“Catarsis”, da norueguesa Cathrine Crawfurd: 21 jan nos Correios Centro

15/jan

 

Artista norueguesa no Rio

“Catarsis”, exposição da artista norueguesa Cathrine Crawfurd, inaugura no dia 21 de janeiro, no Centro Cultural Correios, Centro, RJ, onde ocupará duas salas sob curadoria de Susi Sielski Cantarino. Compondo a primeira sala, 27 pinturas abstratas de grandes formatos, alguns dípticos, usando a técnica de acrílica sobre tela, a maioria concebida durante a Pandemia; na segunda sala, fotografias.

 A palavra da artista

A prática de transformar um trauma ou uma situação difícil em algo belo, que dê esperança e alívio é algo bastante recorrente em meus trabalhos. Durante o infeliz desafio que enfrentamos este ano, essas habilidades vieram à tona como uma grande necessidade. A solidão e o isolamento não eram mais uma escolha para criar, e sim uma obrigação.

A palavra da curadoria

Eu me apaixonei imediatamente pelo trabalho da Cathrine. É intuitivo, lírico e poético. Inspira paz. As obras possuem também uma força invisível, translúcida, que mediante diferentes tons de tintas diluídas, por vezes parecem nos conduzir para dentro de uma nuvem espessa, já noutras explodem magicamente, formando uma chuva de meteoros de cores complementares e análogas que conversam delicadamente entre si. Dá vontade de navegar e mergulhar no interior de cada pintura. Acabamos nos conhecendo através de uma amiga norueguesa em comum e tivemos uma afinidade incrível. Assim surgiu a amizade e o convite para a curadoria.

O processo de criação

O processo de criação da artista é diretamente influenciado pela sua história de vida, já que morou em diversos países pelo mundo. Cidades, culturas desconhecidas e línguas incompreensíveis aguçam os sentidos, segundo Cathrine, em busca de impressões reconhecíveis. Cada lugar – com suas luzes distintas, sua própria paleta de cores, sua estrutura arquitetônica específica e um código de identidade particular – faz parte deste processo. Uma outra curiosidade sobre seu trabalho é o formato mais utilizado pela artista, que acompanha o da escala humana, com base na sua própria altura.

Sobre a artista

Cathrine Crawfurd cursou a Escola de Arte em Oslo, Noruega, de 1989 a 1991, onde se formou. Depois disso, não parou mais, tendo concluído curso na Academia Nacional de Belas Artes, na Universidade de Bergen, também na Noruega, em 1997, além da Faculdade de Belas Artes, na Universidade de Barcelona, Espanha. Em 1996, participou de uma residência artística de três meses na Villa Moderne, em Paris. Entre as individuais já realizadas pelo mundo, estão: em1998 e em 2000, na Galleri Elenor, Oslo (Noruega); em 2007, no Town Hall of Silly, Silly (Bélgica); em 2009, na Galerie Stephanie, Bruxelas (Bélgica), em 2013 no Open Studio, Paris (França), em 2014, na Her Majesty Queen Sonja´s Church and Cultural Center, Paris (França); em 2014, na La Galerie du Cercle Suédois, Paris (França); em 2015, na Galleri Perrongen, Valdres Fine Art Society, Valdres (Noruega), e no Brasil, em 2019, na Maquês 456, no Rio de Janeiro. Ao longo de sua carreira artística, também integrou diversas coletivas, como Bergen Fine Art Society, Bergen, Noruega (1998); Exposição Anual, condado de Østlandet (Østlandsutstillingen), Fredrikstad, Noruega (1999);  Atelier Aberto, «OSLO OPEN», Oslo, Noruega (2002); Feira de Arte da Associação Norueguesa-Belga, Liège, Bélgica (2008); Exposição Anual, Prefeitura de Woluwe St-Pierre, Bruxelas, Bélgica (2008); Exposição Anual, Prefeitura de Woluwe St-Pierre, Bruxelas, Bélgica (2009);  Exposição Anual, Prefeitura de Woluwe St-Pierre, Bruxelas, Bélgica (2010); Volume et valeur, projeto interdisciplinar com a pianista Natalia Strelchenko, Paris, França (2014); Exposição Anual, Studio W, Fornebu Art Center, Oslo, Noruega (2015 e 2016); JACARANDÁ+, Marquês 456, Rio de Janeiro, Brasil (2018). Em 1999, recebe bolsa de viagem para Havana, Cuba e em 2015, bolsa anual de trabalho, em Oslo, Noruega. Lecionou em várias escolas de arte e arquitetura, Oslo, Noruega, entre 1999 e 2006, bem como na Ėcole du Chant d’Oiseau, Bruxelas, Bélgica, de 2006 a 2010. Em 2013, leciona artes no Lycée International, Saint-Germain-en-Laye, França, em 2014, no Estabelece Atelier, Oslo, Noruega, e, em 2016, dá aulas de arte em Bratislava, Slovakia, e em Roma, Itália. Já em 2017, passando a residir no Rio de Janeiro, se estabelece em atelier com um grupo de artistas, na Marquês 456 e, posteriormente, na Casa Arlette.

De 21 de janeiro a 21 de março.

“Relicto”, por Fernando Limberger.

 

 

 
O Museu da Cidade, Sé, São Paulo, SP, convida até 14 de junho para a exibição de “RELICTO”, uma exposição orquestrada pelo talentoso artista visual Fernando Limberger dividida em dois espaços, a saber: Casa da Imagem e Beco do Pinto. 


Para a visitação é solicitado o uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social.

Mulheres: Argentina & Brasil

11/jan

 

Cerca de 80 obras de 15 artistas mulheres da Argentina e do Brasil, reunidas pela curadora Maria Arlete Mendes Gonçalves, ocuparão todo o prédio do Centro Cultural Oi Futuro no Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, na exposição Una(S)+, de 13 de janeiro a 28 de março. A mostra ocupará do térreo à cobertura, passando pelas galerias, escadas, elevador e pátio externo, e inaugura a programação do Oi Futuro em 2021, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. Produzidas em dois momentos – antes e durante a pandemia – as obras afirmam a potência feminina na arte.

Prevista inicialmente para maio de 2020, e adiada duas vezes por conta do coronavírus, a exposição “ganhou um caráter mais amplo, ao incorporar o estado quarentena da arte”. A curadora decidiu incorporar à mostra também as obras criadas pelas artistas durante o confinamento em suas casas, já que elas produziram continuadamente, mesmo sem a estrutura de seus ateliês. “Elas ampliaram seus campos de trabalho e ousaram lançar mão de novas linguagens, materiais, tecnologias e redes para romper o isolamento e avançar por territórios tão pessoais quanto universais: a casa, o corpo e o profundo feminino”, explica Maria Arlete Gonçalves. “São obras de artistas de gerações distintas e diferentes vozes, a romperem as fronteiras geográficas, físicas, temporais e afetivas para somar potências em uma grande e inédita ocupação feminina latino-americana”, assinala a curadora.

A exposição nasceu da instalação “Fiz das Tripas, Corazón”, da artista portenha/carioca Ileana Hochmann, que ao expor em Buenos Aires em 2019 convidou artistas da Argentina e do Brasil, com a ajuda de Maria Arlete Gonçalves, para dialogarem com seu trabalho. Agora, esta exposição chega ao Rio de Janeiro ampliada, com mais artistas e desdobrada com trabalhos surgidos na pandemia.

As artistas que integram a exposição são, da Argentina: Fabiana Larrea (Puerto Tirol, Chaco), Ileana Hochmann (Buenos Aires), Marisol San Jorge (Córdoba), Milagro Torreblanca (Santiago do Chile, radicada em Buenos Aires), Patricia Ackerman (Buenos Aires), Silvia Hilário (Buenos Aires); do Brasil: Ana Carolina Albernaz (Rio de Janeiro), Bete Bullara (São Paulo, radicada no Rio), Bia Junqueira (Rio de Janeiro), Carmen Luz (Rio de Janeiro), Denise Cathilina (Rio de Janeiro), Evany Cardoso (vive no Rio de Janeiro), Nina Alexandrisky (Rio de Janeiro), Regina de Paula (Curitiba; radicada no Rio de Janeiro) e Tina Velho (Rio de Janeiro).

Representação de Emanoel Araújo

05/jan

 

 
A Galeria Simões de Assis, Curitiba, PR e São Paulo anunciou a representação do escultor, gravador e museólogo Emanoel Araújo.
 
Sobre o artista

 

 

Emanoel Araújo, nasceu em Santo Amaro da Purificação numa tradicional família de ourives, aprendeu marcenaria, linotipia e estudou composição gráfica na Imprensa Oficial de sua cidade natal. Em 1959 realizou – ainda em Santo Amaro – sua primeira exposição individual. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.

Foi premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, em 1972. No ano seguinte recebeu o prêmio provindo da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia (1981-1983). Lecionou artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988). Expôs em várias galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas. Foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992-2002) e fundador do Museu Afro Brasil (2004), onde é Diretor Curador. 

Em 2005, exerceu o cargo de Secretário Municipal de Cultura de São Paulo e em 2007 foi homenageado pelo Instituto Tomie Ohtake com a exposição “Autobiografia do Gesto”, que reuniu obras de 45 anos de carreira.

 

Moda na Fundação Iberê

Em 2021, a Japan House São Paulo (JHSP) vai expandir sua presença pelo Brasil, por meio de um projeto de itinerância que terá como um dos primeiros destinos a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. A partir do dia 04 de março, a instituição abrigará a exposição “O fabuloso universo de Tomo Koizumi”. Segundo o superintendente da Fundação, Emilio Kalil, a mostra marcará o início do processo de criação do Departamento de Moda, Design e Arquitetura.

 

 

“O fabuloso universo de Tomo Koizumi” apresenta as surpreendentes criações do designer japonês, destaque na semana de moda de Nova Iorque de 2019, e que, na exposição inédita criada para a JHSP, propôs um panorama pela moda contemporânea sob o olhar do artista que foge das tendências tradicionais e ousa em cada corte de tecido. “A importância de Tomo Koizumi no cenário fashion internacional é inquestionável. Acreditamos que se trata de artista único, um nome acertado para inaugurar o tema moda na programação da Fundação”, comenta Eric Klug, presidente da Japan House São Paulo.

 

 

Sobre o artista

 

 

Nascido na província de Chiba, Tomo, 32 anos, foi descoberto pelo dono de uma loja de varejo que ficou encantado pelas roupas produzidas por ele, ainda quando era estudante universitário. Fundou a sua marca “Tomo Koizumi” e, antes de sua ascensão, trabalhou como figurinista para diversos designers japoneses. Em 2016, teve uma de suas peças usada pela cantora Lady Gaga durante uma visita ao Japão. Dois anos depois, teve seu perfil no Instagram descoberto por Katie Grand (na época, editora-chefe da revista LOVE), que ficou fascinada por seu trabalho e usou de seus melhores contatos para orquestrar um desfile do artista na semana da moda de Nova Iorque (2019), com apoio do estilista Marc Jacobs e um time de peso. 

Finalista do prêmio LVMH em fevereiro de 2020, Tomo Koizumi é considerado hoje um dos principais jovens designers do Japão e veste celebridades internacionais com as suas peças em eventos de gala e red carpet. Ele também lançou na semana da moda de Milão uma coleção cápsula com a marca italiana Emilio Pucci.

Abre Caminhos

18/dez

 

O Centro Cultural São Paulo apresenta até março de 2021 a exposição “Abre-Caminhos”, projeto da Curadoria de Arte Contemporânea da instituição, que reúne seis artistas cujas obras estão expostas no prédio e seu entorno. Neste momento de reabertura das instituições, a “Abre-Caminhos” vem com uma proposta diferente de intervenções no prédio: a fim de impedir aglomerações, muitas das obras estão expostas ao ar livre.

“A exposição é uma mostra importante para entender que nada se termina, nada se acaba, é circular. Ela traz uma jovem produção artística contemporânea, e estes artistas têm trazido uma relação muito forte de ancestralidade com visualidades não-europeias, trata-se de uma arte contra canônica que tem sido justamente um respiro, uma oxigenação na cena contemporânea brasileira. Todos os artistas que participam da mostra têm feito pela primeira vez uma instalação em São Paulo, como Castiel Vitorino, que é uma das artistas que está representando o Brasil na Bienal de Berlim.”, comenta Hélio Menezes, curador da mostra.

Participam Àlex Ìgbó, Castiel Vitorino Brasileiro, Frente 3 de Fevereiro, Maré de Matos, Mônica Ventura e Yhuri Cruz.

Até março de 2021.

 

As paredes do mam

17/dez

 

 

Integrando o Projeto Parede, a obra de “roçabarroca” (*) de Thiago Honório reveste com paredes de pau a pique o corredor do mam com paredes de pau a pique no saguão de entrada do MAM e a Sala Milú Villela, Parque Ibirapuera na av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3, São Paulo, SP.

 

 

O artista traz a técnica de construção que usa uma trama quadriculada de galhos e bambus entrelaçados de forma regular, gerando uma estrutura oca posteriormente preenchida com barro. Esse procedimento tem sido empregado no Brasil, desde o período colonial. Sua ampla presença em edificações para diferentes classes sociais, ao longo da história evidencia uma continuidade material entre os prédios ostentosos, como a igreja barroca, e as moradias populares, como a casa da roça. Parte dos galhos utilizados procedem do parque do Ibirapuera que, somados à terra aparente, trazem um cheiro orgânico ao corredor. Ao construir com elementos vivos do entorno, o artista aproxima o Museu e a Natureza por meio de um saber que nos une a um Brasil profundo.

 

 

(*) Este título vem do poema e do livro “Roça barroca” da poeta e tradutora Josely Vianna Baptista.

 

 

Até 15 de março de 2021.

 

Exposição O Abraço no Centro Cultural Correios

16/dez

Inéditos de Vitória Sztejnman
Até o dia 10 de janeiro, o Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “O Abraço”, da artista carioca Vitória Sztejnman, que faz sua primeira exposição individual na cidade. A mostra, que foi apresentada no Palazzo Zenobio, durante a 58ª Bienal de Arte de Veneza, no ano passado, chega ao Brasil com 28 obras inéditas no país, dentre esculturas, instalação e fotografias. 
Duas grandes esculturas infláveis, uma preta e uma branca, com dois metros de altura cada, convidam o espectador para um abraço. Seguindo todos os protocolos de segurança sanitária, o público poderá interagir com as obras, que são constantemente higienizadas. Pensada antes da pandemia, a mostra ganha um novo significado no atual momento de distanciamento social, trazendo um tema atual, pois as esculturas representam máscaras e o nome da exposição traz algo que não podemos fazer no momento: nos abraçar.

Antonio Dias no MAM SP

03/dez

 

 

Ao falecer, em agosto de 2018, Antonio Dias havia reunido uma coleção das próprias obras que recobria toda sua trajetória artística. O conjunto compunha-se tanto de peças de que ele nunca havia se separado, como de outras recompradas de terceiros para quem tinham sido vendidas. Tratava-se, pois, de uma representação de si mesmo intencionalmente construída, mantida e guardada.

 

A atitude de colecionar-se manifesta um aspecto essencial do artista: Antonio Dias cultivou uma ética do trabalho que permite compreender seu percurso a partir de posicionamentos claramente formulados por ele. Assim, a escolha dos componentes desta coleção testemunha atenção para com princípios que acompanharam o artista ao longo de sua vida e que deviam ser mantidos próximos a si.

 

Reunimos aqui parte dessa coleção única. Além de contar com peças emblemáticas, como Nota sobre a morte acidental e Anywhere Is My Land, o conjunto vai desde as primeiras obras abstratas do início dos anos 1960 até a última tela pintada por Antonio Dias. A mostra divide-se cronologicamente. Inicia-se com as obras mais recentes, onde o uso de pigmentos minerais condutores de eletricidade importava ao artista pela presença do material carregado de carga física. A segunda seção reúne obras com o uso de palavras, frequentemente em inglês, em composições áridas em preto, branco e cinza, que parecem colocar em questão seu próprio sentido como arte, pois negam qualquer prazer ao público. O terceiro conjunto é composto por peças dos anos 1960, cujas figuras fragmentadas remetem à violência do Brasil ditatorial, ao sexo e a vísceras extirpadas. Ao longo do percurso, há também obras singulares, como as abstrações do jovem artista feitas logo após seu estudo inicial com o gravurista Oswaldo Goeldi, os filmes realizados em Nova York entre 1971 e 1972, e as diversas representações do corpo. Pontuando todo o percurso, diferentes autorretratos registram o amadurecimento do autor.

 

A obra, apesar de múltipla, apresenta um aspecto comum: é impossível a experiência de uma compreensão total de cada peça; ao contrário, o público é confrontado com uma construção incapaz de apresentar-se íntegra. Com o método que gera objetos para os quais sempre falta o sentido total, emerge a dimensão ética da obra de Antonio Dias: a incompletude da existência humana. A constância dos temas existenciais garante um sentido testemunhal à obra de Antonio Dias. Portanto, a coleção que ele formou de si mesmo é uma síntese única, tanto pelo percurso que organiza ao longo das várias fases, como pela declaração dos valores éticos norteadores de sua arte.

 

A oportunidade de exibir parte da coleção nesta mostra, ainda durante período de luto pelo artista, só foi possível graças à generosidade da família; a ela é dedicada a exposição.

Felipe Chaimovich
curador

A exposição integra a 34ª Bienal de São Paulo.

 

Até 21 de março de 2021.