O cromatismo de Andrea Brazil.

24/set

No dia 26 de setembro de 2024, às 19h30, Andrea Brazil inaugura a exposição individual “Pinturas” no SuperUber, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Shannon Botelho. A mostra apresenta cerca de 55 obras entre monocromáticas e policromáticas, que marcam um novo momento em sua produção artística.

A cor, elemento essencial em seu trabalho, torna-se o ponto de partida para suas criações, fruto de um processo artesanal em que a artista prepara suas próprias tintas e telas. Nascida em Santos e criada em Salvador, a artista vive em São Paulo, mas mantém a Bahia como fonte de inspiração.

Uma seleção exclusiva.

Para a ArtRio 2024, A Gentil Carioca (Stand A7) destacou uma seleção exclusiva de obras de artistas de diferentes gerações. Nesta edição, a poética singular da galeria será expressa através de trabalhos dos seguintes artistas: Agrade Camíz, Aleta Valente, Ana Linnemann, Ana Silva, Arjan Martins, Cabelo, Denilson Baniwa, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Kelton Campos Fausto, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Laet, Maria Nepomuceno, Miguel Afa, Misheck Masamvu, Novíssimo Edgar, O Bastardo, OPAVIVARÁ!, Renata Lucas, Rodrigo Torres, Rose Afefé, Sallisa Rosa, Vinicius Gerheim, Vivian Caccuri e Yanaki Herrera.

Seres fantasiosos de Bruno Novelli.

23/set

A Galatea abre no dia 03 de outubro, no seu espaço localizado na rua Oscar Freire, São Paulo, SP, a exposição “Bruno Novelli: tudo se transforma na terra”, a maior exibição individual já apresentada pelo artista Bruno Novelli (Fortaleza, 1980). A mostra traz um conjunto de 10 pinturas em grande formato produzidas especialmente para a ocasião. Com uma trajetória que soma quase duas décadas, o artista apresenta telas povoadas por seres fantasiosos, elaborados em densas composições, cores e grafismos. Além disso, entre as obras apresentadas está a maior pintura que já produziu: Jardim dos daimons (2024) atinge dois metros e setenta de altura por quatro metros de largura. O texto crítico da mostra é assinado pelo curador Thierry Freitas.

Fortemente inspirado pela exuberância do mundo amazônico e nutrindo interlocução de longa data com os artistas indígenas Huni Kuin que compõem o coletivo MAKHU, Novelli traz em suas pinturas composições ricas em cor e complexas padronagens figurando animais fantásticos e visões oníricas da natureza. Também lhe interessa colocar em tensão o olhar europeu na representação da paisagem tropical e o embate entre a natureza e a sua dominação pelo homem. Outra importante influência para Bruno Novelli é o pintor de ascendência indígena Chico da Silva (Alto Tejo, 1910 – 1985, Fortaleza), de quem absorveu o imaginário fantátisco ao conviver com suas obras ao longo da primeira infância vivida na cidade de Fortaleza, onde o legado de da Silva é pujante.

Bruno Novelli consegue mobilizar em seu trabalho uma imagem pulsante da natureza, ou, melhor dizendo, dos mundos vivos, parafraseando o título em inglês da exposição organizada em 2022 pela Fondation Cartier pour l’art contemporain da qual participou: Les vivants (Living Worlds).

Nit de l’Art 2024.

Por ocasião do La Nit de l’Art 2024, a Baró Galeria apresentou duas exposições destacando obras de grandes artistas latino-americanos: “Oublier le corps…”, a primeira exposição individual de Lygia Clark em Maiorca, Espanha; e a mostra coletiva Lucidus Disorder, ambas com curadoria de Rolando J. Carmona.

“Oublier le corps” marca a primeira exposição individual em Maiorca da renomada artista brasileira Lygia Clark (1920-1988). A exposição, com curadoria de Rolando J. Carmona, explora como o trabalho de Lygia Clark se envolveu ao longo de sua carreira com o conceito de dissolução do corpo. Desde os seus primeiros esboços desconstruídos, que prenunciam as formas geométricas dos seus “Bichos”, até aos seus objetos relacionais, a mostra investiga como a sua prática ativou métodos estéticos e psicológicos radicais, reimaginando os papéis tradicionais entre a obra de arte, o artista e o espectador, envolvendo até mesmo o inconsciente. e transcender a experiência sensorial física tipicamente associada à arte.

Lucidus Disorder

Diego Barboza, Artur Barrio, Sérgio Camargo, Yoan Capote, Eugenio Espinoza, Magdalena Fernández, Gego, Jac Leirner, Hélio Oiticica, Federico Ovalles, Mano Penalva, Wilfredo Prieto, Luis Salazar e Antonieta Sosa.

“Esses artistas anunciaram um novo modelo de desobediência de cunho tropical, alicerçado na lógica do caos. Longe de serem reacionários, esses gestos simbólicos e físicos operando por meio da desconstrução formaram uma dinâmica quase estereoscópica entre artistas venezuelanos e brasileiros, que deixaram para trás a arte concreta no Brasil e a arte cinética na Venezuela configuraram uma resposta política à razão cartesiana e eurocêntrica que definia a estética oficial, criando obras que transcendiam a grade em crise e sorriam para a vida cotidiana.”

Rolando J. Carmona.

Mestres Modernos em exposição.

19/set

A Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura duas exposições com curadoria de Paulo Venancio Filho durante a semana da ArtRio. A exibição de “3 Mestres Modernos: Camargo, Tomasello, Cruz-Diez” será na galeria e, “Cinéticos-Construtivos”, no Stand do evento na Marina da Glória

A partir do dia 24 de setembro, na semana em que a cidade recebe a Feira ArtRio, um dos mais relevantes eventos de arte, Luiz Sève e sua filha, Luciana Sève, à frente da Galeria de Arte Ipanema, inauguram duas importantes exposições.

“A ArtRio já faz parte do calendário carioca e é um excelente veículo de vendas e de divulgação. Participamos com artistas do nosso acervo desde a sua primeira edição, em 2011”, afirma Luiz Sève.

“Sempre procuramos prestigiar a Feira com a inauguração de novas mostras com peças do nosso acervo. É um período fervilhante, quando a cidade recebe muitas pessoas de fora, o que nos impulsiona a abrir uma exposição inédita. Mais do que nunca, nessa época o Rio se torna uma enorme vitrine que reverbera talentos, dos consagrados aos novos e promissores nomes do mercado. Há também os eventos paralelos que integram a programação do evento, atraindo desde os que produzem arte quanto colecionadores ou mesmo aqueles que apenas buscam aprofundar conhecimento na área”, complementa Luciana Sève.

“3 Mestres Modernos: Camargo, Tomasello, Cruz-Diez” apresenta uma seleção de trabalhos dos artistas Sergio Camargo, Cruz-Diez e, Luis Tomasello. Até outubro, a Galeria Ipanema, uma das precursoras do Modernismo, será ocupada pelos cinéticos de Cruz-Diez, pelos relevos em madeira de Tomasello, por uma escultura em mármore e dois relevos de Camargo, entre outras obras bastante representativas selecionadas pelo curador.

A partir do dia 26, no Stand da ArtRio (dia 25 para convidados, no Preview), o público visitante verá uma seleção dos artistas Antonio Maluf, Aluísio Carvão, Cruz-Diez, Dionísio Del Santo, Jesus Rafael Soto, Julio Le Parc, Lygia Clark, Paulo Roberto Leal, Franz Weissmann, Raymundo Collares, em “Cinéticos-Construtivos”, também curada por Paulo Venancio Filho.

Texto curatorial

“Um brasileiro, um argentino, um venezuelano. Este triângulo da geografia artística moderna sul-americana teria ainda um quarto vértice comum na cidade que tão fundamental foi para o desenvolvimento de suas trajetórias artísticas: Paris. Na mítica Galerie Denise René, espaço que congregou várias gerações artísticas construtivas e cinéticas em décadas de exposições, encontraram um ambiente de convivência com as tendências ainda vivas e atuantes do modernismo europeu. Lá, em Paris, mais precisamente na década de 1960, viveram todos os três em períodos variados e coincidentes. É bem possível imaginar um encontro dos três artistas em uma exposição, ateliê ou em um café. Naquela época a Europa atravessava o difícil período do pós-guerra e procurava se regenerar artisticamente; em especial através dos movimentos abstratos geométricos e sua derivação subsequente; a arte cinética. Sergio Camargo (1930-1990), Luis Tomasello (1915-2014) e Carlos Cruz-Diez (1923-2019) vão consolidar sua formação nesse ambiente de contatos, influências, diálogos que caracterizam esses momentos históricos raros de élan intelectual e artístico. Onde mais era possível um jovem artista não só encontrar e conhecer – Brancusi, como foi o caso de Camargo –  e também expor junto com Arp, Vantongerloo, Albers, Van Doesburg, entre outros? E participar de exposições, hoje históricas, como Art Abstrait Constructive International Structures), na Galerie Denise René, em 1961/62, que apresentou tanto os construtivos como os cinéticos, relacionando-os? Na tênue fronteira ou superposição entre o construtivo e o cinético é possível localizar e compreender os trabalhos desses três artistas. A vibração da luz que é provocada em seus trabalhos; o modo como a superfície, principalmente de seus relevos, reage e se modifica, calculada ou aleatoriamente, atua e desestabiliza as nossas certezas visuais. Será que tal aspecto mutável e transformativo era o que atraia esses artistas de culturas em difícil processo de modernização? Acima de tudo é a superfície incerta do relevo, entre a planaridade e a tridimensionalidade, receptiva a elementos circunstanciais que mais se prestam a excitabilidade tanto visual quanto mental empreendida por esses três artistas. A luz é o fenômeno fundamental, e aquele momento único que os impressionistas procuravam captar é por eles “produzido”, alongado e renovado no tempo. Tal empreendimento não foi um evento ocasional, simplesmente explicado pelo contágio parisiense, mas uma determinação artística que se estendeu ao longo de toda a obra dos três. Vistos hoje, há mais de seis décadas após aquele período de efetiva participação na consolidação de uma das tendências artísticas centrais do século XX, não há como não se referir a Camargo, Tomasello e Cruz-Diez senão como mestres modernos.”.

Interseção entre meios artísticos.

18/set

Em “Primavera em Quatro Atos” reúne arte, moda e design em celebração à estação e exibindo a convergência entre pintura, joalheria, moda e arte floral.

A exposição “Primavera em Quatro Atos” exibe as artistas Joana Pacheco e Carolina Lavoisier, com a participação de Camila Luz e Bia a Florista na Art Lab Gallery, Vila Madalena, São Paulo, SP. Com curadoria de Juliana Mônaco, o evento explora a interseção entre pintura, design de joias, moda e arte floral. A mostra estará aberta à visitação de 24 de setembro a 5 de outubro.

A curadora Juliana Mônaco explica que o conceito central da exposição é a sinergia entre diferentes vertentes artísticas que, ao se unirem, evocam a chegada da primavera. Para a curadora, a pluralidade de estilos e técnicas presentes nas obras reflete a diversidade da estação, em que cores, texturas e formas se entrelaçam em harmonia.

Joana Pacheco apresenta joias autorais que traduzem a sensibilidade da natureza em peças que variam entre brincos, braceletes, colares e anéis. Seu processo criativo, fortemente influenciado por elementos naturais, é marcado pela escultura em cera e fundição em metal. Joana, que começou a produzir joias durante a pandemia, destaca que suas criações são uma forma de ressignificar o cotidiano, buscando nas formas da natureza uma beleza muitas vezes não percebida. Sua obra resgata técnicas ancestrais de ourivesaria e propõe uma reflexão sobre o futuro a partir de práticas do passado, como a criação de abelhas, tema presente em suas peças mais recentes.

Carolina Lavoisier traz uma série de aquarelas que exploram a transição e a fluidez das cores. Segundo a artista, o degradê presente em suas obras reflete as mudanças emocionais e os ciclos de vida, em um processo contínuo de transformação. Para Lavoisier, sua intenção é que o espectador experimente uma imersão sensorial, dissolvendo as fronteiras entre o visível e o invisível. Suas pinturas dialogam com o panorama da arte contemporânea ao explorar o abstrato e a emoção por meio de tonalidades que se desdobram em nuances sutis.

A estilista Camila Luz, contribui com dois vestidos que integram o universo da moda à exposição. Com 18 anos de experiência no mercado, é reconhecida por suas criações que transmitem sensibilidade e cuidado com os detalhes. Na exposição, seus vestidos se conectam ao trabalho de design de jóias de Joana Pacheco, criando uma composição única que celebra a arte em diferentes formatos.

A contribuição de Bia a Florista, conhecida por seu trabalho com design floral autoral, encerra o ciclo da exposição. Inspirada na sustentabilidade, transforma flores e plantas em verdadeiras obras de arte, celebrando a efemeridade e a vitalidade da natureza. Suas instalações florais complementam os outros atos da exposição, criando uma atmosfera que convida o público a refletir sobre a relação entre o humano e o natural.

A exposição “Primavera em Quatro Atos” representa um convite para que se explorem as diferentes formas de arte que se conectam na celebração da primavera, com cada ato destacando a relação das artistas com a natureza e sua capacidade de transpor o belo para o campo da criação artística.

Novo livro de Victor Arruda.

17/set

A galeria Almeida & Dale, Rua Caconde, 152, Jardins, São Paulo, SP, anuncia o lançamento do livro Victor Arruda. No próximo sábado, 21 de setembro, das 11h às 16h, será lançado o livro que reúne mais de 100 obras nunca registradas ou impressas de Victor Arruda. Às 12h haverá uma conversa entre o artista e a organizadora Nathalia Lavigne, seguida de uma sessão de autógrafos. Com tiragem de 2 mil exemplares, o livro traz ensaios críticos, poemas de Kátia Maciel, e a reprodução de uma conversa entre Victor Arruda e Daniel Senise. O evento é gratuito e aberto ao público.

Este projeto foi realizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura / Lei Rouanet, com patrocínio da Porto e da Almeida & Dale. Realização – Espaço CC, Instituto TeArt, Ministério da Cultura e Governo Federal.

As diversas mídias  de Nelson Leirner.

A CAIXA Cultural Recife foi o espaço escolhido para a primeira exposição com obras do artista Nelson Leirner após seu falecimento em 2020. A mostra “Nelson Leirner: Parque de Diversões” ficará em cartaz até 10 de novembro com 74 trabalhos do artista, entre objetos, pinturas, colagens e outros, com curadoria de Agnaldo Farias. Na abertura houve uma visita guiada com o curador e Agnaldo Farias realizou palestra aberta ao público. No dia 10 de novembro, às 16h, será realizada outra visita guiada, desta vez com Júlia Borges Arana, produtora executiva da Phi, correalizadora da mostra.

Famoso por utilizar meios e mídias pouco tradicionais, Nelson Leirner estudou engenharia têxtil e pintura, na década de 1950. O resultado dessa base é a construção de uma história versátil e bem-humorada em evidência nos trabalhos produzidos nos últimos 20 anos da vida de Nelson Leirner reunidos nessa exposição, que foi pensada para a CAIXA Cultural. Foram selecionadas pinturas, fotografias, estatuetas, imagens de miniaturas, obras em tapeçaria, técnicas mistas, colagens, releituras da Mona Lisa e objetos onde a ironia dá o tom e que fazem um passeio pelo “parque de diversões” que era a mente de Nelson Leirner, um dos mais versáteis artistas contemporâneos nacionais.

Algumas obras da série “Assim é… se lhe parece”, por exemplo, trazem colagens que misturam o universo da Disney com mapas e mundos. Outras obras como “Missa móvel dupla” e “Futebol” são pontos de destaque para que o público observe como o artista respeita o poder dos fetiches religiosos. Além dos interesses espirituais e materiais, perpassados por vetores econômicos e ideológicos: não escapam os brinquedos das crianças, os bonequinhos, os stickers que elas grudam nos cadernos para ornamentar, colecionáveis que assumem uma outra função aos olhos curiosos do visitante frente à aglutinação de elementos.

No desenho curatorial não faltam referências históricas de Nelson Leirner com exemplares de séries e ações importantes realizadas nas décadas de 1960 e 1970. “Nosso objetivo aqui é mostrar a obra onívora que se alimenta de aspectos da vida cotidiana, mas não só, também discute a figura do artista – esse homem incomum, esse gênio que as plateias cultuam com uma admiração, como diria o pernambucano Nelson Rodrigues, “verdadeiramente abjeta”; discute a natureza da obra de arte – ou aquilo que habitualmente é entendido como sendo arte -; e, por fim, discute a sobredeterminação de ambos pela história, pelo modo como estão enredadas num jogo”, explica o curador.

Sobre o artista

Nascido em São Paulo em 1932, foi um pioneiro da arte intermídia e uma figura central na vanguarda brasileira. Após residir nos EUA e estudar pintura com Joan Ponç, Nelson Leirner se destacou por suas apropriações e performances inovadoras, como a “Exposição-Não-Exposição” e o envio de um porco empalhado ao Salão de Arte Moderna de Brasília. Fundador do Grupo Rex e premiado na Bienal de Tóquio, incorporou elementos da cultura popular em suas obras e recebeu diversos prêmios, como o APCA de Melhor Exposição Retrospectiva, em 1994, e ampliou sua atuação para design e cinema experimental. Reconhecido internacionalmente, Nelson Leirner fez sua carreira transgredindo desde o princípio, como artista e como professor, responsável pela formação de toda uma geração de artistas.​

A Amazônia vista por Aguilar.

16/set

Com curadoria de Fabio Magalhães, a exposição apresenta 31 telas e a instalação “Guardiões das Águas”, no espaço DAN Galeria Interior em Votorantin, São Paulo, SP, espaço que abrange obras de grandes formatos e que funciona como um espaço mediador entre o interior e a capital. O artista José Roberto Aguilar explora a Amazônia com suas dimensões físicas e simbólicas por meio da linguagem da pintura. Suas telas retratam a floresta como uma entidade viva, cheia de cor e movimento. “Amazônia Vida” discute a relação entre natureza e humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e impermanência.

“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve Leonor Amarante.

José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática. Participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira – SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US e também integram importantes coleções particulares como Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros.

Em meados nos anos 1990 tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério da Cultura em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros. Para o curador, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual, são atores importantes na construção da sua poética visual”. Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa ateliê e uma forte relação com a Floresta Amazônica e a comunidade ribeirinha local. “O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis ​​da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta”.

“Como diretora da DAN Galeria Interior, é uma grande honra poder produzir a exposição “Amazônia Vida” de José Roberto Aguilar. Esta exposição, que conta com curadoria de Fabio Magalhães, inaugura a representação do artista pela galeria. O trabalho de Aguilar continua a ser relevante e influente na arte contemporânea assim como seu espírito inovador que deixou uma marca indelével no cenário artístico brasileiro. A curadoria sensível de Magalhães conseguiu comprovar porque Aguilar é uma figura central na história da arte brasileira, atravessando o tempo com mais de cinco décadas de produção artística.” – Cristina Delanhesi.

Até 14 de janeiro de 2025.

Na Cidade das Artes Bibi Ferreira.

O artista Luiz Pizarro inaugura grande mostra individual, a partir de 21 de setembro na Cidade das Artes Bibi Ferreira, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.

“Oníricas” trata do desejo de um mundo mais harmônico, forjado no humanismo, na arte, na beleza, e no fazer. A exposição, que ocupará quatro espaços na Cidade das Artes, ainda que não seja uma exibição retrospectiva de sua obra, será uma das mais relevantes em sua trajetória artística. Além de novas pinturas da série “Metapaisagens”, mostra realizada com muita repercussão no Paço Imperial em 2023, Luiz Pizarro apresentará instalações interativas e colaborativas e outras proposições artísticas.

“Em nossas vidas, as relações pessoais e comunitárias desafiam nosso dia-a-dia, nossos sonhos por algo mais lúdico, mais poético, mais consensual em termos de sociedade e vida comunitária, elementos esses pertencentes a cada uma das propostas de trabalhos e de ações artístico-educacionais que ali serão ativadas junto ao público”

Ocupando as duas galerias do espaço, além do saguão de entrada para os teatros e a área externa coberta, serão expostas 15 pinturas em acrílica sobre telas de médios a grandes formatos produzidas entre 2023 e 2024, e três grandes instalações interativas e colaborativas. Outras três proposições artístico-educacionais também contarão com a participação do público para sua realização.  A mostra ficará em cartaz gratuitamente até 03 de novembro, e depois seguirá em março para o Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz, no Museu Comunitário Palacete Princesa Isabel, situado em Santa Cruz também na Zona Oeste.  Luiz Pizarro, que dá aulas de desenho e pintura no Parque Lage, lançará, em breve, um livro sobre Educação através da Arte, com ênfase em sua experiência como educador principalmente em museus como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM Rio, onde ocupou o cargo de Curador de Educação de 2013 a 2020.

Entre as instalações, estão:

Cubo dos Desejos, trabalho interativo e colaborativo, cuja execução conta com a participação dos visitantes.  A partir de um cubo de arestas em madeira, os visitantes passam barbantes coloridos por tantos pontos, ganchos, quanto forem as letras de seu nome, pensando num desejo para o planeta. Ao final de várias intervenções, teremos ali uma trama de fios coloridos que registram e simbolizam todos os nomes e desejos que por ali passaram.

Tarrafas ao Mar

Trabalho também interativo e colaborativo, parte de uma rede de pesca suspensa no espaço da sala de exposição, na qual cada visitante anotará num post it da cor de sua preferência, o nome de uma pessoa que ame e outro de uma pessoa em quem confia. Trata-se de fazer uma reflexão sobre a diferença entre amar e confiar que nem sempre se conjugam na mesma pessoa. Esse post-it será, então, colocado numa pequena garrafa plástica que será pendurada em local de sua escolha na rede de pesca.

Contornos do Ocaso

Instalação inédita, imersiva, composta por 25 “pergaminhos”, cada um com cinco imagens, monotipias em papel seda branco de ladrilhos desbotados da piscina onde o artista costuma nadar, além de folhas secas de sua própria casa, abordando o acaso da transformação da matéria pelo tempo e da construção de novas imagens a partir dessa desconstrução temporal. Expostas como uma floresta flutuante no espaço da sala de exposição, permite que o visitante circule através dela vivenciando diferentes perspectivas do olhar sobre a obra e sobre si mesmo dentro dela. O “Ocaso”, declínio do sol, ou em livre interpretação poética, o fim de algo, significa na verdade, segundo ele, o retorno de outras possibilidades de vida, de recomeço. Como o sol que renasce a cada ocaso, a vida recomeça a cada momento de desconstrução dela mesma, como novos estímulos que surgem pelo desaparecimento do que era tido como perene e real.

Além dessas instalações, o artista promoverá também ações “sócio-emocionais” a partir da ativação de outros trabalhos e proposições artísticas para o público. São trabalhos com desenho cego e música e outro a partir do desenho de rosto concomitante através de vidro do espaço e consequente impressão também em papel seda para ser presenteado. Finalizando, Luiz Pizarro ainda propõe que o público se posicione com relação a alguma das obras de sua preferência e, a partir de uma selfie, participe da confecção de mais uma monotipia com sua própria imagem ali registrada.