Aquila com curadoria de Vanda Klabin

15/set

 

A exposição “Luiz Aquila: Rodopios da Pintura” apresenta trabalhos inéditos concluídos recentemente, confirmando porque Aquila “é considerado um dos expoentes referenciais para a estruturação do cenário artístico brasileiro e um dos pintores mais ativos de sua geração”, segundo as palavras da própria curadora da exposição, Vanda Klabin, com quem o artista mantém amizade desde 1979.

Com cerca de 15 telas selecionadas, esta exibição individual integra o calendário de eventos realizados em comemoração aos 80 anos do artista em 2023: começou no início do ano, na Casa de Petrópolis (onde ele manteve o ateliê até agosto), e se estendeu com a grande coletiva “Em Torno dos 80”, em sua homenagem, inaugurada na Cidade das Artes com o lançamento do livro e uma agenda repleta de atividades que incluem roda de conversa e oficinas socioeducativas. A abertura acontece no dia 20 de setembro, na Galeria Patrícia Costa, com uma “Visita Sonora” conduzida pela filha do artista, Nina Miranda, artista multifacetada que será acompanhada pela flautista e percussionista Dominique Rabello. Na ocasião também será lançado o vídeo “Luiz Aquila_sua Arte e seu Ateliê”, de Pedro Paulo Mendes e Silva, em grande parte gravado no ateliê.

 

“As obras sob o título “Rodopio’”, dado por Vanda Klabin, foram produzidas durante o período em que eu estive num ateliê especial, instalado temporariamente na casa da minha família aqui em Petrópolis, onde moro. Quando a Vanda sugeriu este nome achei perfeito porque foi nessa intensidade que eu pintei – o conjunto de obras tem um caráter meio rodopiante, meio voador, de brinquedo de roda. A cor é muito presente e foi um trabalho que executei com imenso prazer. A pintura geralmente me dá prazer, mas desta vez me deu um extraordinário prazer: eu abri o ateliê com essa série e fechei o ateliê com essa série. Agora, já me encontro em um novo espaço”, diz Aquila.

 

“As obras recentes de Aquila adquiriram uma nova propriedade expansiva, algo pulsátil que aponta para um emaranhado de cores em movimentos circulares, articulações infinitas que reverberam em toda a superfície da tela e parecem liberar ‘um tempo saturado de agora”, na afirmativa de Walter Benjamin. Nessa exposição, Luiz Aquila não interrompe o seu fluxo irresistível e suas obras irradiam a sua enorme energia plástica, a sua adesão incondicional e dedicação total e extrema à pintura”,  avalia a curadora e historiadora Vanda Klabin.

“A cada série de trabalhos produzidos, traz um novo léxico, a cada obra, novos caminhos, mas sempre uma consistência progressiva e uma adequação dos procedimentos pictóricos”.

 

Sobre a “Visita Sonora”

Nina Miranda é uma cantora multiartista, que se movimenta entre os fluxos de arte visual e música, trabalhando principalmente entre a Inglaterra, onde mora atualmente, o Brasil e Portugal. Desde criança é fascinada pelas camadas, em como tudo se mistura e se integra, especialmente as ligações entre pintura e música.

“Gostava de assistir meu pai pintar ao som de Jazz, seu pincel parecia dançar na tela, criando paisagens alternativas com travessas e saltos”. Anos depois, Nina fez dois filmes para captar essa magia do pai em ação e sempre gostei de imaginar como seria uma vernissage musicada, como também um show pintado”, relembra.

Agora, em celebração aos 80 anos do artista, volta ao Rio com uma visita sonora na Galeria Patrícia Costa, onde retoma a fértil conversa com a flautista e percussionista Dominique Rabello a partir dos quadros de Luiz Aquila. Com apresentação de músicas inéditas quase abstratas, citações de músicas mais clássicas e também canções autorais de Nina, o público é convidado a brincar junto, já que a arte é algo muito sério, mas também pode ser muito prazerosa.

Até 21 de outubro.

 

Oiticica e artistas modernos e contemporâneos.

 

Em 1986, foi realizada a primeira exposição póstuma de Hélio Oiticica (1937 – 1980), organizada pelo Projeto HO, na época coordenado por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Wally Salomão. Para essa mostra, que se chamava “O q faço é música” e foi realizada na Galeria de Arte São Paulo, o projeto produziu edições únicas das icônicas obras “Relevo Espacial, 1959/1986” e “Parangolé P4 Capa 1, 1964/1986”,  para arrecadar fundos para a organização, catalogação e conservação das obras e documentos deixados pelo artista. Desde então, essas obras permaneceram em uma coleção particular, e agora voltam a público, depois de 37 anos, sendo o ponto de partida para a exposição “O que há de música em você”, na Galeria Athena, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Fernanda Lopes.

 

Icônicas para o desenvolvimento do pensamento de Oiticica, as duas obras são de grande importância – o “Parangolé”, inclusive, foi vestido por Caetano Veloso na época de sua criação. Partindo delas, e da célebre frase de Hélio Oiticica: “O q faço é música”, a exposição apresenta um diálogo com fotografias, vídeos, objetos e performances de outros 20 artistas, entre modernos e contemporâneos, como Alair Gomes, Alexander Calder, Aluísio Carvão, Andro de Silva, Atelier Sanitário, Ayla Tavares, Celeida Tostes, Ernesto Neto, Felipe Abdala, Felippe Moraes, Flavio de Carvalho, Frederico Filippi, Gustavo Prado, Hélio Oiticica, Hugo Houayek, Leda Catunda, Manuel Messias, Marcelo Cidade, Rafael Alonso, Raquel Versieux, Sonia Andrade, Tunga e Vanderlei Lopes. Na fachada da galeria estará a grande obra “Chuá!!!”, de Hugo Houayek, feita em lona azul.

 

Os diálogos, em diversas formas, seja por um aspecto mais literal da ideia de música, de movimento, seja pela questão da cor e por discussões levantadas por Hélio Oiticica naquele momento que continuam atuais. “A ideia geral é tentar pensar, como pano de fundo, como o Hélio traz questões da passagem para o contemporâneo que continuam sendo debatidas e que estão vivas até hoje de diferentes maneiras”, afirma a curadora Fernanda Lopes.

 

A relação de Hélio Oiticica com o samba e com a Estação Primeira de Mangueira é bastante conhecida, mas a curadora também quer ampliar essa questão. “Quando Hélio fala de música, ele não está se referindo só ao samba, mas também ao rock, que é o que ele vai encontrar quando chega em Nova York. Para ele, são ideias de música libertárias, pois dança-se sozinho, sem coreografia, são apostas no improviso, no delírio. Acho que a partir disso é possível fazer um paralelo com a discussão de arte, repensando seu lugar, seus limites, suas definições e repensando também a própria ideia e o papel da arte”, afirma a curadora.

 

Obras em exposição 

 

Diversas relações são criadas na exposição. Obras que fazem referência mais direta ao samba, como a pintura “Duas Mulatas” (1966), de Flávio de Carvalho, e a obra de Manuel Messias, encontram-se na mostra. “São referências mais literais, de artistas que tinham no samba um lugar de ação, não uma ilustração”, conta a curadora. Ampliando a questão musical, chega-se ao movimento, à movimentação dos corpos, que está sempre associado à música. Na exposição, essas relações são criadas, por exemplo, com os trabalhos de Aloísio Carvão e Celeida Tostes. Composto por uma caixa branca contendo círculos não uniformes, separados por tons diferentes, que vão do amarelo ao vermelho, a obra “Aquário II” (1967), de Aloísio Carvão, dialoga com o trabalho de Oiticica não só por ter a cor como guia, mas também pela ideia de movimento. “Esta obra, de certa forma, também tem algo rítmico ou uma possibilidade de reconhecer isso nessas peças, uma vez que depende do vento ou de outra situação que aconteça no espaço para que as peças se movimentem”, diz Fernanda Lopes. Desta mesma forma, o trabalho de Celeida Tostes, composto por cerca de 60 peças em cerâmica, com formatos circulares vazados no meio, com variações de cores em tons terrosos, sugere um ritmo pela organização modular. Ainda na ideia de movimento, está o trabalho “Escultura mole”, dos anos 1970, de Alexandre Calder, feito em tecelagem, com uma espécie de rede, que, além de resgatar a história, por ser um elemento característico do Brasil e América Latina, remete à ideia de movimento. Na exposição, as questões sobre música estão ampliadas, e a curadora quis trazer outros aspectos, como a dimensão social do samba. “Não é só um estilo musical, existe um confronto de alguma maneira, não é só entretenimento, mas também um lugar de disputa”, afirma. Dentro deste pensamento, está na exposição um tacape (arma indígena), de Tunga. Além disso, alguns trabalhos apostam ou se valem de um desconforto, que esteve presente na figura de Hélio Oiticica. Por exemplo, quando ocorreu a exposição na White Chapel, em Londres, em 1969, muita gente adorou o fato de ele ter colocado areia de praia no chão, mas outras pessoas se incomodaram de terem que tirar o sapato, assim como houve críticas na imprensa. Remetendo a isso, estão os trabalho de Andro de Silva, com palhaços chorando, uma grande pintura de Rafael Alonso, medindo 1,30X1,70, que traz uma imagem incômoda para a vista, e três vídeos de “Sem título”, de Sonia Andrade, que causam apreensão – em um deles ela está com a mão aberta em uma superfície com um prego entre cada dedo, tentando não errar a direção do martelo; em outro, ela depila os pelos de partes do corpo, como os da sobrancelha, e no terceiro, aperta um fio em parte do rosto.

 

Sobre o Projeto HO

 

Em 1981, os irmãos de Hélio Oiticica, Cesar e Claudio, diante da urgência do desafio de guardar, preservar, estudar e difundir a sua obra, formularam o Projeto Hélio Oiticica, uma associação sem fins lucrativos com esses objetivos. Contando com a construção inicial de companheiros e amigos de Hélio Oiticica, com os quais formou-se um conselho e uma coordenação, e com fundos provenientes da venda de obras de terceiros pertencentes ao acervo da família, instalou-se o Projeto HO. Os membros do Projeto, apesar de trabalhando sem remuneração, e durante suas horas de lazer, conseguiram uma série crescente de realizações entre as quais merecem destaque a publicação do livro de textos: ‘Aspiro ao grande labirinto’ e as exposições retrospectivas realizadas em Rotterdam, Paris, Barcelona, Lisboa e Minneapolis com a edição de respectivos catálogos. Além disso, houve a participação em 16 exposições no Brasil, sendo 10 coletivas e seis individuais e 12 exposições no exterior, sendo 11 coletivas e uma individual. Em 1996, foi inaugurado o Centro de Arte Hélio Oiticica com a grande retrospectiva que havia percorrido a Europa e os Estados Unidos, posteriormente, o acervo participou de 39 exposições no Brasil, 11 individuais e 28 coletivas, e de 51 exposições no exterior, sendo 9 individuais e 42 coletivas.

 

Sala Casa

 

No mesmo foi inaugurada a exposição “Jonas Arrabal – Ensaio sobre uma duna”, com trabalhos inéditos em diversas mídias, reunidos em conjunto, como uma grande instalação pensada especialmente para ocupar a Sala Casa da Galeria Athena. Bronze, sal, chumbo, betume e resíduos orgânicos são alguns exemplos de materiais utilizados pelo artista nos últimos anos, traduzidos aqui entre objetos e desenhos. Em sua pesquisa poética há um interesse particular sobre o tempo e a memória, numa aproximação com a ecologia, meio ambiente e a história, propondo uma reflexão sobre a transformação constante das coisas, dos lugares e como isso nos afeta e nos permite novas percepções. “Em seus trabalhos há uma operação que transita entre a invisibilidade e a visibilidade, transições e apagamentos concretos (conscientes ou não) numa aproximação com elementos da natureza, opondo materiais industriais com orgânicos, propondo novas mutações”, diz a curadora Fernanda Lopes.

 

Até 10 de novembro.

 

 

Sob orientação de Paulo Herkenhoff

13/set

 

Localizada na sede da FGV, em Botafogo, no Rio de Janeiro, a FGV Arte será um espaço voltado à valorização e experimentação artística e a debates contemporâneos em torno da arte e da cultura, buscando incentivar o diálogo com setores mais criativos e heterogêneos da sociedade. A iniciativa pretende conectar, a partir de projetos artísticos, as escolas da FGV, tais como a Escola Brasileira de Administração Pública, Escola de Economia, Escola de Matemática Aplicada, Escola de Ciências Sociais (CPDOC) e a Escola de Comunicação, Mídia e Informação. A FGV Arte prevê ainda seminários, oficinas metodológicas e cursos práticos de formação para as artes.
A exposição inaugural foi intitulada de “A Quarta Geração Construtiva no Rio de Janeiro” pelo curador Paulo Herkenhoff e ficará em cartaz, com entrada gratuita, até novembro de 2023. Na abertura, será lançado o livro “Rio XXI Vertentes Construtivas”, também sob a concepção de Paulo Herkenhoff, que além de organizar a publicação, dirigiu o projeto editorial junto ao artista e designer gráfico Fernando Leite. O livro é o segundo volume da coleção, que se iniciou com “Rio XXI Vertentes Contemporâneas”, lançado em 2019. A relação da FGV com a arte contemporânea vem sendo resgatada desde 2012, quando passou a editar publicações sobre diversas vertentes da arte e do design, a exemplo do livro “Móvel brasileiro moderno”.
“Ainda na década de 1940, a FGV promoveu um curso pioneiro no âmbito artístico que possibilitou a formação especializada para o campo gráfico – em forte expansão à época. A FGV Arte resgata a tradição de incentivo à arte da Fundação, buscando encorajar e desenvolver ainda mais o setor cultural no Rio de Janeiro”, avaliza o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, que completa: “A importância do novo espaço se firma na promoção de diálogos multidisciplinares, algo que a Fundação tem em sua missão”.
“A FGV Arte surge em um movimento importante de revitalização do Rio de Janeiro”, diz Sidnei Gonzalez, diretor da FGV Conhecimento, um dos incentivadores do projeto: “O novo espaço abre com a intenção de apoiar a arte contemporânea brasileira e carioca. Local de produção de conhecimento, prospecção de novos artistas e promoção de diálogos, a FGV Arte se integra à cidade, ressaltando um dos seus grandes diferenciais: o setor artístico e seu engajamento criativo”.

Música e arte digital

Durante a abertura da FGV Arte, a esplanada da FGV será palco de um concerto com metais e percussão da Orquestra Sinfônica Brasileira. O repertório cria uma cronologia da música carioca, de Villa-Lobos ao funk. E, pela primeira vez, a abóbada do auditório, projetado por Oscar Niemeyer, receberá um mapping original criado pela SuperUber, a partir das inspirações conceituais e das referências da exposição em cartaz. As projeções sobre a abóboda acontecem de segunda a sexta-feira, dia 15 de setembro, das 18 às 21h.

A exposição

“A Quarta geração construtiva no Rio de Janeiro” reúne 47 artistas cariocas: de origem, por adoção ou visitantes marcados pela cidade, sem limite geracional ou de linguagem, e sob curadoria de Paulo Herkenhoff, que definiu a cidade no século XXI “com novas perspectivas no campo social de circulação da obra de arte”. Para o curador, o processo construtivo, retratado na exposição, permanece fortemente na cidade, com práticas contemporâneas em andamento. Foi a partir daí que Paulo Herkenhoff estabeleceu o conceito de “quarta geração construtiva”: “O século XXI coincide com a quarta geração construtiva, a etapa de maior abertura experimental da relação com a matemática, a topologia, o número, o acaso e improvisos, desastres e a crise do poder, num emaranhado de agendas políticas e conceituais, processos de subjetivação, a explosão do olhar da periferia e um novo ethos, a crítica institucional, a geometria sensível da América Latina, introdução de signos materiais da arte inauditos e o quase nada e o zero”.

Participam da coletiva os artistas (por ordem alfabética):

Adriana Eu, Adriana Maciel, Alexandre Vogler, Allan Weber, Alvaro Seixas, Amalia Giacomini , Andrea Brown, Antonio Bokel, Bruno Veiga, Cadu, Carolina Ponte, Daniel Murgel, Deborah Engel, Delson Uchôa, Denilson Baniwa, Francisco Proner, Guilherme Santos Silva, Guilhermina Augusti, Heleno Bernardi, Heberth Sobral, Igor Vidor, Ismael Monticelli, Jefferson Medeiros, Joana Traub Csekö, Joelington Rios, Joey Seiler, Latoog, Lucas Ururah, Luiz Baltar, Luna Bastos, Lyz Parayzo, Marcelo Catalano, Marcelo Conceição, Marcelo Macedo, Marcelo Monteiro, Marcone Moreira, Maria Mazzilo, Michel Groisman, Mulambö, Osvaldo Carvalho, Paulo Vivacqua, Pedro Vitor Brandão, Tainan Cabral, Tantão, Thiago, Ortiz, Toz e Yhuri Cruz.

O livro

Com organização e direção editorial Paulo Herkenhoff e Fernando Leite, Rio XXI Vertentes Construtivas [288 páginas] é o segundo volume bilíngue [português e inglês], da coleção Rio XXI, desenvolvida pela FGV Conhecimento. A nova publicação relaciona as gerações precursoras dos movimentos atuais e suas formas de gerar o raciocínio construtivo nas artes visuais brasileiras. Assinam textos nesta edição (na ordem em que aparecem na publicação) Leno Veras, Glória Ferreira, Paulo Herkenhoff, Sérgio Bruno Martins e Felipe Scovino; e textos adicionais por José Maria Dias da Cruz, Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, Luiz Camillo Osorio, André Pitol, Daniela Name, Guilherme Altmayer, Priscyla Gomes, Fernanda Lopes, Fernando Cocchiarale, Jefferson Medeiros, Christiane Laclau, Aldones Nino, Nathalia Grilo, Vovó Maria Carlota, Ricardo Gomes Lima, Natalia Quinderé e Wair de Paula. A publicação estará à venda a partir do final de novembro.
Coleção de arte

Concomitante à criação da FGV Arte, a Fundação Getulio Vargas está iniciando uma coleção de arte brasileira do século XXI. As primeiras obras incorporadas são uma escultura de Ascânio MMM e um trabalho de Xadalu Tupã Jekupé, artista indígena radicado em Porto Alegre. A coleção tem orientação e coordenação curatorial de Paulo Herkenhoff.

Fundação Getulio Vargas

Instituição de caráter técnico-científico e educativo, foi criada em 20 de dezembro de 1944 como pessoa jurídica de direito privado. Tem por finalidade atuar na produção de conhecimento, com ênfase especial no campo das ciências sociais, administração, direito e economia, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.

 

Exibição de obras de Jorge Guinle

12/set

 

 

A Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro. RJ, senta apresenta a partir do dia 14 de setembro, às 18h, a exposição “Jorge Guinle – Uma pincrlada certa vale mais do que uma boa ideia, com mais de 85 obras, entre pinturas em óleo sobre tela e desenhos,  desenhos, do pintor Jorge Guinle (1947-1987), considerado um dos principais artistas brasileiros do século 20, com relevância internacional no âmbito da abstração, e uma referência para a chamada Geração 80. As obras são oriundas de diversas coleções particulares.  A exposição tem curadoria de Marcus Lontra Costa e Rafael Peixoto.

 

A exposição inaugura um pavilhão expositivo construído terreno da Danielian Galeria. que acrescenta 600 metros quadrados ao 900 metros quadrados da casa principal da instituição. Para a exposição foram selecionados também cerca de 40 desenhos em diferentes técnicas criados entre os anos 1960 e 1980.

 

Representante da obra do artista, a Danielian Galeria é responsável, há cerca de três anos, por cuidar do acervo pessoal de Jorge Guinle, composto por mais de sete mil desenhos, ainda pouco conhecidos, além de outros objetos do artista, que pertenciam ao fotógrafo Marco Rodrigues, seu companheiro. A união entre Marco Rodrigues e Jorge Guinle é símbolo da conquista dos direitos LGBTQIA+ no Brasil, por ter sido a primeira união homoafetiva reconhecida pela justiça brasileira brindo jurisprudência para o assunto.

Em exposição até 04 de novembro.

 

Coleção Emanoel Araújo

05/set

Em paralelo com a Bienal de São Paulo, a Bolsa de Arte apresenta – desde o dia 06 de setembro – uma exposição e leilão destacando a coleção de Emanoel Araujo (1940-2022), o renomado artista brasileiro que, também foi diretor de museu e curador.
O leilão ocorrerá nas noites de 25 a 28 de setembro, a partir das 20h.
Devido à importância de Emanoel Araújo, esta exposição atrairá colecionadores e diretores de museus de todo o mundo, incluindo os que vieram a São Paulo para participar da feira de arte bienal. Um público altamente qualificado.
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Emanoel Araujo reuniu uma impressionante coleção de mais de 4.000 obras, celebrando a riqueza e a diversidade da cultura brasileira por meio de old masters, pinturas, esculturas brasileiras, design, fotografia, arte sacra, jóias coloniais, cerâmicas e artesanato. No próximo ano, outro leilão será realizado, apresentando peças da coleção do Museu Afro Brasil, fundado por Emanoel Araújo em 2004.
Uma coleção que reflete a riqueza da cultura brasileira
A exposição destaca a coleção de Araújo, oferecendo uma visão mais ampla da riqueza cultural do Brasil. A importância do legado de Emanoel Araújo e de sua coleção transcende as fronteiras da arte.
A coleção de Emanoel Araújo abrange desde representações de Orixás na religião afro-brasileira até representações europeias em bronzes coloniais.

Passabilidade

01/set

Sob o título geral de “Novo Poder: Passabilidade, Miss Brasil” trata da série de pinturas que Maxwell Alexandre fez em papel pardo com imagens de pessoas negras em um cubo branco, relacionadas ao conceito de passabilidade – isto é, caminhar seguro e despercebido no espaço público –  no mundo da arte.
As pessoas retratadas adotam postura debochada; outras refletem o dia a dia, como uma senhora com saia florida e estudantes. Na Casa SP-Arte,  Jardins. São Paulo, SP.

Bandeiras&Cores

31/ago

Depois de passar por São Paulo, Vaduz (capital de Liechtenstein), Bruxelas, Búzios e mais recentemente Guajiru e Fortaleza, o projeto “Bandeiras e Cores Entre Nós” chega ao Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, onde vai reunir 36 bandeiras customizadas por artistas de várias procedências. Mantendo sua vocação itinerante, o evento tem como proposta levar as obras a galerias e espaços culturais que ultrapassam as fronteiras continentais, levantando bandeiras – literalmente – como mobilizadoras sociais e vitais em diferentes formatos, com temas atuais e de relevância para o país.

Selecionados através de uma convocatória, já estiveram presentes mais de 120 profissionais, residentes em diferentes regiões do Brasil do exterior. A realização é da Arte2 Produtora, representada pela artista plástica e curadora Angela de Oliveira junto com a galerista, fotógrafa e curadora Ana Arcioni, que assinam e dirigem o projeto. Nesta edição, elas contam com a colaboração da também artista plástica Renata Costa, que se une a elas na co-curadoria.

Sobre as obras

Cerca de 36 bandeiras em tecido de voal, medindo 2,50 por 1.,0 cm, ocuparão o espaço expositivo, impressas e costuradas em varão de madeira e fixadas nos perfis metálicos existentes no teto por fios de nylon, conferindo leveza e fluidez às obras, cujo tema é livre.

 

Entre os artistas confirmados, estão Acácio Pereira, Ara Vilela, Carla Barros, Carlos Sulian, Cati Alionis, Colenese, Cristhina Bastos, Cristina Pacheco, Deborah Netto, Emanuelle Calgaro, Francisco Ivo, Gray Portela, Gualton Remo, Gui Brescia, Henrique Diogo, Hermano Cananea, India Prado, Jansen Vichy, Josephine Di Giovanna, Ju Moraes, Justina D´Agostino, Lenny Lopes, Marcia Fontenelle, Mari Pereira, Miguel Nader, Miriam Gonçalves, Paula Loraine, Renata Costa, Ricardo Massolini, Roberto Vamos, Rose Maiorana, Silvana Ravena, Soraya Boechat, Simone Bellusci, Tarso Sarraf, Thais Moraes e Valéria Oliveira.

 

Luiz Hermano no Recife

29/ago

 

A exposição “Vinte Palavras Girando ao Redor do Sol”, individual de Luiz Hermano sob curadoria de Walter Arcela é o atual cartaz da Amparo 60, praia de Boa Viagem, no Recife, PE.

A palavra do curador

“Luiz Hermano @luizhermanof é um artista da síntese. As obras selecionadas nesta exposição estruturam-se a partir da seriação geométrica, do apinhamento e da reiteração de um mesmo elemento, deslizado da sua função original, mas nunca da sua forma. Os elementos combinados são entrelaçados por simples arames de cobre e, em algumas ocasiões, um mesmo fio é o elo do todo da estrutura. Essa delimitação consciente de materialidades e recursos da feitura nos rendeu o mote curatorial, a partir do qual friccionamos a poesia do pernambucano João Cabral de Melo Neto com a poética de Luiz Hermano, percebendo em ambos a tendência do que o primeiro escreveu no poema: “Falo somente com o que falo: / com as mesmas vinte palavras/ girando ao redor do sol.” (1961)”

Visitação: Até 30 de setembro

As cores de Marcus Vinicius

16/ago

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, apresenta, entre 19 de agosto e 30 de setembro, “Quem tem medo do vermelho, amarelo, azul e de outras sessenta e três cores?”, segunda exposição de Marcus Vinicius no endereço de São Paulo. O título da mostra faz referência à icônica série “Who’s Afraid of Red, Yellow and Blue” de Barnett Newman, cujo trabalho com as cores primárias em estruturas sumárias também tem sido explorado por Marcus Vinicius em sua investigação na pintura desde os anos 1990.

“Quem tem medo do vermelho, amarelo e azul e de outras sessenta e três cores?” reúne 6 obras, sendo uma delas formada por um conjunto de 66 pinturas nomeadas pelo artista de “pinturas do avesso” que apresentam as cores utilizadas por ele ao longo de seus 25 anos de trabalho. Intitulada de “Catálogo” (2023), a obra segue uma ordem de funcionamento particular, cujos critérios de composição e display se estabelecem a partir de uma leitura analítica e retrospectiva de sua produção. As pinturas em tinta automotiva sob vidros, montadas com perfis de alumínio anodizado, são distribuídas em 6 fileiras horizontais, em quadros de 3 tamanhos diferentes: 50×50 cm, 50×70 cm e 50×100 cm. A variação das dimensões está associada à frequência do uso das cores ao longo da produção do artista. Elas estão distribuídas na parede não por um critério estético, mas pela ordem em que aparecem no catálogo de cores industriais.

Além de “Catálogo” (2023), obra que ocupa toda a extensão de uma das paredes da galeria, medindo 4,5 X 9 m, a mostra apresenta outros 5 trabalhos inéditos de uma nova série chamada “Aparelhos Analíticos”, sendo 4 deles de grandes dimensões, também realizados com tinta automotiva, técnica utilizada pelo artista pela primeira vez. Marcus Vinicius experimenta as possibilidades da pintura industrial para dar continuidade a sua pesquisa sobre a cor e os efeitos ópticos causados pela interação entre a superfície espelhada e transparente do vidro e a superfície opaca da madeira.

Marcus Vinicius é licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e inicia sua participação em exposições no Brasil no início dos anos 1990. A partir da ideia de “Estrutura quadro”, conjunto de regras criadas por ele mesmo para guiar o seu processo de produção, Marcus Vinicius explora as propriedades de materiais e cores industriais. Seus quadros dialogam com o universo da indústria, sem, no entanto, estarem de todo entregues a ele. Regidos pela ordem da produção modular em série, esses trabalhos podem se apresentar, inicialmente, impessoais e herméticos, mas, sob um olhar mais atento, revelam a complexa relação entre os seus elementos. Sua feitura é, desde o início, administrada por uma inteligência do sensível: as formas, combinações de cores e variação de materiais são cuidadosamente escolhidas e pensadas por Marcus Vinicius, que, em um tempo bem menos acelerado que o da indústria, os articula na busca pelo ajuste de uma química interna do quadro.

O vidro, por exemplo, é convocado por sua propriedade reflexiva e pela dúvida que seu efeito óptico pode gerar à visão do observador. Não se trata da transparência pura e simples, mas sim da opacidade, das artimanhas visuais. Por outro lado, o uso da tinta sobre madeira em cores tão frequentemente observadas no cotidiano da cidade criaria um terreno seguro para a visão – estaríamos certos do que nosso olho vê -, mas o atrito entre cores distintas acaba por gerar alguma vertigem, terceiras cores que são percebidas só virtualmente. Marcus Vinicius está interessado pela pintura, por aquilo que pode acontecer no espaço bidimensional, mas também por aquilo que pode ser gerado na terceira dimensão. Não somente seus efeitos ópticos, mas suas experiências físicas, através dos suportes geométricos em madeira ou alumínio construídos por ele mesmo em sua oficina.

No Centro Cultural Correios

O Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até o dia 16 de setembro, a exposição “Fronteiras Abertas” que consiste em três exibições individuais simultâneas dos artistas Fábio Carvalho, Luiz Badia e Osvaldo Carvalho, com curadoria de Sonia Salcedo del Castillo. “Fronteiras Abertas” reuniu artistas que têm uma grande conexão de estilo e linguagem entre seus trabalhos. O elo de ligação é uma obra figurativa baseada em elementos simbólicos envolvidos numa abstração lírica e estilizada. Uma corrente da arte contemporânea que assimila aspectos da Pop Art e do Surrealismo, ao mesmo tempo flertando com a Urban Art.

A palavra da curadoria

Os três artistas em suas exposições abrem, literalmente, suas fronteiras numa simbiose que alarga sua conexão, criando assim um corpo só, falando de meio ambiente e brinquedos da infância, que promovem uma reflexão acerca da existência humana, a partir do confronto entre perene e efêmero. À maneira lúdica, tal abordagem – expandida em formas, palhetas, faturas, traços, suportes e meios diversos -, é carregada de valores simbólicos e alegóricos, através dos quais conduzem à indagações em torno da urgência de clareza e equidade à melhoria da condição humana. Embora cada artista se valha de recursos poéticos distintos, operam retóricas subjetivas de maneira coesa. Em todos eles, formas e imagens pré-existentes são reunidas em miríades de escritas possíveis. Relacionada ao conceito de cultura da imagem e seu poder manipulador da massa social, “Fronteiras Abertas” é uma exposição que flerta sonho e realidade por meio de montagens, nas quais se aplicam todos os procedimentos alegóricos, implicados no modus operandi da vida nos dias atuais.