Raquel Arnaud promove debate

06/maio

 

Por ocasião do término da exposição “Trajetória”, paralela à mostra em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, “Afinidades”, em comemoração aos 40 anos de atividade da marchande Raquel Arnaud, será realizado um debate, dia 8 de maio, às 19h, na galeria, Rua Fidalga, 125, Vila Madalena, São Paulo, SP. Com a proposta de questionar a relação entre galerias, instituições, colecionadores e artistas, participam do evento Andrea Pereira, Ivo Mesquita, José Resende, Marcelo Araujo, Raquel Arnaud, Tadeu Chiarelli, Wagner Lungov e intermediação de Eduardo Saron.

 

Como se pensar no apoio das galerias para montagem e ampliação dos acervos dos museus? Como se coloca o artista nessa intermediação, ou como a galeria pode avançar os contatos com as coleções públicas ou particulares? Como desenvolver ações para incentivar e viabilizar a compra de obras de arte para doação a museus ou instituições? Estes serão os temas abordados, além de uma análise de como atuam instituições e museus estrangeiros em relação a esses trâmites e como seria possível adaptar eventuais procedimentos à lei vigente no País.

 

Arte investimento, a palestra

23/abr

O artista, curador e consultor de arte para coleções privadas e corporativas Franz Manata vai falar sobre “Arte como Investimento”, no ciclo de palestras da parceria do CasaShopping e a Casa do Saber Rio, no dia 29 de abril, às 19h. O encontro é destinado àqueles que buscam conhecer o funcionamento do mercado de arte e do colecionismo para fins de investimento. O participante ficará sabendo o que confere valor a uma obra de arte. Como o mercado dita o valor de uma obra de arte com base no público a que se destina. O evento irá
abordar o mercado global em que a arte contemporânea está inserida, galerias, espaços institucionais, suas regras, particularidades, o papel das grandes exposições e
dos curadores e o local do artista frente a tudo isso. Além de explicar como funciona o mercado de arte e quais os seus agentes. As inscrições são realizadas pelo site do CasaShopping. Mais informações pelo telefone (21) 2429-8000. Local: Espaço Casa – Bloco K, Cobertura, Av. Ayrton Senna, 2.150, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.

 

 

Sobre o artista-palestrante

 

FRANZ MANATA. Artista, curador e consultor de arte para coleções privadas e corporativas. É professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), no Rio de Janeiro, e mestre em Linguagens Visuais pela EBA-UFRJ. Tem formação em Economia com especialização em Sociologia e Administração Financeira pela PUC-Minas.

Ivan Cardoso, Cocchiarale e Agra na Paralelo

25/mar

A Galeria Paralelo, Pinheiros, São Paulo, SP, promove no dia 1º de abril de 2014, terça-feira, às 18h a conversa aberta “Monstrutivismo: O Vampiro é Nosso”, com o curador Fernando Cocchiarale e o pesquisador Lúcio Agra, sobre a obra do artista Ivan Cardoso, que também estará presente no bate-papo.

 

O encontro versa sobre o trabalho de Ivan, o qual foi tema de exposição individual em 2013, na própria Galeria Paralelo, uma mostra produzida não só pela invenção poética e por novas imagens, pinturas e objetos do artista, como também pelo registro icônico de personalidades do universo cultural brasileiro, capturados por sua câmera. Nas palavras de Fernando Cocchiarale: “(…) tanto o cinema de Ivan Cardoso quanto suas outras obras têm por referências ícones da brasilidade. Mas, diferentemente do foco agro-rural que havia marcado essa questão até o pós-guerra, as referências apropriadas pelo artista são inversamente urbanas. Na verdade ele sequer trata de temas estritamente brasileiros já que múmias, vampiras, etc. são parte de um imaginário local que filtrou Hollywood e chegou às chanchadas da Atlântida.”

 

Em meio à intensa repressão instaurada pela Ditadura Militar, Cardoso inventou um cinema que, ao conceber a máscara do chamado terrir e a estética udigrudi, confrontava diretamente tal repressão e seus desdobramentos. Coordenação: Andrea Rehder e Flávia Marujo.

Gentil-Lagoa

11/out

A Galeria A Gentil Carioca Lá, Av. Epitácio Pessoa 1674, sala 401, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, promove “Diferentes olhares: inserção dos artistas brasileiros no
cenário global”, tendo como convidados Stefano Baia Curioni, vice-presidente ASK Research Center, Universidade Bocconi; Marcio Fainziliber, colecionador, Presidente do Conselho do MAR; Eliana Finkelstein, Fundadora da Galeria Vermelho, Presidente da ABACT; Marcio Botner, fundador da Galeria A Gentil Carioca , Membro do Comitê ABMB, vice-presidente do Parque Lage, tendo como moderador da mesa-redonda Elsa Ravazzolo, representante da América do Sul e Central do Jornal The Art Newspaper.

 

Data: 10 de Outubro, às 18:30h.

Nazareno em livro

27/set

A Galeria Emma Thomas, jardins, São Paulo, SP, lançou o livro “Num lugar não longe de você”. A edição exibe parte da produção dos últimos dez anos de criação do artista plástico Nazareno. O livro contempla notavelmente os desenhos do artista que em sua obra gráfica mescla o uso de imagens/ palavras/textos (pelos quais é conhecido) os mesmos são plenos de observações ora irônicas, ora poéticas acompanhadas de imagens alusivas a temas associados ao sujeito contemporâneo frente aos desafios cotidianos em sua busca por uma possível transcendência. O material traz um grande número de imagens de obras finalizadas, além de exibir registros dos cadernos de esboços e diários de imagens pessoais possibilitando ao leitor uma aproximação aos elementos que fazem parte do imaginário do artista.

 

Sobre o artista

 

Nazareno, São Paulo, SP, 1967. Vive e trabalha em São Paulo, SP. Nazareno aborda em suas obras aspectos relativos à memória, infância, contos de fadas, narrativas… bem como a fragilidade do sujeito contemporâneo frente à impossibilidade de transcendência. Realizadas em variadas mídias como desenho, esculturas, instalações, vídeos, gravuras, entre outras, são trabalhos que potencializam a atenção do espectador pelo caráter de sua miniaturização evidenciando outras realidades e eventualmente conduzindo o adulto/espectador a um estranhamento em seu rebaixamento a uma condição infantil. Com uma  carreira que conta com exposições nacionais e internacionais nos últimos quinze anos, além de prêmios e publicações em revistas, catálogos e livros de arte as obras do artista estão em diversas coleções públicas e privadas.

CONVITE

Neste sábado, 28/09, às 17h, acontece a palestra da psicanalista, pesquisadora e curadora Flávia Corpas com o tema “As coisas do mundo: a vida e a obra de Bispo do Rosário”, no Cinema 1 da CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, como parte da mostra “Walter Firmo: Um Olhar Sobre Bispo do Rosário”.

 

A palestra tem entrada franca e as senhas começam a ser distribuídas 1 hora antes.

 

Flávia Corpas lançou, em agosto último, o livro “Arthur Bispo do Rosário – Arte Além da Loucura”, onde reúne textos inéditos de Frederico Morais, o crítico e curador que descobriu – ou inventou, como ele mesmo diz – o artista Arthur Bispo do Rosário. O livro, bilíngue (com versão em inglês), obteve o primeiro lugar na seleção de projetos de patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro através do edital Pró-Artes Visuais 2011.

CRISTINA IGLESIAS NA CASA FRANÇA-BRASIL

08/ago

Realizada e patrocinada pela Secretaria de Estado de Cultura, Casa França-Brasil e Citroën, “Lugar de reflexão”, a primeira individual da artista no Rio de Janeiro, apresenta nove obras que integraram a grande retrospectiva “Metonímia”, que aconteceu entre fevereiro e maio deste ano no Museu Rainha Sofia, em Madri, Espanha. A magia enigmática da monumental obra de Cristina Iglesias irá dialogar com o ambiente neoclássico da Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

Labirintos, poesia, sombras, força e delicadeza se apropriarão da Casa, com trabalhos emblemáticos na carreira da artista.  “Santa Fé”, que receberá os visitantes no vão central, é uma delas. Formada por um conjunto de gelosias (biombos entalhados), cujo traçado reproduz textos literários e no qual se percebe alguma influência dos entalhes característicos da arquitetura mourisca, “Santa Fé” impressiona à primeira vista. “O gradeado da gelosia filtra a luz do ambiente e atua como uma espécie de persiana que media a relação entre o espaço interior e o exterior “, diz Giuliana Bruno, especialista em arte, num dos textos do catálogo da retrospectiva espanhola.

 

Água, madeira, alabastro, formas vegetais e minerais transformam-se nos elementos escultóricos que traduzem a poética criada por Cristina Iglesias. A famosa “Casa vegetal III” é um bom exemplo. Ficará estrategicamente no pátio da Casa França-Brasil e formará uma espécie de percurso com “Santa Fé”, atraindo o olhar, instigando e aprofundando a magia. Cristina Iglesias trabalha no limite entre o escultórico e o arquitetônico: os materiais e as estruturas que utiliza procuram transformar o espaço em um lugar. Existe uma concatenação de labirintos e artifícios em seu trabalho: a flora metálica dos baixos-relevos de sua “Casa vegetal” ou de seus “Poços” dá a impressão de ser constituída por raízes, ramos, líquens ou folhas, quando na realidade é feita de uma vegetação fictícia. “Nenhum dos motivos que utilizo existe dessa forma na natureza, confessa a artista. “São pura ficção, que construo mesclando elementos que de fato existem na natureza, porém em composições impossíveis”.

 

Em obras como “Vers la terre” e “Poço III”, que estarão situadas, respectivamente, no fundo do vão central e no espaço entre as salas 1 e 2, a água torna-se também um elemento escultórico. A fascinação de Cristina Iglesias pela água rememora também a tradição muçulmana e as construções mouriscas, com seus jardins e fontes. Pelo fenômeno da erosão, a água traz fluidez e transparência, além de servir para consolidar a visão da artista, para quem a escultura, mais do que uma forma única e absoluta, é uma arte de metamorfoses e transições. As obras “Muro” e “Sem título 1”ocuparão a Sala 1, enquanto a “Casa de alabastro” estará na Sala 2. O Cofre será ocupado também pela artista principal, com a obra “Sem título 2”.

 

Para Evangelina Seiler, diretora da Casa França-Brasil, a mostra de Cristina Iglesias é seguramente uma das mais importantes de sua gestão. “É uma grande conquista para a Casa França-Brasil trazer ao Rio de Janeiro esta importante mostra, com curadoria da reverenciada Lynne Cooke. O público poderá verificar a força do trabalho de Cristina Iglesias, que é hoje um dos grandes nomes da arte contemporânea internacional”, afirma ela.

 

Sobre a artista

 

Uma das artistas contemporâneas espanholas de maior projeção internacional do momento, Cristina Iglesias iniciou sua carreira na década de 1980, mas foi a partir de 1993, ao participar da Bienal de Veneza ao lado do pintor Antoni Tàpies, então um dos maiores artistas vivos de seu país, que começou a ser reconhecida internacionalmente. “Naquele momento, sua reputação se consolidou tanto na Espanha quanto no exterior”afirma a curadora Lynne Cooke, em seu texto no catálogo da mostra espanhola. Nascida em novembro de 1956 em San Sebastián, no País Basco, Cristina Iglesias estudou Química em sua cidade natal. Entre 1980 e 1982, cursou Escultura e Cerâmica na Chelsea School of Art, em Londres. Em 1995 foi nomeada professora de escultura na Akademie der Bildenden Künste, em Munique, na Alemanha. Em 1989 conquistou, na Espanha, o Prêmio Nacional de Artes Plásticas e, em 2011, foi detentora do Prêmio de Artes Plásticas da terceira edição dos Prêmios Observatório D’Achtall. Realizou exposições individuais em vários museus em todo o mundo: Stedelijk Van Abbemuseum Eindhoven, 1995; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova Iorque, 1997; Renaissance Society, Chicago; Palácio de Velázquez; Museu Nacional de Artes Rainha Sofia, Madri; Museu Guggenheim Bilbao, 1998; Carré D’Art Musée d’Art Contemporain, Nîmes, França, 2000; Museu Serralves, Porto, Portugal, 2002; Whitechapel Art Gallery, Londres e Museum of Modern Art Dublin, ambos em 2003; Ludwig Museum, Colônia, Alemanha 2006; Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2008; Fondazione Arnaldo Pomodoro, Milão, 2009; e Marian Goodman Gallery de Nova Iorque e de Paris, ambas em 2011.

 

 

Sobre a curadora

 

Lynne Cooke foi curadora-chefe e vice-diretora do Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, Madri, de 2008 a 2010. Por mais de uma década as exposições, ensaios e outros projetos de Lynne Cooke têm sido uma força vital no mundo da arte contemporânea. Desde 1991 é curadora da Dia Art Foundation, em Nova Iorque. Foi co-curadora da Bienal de Veneza em 1986, da Carnegie International em 1991 e diretora artística da Bienal de Sidney, Austrália, 1996. É professora do Centro de Estudos Curatoriais do Bard College, além de ter sido professora convidada dos departamentos de pós-graduação de arte das universidades de Yale, Columbia e outras. Conquistou em 2000 o prêmio Curador Independente, oferecido pela Fundação Internacional Agnes Gund. Entre os numerosos trabalhos que publicou estão ensaios recentes sobre as obras de Francis Alÿs, Rodney Graham, Zoe Leonard, Agnes Martin, Diana Thater, Blinky Palermo, Jorge Pardo e Richard Serra.

 

 

De 14 de agosto a 20 de outubro.

(Em 14 de agosto, às 18h30: mesa-redonda com Cristina Iglesias e a curadora Lynne Cooke).

Julio Plaza Poética | Política

26/jul

 

O livro “Julio Plaza Poética | Política”, é uma cuidadosa publicação da Fundação Vera Chaves Batcellos, Viamão, RS, contemplada no Projeto Conexão Artes Visuais Minc/Funarte/Petrobras por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O primeiro lançamento ocorreu em Porto Alegre, no Santander Cultural, e o próximo será em São Paulo, no MASP. O lançamento será precedido das palestras de Inês Raphaelian, artista plástica, curadora independente, gestora e produtora cultural e Omar Khouri, poeta, artista gráfico, editor, historiador e crítico de linguagens.

 

 
Sobre o artista e os textos

 

“Julio Plaza Poética | Política” é a primeira publicação no Brasil dedicada ao artista e reúne textos assinados por artistas e pesquisadores como Alexandre Dias Ramos, o poeta Augusto de Campos, Cristina Freire, o filósofo espanhol Ignacio Gómez de Liaño, Regina Silveira, Vera Chaves Barcellos, além de um artigo de apresentação assinado pelo próprio Julio Plaza, artista falecido em 2003. Espanhol radicado em São Paulo desde 1973, Julio Plaza engajou-se em praticamente todos os desenvolvimentos tecnológicos das artes, do videotexto, à holografia, à arte digital, pioneiro que foi em várias dessas experiências, envolvendo novos suportes e novas mídias. O livro inclui imagens de suas obras, desde as primeiras criações nos anos 1960, na Espanha, até suas últimas produções no Brasil com cronologia do artista. O livro traz encartado um DVD com o documentário “Julio Plaza – o poético e o político”, de 30min.

 

 
Sobre o livro

 
A presente publicação visa suprir uma lacuna na quase inexistente bibliografia disponível sobre Julio Plaza, cuja obra permanece credora de estudo e pesquisa. A artista Regina Silveira (companheira de Julio Plaza entre 1967 e 1987) recupera em depoimento memórias pessoais da convivência nos primeiros anos de Julio Plaza no Brasil e de suas experiências na Universidade de Porto Rico. Vera Chaves Barcellos faz referência ao curso Proposições Criativas, realizado por Plaza, em 1971, em Porto Alegre, junto a um grupo de alunos do Instituto de Artes da UFRGS .Cristina Freire tece um panorama da arte no Brasil, onde insere Julio Plaza, vindo de uma tradição construtivista espanhola dos anos 1960, e destaca sua afinidade com o concretismo brasileiro. A obra construtivista de Julio é abordada em texto produzido na década de 60, ainda em época anterior a sua vinda para o Brasil, cujo autor é o então jovem poeta e filósofo espanhol Ignacio Gómez de Liaño. O poeta Augusto de Campos narra como foi seu encontro artístico com Julio Plaza, e como dele resultaram as obras em parceria como os célebres poemas-objeto “POEMÓBILES”, e também “CAIXA PRETA” e “REDUCHAMP”, livros de artista que brincam com os limites de texto e imagem, arte e literatura. A publicação contém também um extrato do depoimento do próprio artista sobre sua obra e trajetória, por ocasião da sua apresentação como candidato a professor assistente na ECA, USP, em 1994. O último capítulo é assinado por Alexandre Dias Ramos e destaca a exposição Julio Plaza: Construções Poéticas realizada em 2012, na Sala dos Pomares da Fundação Vera Chaves Barcellos.

 

 
Sobre o documentário

 
A publicação é acompanhada pelo vídeo “Julio Plaza – o poético e o político”, com direção de Hopi Chapman e Karine Emerich, da Flow Films, e foi produzido pela FVCB com apoio do MAC/USP, para a exposição realizada em 2012 na Sala dos Pomares. O documentário em média-metragem foi gravado na Espanha e no Brasil, traz depoimentos de artistas e intelectuais que conviveram com Julio Plaza. Compondo um interessante mosaico sobre a personalidade artística e a abrangente obra de Plaza, o documentário reconstitui sua trajetória desde as primeiras exposições, como a do grupo de vanguarda e novas tendências, Grupo Castilla 63 (realizada em 1963 na Espanha), sua vinda em 1967 ao Brasil, integrando a representação espanhola para a 11ª Bienal Internacional de São Paulo, e sua transferência em 1969 para Porto Rico, onde organiza uma das primeiras mostras de arte postal das Américas e também quando inicia sua atividade de professor, na qual permaneceria, posteriormente, no Brasil, até o fim de sua vida, ligado à ECA/USP, FAAP, PUC/SP e UNICAMP, formando e influenciando gerações de artistas. Vera Chaves Barcellos gravou pessoalmente em Madrid os testemunhos de Luis Lugán, precursor da arte tecnológica espanhola; de Julián Gil, veterano artista expoente do concretismo espanhol e Ignacio Gómez de Liaño, escritor e filósofo, todos, de uma maneira ou outra, vinculados à arte experimental e às vanguardas poéticas espanholas da década de 1960. No Brasil, foram gravados depoimentos das artistas Regina Silveira, Lenora de Barros, e Inês Raphaelian além do fotógrafo gaúcho Clóvis Dariano. E ainda Cristina Freire, pesquisadora e vice-diretora do MAC-USP, Gabriel Borba, artista e professor de artes da USP, Martin Grossman, pesquisador e diretor do IEA-USP e Ana Tavares, artista e professora da ECA-USP, além de Augusto de Campos.

 

 

Sobre o lançamento

 

A publicação “Julio Plaza Poética|Política”, tem projeto gráfico da Roka Estúdio, 160 páginas,versões em inglês e espanhol e tiragem e distribuição limitadas. O livro não está disponível à venda. Em São Paulo o lançamento será no dia 30/07, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, com as palestras de Inês Raphaelian e Omar Khouri.

Gianotti: exposições, seminário e livro

30/jan

Na Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP, o pintor Marco Giannotti apresenta “Penumbra”, exposição que reúne 14 telas de grandes e pequenos formatos feitas a base de têmpera, esmalte (spray) e óleo, realizadas em 2012, após sua estada de um ano em Kioto, Japão, em 2011.

 

“Penumbra” é o ponto de transição entre a luz e sombra, trata-se de uma área iluminada a meia-luz. O artista retoma questões presentes já no seu mestrado em filosofia em 1993, quando traduziu parcialmente a “Doutrina das Cores” de Goethe. Na introdução do livro, o autor nos diz que as cores “são ações e paixões da luz”, ou seja,  a cor nasce do embate entre luz e escuridão. Ao retomar uma concepção clássica, Goethe inaugura, por outro lado, uma interpretação fisiológica da cor, que passa a ter uma importância enorme para os pintores a partir do impressionismo. De fato, a teoria física sobre o fenômeno cromático não trata propriamente da percepção da cor, fundamental para a pintura.

 

Ao término da exposição, dia 9 de março, na galeria, o livro será lançado em sua terceira edição pela editora Nova Alexandria, desta vez com ilustrações coloridas, celebrando os vinte anos de sua primeira publicação aqui no Brasil.

 

Além da obra de Goethe, outro ponto de partida para esta exposição é “Em louvor da sombra”, de Junichiro Tanizaki, célebre escritor japonês do século XX. Nesta obra, o autor afirma que o aposento japonês é comparável a uma pintura monocromática a sumi, (tinta a base de nanquim em gradações de preto e branco) em que os painéis (shoji) correspondem a tonalidade mais clara e o nicho (tokonoma) à mais escura. Ele lamenta a introdução da luz elétrica no Japão, analisando como mais um elemento ocidental exógeno que vem a desconfigurar a cultura Japonesa.

 

Por fim, outra referência importante que deve ser levada em consideração é a obra “Shadows” de Andy Warhol, feita em homenagem ao pintor metafísico Giorgio de Chirico após sua morte em 1978 e atualmente presente no Dia Art Foundation. Trata-se talvez da obra menos pop do artista, que flerta com a abstração e uma dimensão mais metafisica da pintura.

 

A exposição de certa forma representa também uma síntese de duas exposições anteriores do artista “Passagens” realizada em 2007 na Pinacoteca do Estado e “Contraluz”, feita em 2009, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud.

 

De 02 de fevereiro a 09 de março.

 

 

Gianotti: livro e exposição 

 

Paralelamente à sua exposição de pinturas na Galeria Raquel Arnaud, será lançado no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, juntamente com uma exposição, o caderno de viagem de Giannotti, concebido durante a sua permanência em Kioto, em 2011. Ao longo do período em que ministrou aulas de cultura brasileira na Universidade de Estudos Estrangeiros de Kioto, o artista e professor escreveu uma série de artigos para o jornal O Estado de S.Paulo. Esses textos e as obras – colagens e fotografias – produzidas a partir desta experiência no Japão estão reunidos em “Diário de Kioto”, editado pela WMF Martins Fontes.

 

O livro traz as impressões poéticas, plásticas, intelectuais e afetivas de Giannotti sobre suas visitas a templos budistas e xintoístas, a vilas, como a Katsura, bem como a museus contemporâneos, como o Benesse Art Site, em Naoshima, projeto de Tadao Ando, ou o Museu Miho, feito pelo arquiteto I. M. Pei. O dia-a-dia de Kioto e as inúmeras cerimônias e rituais que demarcam a passagem das estações são também observados pelo autor.

 

De 21 de fevereiro a 21 de abril.

 

 

Gianotti : seminário

 

Em março, Marco Giannotti promove um Seminário internacional sobre a Cor, no Centro Universitário Maria Antonia, Consolação, São Paulo, SP, contando com a participação de professores e curadores como David Anfam (editor da Phaidon Press, premiado pelo catálogo raisonné de Rothko), Takashi Suzuki (curador do museu Kawamura em Chiba, Japão) e, Toshya Echizen (professor de estética da universidade Doshisha, em Kioto) e Ana Magalhães, curadora do MAC de São Paulo (Centro Universitário Maria Antonia).

 

Dias 03 e 04 de março.

No Cofre da Casa França-Brasil

20/dez

Efrain Almeida

Em todas as exposições que acontecem na Casa França-Brasil, o espaço do Cofre é ocupado por um artista diferente do que expõe nos demais espaços. Na exposição “Ulysses”, de José Rufino, não foi diferente. O detalhe especial é que foi o próprio José Rufino que fez o convite a Efrain Almeida, artista cearense radicado no Rio e que utiliza a madeira em suas obras. “O Sozinho” é uma escultura em madeira – um autorretrato – que mede, aproximadamente, 6 x 26 x 28 cm, apresentada sobre uma base de MDF em cor natural.

 

Efrain Almeida explica que “a base da escultura é proporcionalmente desproporcional à obra…O objetivo é justamente enfatizar a diminuta escala do corpo da escultura, em relação ao espaço expositivo. Para mim, a situação espacial e o local onde a peça está colocada se referem a questões recorrentes em meu trabalho, como as relações da obra com o espaço arquitetônico, e também uma certa atmosfera melancólica…Neste projeto, que intitulei O Sozinho, o enclausuramento, a solidão e o abandono se fazem presentes”.

 

Na opinião de José Rufino, as duas obras tratam do corpo, em escalas completamente distintas: “Essa relação entre o gigantismo e a miniatura vai criar uma tensão entre as duas obras…Ulysses é um corpo histórico, social, todo feito de fragmentos dos outros, uma verdadeira quimera gigante de partes esquecidas da cidade, enquanto o pequeno corpo de Efrain é íntimo, tem uma poesia e uma força contida, é quase a carne encolhida dele mesmo. No entanto, ambos podem se encontrar na inversão das escalas, pois Ulysses também pode ser investigado nos detalhes, nas reentrâncias – e o corpo de Efrain vai ocupar o pequeno volume do cofre como se aquele espaço fosse imenso”.

 

Sobre o artista

 

Efrain Almeida nasceu em 1964, em Boa Viagem, Ceará, onde morou durante a infância e a adolescência. Depois, seguiu com a família para o Rio de Janeiro, cidade onde reside. Entre 1986 e 1990, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro e fez um curso no Museu de Arte Moderna, onde iniciou também uma pesquisa de materiais, acabando por privilegiar a madeira. Sua obra se baseia na apropriação do imaginário e da religiosidade popular, através dos ex-votos. Apesar de todas as referências da história da arte universal que recebeu nos cursos de Pintura e Escultura da Escola do Parque Lage, o artista nunca abandonou as influências visuais que marcaram a sua infância. Interessado pelos fenômenos da fé, registra em seus trabalhos as marcas físicas que certos tipos de religiosidade deixam no corpo humano. Por isso, os entalhes dos artesãos populares e as peças de ex-votos são um traço comum da sua obra, que ganham uma conotação levemente subversiva, quando deslocadas de seu contexto original. Suas peças são, em geral, de pequena dimensão – mas propõem uma ocupação global do espaço que as acolhe, convidando o observador a aproximar-se, a fim de desvendar os pequenos pormenores. São peças que evocam a harmonia entre o popular e o erudito, o instintivo e o calculado, o simples e o sofisticado. Entre as exposições em que participou destacam-se Infância Perversa (1995), no Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna, Salvador. Efrain Almeida começou a expor em 1987, no Rio, como integrante do XI Salão Carioca de Arte. Daí em diante, ganhou o Brasil e o mundo, expondo em centenas de cidades brasileiras, na Europa e nos EUA. Tem obras em importantes coleções públicas, como o Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela, Espanha); no Museum of Modern Art – MoMa (Nova Iorque, EUA); no Toyota Municipal Museum of Art, Japão; no ASU Art Museu, na Universidade do Arizona, EUA; no Museu de Arte Moderna de São Paulo; no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM (Recife); e o Museu de Arte Contemporânea do Ceará.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

 

No dia 06 de janeiro, o artista vai receber a crítica de arte do jornal O Globo, Marisa Flórido, e o curador Marcelo Campos na mesa redonda às 18h30, na instituição.