Em torno de Clarice

07/dez

Performance A Imitação da Rosa
A partir do dia 7 de dezembro, quem visitar os jardins do Museu da República, Catete, Rio de Janeiro, RJ, vai acompanhar a mãe da artista plástica Panmela Castro, dona Elizaberth, costurando um vestido de 20 metros de comprimento e 600 de tecido cor de rosa, cujo custo do foi adquirido através de campanha coletiva nas redes sociais vinculadas à artista.
Dia 10, a partir das 17h, Dona Elizabeth vai vestir a filha em um ato simbólico de passar adiante conhecimento e sabedoria. Mas não é só isso! O público feminino poderá participar da performance, assim como contribuiu na campanha, se vestindo de sabedoria e alguns metros de tecido. A nova obra de Panmela Castro fala de Sororidade: união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.
Diferente das últimas duas performances públicas de Panmela que exploravam a violência e a dor, esta obra será uma celebração. Apropriando-se da epifania na obra “A Imitação da Rosa” de Clarisse Lispector, Panmela explora questões de natureza específica entre ficção e vida, e ainda outras sobre alteridade e dualidade entre o “eu” e o “outro”.
Clarice Lispector, em muitas de suas narrativas, retrata o aprisionamento das personagens à condição feminina e o desejo de liberdade. Personagens que inicialmente se negam a escapar da rotina mecanizada e aparentemente confortável, em algum momento se deparam com o imprevisto de um súbito instante de revelação, momento privilegiado, que as leva a um processo de autoconhecimento e a um momento de lucidez. O retorno à antiga não-consciência e o equilíbrio desta falta de verdade é impossível. Na obra de Panmela, é preciso entender a necessidade de cooperação entre mulheres e desconstruir a imagem existente de competição.
Com o objetivo de homenagear a escritora Clarice Lispector no dia do seu aniversário, 10 de dezembro, a curadora Isabel Portela da Galeria do Lago do Museu da República propõe a ocupação dos espaços de arte contemporânea do Museu com uma exposição intitulada “Somos todos Clarice”, que apresentará trabalhos de 20 artistas atuantes no cenário carioca inspirados em textos da escritora: Adrianna Eu, Alessandro Sartore, Bianca Madruga, Claudia Hersz, Denise Adams, Helena Trindade, Joaquim Paiva, Jozias Benedicto, Julia Debassi, Katia Wille, Laura Gorski, Manoel Novello, Panmela Castro, Patrizia D’Angello, Pedro Gandra, Regina Vater, Renata Cruz, Thais Beltrame, Virginia Paiva.

 

 

Clarice e o Palácio do Catete
Em 1940, após a morte de seu pai Pedro Lispector, Clarice e sua irmã Elisa se mudam para a residência de Tania que se casara em 1938, com William Kaufmann –, situada à rua Silveira Martins, 76, casa 11, no bairro do Catete, na vila chamada de Condomínio Bairro Saavedra, vizinha ao Palácio do Catete. Neste período a escritora, que já havia tido um conto seu publicado em um jornal semanário, estava se dedicando fortemente à escrita. O Palácio do Catete, antigo Palacete Nova Friburgo, foi construído na segunda metade do Século XIX como moradia da família de António Clemente Pinto, Barão de Nova Friburgo, uma das maiores fortunas do Segundo Império, negociante de escravos e produtor de café.
Além do palácio, a residência mais suntuosa da época, há um imenso jardim que chegava às areias da Praia do Flamengo. Adquirido pelo governo brasileiro como residência dos presidentes, o Palácio do Catete era certamente o centro da vida política e social carioca. Após a mudança da Capital Federal para Brasília, o Palácio do Catete foi transformado em Museu da República, instituição na qual está instalada há 13 anos uma Galeria de Arte Contemporânea, a Galeria do Lago, com uma programação voltada para a exibição de projetos artísticos que se referenciem à história e ao acervo do Museu, no espaço principal da Galeria e em sua extensão, no Coreto, além de propostas que utilizem o Jardim e seus equipamentos, ou mesmo o prédio principal do Museu.

 
A Trajetória de Panmela Castro
Dedicada a pensar as questões relativas ao gênero, Panmela não pode deixar de lembrar que sua performance acontece no último dia da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, mobilização mundial pelo fim da violência de gênero. Andarilha, Panmela viaja o mundo pintando muros por cidades como Johanesburgo, Paris, Washington e pelo menos dez países diferentes do globo. Este ano criou um mural de 300 m2 na fachada do primeiro museu de street art do mundo, o Urban Nation em Berlin; já passou três vezes pela cidade de Nova York, onde trabalha em um quarteirão inteiro de pinturas que cerceiam o Andrew Freedman Complex, além de ter criado o mural da Deusa da Vitória no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro. Ainda em Dezembro visita o bairro de Wynwood em Miami, famoso por possuir obras de street art dos principais artistas do mundo, inclusive uma sua, que ocupa 100 m2. Já em 2017 Panmela vai pintar uma empena comemorativa Dia da Mulher a convite do prefeito de Jersey City, vai voltar a Berlin para participar da exposição de abertura do Museu Urban Nation e ainda pretende realizar sua primeira performance na cidade de São Paulo. Panmela ressalta que durante o processo de construção de seus murais, o que mais passou a lhe interessar não é o resultado da parede, mas sim o processo de estar nas ruas e sua relação com as pessoas e a cidade, e foi através da performance que conseguiu transformar estas experiências em arte e apresentar para o público.

 

 

De 11 de dezembro de 2016 a 10 de março de 2017.

Eloá Carvalho no MAM Rio

05/dez

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura no próximo dia 03 de dezembro de 2016 a exposição “Todo Ideal Nasce Vago”, com pinturas de Eloá Carvalho (Niterói, 1980), feitas a partir de sua pesquisa sobre o acervo fotográfico das exposições realizadas pelo MAM, dos anos 1950 aos dias de hoje. A curadoria é de Ivair Reinaldim, que destaca a investigação da artista sobre a história das instituições. “Seu trabalho articula diferentes camadas de memória, mediante um cuidadoso processo de edição do material pesquisado, propondo conexões entre imagens e narrativas, assim como a articulação de diferentes temporalidades e espacialidades, em consonância com seus locais de exibição”, explica.

 

Em 2013, a artista realizou o projeto “Mise en Scène”, a partir do acervo iconográfico da Galeria de Arte IBEU. Em 2015, Eloá Carvalho foi convidada para fazer uma mostra individual na Galeria do Lago, no Museu da República, a partir da história e da arquitetura do Palácio do Catete, e da relação afetiva dos visitantes da instituição com a memória do espaço.

 

Para a exposição “Todo Ideal Nasce Vago”, a artista retornou à pesquisa iconográfica, e mergulhou no universo do Centro de Documentação e Pesquisa do MAM Rio, onde selecionou fotografias de exposições realizadas no museu, da década de 1950, registros dos jardins e do prédio, um marco modernista projetado por Affonso Reidy (1909-1964), e alguns feitos pela própria artista. A partir dessas fotografias, ela criou em torno de 18 pinturas que estarão na exposição, como “O regador”, “Gran circo” e “O ideal”, feitas este ano, em óleo sobre tela, a maioria em torno de 100 cm x 80 cm, e outras que vão de 150 cm x 180cm a 30cm x 40cm.

 

Eloá Carvalho conta que pesquisa arquivos de instituições para ter acesso a sua história, mas que seu interesse fundamental é a relação com a figura humana, de que maneira ela se está inserida nesse contexto. Feita a seleção de imagens que lhe chamaram a atenção, ela faz uma “edição” pessoal, misturando elementos e umas com outras. Eloá Carvalho ressalta que seu objetivo não é “um projeto histórico”, ou “fazer retratos”, e sim buscar “a cena, o momento”. Exemplo disso é a obra “O regador”, em que se vê um homem de terno curvado com um regador na mão. Trata-se de Juscelino Kubitschek, então presidente da república, na solenidade de plantação das palmeiras do Parque do Flamengo, no final dos anos 1950. “Achei interessante a pessoa que se curva, em uma ação simples, diferente da atitude formal e solene de um chefe de estado”, explica.

 

 

Trazer para dentro o que está fora
Uma pintura em grande formato mostra o artista Heitor dos Prazeres (1898-1966), a rara presença de um negro em um coquetel de abertura de exposições. “As imagens são bem diferentes entre si, mostram pessoas que frequentam o MAM, seus jardins, em universo que vai de figuras importantes, com taças de champanhe, a crianças de escola”, diz a artista. Ela lembra uma frase de Affonso Reidy, que pretendeu, com a fachada de vidro do Museu, trazer para dentro o que está fora. “Eu também, de uma certa forma, quis trazer para dentro o que está fora, as paisagens, as histórias das imagens”, observa.

 

“Além da investigação histórica e iconográfica, as pinturas produzidas por Eloá Carvalho para esta mostra ressaltam sua percepção poética das características físicas e ideológicas dos espaços expositivos e seus usos e afetos, a partir da presença do corpo do espectador. Sua linha de pesquisa reforça o uso da documentação histórica não como mera apropriação ou pastiche, mas, a partir de articulações mais complexas, que em si não escondem idiossincrasias e conflitos internos, para estimular a constituição de novos olhares para o espaço e sua memória”, destaca Ivair Reinaldim.

 

Ele explica que a artista “tem desenvolvido projetos que partem da história de instituições –por meio da investigação de documentos visuais e textuais, relatos orais, objetos e mobiliário, entre outros – para em seguida estabelecer um profícuo diálogo com a memória e as características desses espaços. Seu trabalho articula diferentes camadas de memória, mediante um cuidadoso processo de edição do material pesquisado, propondo conexões entre imagens e narrativas, assim como a articulação de diferentes temporalidades e espacialidades, em consonância com seus locais de exibição”.

 
Sobre a artista
Eloá Carvalho nasceu em Niterói, em 1980, e vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Graduou-se em pintura pela EBA/UFRJ, tendo feito cursos na EAV Parque Lage e na Fundação Eva Klabin. Entre suas exposições individuais, destacam-se: “Como se os olhos não servissem para ver”, na Galeria do Lago, Museu da República, Rio de Janeiro; “Projetos da minha espera”, ZipUp, Zipper Galeria, São Paulo, ambas em 2015; “Mise en Scène”, Galeria de Arte IBEU, Rio de Janeiro, em 2013. Das exposições coletivas, as principais são: “Ver e ser visto”, no MAM Rio de Janeiro, em 2015; “Figura Humana”, Caixa Cultural Rio de Janeiro, e “Novas Aquisições”, no MAM Rio, “Como se não houvesse espera”, Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro, todas em 2014; XI Bienal do Recôncavo Baiano, São Félix, Bahia, em 2012; “Como tempo passa quando a gente se diverte”, Galeria Casa Triângulo, São Paulo (2011); “Novíssimos”, Galeria de Arte IBEU, Rio de Janeiro, em 2010. Possui trabalhos nas coleções Gilberto Chateaubriand | MAM RJ e Instituto Cultural IBEU.

Até 05 de março de 2017.

Zilio no MAM-Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura no próximo dia 03 de dezembro de 2016 a exposição “Atensão”, remontagem da histórica mostra realizada em 1976 com oito obras de Carlos Zilio (Rio de Janeiro, 1944), um dos mais importantes artistas da cena contemporânea brasileira. Com coordenação geral de Vanda Klabin e coordenação de montagem Jaime Vilaseca, a exposição irá ocupar exatamente o mesmo local da montagem original, no terceiro andar do Museu. À época, “Atensão”, a primeira individual de Carlos Zilio em uma instituição, integrou o programa Área Experimental do MAM, que existiu entre 1975 e 1978, e realizou um total de 38 exposições. Artista com reconhecimento no circuito nacional e internacional, Carlos Zilio teve sua pintura “Cerco e Morte” (1974) adquirida há dois anos pelo MoMA de Nova York. A obra integrou a exposição realizada pelo museu norte-americano “Transmissions: Art in Eastern Europe and Latin America, 1960-1980”, de setembro de 2015 a janeiro de 2016.

 

A instalação “Atensão” é formada por materiais de construção, como madeira, tijolos e pedras, articulados em equilíbrio precário e com o som incessante de um metrônomo, e remete o espectador a uma relação com a tensão. “Deste modo, o aspecto austero e geométrico do conjunto, gera uma situação na qual a questão estética está diretamente vinculada a experiência e a vida”, observa Vanda Klabin. Carlos Zilio afirma que remontar a exposição “possibilita recriar uma fase da minha produção e, simultaneamente, situar a inserção e pertinência deste trabalho hoje”.

 

O conjunto de oito obras, pertencente à Coleção MAM Rio de Janeiro, está sendo reconstituído para a exposição por Jaime Vilaseca, que participou da montagem original e de outras três que incluíram esses trabalhos: “Arte e política”, no Museu de Arte Moderna do Rio, que depois itinerou para o MAM São Paulo e MAM Bahia, em 1996 e 1997, com curadoria de Vanda Klabin. Na ocasião, Vilaseca também coordenou o restauro desses trabalhos. Vanda Klabin chama atenção para o fato de que a mostra individual de Carlos Zilio “tem caráter retrospecto, exibida agora após 40 anos, e foca uma produção estética investida de um alto teor político, uma arte engajada e com intensos posicionamentos críticos”.

 

O texto escrito pelo artista para o folder da mostra em 1976 estará na parede da entrada do espaço. Nele, Carlos Zilio destaca que “a leitura da exposição deve partir do princípio de que o seu objetivo está presente nos mínimos detalhes. As partes existem em função do todo; isoladamente, ficam sem sentido”. “A matéria é importante. Tábuas, tijolos, cabos de aço, pedras. Materiais de construção, prestes a desabar. (…) A direção do projeto é dar margem à formação de uma ampla articulação de conceitos que envolve o campo psicológico e o social; os significados objetivos e subjetivos interligados: um som (o seu ritmo), a pedra por um fio (a quase ruptura)”, destacou à época o artista. No final, ele avisa que “a linguagem está imersa na minha fantasmática, mas é preciso situar o projeto historicamente. O meu e o nosso tempo. O meu e o nosso universo. Tempo de tensões, pressões e (des)equilíbrios”.
 

 

Contexto Político-Cultural da época

 
No próximo dia 08 de dezembro, às 16h, haverá uma conversa aberta ao público sobre o contexto político da época, com o artista, os curadores do MAM, Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, e ainda o crítico Ronaldo Brito, que em 1976 integrou a Comissão Cultural do Museu, responsável pela Área Experimental.

 

 
Área experimental do MAM

 
Para Vanda Klabin, “a Área Experimental do MAM representou um espaço de afirmação para a arte contemporânea brasileira”. “Em um momento do país marcado pelo obscurantismo político e social, a Área Experimental teve um valor simbólico particular por ter sido um espaço independente”, afirma. O programa realizado pelo MAM entre 1975 e 1978 foi objeto de pesquisa de Fernanda Lopes, que resultou na publicação “Área Experimental – Lugar, espaço e dimensão do experimental na arte brasileira dos anos 1970” (Bolsa Funarte de Produção em Artes Visuais 2012, em parceria com a editora Figo). Com 208 páginas, o livro faz uma análise histórica, crítica e inédita sobre a criação e funcionamento da Área Experimental, e teve como base documentos do Centro de Documentação e Pesquisa do MAM Rio e de acervos particulares, além de mais de 20 entrevistas feitas com artistas que expuseram dentro da Área Experimental do MAM, além de críticos de arte que acompanharam aquele programa de exposições.

Os artistas que expuseram na Área Experimental do MAM foram: Emil Forman, Sérgio de Campos Mello, Margareth Maciel, Bia Wouk, Ivens Machado, Cildo Meireles, Gastão de Magalhães, Anna Bella Geiger, Tunga, Paulo Herkenhoff, Umberto Costa Barros, Rogério Luz, Wilson Alves, Letícia Parente, Carlos Zilio, Mauro Kleiman (duas mostras), Lygia Pape, Yolanda Freire (duas mostras), Fernando Cocchiarale, Regina Vater, Waltercio Caldas, Sonia Andrade (duas mostras), Amélia Toledo, João Ricardo Moderno, Ricardo de Souza, Luiz Alphonsus, Reinaldo Cotia Braga, Jayme Bastian Pinto Junior, Dinah Guimaraens, Reinaldo Leitão, Lauro Cavalcanti, Dimitri Ribeiro, Orlando Mollica, e Essila Burello Paraíso, além de Beatriz e Paulo Emílio Lemos, Murilo Antunes e Biiça, Luis Alberto Sartori, Jorge Helt e Maurício Andrés, que apresentaram a mostra coletiva “Audiovisuais mineiros”.
 

 

Sobre o artista

 
Carlos Zilio (Rio de Janeiro, 1944) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou pintura com Iberê Camargo. Participou de algumas das principais exposições brasileiras da década de 1960 – “Opinião 66” e “Nova Objetividade Brasileira”, por exemplo, ambas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro –, e de mostras com repercussão internacional, como as edições de 1967, 1989 e 2010 da Bienal de São Paulo (9ª, 20ª e a 29ª), a 10ª Bienal de Paris (1977), a Bienal do Mercosul e a exposição “Tropicália”, apresentada em Chicago, Londres, Nova York e Rio de Janeiro, em 2005. Na década de 1970 morou na França. Desde seu retorno ao Brasil, em 1980, participou de diversas mostras coletivas e individuais, entre as quais “Arte e Política 1966-1976”, nos Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de São Paulo e da Bahia (1996 e 1997), “Carlos Zilio”, no Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2000), que abrangeu sua produção dos anos 1990, e “Pinturas sobre papel”, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2005) e na Estação Pinacoteca (São Paulo, 2006). As mais recentes exposições coletivas que integrou foram: “Brazil Imagine”, no Astrup Fearnley Museet, Oslo, MAC Lyon, na França, Qatar Museum, em Doha, e DHC/Art, Montreal, no Canadá, em 2014; e “Possibilities of the object – Experiments in modern and Contemporary Brazilian art”, na The Fruit Market Gallery, em Edinburgh. Dentre suas mais recentes exposições individuais estão as realizadas no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (Curitiba, 2010), no Centro Universitário Maria Antonia (São Paulo, 2010), e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2011). Carlos Zilio foi professor na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2008, a editora Cosac Naify publicou o livro “Carlos Zilio”, organizado por Paulo Venâncio Filho, sobre a sua produção. Possui trabalhos em acervos de prestigiosas instituições como MAC/USP, MAC/Paraná, MAC Niterói, MAM Rio de Janeiro, MAM São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo e MoMA de Nova York..

 

 

De 03 de dezembro a 05 de março de 2017.

Cartaz do MAC/Niterói

25/nov

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói, MAC, Niterói, RJ, recebe a exposição em seu Salão Principal a exposição “Vontade de Mundo”, que sob a curadoria de Luiz Guilherme Vergara, apresenta uma seleção de cerca de 30 de obras da Coleção MAC Niterói – João Sattamini. A coleção mostra um sentido de unidade, por meio de incontáveis mundos possíveis em cada obra de arte. O objetivo é provocar cada visitante a tecer relações entre as obras entendidas como um mundo em si aberto ao tempo de infinitas leituras e temas. Uma coleção deste ponto de vista pode ser entendida também como um conjunto de relações entre diferentes mundos e sujeitos. As obras foram reunidas não por uma ordem histórica ou de valores estéticos, mas como poemas visuais abertos ao tempo de cada um, à liberdade e incerteza de hoje.

 
A organização desta exposição procura espelhar o mundo contemporâneo pela visão de multiplicidades de temas, meios e processos de criação e expressão. Igualmente não haveria mais uma hierarquia ou narrativa dominante descrita ou ilustrada pelos trabalhos dos artistas. Os grandes nomes de artistas dessa coleção são integrados por sinergias e afinidades que expressam relações e intuições palpáveis de um sistema valores velados em cada obra”, explica Luiz Guilherme Vergara.
Selecionando pinturas, objetos e esculturas,

 

 

Até 02 de abril de 2017.

 

Duas exposições em Salvador

17/nov

O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, Salvador, BA, abre nesta sexta-feira, dia 18 de novembro, às 18 horas, a programação do “Zumbido no Muncab”. Os primeiros eventos são as exposições “Imagens da Ancestralidade em Tramas da Pele”, de autoria da artista Aislane Nobre, e “Salão de Doações”, que reúne obras doadas ao museu por artistas baianos, incluindo nomes como Emanoel Araújo, Juarez Paraiso, Cesar Romero, Justino Marinho, J. Cunha, Graça Ramos e Mário Vasconcelos.

 

A oficina “Tramas da Pele”, a partir do dia 22 de novembro, dá continuidade à programação do “Zumbido no Muncab”. A oficina, conduzida por artista Aislane Nobre, investiga e busca refletir sobre a cor da pele e suas relações  com as limitações das cores comercializadas no mercado artístico nacional. O show de Paulinho da Viola vem a seguir, no dia 25. Será um espetáculo exclusivo idealizado pelo artista, com participação de 17 músicos, para angariar recursos visando a finalização do processo de construção do Muncab.

 

 A programação ainda contará com uma Mesa de Conversa, no dia 30 de novembro, tendo como temática “Os desafios da educação e as ações afirmativas”, e o lançamento, no dia 07 de dezembro, do projeto “Nós, Transatlânticos”, idealizado pelo diretor teatral e professor Paulo Dourado, com a curadoria de José Carlos Capinam (presidente da AMAFRO – Associação de Amigos da Cultura Afro-Brasileira), Jaime Sodré (professor e PhD em História da Cultura Negra) e João Jorge Rodrigues (presidente do Olodum). A proposta do projeto é criar um site sobre o legado africano no Brasil e na Bahia, porto dos primeiros navios negreiros desembarcados no país e foco de uma cultura que se constituiu e se fortaleceu ao longo da história.

Na Biblioteca Nacional

O artista plástico Marcos Duprat inaugura a exposição “Limites” no Espaço Cultural Eliseu Visconti, na Biblioteca Nacional, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A mostra reúne 60 obras sobre papel e tela que abordam as transformações do artista em sua linguagem pictórica da figuração – ou da imagem que descreve a realidade visível – para a criação de espaços e paisagens oníricas e cromáticas. Após um período de oito anos, de sua última exposição no Rio de Janeiro, e uma permanência de três anos no Nepal, Duprat reencontra o público carioca nessa mostra que ilustra etapas de seu amadurecimento e transformação de sua linguagem plástica ao longo de 40 anos de trabalho.

 

Dentre as obras expostas, algumas são datadas de décadas anteriores como citações dos desdobramentos a partir da virada do século. As obras recentes apresentam radical renovação. A técnica de Duprat é a velatura, em que a cor resulta da superposição de pigmentos em camadas. Nas telas o meio empregado é o óleo, enquanto no papel usa óleo, pastel oleoso, aquarela e lápis.

 

A mostra, que foi exibida anteriormente no MUBE, Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo, vem acompanhada do livro “Limites/Boundaries”, editado em 2015, e de novo catálogo editado pela Biblioteca Nacional. No texto de apresentação do livro, Vera Pedrosa assinala a transformação na obra de Marcos Duprat a partir dos seis anos de sua permanência no Japão, de 2000 a 2006, quando sua pintura sai do ateliê e se volta para a descrição da natureza com renovado vigor. Desde 2008, Duprat tem seu ateliê no Rio de Janeiro, e seu acervo pessoal conta com um número expressivo de pinturas, trabalhos sobre papel, desenhos, fotografias e esculturas.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Nascido no Rio de Janeiro em 1944, Marcos Duprat manteve ao longo de sua vida diplomática a constância e o fluxo de sua obra. Com sua formação artística iniciada no MAM do Rio de Janeiro, prosseguiu com o mestrado em Belas Artes em Washington, D.C, onde fez sua primeira individual, em 1977. Realizou inúmeras mostras individuais no Brasil, dentre as quais MASP (1979 e 1988), MAC (1995), Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006) e no MUBE, Museu Brasileiro da Escultura (2015), São Paulo.  No Rio de Janeiro cabe destacar Centro Cultural Correios (1995 e 2008), Instituto Cultural Villa Maurina (1996) e CCBB (1999). No exterior realizou também inúmeras exposições em museus, dentre os quais o Centro Culturale San Fedele, Milão (1990), Museu Nacional da Hungria (1993), Museo de Arte Contemporaneo de Montevidéu (1999), Teien Metropolitan Art Museum, Tóquio (2003), e a Sidhartha Art Foundation em Kathmandu (2013).

 

 

 

De 22 de novembro a 17 de fevereiro de 2017.

Escola de Belas Artes, 200 anos

11/nov

O Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Escola de Belas Artes:1816-2016 Duzentos anos construindo a arte brasileira”. Sob a curadoria de Angela Ancora da Luz, a mostra faz um recorte da produção artística da instituição que formou e ainda forma centenas de artistas brasileiros desde Vítor Meireles, Antônio Parreiras, Eliseu Visconti, passando por Burle Marx, Goeldi, Portinari, Weissmann, Anna Maria Maiolino, Roberto Magalhães, Lygia Pape, Celeida Tostes, Mauricio Salgueiro até Felipe Barbosa, Bruno Miguel, Jarbas Lopes entre muitos outros.

 

Criada por Decreto Real de D. João em 12 de agosto de 1816, a primeira sede da Escola de Belas Artes foi na Travessa das Belas Artes, próxima a Praça Tiradentes. O prédio, de Grandjean de Montigny, foi projetado para receber a então Academia Imperial das Belas Artes e foi inaugurado em 5 de novembro de 1826. Em 1908, já com o nome de Escola Nacional de Belas Artes, a instituição transferiu-se para seu segundo prédio, com projeto de Morales de los Rios, na Avenida Rio Branco, onde hoje situa-se o Museu Nacional de Belas Artes.

 

Segundo a curadora da exposição, Angela Ancora da Luz, que dirigiu a EBA entre 2002 e 2010, “…a presença da Escola no contexto da sociedade brasileira revelou sua identidade por aspectos pouco conhecidos, mas de grande interesse social e político, além de seu princípio norteador fundamental: o ensino artístico. Uma escola de grande peso no Império e que esteve aberta a todos os que desejassem buscar o caminho das artes, sendo aceitos pelos grandes mestres dos ateliês. O que contava na hora da seleção era o talento, sem restrição ao grau cultural, à raça ou situação econômica. Cândido Portinari, por exemplo, mal havia completado o terceiro ano do curso “primário” quando foi aceito pela instituição, tornando-se a grande referência da pintura brasileira”.

 

“São incontáveis os pintores, escultores, desenhistas, gravuristas, cenógrafos, indumentaristas, designers, restauradores e paisagistas que saíram dos ateliês e salas da escola. O grande desafio que a presente exposição nos trouxe foi o de apresentar apenas alguns destes artistas e suas obras. Mesmo se ocupássemos todas as salas deste museu (…) ainda assim seria impossível apresentar a excelência de tudo que aqui se produziu”, completa a curadora.

 

A exposição ocupará dois salões expositivos do MNBA abrangendo a produção dos artistas que passaram pela Escola de Belas Artes, desde sua criação até a presente data. A dificuldade de selecionar as obras desta mostra comemorativa foi muito grande. Pela excelência dos artistas que passaram por seus ateliês – impossível trazer um representante de cada período – a opção da curadoria foi privilegiar os que tiveram a formação da escola. Muitos desses artistas foram alunos do Curso Livre, admitidos pela avaliação dos Mestres. Passaram pela instituição artistas de todas as classes sociais, a escola sempre foi uma unidade que presava pela diversidade. De todos que cursaram a Escola de Belas Artes, mesmo os que não a concluíram, ficou o reconhecimento do papel fundamental que ela representou em suas trajetórias.

 

O eixo curatorial enfatizou a Escola de Belas Artes como instituição que preserva a preocupação social, política e intelectual das diferenças individuais, o que não impede a formação de um corpo e de uma identidade. A curadoria buscou evidenciar as diferenças e afinidades em desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, instalações, vídeos e performances que fizeram da escola um paraíso vocacionado para a arte e a cultura no Rio de Janeiro, potente e famosa caixa de ressonância artística do Brasil.

 

O projeto conta com patrocínio integral da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e a produção/idealização da exposição está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que já realizou importantes publicações e exposições itinerantes pelo Brasil, como Farnese de Andrade, AthosBulcão, Milton Dacosta, Miguel Angel Rios, Raymundo Colares, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Henri Matisse, Bruno Miguel, Antonio Bandeira, Manoel Santiago, Teresa Serrano, Regina de Paula, Nazareno, entre outros.

 

 

Artistas

 

Abelardo Zaluar, Adir Botelho, Alfredo Galvão, Almeida Reis, Amés de Paula Machado, Anna Maria Maiolino, Antonio Manuel, Antônio Parreiras, Arthur Luiz Pizza, Augusto Müller, Bandeira de Mello, Barbosa Júnior, Batista da Costa, Belmiro de Almeida, Bruno Miguel, Burle Marx, Carlos Contente, Cândido Portinari, Celeida Tostes, Décio Vilares, Eduardo Lima, Eliseu Visconti, Estêvão da Silva, Felipe Barbosa, Franz Weissmann, Georgina de Albuquerque, Glauco Rodrigues, Grandjean de Montigny, Henrique Cavaleiro, Hugo Houayeck, Isis Braga, Ivald Granato, Jarbas Lopes, Jean-Baptiste Debret, João Quaglia, Jorge Duarte, KazuoIha, Lourdes Barreto, Lygia Pape, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Varela, Marques Júnior, Mauricio Salgueiro, Maurício Dias & Walter Riedweg, Newton Cavalcanti, Oscar Pereira da Silva, Oswaldo Goeldi, Patrícia Freire, Paulo Houayek, Pedro Américo, Pedro Varela, Quirino Campofiorito, Renina Katz, Ricardo Newton, Roberto Magalhães, Rodolfo Amoedo, Rodolfo Chambelland, Ronald Duarte, Rui de Oliveira, Vítor Meireles e Zeferino da Costa

 

 

 

Até 12 de fevereiro de 2017.

Raimundo Cela no MNBA

Na retrospectiva do pintor Raimundo Cela, o Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe na Sala Barroco Italiano, um recorte do percurso de uma dos mais expressivos artistas de sua geração. Cela fez sua primeira exposição individual em 1945, no MNBA, durante a gestão de Oswaldo Teixeira. Como lembra a diretora Monica Xexéo, “Cela cujo trabalho é rigoroso, refinado e vibrante possui uma trajetória própria e diferenciada de seus contemporâneos, como Antonio Bandeira e Aldemir Martins. Exímio gravador, autor de escrita própria, suas obras,formalmente inovadoras,  ultrapassam o tempo em que foram criadas”. A exposição “Raimundo Cela – um mestre brasileiro”busca resgatar a obra de um realizador muito respeitado entre os estudiosos, mas pouco conhecido do público em geral.  Ao todo, cerca de 50 obras de um dos mais proeminentes artistas do Ceará.

 

A mostra, com curadoria de Denise Mattar, inicia com os primeiros trabalhos do artista, marcados pela influência do academicismo. Nessa fase, destacam-se obras como “Último diálogo de Sócrates”, de 1917, premiada no Salão Nacional de Belas Artes e que garantiu ao artista uma viagem a Paris. Outro destaque da mostra, exibido em seu tamanho natural é o painel “Abolição”, de 1938. Primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura, em 25 de março de 1884, o Ceará, terra natal do artista, encomendou, em 1938, um painel que simboliza o momento histórico tão marcante na história do Ceará e do Brasil.

 

Na mostra “Raimundo Cela – um mestre brasileiro”, o público poderá ter acesso a uma visão única do Ceará. Em seus quadros está a melhor tradução dessa paisagem nordestina, como na série “Pinturas Brancas”, de marinhas e paisagens. Raimundo Cela também retratou os tipos da sua terra natal,representando   pescadores, vaqueiros, rendeiras e os jangadeiros, como numa série de obras criadas entre 1940 e 1946.

 

 

Últimos dias, até 20 de novembro.

Oito décadas de Arte Naïf 

Jacques Ardies, marchand franco-belga estabelecido no Brasil e proprietário da galeria que recebe o seu nome é também o curador da mostra coletiva “Arte Naif, uma viagem na alma brasileira”, com abertura no dia 12 de novembro, no Memorial da América Latina – Galeria Marta Traba, Barra Funda, São Paulo, SP.

 

Interpretar a “arte naif” por si só já é um desafio, visto que se trata de uma expressão regional que percorre o mundo assumindo aspectos de acordo com os artistas que expõe suas próprias experiências, por meio de linhas e formas peculiares, sem ter recebido uma orientação formal. Algumas de suas principais características são o uso de cores fortes, a retratação de temas alegres, traços figurativos, a idealização da natureza e sem a preocupação com a perspectiva, ou seja, às vezes, ela é bidimensional. É exatamente por isso que no Brasil, esta arte goza de um ambiente ideal que se amplifica mais ainda graças à exuberância das florestas, à intensa luminosidade e ao conhecido calor humano brasileiro.

 

Como trata-se de um país com tamanha vastidão cultural, para a mostra, foram escolhidos 70 nomes representativos desse gênero específico de expressão artística. Os artistas foram divididos em três núcleos: Histórico – composto por registros de nomes já reconhecidos no segmento e com trajetória sólida; Atual, com nomes ativos no presente, cujos trabalhos também sofrem influencias de novas técnicas e temas contemporâneos e complementando a exposição, uma área especial composta por 10 esculturas do segmento destacado.

 

Segundo Jacques Ardies, a Arte Naïf baseia-se na liberdade para expressar memórias e emoções, por isso, escolhe apresentá-la em montagem em ordem cronológica, começando pela década de 40 até os dias atuais, com destaque para a pintura tropicalista, as evocações divinas em degradés sofisticados e outras características marcantes como cenas paulistanas, cores quentes, a boemia carioca e baianas em trajes finos. O curador observa que os artistas conseguem superar suas dificuldades técnicas e criar uma linguagem inédita, pessoal e singular. Essa liberdade da execução permite maior dedicação ao essencial da arte que pode ser observada pelas pessoas que ainda preservam intacta sua capacidade de encantar-se com o que pode ser apreciado numa exposição.

 

 

Artistas participantes

 

Agenor, Agostinho Batista de Freitas, Alba Cavalcanti, Ana Maria Dias, Antônio Cassiano, Antônio de Olinda, Antônio Julião, Antônio Porteiro, Artur Perreira, Bajado, Barbara Rochltiz, Bebeth, Chico da Silva, Conceição da Silva, Constância Nery, Crisaldo Morais, Cristiano Sidoti, Denise Costa, Dila, Doval, Edivaldo, Edna de Araraquara, Edson Lima, Elisa Martins da Silveira, Elza O.S, Ernani Pavaneli, Francisco Severino, Geraldo Teles de Oliveira, Gerson, Gilvan, Grauben, Helena Coelho, Iaponí Araújo, Ignácio da Nega, Iracema, Isabel de Jesus, Ivan Moraes, Ivonaldo Veloso de Melo, José Antônio da Silva, José de Freitas, José Perreira, Lia Mittarakis, Louco, Lourdes de Deus, Lucia Buccini, Luiz Cassemiro, Madeleine Colaço, Magdalena Zawadzka, Maite, Malu Delibo, Mara Toledo, Marcelo Schimaneski, Maria Auxiliadora, Maria Guadalaupe, Miranda, Mirian, Neuton de Andrade, Olimpio Bezerro, Passarinheiro, Raimundo Bida, Rodolpho Tamanini Netto, Rosina Becker do Valle, Silvia Chalreo, Soati, Sônia Furtado, Vanice Ayres, Waldemar, Waldomiro de Deus, Wilma Ramos e Zé do Embu.

 

 

A galeria

 

A Galeria Jacques Ardies, na Vila Mariana, está sediada em imóvel antigo totalmente restaurado. Desde sua abertura em Agosto de 1979, atua na divulgação e a promoção da arte naif brasileira. Ao longo de 37 anos, realizou inúmeras exposições tanto em seu espaço como em instituições nacionais e estrangeiras, onde podemos destacar MAC/ Campinas, MAM/ Goiânia, Espace Art 4 – Paris, Espaço Cultural do FMI em Washington DC, USA, Galeria Jacqueline Bricard, França, a Galeria Pro Arte Kasper, Suíça e Gina Gallery, Tel-Aviv, ,Israel. Em 1998, Jacques Ardies lançou o livro “Arte Naif no Brasil” com a colaboração do crítico Geraldo Edson de Andrade e em 2003, publicou o livro sobre a vida e obra do artista pernambucano Ivonaldo, com texto do professor e crítico de arte Jorge Anthonio e Silva. Em 2014, publicou Arte Naïf no Brasil II, de sua autoria, com textos complementares dos colecionadores Daniel Achedjian, Peter Rosenwald, Marcos Rodrigues e Jean-Charles Niel. A galeria possui em seu acervo obras, entre quadros e esculturas, de 80 artistas representativos do movimento da Arte Naif brasileira.

 

 

A galeria Marta Traba

 

A Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana é um espaço privilegiado para a difusão da arte latino-americana e para o intercâmbio cultural com os países do nosso Continente. Projetada por Oscar Niemeyer, a Galeria é hoje o único espaço museológico existente no Brasil, inteiramente dedicado às artes e à cultura latino-americanas. Ocupando uma área de 1.000 m², o espaço é sustentado por uma única coluna central, circundado por painéis que permitem ao visitante, desde a entrada, uma visão do conjunto das obras expostas.

 

 

Até 06 de janeiro de 2017.

Eva Soban em Joinville

09/nov

O Museu de Arte de Joinville, SC, inaugura a exposição “Por um Fio” da artista visual Eva Soban, onde diversas obras tentam retratar a realidade cruel a qual devemos nos atentar e buscar meios para alterá-la. Em um cenário global onde o mote principal são conflitos, guerras, terrorismo, refugiados, bombardeios, ataque e contra-ataque, ganância, e pouco ou quase nenhum comprometimento com o mundo ou com o próximo, a artista opta por dar ao seu público uma possibilidade de reconstruí-lo ludicamente, através de sua instalação.

Essa obra, em construção, busca evidenciar a importância da participação de cada um nesse momento. “Estamos acostumados a apontar dedos, ao passo que não fazemos nada para contribuir com a construção de um mundo melhor”, diz Eva. Quando finalizada, “Por um Fio” será um registro da urgência da sociedade enxergar seu poder em um momento de transformação.

 

Suspenso por um cabo de aço, no centro do espaço expositivo, um globo em estrutura de ferro,com os continentes delineados com fios em uma tela plástica, representa a peça central da exposição. Diversos materiais têxteis serão disponibilizados, permitindo ao público uma interação completa e participação ativa na “construção de um novo mundo”. “O convite é que o público possa interagir com a obra, costurando, bordando ou tecendo um novo mundo, um mundo sem fronteiras”, explica Eva Soban. Complementando o cenário, fios, fibras diversas, tecidos e demais materiais, serão posicionados de forma a ficarem pendentes do teto ao chão, como uma cortina de possibilidades.

 

O momento atual é de grandes acontecimentos, mas também de reflexão, superação e reconstrução. É possível notar uma sensação de despertar coletivo, com mais pessoas indo para as ruas protestar, defender seus direitos, seu espaço na sociedade, pessoas que entendem e aceitam as diferenças. “Estamos ligados por um fio; um fio frágil e quebradiço, mas esse fio ainda traz esperança. Pois é através de momentos como esses que as mudanças ocorrem”, declara Eva Soban. “POR UM FIO” é um convite ao espectador, para que ele pare, reflita e ajude a reconstruir o mundo.

 

 

Sobre a artista

 

Graduada em sociologia e política, com cursos livres em fotografia e artes plásticas, Eva Soban tem 40 anos de experiência e vivência com arte, utilizando em seu trabalho fios, fibras, plásticos e tecidos, que ela transforma em obra com formas e texturas exclusivas. Entre as principais exposições internacionais, estão a Bienal Internacional de Arte Têxtil – 2011 – Museo Diego Rivera – México; o “Projeto Empezar”- 2010 -Barcelona – Espanha; “A View of Today’s Brazilian Textile Art”. Museu Rudentarn, 1995 – Copenhagen – Dinamarca. No Brasil, participou da SP-Arte 21016, Mostra Internacional de Arte Contemporânea – 2011- Paraty; “100 Designers do Brasil“- 1999 e “500 Anos de Design no Brasil” – 2001, ambas na Pinacoteca do Estado – SP; Exposição de Arte Lúdica MASP – 1979 – SP; 1ª, 2ª e 3ª Trienal de Tapeçaria no Museu de Arte Moderna MAM –1976, 1979, 1982 – SP. Em junho de 2015 expôs “Floresta Negra”, no Museu de Arte de Joiville. Em 2016, exibiu “Floresta Negra II” no Museu Afro Brasil, SP e da coletiva “Artistas da Tapeçaria Moderna II”, Galeria Passado Composto, SP. O manuseio com as fibras lhe garante um grande conhecimento da linguagem.

 

 

De 10 de novembro a 29 de janeiro de 2017.