Espaço de diálogo entre trajetórias artísticas.

22/nov

A Art Lab Gallery, sob direção e curadoria de Juliana Mônaco, inaugurou mais uma edição do Circuito Contemporâneo. A exposição coletiva reúne 44 artistas, entre representados pela galeria e selecionados por edital público, consolidando-se como um espaço de diálogo entre diferentes trajetórias artísticas. A mostra estará aberta ao público até 07 de dezembro, na sede da galeria, localizada na Vila Madalena, São Paulo.

Com cerca de 200 obras, o Circuito Contemporâneo apresenta um panorama diverso da produção artística contemporânea brasileira, incluindo pinturas, esculturas, fotografias e joias autorais. A proposta curatorial, enfatiza a liberdade de expressão dos participantes, que apresentam obras em portfólio livre, destacando suas técnicas e identidades individuais.

A exposição é composta por 22 artistas representados pela Art Lab Gallery, como Canudim, Maria Eduarda Comas, Flavio Ardito e Sadhana, e 22 artistas selecionados por edital, entre eles Tomaz Favilla, Isaac Sztutman e Maria Estrela Joias. A diversidade dos participantes reflete a abrangência da iniciativa, que busca incluir produções de diferentes contextos regionais e sensibilidades culturais.

Artistas representados: Canudim, Carlos Sulian, Carolina Lavoisier, Crys Rios, Emanuel Nunes, Evandro Oliveira, Flavio Ardito, Germano, Graça Tirelli, Gray Portela, Heitor Ponchio, Joana Pacheco, Junior Aydar, Lidiane Macedo, Lolla, Maria Bertolini, Maria Eduarda Comas, Mari Kirk, Maurizio Catalucci, Patricia Ross, Ricardo Massolini, Sadhana.

Artistas selecionados: Adriana Piraíno Sansiviero, Anne Walbring, Barrieu Wood Design, GUS, Isaac Sztutman, Leticiaà Legat, Jorge Herrera, Juliana Rimenkis, Maria Estrela Joias, Maria Figueiredo, Nancy Safatle, Narcizo Costa, Priscilä Boldrïni, Pamela Lahaud, Rapha Masi, Robson Victor, Rogerio Oliveira, Roger Mujica, Silvio Alvarez, Simone Fiorani, Tomaz Favilla, Yan.

Arte mural em exibição.

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, recebe a artista amazonense Sãnipã, para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes do centro cultural. De 25 a 29 de novembro, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação de uma nova obra, realizada ao vivo durante o horário de funcionamento do prédio. Será possível observar as escolhas, técnicas e movimentos da artista. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 25 de janeiro de 2025.

A atividade faz parte da terceira temporada do projeto LING apresenta, e conta com a curadoria de Vânia Leal, atual Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e membro do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo. Após a finalização do mural, a artista Sãnipã irá comentar a experiência e o resultado em bate-papo com o público e a curadora, no dia 30 de novembro, sábado, às 11h, em frente à obra. Faça sua inscrição sem custo.

Amazônias: no tremor das vidas

Uma narrativa histórica da arte na Amazônia brasileira compreende muitas “Amazônias”, pois resguarda realidades diversas. Neste cenário, surge o projeto LING apresenta Amazônias: no tremor das vidas, como um disparador nessa perspectiva plural, com artistas que desentravam a compreensão da interculturalidade, dos contatos, das provocações e das possibilidades nesses espaços imensos quando a Amazônia se torna o centro de preocupação da humanidade. O tremor das vidas nas Amazônias está nas placas tectônicas, no tremor das pororocas, do jambu na boca e nos sentidos, no treme das aparelhagens, no tremor do mundo, no negacionismo da ciência, nas narrativas dos povos da floresta, no pó de paricá e no transe como parte da ancestralidade florestânica…A partir dessas provocações, a mostra aponta caminhos e impasses da arte compostos por artistas do continente amazônico. Estes discutem, por meio de investigações e territorialidade, as relações afetivas, políticas, sociais e culturais de identidades e de pertencimento, assim como o “imaginário geográfico”. Defende-se que a arte não pode se limitar à expropriação dos valores simbólicos e saberes materiais dos ribeirinhos, povos indígenas, quilombolas, assentados, afro-indígenas, castanheiros e de todo sujeito que mobiliza a sensibilidade de qualquer artista. É importante também ressaltar que, historicamente, esses sujeitos seguem elaborando estratégias criativas de sobrevivência como protagonistas, por meio de tecnologias ancestrais à manutenção da vida que pulsam nesses lugares poéticos e políticos. Entre o “bom selvagem” idealizado de uma visão romântica e o “inferno verde”, a Amazônia quase mitológica é o ambiente em que cabe ao artista criar pontes críticas com o real, dar asas ao imaginário e fortalecer o simbólico coletivo. Este é o desejo para esta edição do projeto LING apresenta.

Vânia Leal

Sobre a artista

Sãnipã nasceu em Lábrea, Amazonas, 1979. Sãnipã é artista visual dos povos Apurinã e Kamadeni do Amazonas. Sua obra reflete tradições e narrativas indígenas, abordando temas de identidade, ancestralidade e meio ambiente. Em pinturas, gravuras e instalações, expressa a conexão profunda com a natureza e o universo simbólico de seu povo, com uma estética de cores vibrantes e formas orgânicas. Sãnipã tem se destacado em exposições nacionais e internacionais, dando voz às culturas originárias em um contexto contemporâneo. Na 15ª Bienal Naïfs do Brasil, recebeu o prêmio Destaque-Aquisição, com a obra Totem Apurinã Kamadeni adquirida pelo Acervo Sesc, sendo a primeira mulher indígena amazonense na coleção. Suas principais exposições incluem Nipetirã, O Sopro Tribal sobre Outros Olhares, na Galeria do Largo; Amazônia Sou Eu!, em Nova Iorque; e a individual Dança Sagrada do Povo Apurinã, no Museu Amazônico.

Sobre a curadora

Vânia Leal Machado nasceu em Macapá, Amapá. Atualmente vive e trabalha em Belém, no Pará. Mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura e atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões. Foi Curadora Educacional do Projeto Arte Pará e fez a curadoria de exposições como Mastarel: Rotas Imaginais (2019) de Elaine Arruda no Banco da Amazônia, Tecidos de Certeza (2019) de Elisa Arruda na Galeria Elf, Coleção Eduardo Vasconcelos (2021) nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes no Centur,  A inversão do cotidiano (2022) de Elisa Arruda na Galeria Ruy Meira, Nhe Amba (2022) de Xadalu Tupã Jekupe no SESC Paraty, Gravado na Alma (2023) de Eduardo Vasconcelos no Banco da Amazônia, entre outras. Também foi curadora da primeira Bienal das Amazônias em 2022-2023. Atualmente, é Diretora de Projetos da Bienal das Amazônias e faz parte do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.

Temas existenciais e sociais.

14/nov

“Raízes do Sentir: Conexões e Reflexos” no Espaço do Feminino, exposição de Micha na Alma da Rua I, Vila Madalena, São Paulo, SP, explora o coração como elo transformador e sensorial.

A Galeria Alma da Rua I apresenta “Raízes do Sentir – Ecos, Reflexos e Conexões”, sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap. Micha, a artista expositora, possui uma trajetória marcada pela investigação profunda das emoções humanas e do universo feminino reúne obras recentes em uma série de esculturas, pinturas, instalações e objetos, revelando a constante busca pela transformação do ser por meio da arte. Em sua sexta exposição individual, Micha explora o coração humano ampliado para além de sua função biológica, tratá-lo como um portal para uma percepção sensível e subjetiva. A abertura acontece em 16 de novembro.

A mostra se organiza como uma exploração das múltiplas camadas emocionais e quânticas que constituem o ser humano. O coração emerge como símbolo central, representando um espaço de conexão e transmutação. Para Micha, ele é um elemento de estudo que dialoga com questões da neurociência, anatomia e estudos quânticos, uma abordagem que a artista desenvolve com rigor e que reflete em cada obra apresentada. A essência do feminino permeia toda a exposição, revelando aspectos de afeto, intuição e vulnerabilidade, elementos intrínsecos ao processo criativo da artista.

Com a exibição de obras inéditas e outras que já circularam em bienais e instituições culturais, Micha convida o espectador a se aproximar de uma linguagem visual que vai além da tinta e do papel. Trabalhando com materiais variados como couro, metal, cerâmica portuguesa, gesso, madeira e prata, a artista experimenta texturas e superfícies que complementam o conteúdo simbólico de sua pesquisa. Em uma abordagem que une o sagrado feminino e elementos decoloniais, suas criações assumem uma identidade única e coesa, impulsionando reflexões sobre o interior do ser e suas conexões invisíveis.

Ao longo de sua carreira, Micha tem se destacado por uma prática que une a arte visual à pesquisa científica, colaborando com o Instituto Heart Match (EUA) e desenvolvendo projetos urbanos, culturais e sociais. Com participação em mostras no Brasil e no exterior, sua obra reflete uma identidade artística marcada pelo estudo contínuo e pela experimentação, integrando temas existenciais e sociais de maneira crítica e poética.

Até 18 de dezembro.

Camadas sobrepostas de energia.

A Gentil Carioca Rio de Janeiro, anuncia Ègbé ọ̀run Ẹgbẹ́ àiyé, exposição de Kelton Campos Fausto, com abertura no dia 23 de novembro, sábado, das 18h às 23h.

A palavra do curador

“Kelton Campos Fausto (1996, São Paulo, Brasil) compreende o seu trabalho de arte como um ponto de indução e criação a espaços espirituais, conjurando outras formas e percepções de vida por corporalidades que somente existem implicadas ao que também é incorpóreo. Em sua obra, a artista vai de encontro a disrupção entre o que é material e imaterial através das relações entre os campos terreno e espiritual segundo a cosmologia iorubá, propondo uma desorientação da razão para nos abrirmos à sensibilidade, ao mistério e ao indizível que nos envolve. Trabalhando principalmente a partir do contexto da grande metrópole paulista e tendo nascido e crescido na Brasilândia, na zona norte do município de São Paulo, a artista nunca perdeu de vista que, embaixo desta dura ficção de concreto que experienciamos todos os dias, existe a terra da qual viemos e para onde vamos. Desde 2017, vem desenvolvendo práticas com vídeo, pintura, cerâmica, direção de arte e performance nos campos das artes visuais e da moda, que convidam o público a repensar suas formas de vida como corpos elementais de terra, abordando a dimensão espiritual pelos Itans que relatam as origens dos seres e as suas relações de coexistência e interdependência. Sua exposição individual n’A Gentil Carioca apresenta o mais recente recorte da sua extensa pesquisa ao contexto do Rio de Janeiro, onde Kelton dá a ver as muitas camadas sobrepostas de energia entre o Aiye e o Orun para fazer brotar novas formas de vida, apesar de solos marcados por um passado colonial e por um presente de grande complexidade social e ecológica.”, explica o curador Matheus Morani, autor do texto de apresentação da mostra.

Aberta à visitação até o dia 01 de fevereiro de 2025.

Gonçalo Ivo em Fortaleza.

Nome de referência na arte contemporânea, Gonçalo Ivo realiza exposição com obras inéditas na Galeria Multiarte, Fortaleza, CE. Conhecido pelo uso refinado de cores e formas geométricas em suas obras, sendo um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira inaugura a mostra “Zeigeist”. A exposição segue em cartaz até 17 de janeiro de 2025.

Com curadoria de Luiz Chysostomo de Oliveira Filho, presidente do Museu de Arte do Rio, a mostra conta com 56 pinturas feitas sobre tela, madeira, papel e pedra, e será acompanhada do livro “Gonçalo Ivo – Zeitgeist”. A exposição é a terceira de Gonçalo Ivo na qual busca retratar “o espírito do tempo” e reúne produções feitas nos últimos sete anos. A exposição é intitulada “Zeitgeist”, termo que significa “espírito de uma época”, e contará ainda com a exibição do filme “Gonçalo Ivo – Uma Biografia de Cor”, dirigido por Katia Maciel, feito especialmente para a mostra.

As pinturas, que fazem parte da produção mais recente do artista, integram as séries Le jeu des perles de verre (Jogos de contas de vidro), Cosmogonias e L’inventaire des pierres solitaires (O inventário das pedras solitárias).

As mais de 50 pinturas, foram guiadas pelo sentimento – e também, pela geografia, feitas em diversas partes do mundo, dos Estados Unidos ao ateliê em Teresópolis, além de Madri e Paris, as duas principais cidades onde Gonçalo Ivo faz morada. “Elas têm uma variedade não só geográfica, como etária. São obras de um artista que é um artista nômade”, conclui.

Luiz Zerbini no Paraná.

O MON, Curitiba, PR, realiza a terceira edição de “Afinidades”, iniciativa que aproxima o seu acervo do público quando será inaugurada no dia 22 de novembro, data do aniversário de 22 anos do Museu Oscar Niemeyer, a exposição “Afinidades III – Cochicho”. Com curadoria de Marc Pottier, o artista contemporâneo Luiz Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense para serem apresentadas ao lado das suas, na Sala 7.

Para a secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, “Afinidades III – Cochicho” reforça o compromisso do Museu Oscar Niemeyer com a valorização do acervo paranaense e com a promoção de diálogos entre diferentes gerações de artistas. “Este é um projeto que aproxima o público do rico patrimônio cultural do Paraná, além de criar novas conexões a partir do olhar de Luiz Zerbini sobre a natureza e as paisagens brasileira e paranaense”, afirma.

“É muito mais que uma mostra. É a terceira edição de uma importante realização do Museu Oscar Niemeyer que intenciona valorizar e dar visibilidade ao seu acervo”, explica a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.

Desta vez, Luiz Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense que estão presentes no acervo do MON: Guido Viaro, Miguel Bakun, Bruno Lechowski, Guilherme William Michaud e Theodoro de Bona. “Em comum, ou por afinidade, assim como as suas obras apresentadas aqui, todos os trabalhos escolhidos têm como tema a natureza”, explica a diretora. “O resultado é surpreendente”.

Curadoria

De sua autoria, Luiz Zerbini apresenta na exposição 44 pinturas, 11 aquarelas e 12 monotipias. “Com estas obras, ele nos leva para sua intimidade”, explica o curador, Marc Pottier. Segundo ele, após visitar as coleções do MON, o artista decidiu apresentar pela primeira vez o que chama de “diários de viagem”: obras suas em que a natureza é sempre o tema principal.

“No acervo do MON, Zerbini encontrou artistas paisagistas cujas visões o sensibilizaram”, explica o curador. Pottier afirma que Zerbini sempre esteve atento a esse tipo de trabalho, observando com atenção, por exemplo, as paisagens mineiras de Guignard, os diálogos cromáticos do artista paulista Rodrigo Andrade, as marinhas de Pancetti, as obras do paisagista francês Corot e do artista americano Winslow Homer, conhecido pelas suas paisagens marítimas, entre outros.

“Com ‘Afinidades III – Cochicho”, ele traz para o MON esse olhar delicado e intimista em relação à natureza, criando, assim, um momento para se parar e meditar, antes que seja tarde demais”, diz o curador.

Até 18 de maio de 2025.

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O Surrealismo de Walter Lewy.

O centenário do surrealismo nas artes visuais é celebrado mudialmente. A Galeria Frente, Cerqueira César, São Paulo, SP, sob curadoria do crítico de arte Jacob Klintowicz exibe exposição retrospectiva de Walter Lewy e promove uma visita guiada no dia 21 de novembro. O movimento artístico e literário surgido na Europa teve grande impacto cultural, pois valorizava a intuição e a criação, e acreditava que o subconsciente era fonte inesgotável de criatividade e liberdade. O poeta francês Guillaume Apollinaire criou a expressão “surrealismo” em 1917, mas o manifesto surrealista foi lançado oficialmente em Paris, em 1924, pelos franceses André Breton, Yvan Goll e Marcel Alland.

O movimento surrealista chegou ao Brasil por volta de 1930, durante o movimento modernista, e podemos reconhecer sua influência nas obras de Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Ismael Nery. Mas foi somente em Walter Lewy que ele encontrou plena realização. A trajetória do artista alemão nascido em Bad Oldesloe foi marcada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. De origem judaica e com formação erudita na Escola de Artes e Ofícios de Dortmund, entre 1923 e 1927, ele se viu obrigado a fugir dos delírios nazistas em sua terra natal.

Walter Lewy marcou presença ativamente do cenário cultural, tendo participado das primeiras Bienais de São Paulo: 1° Bienal em 1951, 2° Bienal em 1953, 3° Bienal em 1955, 6° Bienal em 1961, 8° Bienal: Sala Especial Surrealismo e Arte Fantástica em 1965, 13° Bienal em 1975, e na mostra Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, em 1985. Também integrou várias edições do Salão Paulista de Arte Moderna, além de inúmeros Panorama de Arte Atual Brasileira, realizados pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Seu currículo extenso de exposições conferiu ao artista amplo reconhecimento de seu trabalho e prestígio entre importantes atores e agentes culturais do sistema das artes visuais no Brasil.

Encontros ao redor do mundo.

A primeira Invocação da 36ª Bienal acontece em Marrakech, Marrocos, entre os dias 14 e 15 de novembro – uma série de programas públicos que se passa em quatro cidades ao redor do mundo antes da abertura da edição, espelhando, reconfigurando e expandindo o conceito de Humanidade como prática a partir de um contexto local específico.

Intitulada “Souffles: Sobre escuta profunda e recepção ativa”, a Invocação organizada em parceria com LE 18 e Fondation Dar Bellarj traz como temas a circularidade e a precariedade da respiração, a música Gnawa como modo de ser, as culturas sufis e a escuta como prática de coexistência, assim como a criação de lugares e espaços. O título faz referência a um poema de Birago Diop, mas também a uma revista pioneira editada entre 1966 e 1971 que trabalhava a emancipação política por meio da poesia e linguagem experimental.

A Invocação conta com a participação de Maalem Abdellah El Gourd, Fatima-Zarah Lakrissa, Ghassan El Hakim, Kenza Sefrioui, Laila Hida, Leila Bencharnia, Maha Elmadi, Mourad Belouadi, Simnikiwe Buhlungu e Taoufiq Izzediou.

O título da 36ª Bienal de São Paulo, “Nem todo viandante anda estradas”, é formado por versos da escritora Conceição Evaristo.

Baravelli exibe 235 pinturas-gato.

11/nov

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jatdins, São Paulo, SP,  apresenta entre 22 de novembro e 17 de janeiro de 2025, “235 pinturas-gato”, exposição individual de Luiz Paulo Baravelli. A mostra reúne 235 pinturas produzidas durante o último ano, que revisitam, através do pequeno formato, o vocabulário pictórico e imagético que o artista vem desenvolvendo há mais de cinquenta anos.

As 235 pinturas-gato estabelecem com o público uma relação que não busca a identificação imediata, se dá pelo estranhamento do primeiro contato. Para o artista, elas servem de mediadoras na relação que estabelece com o tempo e com a história, construída através do remix, de avanços e recuos, em um processo de digestão constante que ele chamou de “Manifesto Onívoro”.

Baravelli compõe em camadas, recorta e sobrepõe referências, estilos, materiais e texturas. Tais operações estão carregadas de um senso de humor que tem permitido ao artista estabelecer uma relação espirituosa com sua obra e que se faz evidente nos modos de abordar questões tão diversas como o amor, a história da arte, figuras de poder como políticos e colecionadores, problemas de planejamento urbano e a sensação de tédio de uma noite como outra qualquer. Não são temas, são questões que atravessam a qualquer um de nós, e que no trabalho de Baravelli surgem como comentários inusitados, mas sutis, daqueles que poderiam passar despercebidos em uma conversa com os mais desatentos. “Há pinturas-cachorro e pinturas-gato. As pinturas-cachorro fazem como os cachorrões carentes: assim que você entra elas vem babando com as patas sujas de tinta, pulam na sua blusa branca e lambem sua cara. Você sai correndo e xingando e não volta mais”, conclui Baravelli.

Sobre o artista

Baseando sua prática na intersecção entre a produção e o ensino de arte, Baravelli fundou em 1970 a Escola Brasil, junto a José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser. “Centro de experimentação artística dedicado a desenvolver a capacidade criativa do indivíduo”, a Escola Brasil foi importante na formação de dezenas de artistas brasileiros. Participou também da fundação da Revista Malasartes entre 1975 e 1976 e da Revista Arte em São Paulo entre 1981 e 1983, junto a relevantes artistas e críticos da cena contemporânea. Luiz Paulo Baravelli participou de inúmeras exposições individuais e coletivas desde o final dos anos 1960, destacando-se: Bienal de São Paulo, Brasil; Bienal de Veneza, Itália; Bienal de Havana, Cuba; Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil; MASP – Museu de Arte de São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil; Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio, Japão; MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil; Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Museo de Arte Moderno de Buenos Aires, Argentina; MAC – Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil; Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil.

Arte contemporânea saudita.

08/nov

A primeira exibição coletiva itinerante de arte contemporânea saudita inicia sua jornada mundial no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 13 de novembro.

A mostra, que no Brasil terá o nome de “Iluminações Poéticas”, traz à luz a História da Arábia Saudita tecida em termos artísticos e enriquecida pelas questões do presente.