Na Pinacoteca do Estado

03/nov

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe “Arte no Brasil: Uma história na Pinacoteca de São Paulo. Vanguarda brasileira dos anos 1960 – Coleção Roger Wright”, um recorte de 80 obras realizadas entre as décadas de 1960 e 1970 no Brasil pelos artistas mais representativos da nova figuração, do teor político e da explosão colorida do pop, como Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Raymundo Colares, Rubens Gerchman, Carlos Zilio, entre outros.

 

A mostra de longa duração celebra o comodato de 178 obras estabelecido em março de 2015 entre a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca e a Associação Cultural Goivos, responsável pela Coleção Roger Wright. Além disso, também dá continuidade à narrativa iniciada com a exposição “Arte no Brasil”, em cartaz no segundo andar e que apresenta os desdobramentos da história da arte no Brasil do período colonial aos primeiros anos do modernismo em 1920.

 

“Com esse conjunto, o museu oferece aos visitantes a possibilidade de ver e compreender processos recentes que contribuíram para formação da visualidade brasileira. Sem contar, que a Pinacoteca se consolida como um museu nacional da história da arte no Brasil, constituído por núcleos articulados em uma narrativa extensa e representativa”, explica José Augusto Ribeiro, curador da exposição.

 

A exposição tem patrocínio, via leis de incentivo, de Pirelli, Klabin e Credit Suisse. Sua realização foi possível também graças ao apoio direto de amigos pessoais do colecionador Roger Wright, como Paulo S.C. Galvão Filho e José Olympio da Veiga Pereira.

 

 

Comodato

 

A Coleção representa a produção brasileira dos anos 1960 e possui importantes instalações produzidas a partir de 2000. Foi montada por Roger Wright e seus dois filhos desde 1996 e, após o acidente que vitimou a família em 2011, Christopher e Ellen Mouravieff-Apostol, irmão e mãe de Roger Wright, decidiram manter as obras em solo brasileiro. Para isso, consultaram vários museus nacionais, buscando encontrar algum que apresentasse condições seguras e plenas de pesquisa, comunicação, salvaguarda e projeção pública.

 

“Estou muito feliz com a perspectiva de ver em breve a coleção aberta ao público na Pinacoteca. Acima de tudo, tenho certeza que tanto o Roger como os filhos estariam orgulhosos com esse novo rumo na história da coleção que eles montaram com tanta dedicação”, disse Christopher.

 

A Pinacoteca tem experiência em acomodar obras de grande relevância por meio de comodatos, como a Coleção Brasiliana – Fundação Estudar, que após o período de empréstimo foram doadas ao museu e hoje compõem o seu acervo, e o comodato assinado em 2004 com a Fundação Nemirovsky com trabalhos importantes do período modernista.

 

A mostra permanece em cartaz até 26 de agosto de 2019 no 1º andar da Pinacoteca – Praça da Luz, 2.

Na CAIXA Cultural Rio 

01/nov

A CAIXA Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas”, que reúne trabalhos de jovens talentos das artes visuais de todo o Brasil. A exposição apresenta 36 obras em diversos formatos: fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, objeto, instalação, videoinstalação, intervenção e novas tecnologias. A seleção das obras traz a assinatura da curadora Rosemeire Odahara Graça.

 

Resultado de projeto de apoio à cultura promovido pela CAIXA, a exposição recebeu 1.977 obras inscritas por 860 artistas iniciantes de todo o Brasil e selecionou trabalhos de 24 participantes. Os critérios de escolha foram originalidade, experimentação, inovação, conceito, qualidade artística e contemporaneidade. “Escolhemos as obras que tivessem um valor em si mesmas e que conversassem com as propostas contemporâneas de arte”, explica Rosemeire. Seguindo o regulamento da Seleção, foram escolhidos artistas que ainda não haviam exibido trabalhos em exposição individual.

 

A curadora avalia que a “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas” foi bem sucedida em sua proposta de divulgar artistas ainda iniciantes ou recém-saídos da universidade, numa época de esvaziamento de espaços físicos de exibição nas artes visuais, com o fim dos grandes salões de arte e a chegada da internet. “Nesse novo momento de reformulação das artes visuais no Brasil, a Mostra Bienal CAIXA trouxe uma solução interessante para dar visibilidade a esses artistas”.

 

A Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas encerra esta edição no Rio de Janeiro depois de passar por todas as unidades da CAIXA Cultural: Curitiba, São Paulo, Brasília, Fortaleza, Recife e Salvador.

 

 

De 01 de novembro a 31 de dezembro.

 

Lucia Laguna no MAR

31/out

O MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta exposição individual de pinturas de Lucia Laguna. As obras de Lucia Laguna atravessam interesses diversos, como o cotidiano urbano: a inteligência estética das favelas, o subúrbio, o trânsito, a arquitetura do espaço coletivo. Lucia não pinta sozinha, experimenta – como também ocorre com o signo linguístico – a aguda consciência de um processo coletivo, e social, de constituição e reinvenção da pintura. A curadoria traz as assinaturas de Clarissa Diniz e Cadu.

 

 

A partir de 29 de novembro.

Ocupação artística

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, lança o projeto “VÃO”, que vai promover ocupações artísticas no intervalo de grandes exposições em seu espaço central e com duração de uma semana. Na iniciativa, artistas com produção recente são convidados a pensar como ocupar o vazio, confrontando-se com a arquitetura monumental do edifício. O exercício expositivo individual “Paralelas”, de Victor Monteiro, inaugura a série. A abertura será no próximo sábado, 5 de novembro, às 16 horas, e a exposição segue até o domingo seguinte, 13 de novembro.

 

Paralelas é um desdobramento da série “Prolongamentos”, que consiste em interferências efêmeras no espaço arquitetônico, ao se construir prolongamentos espaciais com fita adesiva a fim de resignificar as possíveis relações entre indivíduos e o lugar onde frequentam. Em “Paralelas”, Victor Monteiro parte de uma reflexão acerca dos próprios elementos que compõem a Casa França-Brasil ao propor superfícies paralelas de fita adesiva que serão levantadas nas colunas ao longo do vão central do edifício.

 

Iniciada em 2007, a série “Prolongamentos” foi exibida na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, em agosto deste ano, a convite do Inhotim, na programação do seminário “Patrimônio Cultural e Contemporaneidade”, em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). No Rio de Janeiro, em maio, a intervenção foi selecionada para a exposição “Agora somos mais de mil”, do programa Curador Visitante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Ainda no Rio de Janeiro, já foram realizadas intervenções na Antiga Fábrica da Behring e no Solar dos Abacaxis e, em Vitória (ES), na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

 

 

Sobre o artista
Victor Monteiro nasceu em Vila Velha, ES, em 1984. Reside, atualmente, no Rio de Janeiro e é mestrando do curso de Processos Artísticos Contemporâneos pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), desenvolve trabalhos em mídias diversas. Em 2014, expôs no Museu de Arte do Rio (MAR), na coletiva “Há escolas que são Gaiolas e há escolas que são asas”, com curadoria de Paulo Herkenhoff e Janaína Melo. Foi contemplado pelo edital de Bolsa-Ateliê de 2010/2011 da Secretaria Estadual de Cultura do Espírito Santo com a proposta individual “Apontamentos” e selecionado com a proposta coletiva “Ateliê Ocupação” no edital de Bolsa-Ateliê de Pintura da Secretaria Estadual de Cultura do Espírito Santo do ano de 2008 – 2009.

 

 

Até 19 de novembro.

Fotografias de César Fraga

25/out

Uma viagem afetiva do fotógrafo e designer gráfico Cesar Fraga por nove países africanos resultou em uma exposição que lança um olhar sobre os lugares de memória do tráfico de escravos para o Brasil. A mostra “Sankofa: Memória da Escravidão na África”, em cartaz na Caixa Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta um total de 250 itens, incluindo 54 fotos, totens multimídia, textos com descrições dos países visitados e recursos de interatividade.

 

A curiosidade pelos fatos que antecederam a história da escravidão e o fascínio em relação às proximidades culturais entre o Brasil e os países africanos que comercializavam escravos foram os fios condutores que levaram César Fraga à expedição, na qual investigou as próprias origens. O fotógrafo e designer é bisneto de uma beneficiária da Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos das mulheres escravas nascidos a partir de 1871, quando essa legislação pré-abolicionista foi aprovada.

 

Durante um ano na África do Sul, ele percebeu a necessidade de dar sua contribuição para encurtar a distância cultural que separa o Brasil do continente africano. As fotografias que integram a exposição foram publicadas no livro “Do Outro Lado”, resultado da expedição de Fraga, que documenta a cultura e o cotidiano das localidades visitadas e, por vezes, sua correlação próxima com os costumes brasileiros.

 

“Grande parte do povo brasileiro vem da mistura entre colonizadores brancos, indígenas nativos e negros trazidos à força da África. Referências europeias não faltam, basta ligar a TV. Mas há muito ainda a se descobrir sobre nossos ancestrais índios e negros, os grandes silenciados da história. Foi assim que nasceu o projeto Do outro lado”, conta Cesar Fraga. Designer formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),  ele é fotógrafo autodidata e já atuou em projetos na América do Sul, Europa, África, Ásia e Antártica.

 

 

Roteiro

 

Elaborado pelo professor e escritor João Reis, considerado um dos mais importantes africanistas brasileiros, o roteiro da viagem abrangeu cidades e regiões protagonistas do tráfico de escravos. Entre 2013 e 2014, foram 60 dias percorrendo Cabo Verde, Senegal, Guiné-Bissau, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Angola e Moçambique, países de onde saíram boa parte dos 11 milhões de homens e mulheres vendidos como escravos – quase metade tendo o Brasil como destino –ao longo de 350 anos.

 

O nome da exposição – “Sankofa” – refere-se a um mítico pássaro africano de duas cabeças, que, segundo a concepção nativa, simboliza voltar ao passado para dar outro sentido ao presente.

 

 

 

Até 22 de dezembro.

Gaudí no Brasil

O Museu de Arte de Santa Catarina, Masc, Florianópolis, tornou-se a primeira cidade do país a receber a exposição “Gaudí, Barcelona 1900”, do arquiteto catalão Antoni Gaudí. A exposição conta com patrocínio da Arteris, com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte (SOL) e da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

 

 

Curadores destacam processos construtivos dos projetos de Gaudí

 

Os curadores da exposição, Raimon Ramis e Pepe Serra Villalba, destacam os processos construtivos dos projetos de Gaudí por meio de modelos tridimensionais que ressaltam detalhes de sua arquitetura. No design, móveis e objetos, que vão de maçanetas de metal a peças em cerâmica e madeira, mostram como a criação artesanal conseguiu fundamentar a indústria. O conjunto das obras reunidas do consagrado arquiteto catalão testemunha a invenção de uma original geometria, calculada a partir da observação e estudo dos movimentos da natureza. Com este princípio racionalista protagonizado pelo orgânico, Gaudí instaura uma estética moderna única que marcou definitivamente a cidade de Barcelona.

 

Para ilustrar ainda mais a potência de um período em que a capital da Catalunha surge como projeto moderno de cidade, os curadores selecionaram 26 trabalhos entre objetos e elementos decorativos concebidos pelos chamados ensembliers(artesãos de alto nível), além de 16 pinturas. São artistas contemporâneos a Gaudí, que desenvolveram suas obras conforme os preceitos do modernismo catalão. Entre eles destacam-se os pintores Ramón Casas e Santiago Rusiñol, e ensembliers como Gaspar Homar ou Joan Busquets, que decoraram e mobiliaram as casas da burguesia catalã do período.

 

Trata-se da mesma burguesia que colaborou para a inovação e processo de integração entre urbanismo, arquitetura, arte, design e indústria, atuando como mecenas dessa importante geração de artistas e artesãos que configuraram um dos movimentos mais férteis e representativos da cultura catalã. “Um momento em que foram construídos os fundamentos culturais da Catalunha atual, em que o processo industrial, o lado íntimo, o momento, o acaso, a mecanização, entre outros, vão ganhando espaço, e a atividade artística vai se abrindo a novas propostas”, explicam os curadores. Neste panorama, sugere ainda a dupla, a obra de Gaudí condensa o debate técnico, estético, ideológico e social da virada do século.

 

A exposição “Gaudí, Barcelona 1900” reúne 71 obras do mestre catalão, sendo 46 maquetes (quatro delas em escalas monumentais) e 25 peças entre objetos e mobiliário. Completam a mostra mais 42 trabalhos de outros artistas e artesãos de Barcelona, produzidos nos anos 1900. Os trabalhos expostos procedem do Museu Nacional de Arte da Catalunha, Museu do Templo Expiatório da Sagrada Família e da Fundação Catalunya-La Pedrera, Gaudí.

 

 

 

Até 30 de outubro.

Doação histórica

24/out

O MoMA recebeu uma doação histórica de arte latino-americana da Coleção Cisneros. A colecionadora venezuelana Patricia Cisneros anunciou a doação de 102 obras ao Museu de Arte Moderna, MoMA, de Nova York. São pinturas, esculturas e outras peças de autoria de 37 artistas do Brasil, Venezuela, Argentina e Uruguai, criadas entre as décadas de 1940 e 1990. No total, Patricia Phelps de Cisneros doou 102 obras, de diversos formatos e técnicas, incluindo trabalhos de 64 de artistas brasileiros.

 

 

Artistas brasileiros

 

A doação inclui telas, esculturas e trabalhos sobre papel realizados entre 1940 e 1990 por 37 artistas trabalhando no Brasil, na Venezuela, na Argentina e no Uruguai. Entre os brasileiros, há obras de Hélio Oiticica, Lygia Clark, Luiz Sacilotto, Ivan Serpa, Mira Schendel, Lygia Pape, Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Hercules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Aluisio Carvão, Willys de Castro, Rubem Valentim e Franz Weissmann.

 

 

Outros latinos

 

A doação inclui trabalhos dos venezuelanos Jesús Rafael Soto, Carlos Cruz-Díez e Alejandro Otero e do argentino Tomás Maldonado, entre outros. Patricia Cisneros faz parte do Conselho Diretivo do MoMA há varias décadas e participa de várias comissões de aquisição e gestão, incluindo o Fundo Latino-americano e Caribenho, do qual ela é presidente e fundadora.No últimos dezesseis anos, a Família Cisneros doou mais de quarenta obras ao museu.

Gonçalo Ivo no MON

20/out

A metáfora de um corpo ou mais especificamente de uma pele na obra de Gonçalo Ivo é o ponto central da mostra “Gonçalo Ivo: A Pele da Pintura”, que poderá ser visitada no Museu Oscar Niemeyer, MON, Curitiba, PR, a partir de 28 de outubro. Com curadoria do crítico Felipe Scovino, a exposição apresenta mais de 100 obras, entre aquarelas, objetos e pinturas, que percorrem a trajetória do artista nas duas últimas décadas. Sob coordenação e supervisão de Flávia Simões de Assis e Waldir Simões de Assis Filho, a exposição “Gonçalo Ivo: A pele da Pintura” teve sua produção realizada por Rafaela Tascae expografia assinada pelo escritório da arquiteta Fernanda Cassou.

 

Gonçalo Ivo é um dos mais destacados artistas brasileiros da geração 80. Radicado na Europa há 15 anos, possui ateliês em Paris e Madri, alternando-se em temporadas de trabalho com o Rio de Janeiro, onde mantém seu ateliê na serra de Teresópolis. Sua obra é reconhecida internacionalmente, sendo exposta em destacadas galerias e museus do Brasil e do exterior. Recentemente seus trabalhos foram apresentados em diversas instituições como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Instituto Moreira Salles – São Paulo e Rio de Janeiro -, Espace Krajcberg, Paris e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

Para Juliana Vosnika, diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, a mostra é um convite para um mergulho na arte em sua camada mais profunda, “Estamos sempre buscando trazer para o nosso visitante o que há de mais prestigiado no cenário nacional e internacional. Esta mostra que apresenta obras de Gonçalo Ivo nos últimos 20 anos é um convite para uma experiência intensa que passa pela excelência técnica e pela inspiração diversificada de um pintor cuja história transcende as fronteiras do Brasil”, relata Juliana.

 

Em “Gonçalo Ivo: A Pele da Pintura”, a curadoria propõe a metáfora da pele como ponto da trajetória do artista, “É uma cor-matéria que vibra incessantemente e também se adequa como uma fina camada epidérmica sobre a tela-corpo. A cor confunde-se com a pele podendo ser na obra de Gonçalo, rugosa, desigual, seca, vibrante.”, analisa Felipe Scovino que reforça também as qualidades harmônicas e musicais da obra de Gonçalo, expressas na escolha dos títulos de algumas de suas obras: como contraponto, acorde, variações para coral e prelúdio. “A qualidade intervalar, que é construída por meio dos módulos de cor, me leva a crer que suas pinturas, agrupadas em um conjunto, podem ser lidas também como uma partitura.”, analisa o curador.

 

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no dia 15 de agosto de 1958, na cidade do Rio de Janeiro, Gonçalo Ivo é filho do poeta Lêdo Ivo e da professora Maria Leda Sarmento de Medeiros Ivo. Levado por seus pais desde a infância, visitou, com assiduidade, os ateliers dos artistas Abelardo Zaluar, Augusto Rodrigues, Emeric Marcier e Iberê Camargo. Estudou pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em 1975, sob a orientação de Aluísio Carvão (1920 – 2001) e Sérgio Campos Melo. Arquiteto, formado pela Universidade Federal Fluminense – UFF, exerce atividades como professor do Departamento de Atividades Educativas do MAM/RJ, entre 1984 e 1986, e como professor visitante da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – EBA/ UFRJ, em 1986. Trabalha também como ilustrador e programador visual para as editoras Global, Record e Pine Press. No decorrer de sua carreira, vem realizando diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. A partir do ano 2000 radicou-se em Paris, cidade que escolheu para se estabelecer com a família e montar atelier. Em 2013, instalou seu segundo atelier na Europa, situado em Madri, alternando períodos de trabalho entre França, Espanha e Brasil. Vários livros foram publicados enfocando sua obra, com textos de críticos brasileiros e internacionais. Gonçalo Ivo é representado em Curitiba, PR, pela Simões de Assis Galeria de Arte.

 

 

Sobre o curador

 

Felipe Scovino é crítico de arte e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui pós-doutorado em Artes Visuais e História e Crítica de Arte pela UFRJ, onde é professor no Programa de Pós- Graduação em Artes Visuais. Seu foco de trabalho é a arte contemporânea e a produção artística brasileira das décadas de 1960 e 1970. Recentemente realizou a curadoria das exposições “Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura”, apresentadas no CCBB de Brasília, Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, Museu de Arte Moderna de São Paulo e na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

 

 

 

De 27 de outubro a 26 de fevereiro.

Mondrian/De Stjil no CCBB/Rio

19/out

“Mondrian e o Movimento De Stjil”, é o cartaz atual do CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, trata-se de uma mostra panorâmica que apresenta pinturas, desenhos de arquitetura, maquetes, mobiliário, documentários, publicações de época e fotografias do grupo de artistas que criaram o movimento da vanguarda moderna holandesa, De Stijl, iniciado como revista em 1917. O ícone do movimento é o pintor Piet Mondrian. Esses artistas elaboraram um tipo de “arte total”, usando cores primárias para criar obras sem restrições, claras e limpas, de acordo como que eles imaginavam que seria o futuro. A exposição mostra também o percurso de Mondrian da figuração à abstração. O acervo foi cedido pelo Museu Municipal de Haia.O movimento que foi uma reação às atrocidades da I Guerra Mundial, procurou formas de mudar o mundo através da arte. Designers, arquitetos e artistas plásticos uniram forças, em 1917, para lançar a revista De Stijl (O Estilo), uma publicação, em preto e branco, com apenas 1 000 exemplares. Trinta obras de Mondrian serão expostas na mostra, ao lado de trabalhos de setenta de seus contemporâneos, no maior acervo do gênero já exibido na América Latina. “Vieram trabalhos de fases pouco conhecidas, mas repletas de obras-primas. Mondrian sempre esteve em busca de uma linguagem que priorizasse o essencial e teve uma longa carreira, cheia de influências, antes de se encontrar no Stijl”, diz o curador Pieter Tjabbes.

 

 

Até 09 de janeiro de 2017.

 

Krajcberg, artista convidado

14/out

O Musée de L´Homme, Paris, França, convidou o artista brasileiro Frans Krajcberg para, em parceria artística com o Espace Krajcberg e a Prefeitura de Paris,participar da exposição “Trib/usdu Monde -Empreintes : L´Humanité a Rendez-vous au Musée de L´Homme”. Sua obra é um manifesto para o ser humano, para salvar o planeta quando monitoram a menor sombra, luz, o menor pedaço de raiz, ou pigmento terrestre.

 

 

Retrato de um artista ativista

 

Frans Krajcberg é artista brasileiro nascido em Kozienice, Polônia, em 12 de abril de 1921. Durante a Segunda Guerra Mundial, sua família morreu vítima do Holocausto. Ele tinha 18 anos de idade, quando o exército alemão invadiu seu país. Em 1945, deixou Varsóvia e se mudou para Stuttgart, onde estudou Belas Artes. Depois de uma breve visita a Paris, onde conheceu Léger e Chagall, emigrou para o Brasil em 1948. Após uma incorporação gradual aos círculos artísticos, ele se isola para trabalhar na natureza brasileira da qual vai fazer sua inspiração e causa. Em 1957, ganha o prêmio de melhor pintor brasileiro e recebe, um ano depois, a nacionalidade brasileira. A Floresta Amazônica é fundamental para seu trabalho e sua luta. A floresta torna-se seu campo de batalha. O gesto artístico de Krajcberg combina palavras e ações de um modo que a arte acaba por defender o planeta. Em 1978, ele vai até o Rio Negro, na companhia de Sepp Baendereck e do crítico de arte Pierre Restany. Esta jornada leva-os à consciência e eles escrevem o “Manifesto do Naturalismo do Rio Negro.”

 

Observando, 35 anos mais tarde, que o apelo foi ouvido pouco, Frans Krajcberg publicou em 2013, com Claude Mollard um “Novo Manifesto naturalismo integral”, uma chamada para todas as partes interessadas no mundo da arte para despertar as consciências, iniciar um movimento artístico em defesa do meio ambiente e ajudar os americanos nativos preservar suas terras e cultura.

 

“Eu procuro formas ao meu grito contra a destruição da natureza, meu trabalho é um manifesto! “diz, Krajcberg.

 

 

Um fim de semana especial Frans Krajcberg

 

Será realizado nos dias 22 e 23 de outubro, com uma mesa redonda e visitas acompanhadas. Os convidados são: Sylvie Depondt e Claude Mollard (comissários), Eric Darmon (produtor e diretor), Serge Bahuchet (diretor do departamento Homens, naturezas, as sociedades – Museu Nacional de História Natural).

 

Domingo 23 de outubro no Auditório Jean Rouch.

 

 

A exposição ficará em cartaz até 02 de janeiro de 2017.