhas. A mão que veste essa luva busca por cristais reunidos em uma pequena mesa. São substâncias minerais e seu mistério que a também misteriosa mão tateia. Uma mulher negra, vivida pela atriz e cantora Valéria (ex-Houston), ocupa o centro energético do curta. Agora, é ela mesma quem recolhe fragmentos rochosos e os deposita dentro de sua roupa, como se buscando uma fusão entre seus corpos, cindidos há muito tempo. Já aí, nosso olhar não enxerga somente união, mas conflito, impasse áspero, desejo – sentimentos que perpassam todas as imagens.

 

A partir dos gestos dessa personagem, de suas expressões, seus movimentos, sua voz, seus olhares e os olhares a ela dirigidos, o filme se estrutura, construindo um ambiente em que passado, presente e futuro se confundem. Uma boate do século XXI, a guerra nuclear e a era das cavernas. Tudo ao mesmo tempo agora. Cronologias estilhaçadas entre movimentos de dança, fotos estáticas da ciência sedenta de poder, e uma volta à natureza, uma fuga da ideia de ser humano. A cobra morde o próprio rabo.

 

Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência; o impasse do filme é também o nosso: quem sobreviverá à destruição contínua a qual a terra é submetida

 

Gabriela Motta / Proposição curatorial

 

Sobre a artista

 

A artista nasceu em 1983, Porto Alegre, RS, Brasil. Em diversos suportes, Romy Pocztaruk lida com simulações, refletindo sobre a posição a partir da qual a artista interage com diferentes lugares e com as relações entre os múltiplos campos e disciplinas da arte. Diversas vezes premiado, o trabalho da artista está presente em coleções como as da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu de Arte do Rio. Ela participou da 31ª Bienal de São Paulo com a série “A Última Aventura”, em que investiga vestígios materiais e simbólicos remanescentes da construção da rodovia Transamazônica, um projeto faraônico, utópico e ufanista relegado ao abandono e ao esquecimento. Suas principais exposições individuais foram “Geologia Euclidiana”, Centro de Fotografia de Montevideo (Uruguai, 2016), e “Feira de ciências”, Centro Cultural São Paulo (2015). Entre as principais exposições coletivas, estão “Convite à viagem: Rumos Itaú Cultural”, Itaú Cultural (São Paulo, 2012); Region 0. The Latino Video Art Festival of New York (Nova York, 2013); a 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2013); a 31ª Bienal de São Paulo (2014); “BRICS”, Oi Futuro (Rio de Janeiro, 2014); “POROROCA”, Museu de Arte do Rio de Janeiro (2014); “Uma coleção Particular: Arte contemporânea no acervo da Pinacoteca”, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2015); “Télon de Fondo”, Backroom Caracas (Venezuela, 2015).

 

Exibição do filme Antes do Azul 

 

Duração: 13 minutos

 

O filme é projetado em looping, na galeria do centro cultural.

 

FICHA TÉCNICA

 

Direção: Romy Pocztaruk / Estrelando: Valéria / Texto: Daniel Galera

Direção de Produção: Larissa Ely / Assistente de Produção: Paula Ramos

Direção de Fotografia: Lívia Pasqual / Trilha Original e Desenho de Som: Caio Amon

Ilustração: Matheus Heinz / Figurino: Alice Floriano, Larissa Ely, Romy Pocztaruk, Humans and Aliens

Figurantes: Renata de Lélis, Camila Vergara, Thais Hagermann

Cenografia: Lívia Pasqual e Romy Pocztaruk / Cabelo e Maquiagem: Juliane Senna

Diretor de Elenco: João Madureira / Motorista: Cássio Bulgari

Montagem: Caio Amon, Leonardo Michelon, Romy Pocztaruk

Primeiro assistente de câmera e operador: Deivis Horbach

Elétrica: Daniel Tavares / Finalização & Cor: Rafael Duarte

Design gráfico: Guss Paludo e Romy Pocztaruk

 

Música Original

 

“Fim dos Tempos”  (Caio Amon / Romy Pocztaruk /Daniel Galera) / Voz: Valéria  / “Blue Echoes” (Caio Amon / Romy Pocztaruk /Daniel Galera) / Voz: Valéria

Agradecimentos: Luisa Kiefer, Linha, Prefeitura de Santa Tereza, Casio / Arquivos: NASA, Preelinger Archive, USA Atomic Energy Comission / A exposição tem patrocínio da Crown Embalagens e financiamento do Ministério da Cidadania / Governo Federal.

 

Até 21 de março.

 

 

 

Palestra no BNDES

03/fev

A formação e a disponibilização de acervos museológicos públicos, dia 04 de fevereiro ás17h (terça-feira) será o tema da palestra no Espaço Cultural do BNDES, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com o curador da mostra “Visões cotidianas do Brasil Moderno”, Marcus de Lontra Costa e convidados como a diretora do Museu do Ingá, Julia Wagner Pereira, o coordenador de Museus da Funarj, Douglas Fasolato, a pesquisadora Rita de Cassia de Mattos e a curadora e crítica de arte, Viviane Matesco, organizadora do livro “Uma Coleção em Estudo”, que trata da formação da antiga Coleção Banerj, hoje sediada no Museu do Ingá, em Niterói – RJ.

 

A palestra abordará temas e assuntos acerca do acesso do público aos bens artísticos e culturais, mantidos em coleções públicas. A apropriação de acervos museológicos como instrumento de ação didática e valorização de cidadania. A contribuição do Museu do Ingá para que esse acervo de caráter histórico, seja um instrumento de conhecimento da vida social, econômica, pública e privada do país, como formação de sua identidade cultural.

 

Sobre os palestrantes

 

Marcus de Lontra Costa

 

Marcus de Lontra Costa é crítico de arte e curador independente. Foi editor da revista Módulo; diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage; crítico de arte dos periódicos O Globo, Tribuna da Imprensa e Isto É e assessor do Ministério da Cultura. Dirigiu ainda os Museus de Arte Moderna, de Brasília, do Rio de Janeiro e de Recife. Foi secretário de Cultura de Nova Iguaçu (RJ). Foi curador das mostras: “Como vai você, geração 80?” (com Sandra Magger e Paulo Roberto Leal); “Infância perversa”, no MAM- RJ; “Onde está você geração 80?”, no CCBB.

 

Douglas Fasolato

 

Diretor da Casa da Marquesa de Santos e Coordenador de Museus da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj). Jornalista, curador e pesquisador. Bacharel em Direito, Especialista em Gestão Cultural e Mestrando em Memória e Acervos pela Fundação Casa de Rui Barbosa. Do Conselho Gestor da Rede Brasileira de Jardins e Paisagens. Foi diretor superintendente da Fundação Museu Mariano Procópio (2009-2017). Membro do Icomos-Brasil, do Conselho Estadual de Políticas Culturais do Rio de Janeiro e do Conselho de Assuntos Culturais da Associação Comercial do Rio de Janeiro e de outras instituições brasileiras.

 

Julia Wagner Pereira

 

Diretora do Museu do Ingá (Museu de História e Artes do Estado do Rio de Janeiro). Historiadora e Museóloga. Bacharel em História (UFRJ), Especialista em Patrimônio Cultural – PEP (IPHAN / UNESCO), Curso Avançado XIII Fábrica de Ideias (UFBA), Mestre em Museologia e Patrimônio Cultural (UNIRIO). Atuou como Coordenadora de pesquisa no Museu da Pessoa, pesquisadora no Projeto Memória e Patrimônio da Rede Carioca de Rodas de Samba, museóloga do Ecomuseu Ilha Grande (UERJ), pesquisadora na Assessoria de Arqueologia do IPHAN, estágios no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, no Museu Nacional de Belas Artes, no Museu Histórico Nacional.

 

Rita de Cassia de Mattos

 

Graduada em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em 1979. Mestre em Museologia e Patrimônio UNIRIO/MAST (2016). Pós-graduada em Docência do Ensino Superior pela UCAM (2001-2002). É presidente do Conselho Federal de Museologia (2016/2020). Atuou no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro entre 1988 e 2007 como Chefe do Serviço de Documentação Especial (1989-1991). Nomeada para exercer em primeira ocupação o cargo de Diretora da Divisão de Apoio Técnico, responsável por todas as atividades relativas à preservação do acervo da Instituição (1991-2007). Na Secretaria de Estado de Cultura, entre 2008-2014, atuou como Gerente de Acervos Museológicos da Superintendência de Museus.

 

Viviane Furtado Matesco

 

Doutora em Artes Visuais (UFRJ) é crítica, curadora e professora associada de história da arte na Universidade Federal Fluminense. Trabalhou como curadora assistente na Funarte, no Museu de Arte Moderna/RJ e no Projeto Rumos Visuais do Itaú. Sua área de pesquisa gira em torno da questão Corpo e Arte e realizou as curadorias “Tehching Hsieh” no Centro HO (2002) e “Corpo na Arte Brasileira?” (co-curadoria com Cocchiarale Itaú Cultural/2005). Publicou os livros Suzana Queiroga (Artviva, 2005), Uma Coleção em Estudo/ Coleção Banerj (Museu do Ingá, 2010) e Corpo, Imagem e Representação (Zahar, 2009), Em Torno do Corpo (PPGCA/UFF, 2016) e Experimentação e método (Museu do Ingá/Philae, 2018) Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Crítica da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, corpo e arte brasileira contemporânea, arte brasileira, corpo e arte contemporânea e corpo e arte.

Júlio Paraty no MNBA

17/jan

Com uma representativa seleção de 40 trabalhos (em acrílico sobre tela e guache) dentre as mais de 3.000 obras produzidas em cinquenta anos de carreira, o Museu Nacional de Belas Artes/Ibram exibe – entre 21 de janeiro e 21 de março de 2020 – nas Salas Clarival Valadares e Ubi Bava, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “O mundo paradisíaco de Júlio Paraty”.

 

Dono de uma robusta carreira artística, com inúmeras individuais, e sendo um dos mais importantes artistas da histórica e colonial cidade fluminense de Paraty, o pintor popular Júlio Paraty é agora homenageado num momento muito oportuno pois recentemente sua cidade foi reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

 

Na exuberância de suas cores e rigor de sua composição, a obra de Júlio desde sempre teve como inspiração e temas o patrimônio cultural de sua Paraty natal: suas tradições, as festas religiosas, os modos de viver, as brincadeiras, a pesca e os barcos, os personagens, santos e bandeiras da localidade em meio a luxuriante natureza.

 

Para o curador da mostra “O mundo paradisíaco de Júlio Paraty”, o cineasta Luis Carlos Lacerda, o Bigode, “…esta retrospectiva nos permitirá acompanhar a evolução de seu percurso, dos primeiros trabalhos onde a presença de blocos compactos forma a narrativa da tela, ao povoamento riquíssimo de seus espaços por uma multidão de personagens coadjuvantes, ações paralelas ao tema principal, pequenas telas dentro daquilo que retrata, numa inquietação que habita o mundo e o atelier dos grandes artistas”.

 

Em sua longa trajetória, Júlio realizou cerca de trinta exposições individuais, a primeira em 1971, em São Paulo, no Antiquário Chafariz e ainda na capital paulista ele expôs também em 1984, no Centro Cultural São Paulo, e no Rio de Janeiro, na Funarte, em 1979 e 1981. Participou de exposições internacionais coletivas, em 1980 – Naifes Internacionais – na Galeria do Bonfim de Amsterdam e na Galeria do Bonfim de Bonn, Alemanha.

 

Conjugado à exposição haverá também a exibição permanente do filme que faz parte da série “Atelier do Artista”, com fotografia de Alisson Prodlik e direção de Luiz Carlos Lacerda, curador da exposição.

 

A mostra “O mundo paradisíaco de Júlio Paraty” conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Paraty.

 

Vicente de Mello no MAM/SP

O MAM/SP, Parque do Ibirapuera, apresenta até o dia 16 de fevereiro a instalação “dobra sobre dobra”, do conhecido fotógrafo Vicente de Mello. A curadoria é de Felipe Chaimovich.

 

A palavra do curador

 

Esta instalação é composta pelo registro de postes, em diversas posições, observados contra um céu neutro que os reduz a um simples traço-desenho.
A tradução do título é dobra sobre dobra, e a obra evoca a peça homônima do compositor e maestro francês Pierre Boulez, composta entre 1957 e 1962 para soprano e orquestra.

 

A sonoridade da peça sugeriu a Vicente de Mello uma sequência fotográfica que dialoga com o movimento de notas musicais sobre uma partitura, um grande móbile que se dobra sobre sua dobra, mudando o sentido e a ordem, uma desconstrução visual com a própria música que ressoa no ambiente do MAM, criando uma insólita e errática interpretação de modulação e ritmo, como de breves flashes marcantes sobre um filme velado.

 

Pli Selon Pli foi criada em 2008, na residência artística Open Projects, em Varsóvia. Sua primeira versão foi apresentada no Projeto Parede/MAM, em 2010, e, em seguida, na Cidade das Artes, em 2016, em impressão lambe-lambe. Em 2017, a proposta de desdobrou em um painel de azulejo de 65 m², comissionado pelo Sesc 24 de Maio. Esta proposição retorna ao Projeto Parede, em 2019, em uma apresentação distinta: agora as imagens dos postes se amalgamaram à textura da parede por uma fina película, destituindo a presença do papel, criando uma única superfície imagética.

 

Felipe Chaimovich
Curador

GEGO no Brasil

08/jan

O MASP, Museu de Arte de São Paulo, Paulista, São Paulo, SP, exibe até 01 de março a mostra retrospectiva “Gego: a linha emancipada”, a primeira exposição de obras de Gego (Gertrud Goldschmidt) no Brasil.

 

Sobre a artista e a exposição

 

Gego (Gertrud Goldschmidt, Hamburgo, Alemanha, 1912 –Caracas, Venezuela, 1994) estudou Arquitetura e Engenharia em Stuttgart. Enfrentando o crescente antissemitismo no seu país de origem, migrou para a Venezuela em 1939, onde trabalhou como arquiteta. Não foi até ao início dos anos 50 que ela começou a sua carreira como artista, trabalhando primeiro em aquarelas, monotipias e xilogravuras, antes de passar para estruturas metálicas tridimensionais.

 

Trabalhando ao lado de um grupo de colegas que incluía Carlos Cruz Diez, Alejandro Otero e Jesús Soto, Gego tornou-se uma artista proeminente em abstração geométrica e arte cinética, movimentos alinhados com as vanguardas europeias do pré-guerra, que floresceram na Venezuela e América Latina, entre o final das décadas de 1940 e 1960. Ao longo da sua vida, preocupou-se em investigar três formas de sistemas: linhas paralelas, nós lineares e o efeito de paralaxe – pelo qual a forma de um objeto estático muda devido ao movimento da posição de observação do espectador. Explorou a relação entre linha, espaço e volume numa variedade de radicais esculturas sistemáticas em arame. Além disso, suas formas orgânicas, estruturas lineares e abstrações modulares abordavam metodicamente noções de transparência, energia, tensão, relação espacial e movimento óptico.

 

Esta exposição oferece um panorama cronológico e temático da obra da artista, do início dos anos 1950 ao início dos anos 1990, e inclui aproximadamente 150 trabalhos, que vão da escultura, aos desenhos, gravuras e têxteis. A exposição mostra a evolução da abordagem distintiva de Gego à abstração e destaca sua prática de desenho e gravura em diálogo com suas extraordinárias séries tridimensionais, incluindo esculturas vibracionais e cinéticas das décadas de 1950 e 1960. A exposição evidencia as significativas contribuições formais e conceituais de Gego na arte moderna e contemporânea, destacando as suas interseções com os principais movimentos transnacionais de arte, incluindo abstração geométrica e a Arte Cinética das décadas de 1950 – 60, e o Minimalismo e o Pós-minimalismo das décadas de 1960 – 70. Além disso, a exposição faz referência à história sociocultural da América Latina e avança na compreensão e valorização do trabalho de Gego dentro de um contexto mais amplo do modernismo do século 20, como uma das principais figuras artísticas da segunda metade do século.

 

“Gego: a linha emancipada” é a primeira exposição retrospectiva dedicada à artista no Brasil e é co-organizada pelo MASP com o Museo Jumex, Cidade do México, Museu d’Art Contemporani de Barcelona e Tate Modern, Londres.

 

Curadoria

 

Pablo Léon de La Barra, curador-adjunto de arte latino-americana, MASP; Julieta González, diretora artística, Museo Jumex, Cidade do México, e Tanya Barson, curadora-chefe, Museu d’Art Contemporani de Barcelona (MACBA)

 

Antonio Bandeira no MAM/SP

06/jan

Com visitação até 01 de março de 2020, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque Ibirapuera, Portões 1 e 3, exibe retrospectiva de Antonio Bandeira com curadoria assinada por Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud.

 

Sobre a mostra e o artista

 

Nascido em Fortaleza no dia 26 de maio de 1922, Antonio Bandeira logrou trilhar um caminho incomum no âmbito da arte brasileira. Artista independente em meio às influências locais de seu tempo – mesmo que extremamente ativo em seu ambiente social – não foi em busca dos regionalismos estilísticos e geográficos que por vezes alimentaram artistas de sua geração. Permaneceu à margem de escolas e estilos, jamais emprestando seu nome às declarações de fé estética tão em voga naquele momento.

 

Exigente e metódico, definido por seus pares como artista sério, lacônico e de uma “casmurrice monacal”, trabalhou diligentemente durante toda a vida, legando-nos uma produção surpreendente não só pela qualidade e sensibilidade, mas também pelo volume. Para além disso, dedicou especial atenção à sua própria persona, ao alimentar mitos e narrativas acerca de sua biografia e cultivar sua imagem, criando assim um personagem que muitas vezes suscitou tanto interesse quanto sua obra.

 

Traços, cores, tramas, manchas e respingos aparentemente abstratos efetivamente estampam, nas palavras do artista, “paisagens, marinhas, árvores, portos marítimos, cidades, enfim, apontamentos de viagem. Parto do realismo e, depois, vou aparando a ramaria até chegar ao ponto que minha sensibilidade exige. […] A natureza foi e será, sempre, o meu celeiro”. Esse compromisso alegre com a vida pautou sua aproximação e assimilação da linguagem internacional da arte abstrata. Como resumiria Ferreira Gullar, Bandeira “valeu-se das possibilidades da nova linguagem para expressar sua relação amorosa com a realidade que vivia e a realidade que vivera”.

 

A presente mostra reúne um conjunto de cerca de 70 obras – telas, guaches e aquarelas -, abarcando diferentes momentos de sua produção artística, das primeiras pinturas figurativas às grandes telas de densas tramas e gotejamentos dos últimos anos, e tem sua gênese na mostra “Antonio Bandeira: um abstracionista amigo da vida”, realizada no Espaço Cultural Unifor, Fortaleza, de agosto a dezembro de 2017.

 

Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud
Curadores