​Arquivo urbano

24/jun

A Luste Cultural exibe, no Senac Lapa Faustolo, São Paulo, SP, a mostra Arquivo Urbano: 100 Anos de Fotografia e Moda no Brasil, da editora de moda, artista plástica e designer de joias Jussara Romão, que também assina a curadoria e a expografia. Composta por 120 fotografias e vídeos, a exposição apresenta um panorama dos hábitos e costumes dos brasileiros nos últimos 100 anos, com ênfase na moda feminina cotidiana. Na data da abertura da exposição, a autora ainda participa de uma conversa aberta com o diretor de arte Guilherme Rex e com o jornalista Mário Mendes.

 

 

 

Durante amplo período de pesquisa iconográfica, feita por Goya Cruz, foram resgatadas fotografias – oriundas de álbuns de família, instituições, museus e acervos particulares – que traçam uma análise social e histórica da sociedade brasileira, ao longo dos últimos 100 anos. Além de fotógrafos anônimos, que registraram o dia a dia de suas famílias, a pesquisa inclui imagens de nomes consagrados, como Augusto Malta, Jean Manzon e Marcio Scavone. Com este material e, partindo do pressuposto de que “Tudo o que acontece na sociedade se reflete na forma de vestir”, surgiu o projeto Arquivo Urbano, composto por um livro (lançado em 2013, pela Luste Editores), e pela presente exposição. O livro – que foi finalista do Prêmio Jabuti 2014 na categoria Artes e Fotografia -, traz as imagens, acompanhadas por um texto de autoria de Mario Mendes, e relatam comportamentos difundidos por fontes como cinema, rádio, jornais, revistas e televisão, desvendando o país antes e depois do advento da indústria da moda.

 

 

Ocorridas do início do século XX para o XXI, grandes transformações na sociedade geraram diversas mudanças nos hábitos e costumes da população. “A moda, o lazer, a alimentação: tudo mudou de forma extraordinária”, comenta Jussara Romão.

 

 

A exposição Arquivo Urbano: 100 Anos de Fotografia e Moda no Brasil apresenta uma história do país. Não a história oficial de políticos e homens importantes, mas a vida cotidiana dos brasileiros e sua evolução – um tema de interesse para os mais diversos públicos. A mostra representa, desta forma, um importante registro não apenas para historiadores e estudantes, mas também para o público em geral, uma vez que traz imagens curiosas, que contam a trajetória do Brasil de modo pouco usual.

 

 

 

De 30 de junho a 24 de julho.

A Tradição clássica

22/jun

A Fundação Eva Klabin, Lagoa (esquina do Corte do Cantagalo, próximo ao Metrô Cantagalo), Rio de Janeiro, RJ, realiza, no próximo dia 27 de junho, às 15h30, o encontro da programação mensal gratuita “A tradição clássica na Fundação Eva Klabin”, que abordará a arte produzida na antiguidade tendo como ponto de partida uma obra do vasto acervo da instituição. O encontro deste mês terá como tema “Classicismo e anticlassicismo”, com palestra de Fernanda Marinho, doutora pela UNICAMP, historiadora da arte no âmbito do Renascimento italiano e suas decorrências iconográficas e historiográficas.

 

 

A iconografia mariana será abordada nesta palestra através dos divergentes contextos artísticos de Flandres e da Itália do século XVI. A partir das madonas associadas aos círculos de Mabuse e Andrea del Sarto, serão analisadas as repercussões da crise político-religiosa do Renascimento e suas decorrências formais anticlássicas.

 

 

A retirada de senha será a partir das 15h, e inscrições prévias podem ser feitas pelo email cultura@evaklabin.org.br. Organização de Marcio Doctors, com patrocínio da Klabin S/A, com Lei Federal de Incentivo à Cultura, do MinC. A entrada é gratuita.

 

 

 

 

Sobre a palestrante

 

 

Fernanda Marinho, doutora pela UNICAMP, é historiadora da arte no âmbito do Renascimento italiano e suas decorrências iconográficas e historiográficas. Trabalhou na Fundação Eva Klabin, no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e lecionou no Instituto de Artes da UERJ, no IFCH da UNICAMP e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Atualmente é pós-doutoranda pela UNIFESP e dedica-se às diversas formas de primitivismo durante o início do século XX entre França, Itália e Brasil.

Bate-papo na Casa Daros

10/jun

A Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, realiza no próximo sábado, dia 13 de junho de 2015, às 17h, um bate-papo com o crítico de arte Luiz Camilo Osório e José Damasceno, artista integrante da exposição “Made in Brasil”, com mais outros sete artistas brasileiros. A conversa será sobre a trajetória do artista, suas influências e suas obras na exposição em cartaz na instituição. A entrada é gratuita e as senhas serão distribuídas meia hora antes na recepção.

Curso no MAM-Rio

27/maio

Aula inaugural: 27 de maio, das 18h30 às 20h30 – Período: 3, 10, 17 e 24 de junho  e 1 e 8 de julho de 2015, das 18h30 às 20h30

 

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, realiza, de 27 de maio a 8 de julho de 2015, o curso “Amor: do Banquete ao Museu”, organizado pelo psicanalista Guilherme Gutman e pelos curadores Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre que abordará o amor, através da arte e da psicanálise. O curso será realizado sempre às quartas-feiras, das 18h30 às 20h30, na Cinemateca do MAM Rio.

 

A aula inaugural, no dia 27 de maio, será gratuita, ministrada pelo psicanalista Guilherme Gutman com o tema “De volta ao Banquete”, onde serão apresentadas as principais ideias do diálogo platônico, já numa perspectiva da psicanálise. O custo total do curso, com sete aulas, é de R$150, ou R$50 cada aula avulsa. Inscrições pelo email: atendimento@mamrio.org.br.

 

Desde “O Banquete” de Platão – o ponto mais alto do cânone literário sobre o amor no Ocidente e verdadeira matriz de discursos e de formas de relacionamentos amorosos – até a música “All you need is Love”, dos Beatles, espécie de representação imaginária daquelas que seriam, então, as potencialidades ultra-humanas do amor, o leque de abordagens é extenso. Aqui o tema Amor é tomado junto com os seus correlatos, tais como a paixão ou o encantamento, movimentos que, ainda que admitamos como nossos, não estão definitivamente sob a nossa gerência.

 

Com Freud, aprendemos a reconhecer como dor psíquica a incapacidade (latu senso) de trabalhar ou de amar. Aprendemos ainda que a promessa será sempre a de que algo ou alguém nos proporcione interminavelmente a conjugação entre as formas sublimada e erotizadas de amor. Luta inglória e, eventualmente patética. Tal como personagens de uma ópera bufa, insistimos onde o que na verdade insiste são os rigores do automatismo do simbólico. Aí, talvez, uma obra – efeito ou página de todo um percurso de trabalho – possa exceder outros encontros. Do cinema à literatura e à filosofia, da psicanálise à pratica de artistas contemporâneos, várias são as portas de entrada no amor.

 

 

PROGRAMAÇÃO:

QUARTAS-FEIRAS | 18h30 às 20h30

Dia 27 de maio de 2015 – Aula inaugural – gratuita

 

Guilherme Gutman | De volta ao Banquete

 

Apresentação do contexto e das principais ideias do diálogo platônico, já numa perspectiva da psicanálise. A partir disso, procuraremos localizar em que medida “O Banquete” é simultaneamente matriz e depositário das formas de amor no Ocidente.

 

 

Dia 3 de junho de 2015

 

Marcela Oliveira | A cinta de Afrodite

 

Antes do Banquete de Platão, Homero já nos havia legado, em seu grande banquete poético, uma visão nada romântica do amor (distinguindo-se da moderna) e desatrelada da verdade (distinguindo-se da platônica). Na Ilíada, o amor é assunto de Afrodite, “urdidora de enganos”. Graças aos poderes contidos na cinta de Afrodite, Hera é capaz de iludir Zeus, que diz nunca ter sentido tanto desejo, e Helena se unira a Páris, dando origem à sangrenta Guerra de Tróia.

 

 

 

Dia 10 de junho de 2015

 

Cristina Franco Ferraz | Do amor fusional ao risco dos encontros: perspectivas críticas

 

 

A partir da crítica nietzschiana ao amor fusional, de matriz romântica, tematizaremos o caráter crescentemente problemático do vínculo amoroso em regimes de vida pautados por valores ligados ao empreendedorismo, pela ideologia securitária e pela crise da confiabilidade no outro e no mundo. Exploraremos, a seguir, uma performance de Marina Abramovic em que a disponibilidade perceptiva, sensorial, e a abertura ao outro se fazem amorosamente obra.

 

 

Dia 17 de junho de 2015

 

Pedro Duarte | O amor romântico

 

O Romantismo não foi só um movimento estético. Foi uma erótica, um modo de sentir, de se enamorar, de viver e de morrer. Sobretudo, foi um modo de amar. Literatura e arte abriram historicamente uma forma moderna de amar baseada na liberdade individual, ao mesmo tempo que lamentaram a perda do amor antigo, ligado a deuses, como aparecia em Platão. Esta palestra, transitando entre arte e filosofia, apresentará o ideal romântico de amor, deixando a questão sobre o que dele ainda resta hoje.

 

 

Dia 24 de junho de 2015

 

Tadeu Capistrano | Imagens do amor em pânico

 

“Dance Me to The End of Love”.A utilização da melancólica música de Leonard Cohen na abertura de Miss Violence, recente filme de Alexandro Avranas, embala o frio aniversário de uma menina de onze anos, Angélica, que após uma “troca de olhares” com o espectador, joga-se da janela de seu prédio finalizando a comemoração. A partir de uma análise sobre o destino sombrio que este filme grego sugere para o amor, o objetivo desta apresentação é problematizar as imagens dos crimes que envolvem laços afetivos e explorar as relações entre cinismo, crueldade e frieza presentes nas discussões atuais em torno à “moral do espectador”.

 

 

Dia 1 de julho de 2015

 

Auterives Maciel | A experiência do amor na filosofia materialista de Spinoza

 

Mostrando a sua singularidade pelo esclarecimento dos principais aspectos do seu sistema ético.Trabalharei o desejo, a distinção entre ética e moral, a potência do corpo e a relação deste com o pensamento, com o propósito de analisar as nuances existentes entre esta ética e a concepção de amor que dela emergirá.

 

 

Dia 8 de julho de 2015

 

Laura Erber | Envio e extravio: infinito, urgência e impossível na correspondência

 

 

Na tentativa de atingir uma época, um objeto de amor ou de simplesmente deixar um rastro de si mesmo, todo envio comporta sempre um risco de extravio que lhe é constituinte.Toda correspondência lida com a perda de sentido, a falta de resposta e a ausência daquele a quem se destina. Se toda carta de amor é ridícula e se toda carta é sempre, em alguma medida, uma carta de amor, o abismo aberto pelo gesto de endereçamento põe em cena ritmos de espera que vão da urgência a certa experiência de suspensão temporal, de contato mórbido com o infinito. Kafka enviava várias cartas diárias a Felice e sonhava com uma máquina de telegramas instantâneos. Anna Akhmátova escreveu cartas com perguntas para Rilke depois de sua morte. On Kawara escreveu telegramas diários para testemunhar sua existência. Ghérasim Luca escreveu cartas a um destinatário desconhecido movidas pelo anonimato do remetente. Alejandra Pizarnik escreveu poemas que eram missivas de suicídio. A palestra discute diferentes modos de correspondência através de exemplos retirados da literatura e da arte moderna e contemporânea. Abordará também a experiência da exposição Musa sem cabeça, uma fábula do contemporâneo (MAM-Rio 2013) que consistia no envio de telegramas ao Senhor MAM.

 

 

Sobre os professores

 

Guilherme Gutman é médico psiquiatra e psicanalista, professor de psicologia da PUC-Rio, mestre e doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Uerj, crítico de arte.

 

Laura Erber é escritora, artista visual e crítica. Autora de Ghérasim Luca (2012) e Esquilos de Pavlov (2013). Professora adjunta do departamento de Estética e Teoria do Teatro Unirio e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da mesma univerisdade. Integra o Núcleo de investigações em teatro e outras artes.

 

Marcela Oliveira é professora do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, onde se formou doutora e mestre, atuando na graduação e na pós-graduação com especialização em Arte e Filosofia. Desenvolve estudos em filosofia contemporânea, estética e teoria do teatro.

Maria Cristina Franco Ferraz é professora titular de Teoria da Comunicação da UFRJ, e doutora em Filosofia pela Universidade de Paris I – Sorbonne (1992), publicou, entre outros, Nietzsche, o bufão dos deuses (1994), Platão: as artimanhas do fingimento (1999), Homo deletabilis – corpo, percepção, esquecimento: do século XIX ao XXI (2010) e Ruminações: cultura letrada e dispersão hiperconectada.

 

Pedro Duarte é doutor e Mestre em Filosofia pela PUC-Rio, onde atualmente é Professor na Graduação, na Pós-Graduação e na Especialização em Arte e Filosofia. Foi Professor Visitante nas universidades Brown (EUA) e Södertörns (Suécia). É autor dos livros “Estio do tempo: Romantismo e estética moderna” (Zahar) e “A palavra modernista: vanguarda e manifesto” (Casa da Palavra).

 

Tadeu Capistrano é professor de Teoria da Imagem na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Realizou tese de doutorado sobre cinema, tecnologia e percepção pela Uerj, pesquisou na Universidade de Columbia, em Nova York, onde foi Visiting Scholar. Auterives Maciel mestre em Filosofia e doutor em Psiquiatria, Psicanálise e Saúde Mental ambos pela UFRJ.

Encontro na OMA |Galeria

26/maio

Na próxima sexta-feira, 29, a partir das 19h, a OMA |Galeria, São Bernardo do Campo, SP, promove mais um evento público em comemoração aos dois anos da galeria que une, mais uma vez, um dos espaços mais antigos e importantes da região, que é a Pinacoteca de São Bernardo, e a OMA | Galeria, que é o espaço “caçula” da cidade. Em formato de bate-papo, o convidado da vez é João Delijaicov Filho, curador da Pinacoteca. O evento que tem como objetivo colocar o público frente a frente com importantes nomes do universo das artes e levantar questões atuais acerca da produção nacional, dos novos rumos da arte no Brasil e no mundo, e também fazer um resgate da história artística da região.

 

Segundo o galerista do espaço, Thomaz Pacheco, é importante promover a troca de conhecimento com aqueles que viveram e ainda se destacam no circuito de arte. “O João é uma referência como curador. Além de ser o responsável pela criação da Pinacoteca de São Bernardo há mais de 30 anos, durante toda sua carreira teve contato pessoal com os maiores nomes do circuito das artes visuais, conviveu com Sacilotto, Waldomiro de Deus, João Suzuki entre outros nomes, tem uma bagagem incomparável, será uma honra recebê-lo em nosso espaço e uma oportunidade única de reviver bons momentos das artes no ABC. O João é uma livro de recordações vivo.”, comenta.

 

João Delijaicov Filho está à frente da Pinacoteca da cidade há 30 anos e ajudou a construir o que é considerado o maior espaço de exposição permanente de arte moderna e contemporânea da região do ABC.

 

 

Data: 29 de maio, a partir das 19hs – Rua Carlos Gomes, 69, Centro – São Bernardo do Campo – SP.
Gratuito

Sarau na LUME

24/abr

Organizado por Mariana Portela, a Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, em continuidade a seu calendário 2015 de atividades paralelas, convida para o “Sarau na Lume”. O evento propõe a reunião de artistas e apreciadores de arte para ouvirem e exporem suas poesias, músicas e performances.

 

“Assim se manifesta esse lugar de completude, de coragem, de alegrias. Uma galeria aberta para a comunhão de todas as artes.”, comenta a organizadora.

 

Nesta edição, o psicólogo ocupacional Paulo Vieira, especialista em mitologia, apresenta a palestra “O Saber dos Mitos; O Saber da Gente”, na qual estabelece um panorama de como podemos compreender e modificar nossas existências, a partir do conhecimento mitológico. A coordenação é de Paulo Kassab Jr., Felipe Hegg e Victoria Zuffo.

 

Sobre o palestrante e a organizadora

Paulo Ferreira Vieira

 

Graduado em psicologia pela Universidade de São Paulo – USP, em 1972. Especialista em Psicologia Social pela PUC São Paulo, em 1976. Professor associado da Fundação Dom Cabral das áreas de Organizações e Comportamento Organizacional. Atuou no MBA Empresarial, na Rede Paex, no STC – Skills, Tools & Competence, realizado em parceria com a Kellogg School of Management, EUA, e nos Programas Customizados da FDC. Sócio-diretor da Paulo Vieira Consultoria em Recursos Humanos S/C Ltda. Conferencista e palestrante no Brasil e exterior, com foco em Gestão de Pessoas. Especialista em Dinâmica Interpessoal e Liderança. Consultor e professor, com mais de 30 anos de experiência, nas áreas de Gestão de Pessoas, Cultura, Gestão de Mudança, Gestão de Cultura, Valores, Liderança do Futuro, Liderança Transformadora, Desenvolvimento de Equipes, Desenvolvimento do Estilo Coaching de Administrar.

 

 

Mariana Portela

 

É psicóloga e escritora. Nascida em São Paulo, capital, cresceu rodeada de livros e páginas amarelecidas. Sempre soube que a literatura dominava suas mãos e seus olhares pelo mundo. Organiza o “Sarau da Lume”, como espectadora de novos autores e compositores. Traz a esperança poética de tocar alguma alma através da leitura e da união das artes

 

 

Data: 25 de abril de 2015, sábado, a partir das 16h. – Preço: R$ 10,00.

Bate papo na Athena Contemporânea

09/jun

Amanhã, dia 10, ás 20h, Alexandre Mury, artista conhecido pelos seus irreverentes autorretratos,  que atualmente apresenta 12 trabalhos inéditos em sua primeira exibição individual na Galeria Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, recebe para bate papo com Elisa Byington, curadora da exposição. Nessa mostra – “Eu sou Pintura” – realziada a partir de releituras de ícones da pintura, escultura, cinema, literatura e outras referências da cultura universal, usando a fotografia como suporte, Alexandre Mury encanta com seus personagens de caráter performáticos, dirigindo e produzindo todo o processo. “A proposta é um deslocamento de significados no tempo e no espaço, inspirado nas variadas possibilidades de perceber as cores, de uma forma divertida e intrigante”, avalia o artista, que costuma dizer que se multiplica em vários “eus” em seus trabalhos.

 

A maior característica desta série é o foco na cor. “Por serem quase monocromáticos o efeito é praticamente uma camuflagem, onde não só aspectos plásticos são mimetizados mas toda uma provocação com ambiguidades de paradoxos que exigem um olhar atento para cada obra”, avalia Mury. Entre os destaques desta mostra estão os trabalhos inspirados nas obras Arranjo em cinza e preto, no. 1 (James Whistler), A escala em amarelo (Frantisek Kupka), O bebedor de absinto (fase azul de Pablo Picasso) e Pallas Athena (fase dourada de Gustav Klimt).

Richard Serra no Instituto Moreira Salles/Rio

29/maio

O Instituto Moreira Salles, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Richard Serra: desenhos na casa da Gávea”, composta por 96 obras selecionadas pelo próprio artista. A mostra foi especialmente concebida para o centro cultural do IMS no Rio de Janeiro, a antiga residência do embaixador Walther Moreira Salles (1912-2001), patrono e criador da instituição. Para instalar seus desenhos no local, o artista solicitou a remoção de algumas paredes falsas, construídas sobre as paredes de vidro do projeto original para que o espaço abrigasse exposições. Os desenhos foram escolhidos a partir da escala da casa, “um espaço doméstico”, segundo Serra. Os trabalhos estarão em diálogo direto com o projeto modernista criado pelo arquiteto Olavo Redig de Campos, em 1948. A construção é caracterizada pela transparência, que permite a interação dos interiores com os jardins de autoria de Roberto Burle Marx.

 

Embora Richard Serra seja mais conhecido por suas obras site-specific e por esculturas de grande escala feitas com placas de aço retorcido, o desenho tem sido igualmente importante para ele. No Brasil, o artista apresentará a série de importância histórica “Drawings after Circuit”, 1972, feita a partir da famosa escultura “Circuit”, formada por quatro placas apoiadas e saindo dos cantos de uma sala da Documenta de Kassel, em 1972. Serra explica que os desenhos “registram o que eu vi enquanto me movimentei 360 graus pela sala…Os desenhos são um diagrama da abertura e do fechamento das placas enquanto se caminha entre elas.” Além de “Drawings after Circuit”, a maioria dos cadernos de anotações expostos na antiga biblioteca da casa mostrará esboços feitos durante ou logo depois da instalação de esculturas. O artista nunca faz desenhos preparatórios para uma escultura e considera o ato de desenhar uma atividade totalmente independente do seu trabalho tridimensional.

 

Serão apresentados também desenhos feitos com diferentes materiais e técnicas, incluindo a recente série “Courtauld Transparencies”, apresentada pela primeira vez em 2013 na Courtauld Gallery, em Londres. Serra descreve o processo: “Ocorreu-me que, se eu cobrisse duas folhas de Mylar com crayon derretido e ensanduichasse uma folha limpa no meio, eu poderia capturar minhas marcas dos dois lados da folha limpa”.

 

Para Richard Serra, o desenho sempre foi, antes de tudo, um meio de experimentação privilegiado: “Tenho trabalhado com diversos materiais e em diversas superfícies, mas um princípio básico nunca se altera: o processo sempre é mais importante do que o resultado”.

 

A exposição será acompanhada pelo lançamento do livro “Escritos e entrevistas, 1967-2013”, de Richard Serra, editado pelo Instituto Moreira Salles. O conjunto de textos, em sua maioria inéditos em português, dá ao leitor um panorama das preocupações do artista e do desenvolvimento do seu trabalho nos últimos 40 anos.

 

No dia 17 de julho, o IMS promoverá o lançamento do catálogo da mostra “Richard Serra: desenhos na casa da Gávea”, com fotos de Cristiano Mascaro documentando o período de montagem e a exposição no IMS do Rio de Janeiro.

 

 

 

Sobre o artista

 

Richard Serra nasceu em São Francisco, USA, em 1938. Estudou na Universidade da Califórnia (Berkeley e Santa Bárbara) e na Yale University. Desde 1966, mora em Nova York. Sua primeira exposição individual foi em 1966 na Galeria La Salita, Roma, e, três anos depois, expôs na galeria Castelli Warehouse, Nova York. Sua primeira exposição individual em um museu aconteceu em 1970 no Museu de Pasadena, Califórnia. Desde então, tem participado de várias edições da Documenta em Kassel, Alemanha e da Bienal de Veneza. Seus trabalhos tem sido apresentados em individuais realizadas em museus internacionais como: Museu Stedelijk, Amsterdan, Holanda; Centre Georges Pompidou, Paris, França; Museu de Arte Moderna de Nova York, NY; além de outros museus dos Estados Unidos, na Europa e na América Latina. Em 2005, oito obras em grande escala foram instaladas permanentemente no Museu Guggenheim de Bilbao, Espanha. Entre 2011 e 2012, o Museu Metropolitan de Nova York, o Museu de Arte Moderna de São Francisco, Califórnia, e a Menil Collection, em Houston, Texas, realizaram uma grande retrospectiva de seus desenhos. Em 2013, Serra expôs seus desenhos na Courtauld Gallery, Londres, Inglaterra. Em abril deste ano, o artista instalou uma grande escultura permanente no deserto, na reserva natural de Brouq, no Qatar.

 

 

 

Até 28 de setembro.

 

Encontro: Richard Serra e Michael Kimmelman

No dia 27 de maio, aconteceu um evento aberto ao público, quando Richard Serra conversou com Michael Kimmelman, crítico de arte e arquitetura do The New York Times, sobre a relação entre a arte e a cidade. O evento foi realizado no Teatro Adolpho Bloch (antigo Teatro Manchete), no Rio de Janeiro, abrindo a programação de 2014 do Fórum de Arquitetura e Urbanismo Arq.Futuro.

Bate papo e arte

21/maio

Nesta sábado, 24 de maio, a artista plástica Celina Portella, receberá a crítica e curadora de arte, Luisa Duarte, e Ana Kiffer, doutora em letras, que estuda temas relacionados ao corpo, para um bate papo, no último dia de sua exposição “Deságua”. Será na Galeria A Gentil Carioca Lá, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ. Na exposição “Deságua”, Celina Portella apresenta três situações em vídeo e foto, realizadas entre 2013 e 2014 . Em quadros fixos a artista retrata pessoas em ações incoerentes, ora redundantes, ora contraditórias. O ciclo infinito da água se reproduz no universo das idéias, preciso e repetitivo. A água está sempre presente na série de imagens, tanto como protagonista, meio ou símbolo, e ainda nos loops infinitos dos vídeos e no instante da foto.  Sempre em trânsito, contém, flui e lava. Águas passadas, presentes e futuras.

 

 

Local: A Gentil Carioca Lá

Quando: 24 de maio, sábado, às 17h

Endereço da Galeria: Av. Epitácio Pessoa, 1674 Sala 401 – Lagoa

Maio: Arte brasileira em Nova Iorque

09/maio

Com exposições individuais inauguradas em galerias do Chelsea, três dos maiores artistas contemporâneos brasileiros – Adriana Varejão, Tunga  e Vik Muniz – são celebrados no maior centro de arte do mundo, a cidade de Nova Iorque. O início ocorreu com a retrospectiva de Lygia Clark no MoMA, seguido Frieze (feira de arte), com stands das badaladas galerias A Gentil Carioca, Casa Triângulo, Fortes Vilaça, Jaqueline Martins, Mendes Wood e Vermelho.

 

Além do MoMA, outras instituições, como o Godwin-Ternbach Museum of Queens College exibe 40 fotos – em grande escala – de Abdias Nascimento. O Bronx Museum inaugurou a exposição coletiva “Beyond the Supersquare”, nela participando, dentre outros, André Komatsu e Mauro Restiffe. O Institute of Fine Arts da New York University será o anfitrião de Regina Silveira para um diálogo entre as pessoas interessadas. Caio Reisewitz inaugura no dia 16 uma grande individual no International Center of Photography (ICP), que abrigará ainda a coletiva “Urbes Mutantes: Latin American Photography 1941-2013”.
Mas também encontram-se em cartaz, em centros culturais da cidade a seguinte programação: no The Jewish Museum, “Other primary structures” com obras de Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Sérgio Camargo e Willys de Castro. Já Rivane Neuenschwander apresenta-se com “Thanks for writing” no 601 ArtSpace. E no International Print Center NY, a “Contemporary Brazilian printmaking”, com 22 nomes, dentre os quais Sheila Goloborotko e Mônica Barki.

 

Mais brasileiros: Carlito Carvalhosa, em mostra individual na Sonnabend, na Broadway 1602, a coletiva “Ultrapassado part I” reunindo obras assinadas por Lygia Pape, Lenora de Barros, Lydia Okumura e Paloma Bosque. A Tierney Gardarin exibirá “Geraldo de Barros: The purity of form”,  e a Hauser & Wirth do Upper East Side com uma panorâmica de Anna Maria Maiolino e o coletivo assume vivid astro focus (avaf), criado por Eli Sudbrack, inaugura a mostra de pinturas “Adderall Valium Ativan Focalin (Cantilevering me)” na Suzanne Geiss. E a marchande Luciana Brito fez uma seleção de trabalhos de seus artistas para mostrar na Espasso.