Os jardins de Wilson Cavalcanti

23/nov

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS – Sedac, e o Banrisul apresentam a exposição “Wilson Cavalcanti – Os jardins que me habitam”. A mostra será inaugurada no dia 25 de novembro, às 10h30, em evento aberto ao público, e seguirá em exibição até 18 de fevreiro de 2024, ocupando duas salas no 2º andar expositivo do Museu. A exposição é parte da ampla programação comemorativa, alusiva ao aniversário de 70 anos do MARGS, a ser celebrado em 27 de julho.

A exposição

A exposição “Os jardins que me habitam” é a primeira a trazer uma compreensão mais abrangente e histórica sobre a produção artística de Wilson Cavalcanti, o Cava. Contemplando os mais de 50 anos de trajetória do artista, sendo também a sua primeira individual apresentada pelo MARGS, a mostra apresenta uma abordagem que revisa e aprofunda o entendimento público da sua diversificada e extensa produção, desenvolvida em desenho, gravura, pintura e objeto. Além de trazer a parte mais reconhecida e consagrada de seu trabalho, sobretudo o viés figurativo e expressionista em gravura e pintura; redimensiona a sua obra ao trazer a público produções menos conhecidas, a exemplo de seus desenhos-pinturas, suas pinturas-objetos, os procedimentos construtivos e os flertes com a abstração, assinalando a importância em sua poética pessoal e a relevante contribuição no contexto das transformações do meio de arte e das convenções do fazer artístico vivenciadas por sua geração na história da arte sul-rio-grandense. Assim, a mostra revela um artista inquieto, polivalente, em constante produção e que pauta a sua prática artística em grande parte pelo emprego dos procedimentos experimentais e mesmo conceituais que desenvolve. São apresentadas mais de 100 obras, realizadas desde os anos 1970, incluindo parte de seus trabalhos que integram o Acervo Artístico do MARGS, onde está representado com mais de 30 obras.  Organizada e realizada pelo MARGS, a exposição tem curadoria de Felipe Caldas, curador convidado, e Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, com produção de José Eckert, Núcleo de Curadoria do Museu.

Sobre o artista

Wilson Cavalcanti, Pelotas/RS, 1950, notoriamente conhecido por Cava, é artista e professor, com atuação também como educador social no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde foi aluno de Paulo Peres e Danúbio Gonçalves, também foi professor do Atelier Livre, Participou do Festival de Inverno de Ouro Preto, estudou gravura em metal com Assunção Souza, cursos com Carlos Martins, Marília Rodrigues. Teve trabalhos publicados em jornais e revistas como Folha da Manhã, Pasquim, Zero Hora, Versus, Planeta. Sua obra foi exibida no Uruguai, Argentina, Chile, Alemanha, França, Holanda, Grécia, Canadá, México, Japão, Espanha e Egito, Ponto de Arte. Possui obras nos acervos: MARGS, Pinacoteca Aldo Locatelli de Porto Alegre, Fundação Vera Chaves Barcellos, Pinacoteca Barão de Santo Ângelo da UFRGS, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, Museu de Artes Visuais Ruth Schneider, Museu de Arte Contemporânea de Curitiba, Museu Casa da Xilogravura, Viamão.

O Carnaval no IBEU

17/nov

Carlos Vergara, um dos expoentes da história da arte brasileira, é o convidado para celebrar a retomada das atividades da Galeria de Arte IBEU, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. O artista inaugurou a exposição individual “Devassos no Paraíso”, com curadoria de Ulisses Carrilho. Na exposição, o público conhecerá uma série de fotografias produzidas durante a década de 1970, além de pinturas e monotipias recentes relacionadas ao tema do Carnaval do Rio de Janeiro.

A mostra permanecerá em cartaz até 09 de fevereiro de 2024.

A dinâmica vital de Janaina Tschäpe

16/nov

As estrelas de Janaina Tschäpe conversando em voz alta é a exposição que encerra a programação de 2023 na Fundação Iberê Camargo, Porto Allegre, RS. Com curadoria de Luisa Duarte, esta será a primeira exposição da artista teuto-brasileira na capital gaúcha e poderá ser visitada de 25 de novembro a 18 de fevereiro de 2024.

Em “Janaina Tschäpe – Estrelas conversando em voz alta”, a mostra apresenta 39 obras da artista, radicada em Nova York há 27 anos, entre pinturas, aquarelas e desenhos, além de fotografias e livros de artista.

“Estrelas conversando em voz alta” é o resultado deste processo, que habita um território maleável entre realidade e fabulação. Exuberantes e impactantes, as pinturas têm um aspecto líquido e translúcido que recorda contornos vegetais, animais ou minerais em paisagens silvestres e subaquáticas. O repertório de formas orgânicas da artista se compõe em grandes superfícies animadas pelo movimento dos seus gestos: os riscos velozes que traça com bastões a óleo sobrepõem-se à fluidez de pinceladas mais largas. A natureza não é retratada fielmente na obra de Janaina Tschäpe, mas tem sua dinâmica vital traduzida em termos pictóricos, em grandes superfícies que envolvem o público numa ambiência inquieta.

Como escreve a curadora Luisa Duarte para o catálogo, “a intensidade dos gestos da artista, que levam o olhar a percorrer velozmente toda a superfície da tela, parece remeter a um silêncio grávido de palavras, pois envolto em uma inquietude tangível, como se a densidade própria de toda floresta doasse um ethos grave à cena. Na mão contrária se encontra o trabalho que dá nome à exposição, Estrelas conversando em voz alta, realizado especialmente para a ocasião da atual mostra na Fundação Iberê, que, com seus verdes, vermelhos e laranjas, nos fazem imaginar uma noite na qual o sol se fez presente”.

“Ao nos determos nos trabalhos que fazem parte dessa produção aqui reunidos nota-se, de maneira evidente, como a técnica serve à sua poética, e não o inverso. Aqui, o olhar é lançado para diferentes direções transitando entre opacidade, brilho e transparência. Se ao fundo, por vezes, a caseína aquosa ainda se faz presente, doando translucidez, no primeiro plano o óleo sempre tem protagonismo. O uso de bastões possibilita uma simultaneidade entre pintura e desenho, conferindo um gestual de cunho caligráfico às obras. Certa vez escrevi que os traços da artista no interior de suas pinturas “remetem à escrita automática dadaísta, ou mesmo ao gesto da criança de rabiscar sem finalidade precisa.”  Mais recentemente, foi dito sobre estas telas que estamos “diante de uma escrita repleta de rabiscos-arranhões entre o signo e o traço mudo, entre a iminência de uma forma significante e a pura expressão gestual”, complementa a curadora.    

Sobre a artista

Janaina Tschäpe é uma artista do mundo. Nasceu em Munique, filha de pai alemão e mãe brasileira. Quando tinha um ano de idade, sua família mudou-se para o Brasil, onde morou no Rio e em São Paulo. Aos onze, todos retornaram à Europa, onde Janaina Tschäpe permaneceu até os 16 anos. Pouco tempo depois, ela fez as malas de volta para o Brasil, desta vez para Curitiba, onde cursou o então colegial. Retornou à Alemanha para graduar-se na Academia de Arte em Hamburgo. Recém-formada, mudou-se para Berlim a fim de fazer alguns cursos e, aos 21 anos, aterrissou no Brasil pela terceira vez para estudar a cultura afro na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1996, Janaina Tschäpe rumou para Nova York para um mestrado na School of Visual Arts (SVA), mas agora seria definitivo. Seu primeiro bairro foi o East Village, o epicentro da arte vanguardista. Em 2000, mudou-se para o Brooklyn, mesmo prédio onde instalou seu ateliê. Ficar junto do estúdio deu mais liberdade à artista e o tempo ganho foi uma virada de chave. A pintura se desenvolveu em termos de materiais, tecnicamente falando, na qual ela passou a utilizar novos materiais (BC1), como bastões de óleo e caseína, uma tinta que lhe deu espaço para desenhar em cima com lápis aquarela.

“Quando estive em Paris para instalar uma exposição, comprei uma mala inteira de bastões a óleo e comecei a experimentar. Como o bastão é grosso, você pode tanto desenhar como pintar. Então o desenho vai entrando na pintura de uma maneira muito mais suave e transparente”, conta Tschäpe. Com o óleo, você cria uma relação com as camadas, a textura, o tempo de secagem. Por outro lado, é um material que tenta te controlar, você entra em cada pintura meio sem saber como vai sair”, diz. Representada pela Fortes D’Aloia & Gabriel, Janaina Tschäpe realizou recentemente as exposições individuais “Soy mi proprio paisaje”, CAC Málaga, Málaga, Espanha (2023); “Restless Moraine”, Sean Kelly, Nova York, Estados Unidos (2023); “FIRE just sparkles in the sky”, Carpintaria, Rio de Janeiro, Brasil (2022); “Counterpoint#5” – (exposição solo), L’Orangerie, Paris, Franca (2021); e “Janaina Tschäpe and Ursula Reuter Christiansen: Das Unheimliche”, Den Frie Center of Contemporary Art, Copenhagen, Dinamarca (2021). Participou também das coletivas “The Big Picture”, Night Gallery, Los Angeles, Estados Unidos (2023); “Earth Works, Hunt Gallery”, Webster University, Luxembourg City, Luxemburgo (2021) e “Abundant Futures”, TBA21, Córdoba, Espanha (2021). A artista tem trabalhos em importantes coleções públicas, incluindo 21st Century Museum of Contemporary of Art, Kanazawa, Japão; Banco Espírito Santo, Lisboa, Portugal; Centre Pompidou, Paris, França; Clifford Chance Collection, Nova York, Estados Unidos; Fondation Antoine de Galbert, Paris, França; Fondation Belgacom, Bruxelas, Bélgica; FRAC Champagne-Ardennes, Reims, França; Harvard Art Museum, Boston, Estados Unidos; Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil; Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; Kandinsky Library Collection, Centre Pompidou, Paris, França; Moderna Museet, Estocolmo, Suécia; Mudam Musée d’Art Moderne Grand Duc Jean, Luxemburgo; MAM – Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil; Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha; National Gallery of Art: Washington DC, Estados Unidos; Polk Museum of Art, Lakeland, Estados Unidos; SMAK – Stedelijk Museum voor Actuele Kunst, Gent, Bélgica; The Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos; Tokyo Roki Co. Ltd, Tóquio, Japão e TBA21 – Thyssen-Bornemisza Art Contemporary, Viena, Áustria.

A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner; apoio da Renner, Dell Technologies, Pontal Shopping, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal.   

Tempo do Olhar

13/nov

A Galeria Paulo Branquinho, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, reúne 14 artistas com curadoria de Lia do Rio. No dia 18 de novembro, às 17h, abrirá a mostra coletiva “Tempo do Olhar”, encerrando a programação de 2023 e celebrando o que está por vir no ano que vem. A curadora Lia do Rio selecionou os trabalhos de Adriana Montenegro, Ana Biochini, Cláudio Bispo, Fernanda Lemos, Gilda Lima, Iraceia de Oliveira, Jarbas Paullous, Maria Ignes Peixoto, Marcia Cavalcanti, Regina Helene, Rosi Baetas, Sandra Fioretti, Sandra Macedo e Sonia Xavier. Serão mostradas esculturas, pinturas, instalação e fotografia, provando que a arte pode e deve abarcar todos os olhares.

Para Paulo Branquinho, a interação e abertura para novas linguagens curatoriais é fundamental: “Lia do Rio, além de ser uma artista de excelência, é conhecida por seus colegas artistas e alunos, como mestra, por sua grande generosidade”, diz ele, que se sente honrado por receber esta mostra para fechar o ano.

“Os artistas participantes dessa mostra atualizam relações entre forma, cor, espaço e tempo, atualizações essas realizadas dentro de um percurso individual. As obras, suportes para reflexões plásticas, solicitam um engajamento a quem se aproxima, a aqueles que se dão o tempo do olhar”, afirma Lia do Rio, curadora.

Sobre os artistas

Adriana Montenegro, poeta e artista, percorre caminhos em que a memória, o onírico e o real constroem-se e descontroem-se, gerando continuamente espaços que, por seu movimento, já deixam de aí estar, inaugurando outros, mas formando um itinerário de vestígios que reaparecem.

Ana Biolchini, com formação na área Biomédica, investiga as interseções e a integração de partes do corpo por meio de sua representação em diversas mídias a partir e um fio condutor que tudo conecta. Trabalha no espaço da arte com pesquisa de memória, ancestralidade, tradições religiosas, simbolismo das letras hebraicas e sistemas de arquétipos relacionados as dimensões do inconsciente coletivo.

Formado em Direito, com curso técnico em desenho de Máquinas e Tubulações, o trabalho tridimensional de Cláudio Bispo realiza-se através da desconstrução de caixas de papelão descartadas, não buscando a beleza, mas sim, a possibilidade de um visual significante e permanentemente instigante.

Fernanda Lemos designer e pós-graduada na COPPE/UFRJ. Trabalhou na Funarte e Fundacen. Cores, formas, risco e acaso, o qual muitas vezes se torna em aliado, fazem do processo um experimento, sendo o que mais a instiga e interessa.

Gilda Lima, com formação em psicologia, trabalha com foto e vídeo. Segue seus processos, que chama de “processos atravessados” sem direção definitiva, sempre perseguindo a ideia da impossibilidade de preencher vazios.

Iraceia de Oliveira, psicanalista, atualmente vive em Portugal. Utiliza-se de materiais reciclados os quais recorta e pinta, e também de madeiras ligadas por dobradiças para dar-lhes movimento e deslocamento. Trabalha com fotos e vídeos de animação e pesquisa a arte digital. É sempre levada a fazer algo por uma ideia que se define no material.

Jarbas Paullous, graduado em Comunicação Social e pós-graduação em Linguagens Visuais, trabalha com pintura, escultura, desenho, vídeo, instalação e performance. Voltado a pesquisa de situações cotidianas em suas pinturas e esculturas nas quais utiliza materiais reciclados e sucatas, já nas performances usa como referência obras de artistas da história da arte.

Maria Ignes Peixoto, mestra em Filosofia e formação em Psicanálise, desenvolve seu trabalho em arte com desenho contemporâneo, seu principal meio de expressão. Dele participam escritas intimistas, vestígios de memórias, movimentos espontâneos, traços ritmados em lápis grafiti, canetas, tintas, dentre outras matérias que livremente se insinuam no suporte.

Marcia Cavalcanti desenvolve seu trabalho a partir do desenho livre, incorporando técnicas como o nanquim, a aquarela, a gravura e a pintura. A partir do experimentar a linha e seu poder de recriação, de invenção através do desenho, surge como resultado um humor inusitado muito peculiar a sua percepção.

Regina Helene, formada em Direito, trabalha em grandes dimensões. Os materiais utilizados complementam-se aglutinados em diversas cores que se harmonizam e ganham ressignificação. A assemblage, linguagem mais utilizada por ela, dá-se pela junção dos mais inusitados materiais. A integralização das partes traduz mitos, arquétipos e a energia existencial criadora feminina.

Rosi Baetas, engenheira química, M.Sc, D.Sc, transmuta conhecimentos de base científica em linguagens visuais, à luz de conceitos inerentes à incompletude, à inconsistência, à imprevisibilidade e à transitoriedade. Elementos contrapostos – nano/macro, frente/atrás, dentro/fora, colagem/descolagem, além de espaços vazios, convidam à decifração. Explora desdobramentos e interações de expressões como pintura, desenho, fotografia, objeto e instalação.

Sandra Fioretti, artista visual com formação em design, traz para as artes visuais sua bagagem de estudos em artes gráficas. Através de pinturas, desenhos e fotografias digitais elabora contrapontos lúdicos criando composições em permanente evolução. Seu trabalho é fruto de observações e pesquisas que elabora há algum tempo referentes a natureza, colonização e brasilidade.

Sandra Macedo, com formação em antropologia, desenvolve trabalhos, por vezes, em escala reduzida e desenhos com fios de linha. Nestes trabalhos a atenção se volta para o frágil e para a ruptura de escala. O pequeno formato pode ser sentido como monumental e ter uma formidável potência de comunicação. Sua produção tem como eixo problemáticas sociais e tangencia questões ligadas à situação de opressão, fragilidade e luta das mulheres.

Sonia Xavier, formada em Pedagogia, utiliza no contexto de suas obras uma teatralização de emoções que remetem a diversificados instantâneos da condição humana usando seu próprio imaginário de modo intuitivo e que se transfigura em propostas ora irreverentes ora declamadoras de um inesperado porvir. Estabelece relações com a poesia, a literatura, a música, o tempo e a memória.

A arte tridimensional de André Barion

A NONADA ZS, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, abre “Firulas”, exposição de André Barion, e texto de Pedro Köberle com 14 trabalhos resultantes de análises criteriosas dos últimos 7 anos onde o artista se aprofundou nas possibilidades pictóricas e esculturais dos materiais têxteis, combinando habilidades de costura, pintura e desenho para criar trabalhos verdadeiramente inovadores. Em sua primeira eexibição individual na NONADA,-de 18 de novembro até 27 de janeiro de 2024-, o artista apresenta uma exploração tridimensional de sua pesquisa, revelando um mundo de superfícies estampadas meticulosamente construídas com retalhos de tecidos previamente pintados. Seu processo criativo é caracterizado pelo uso de padrões intrincados, derivados de recortes minuciosos e intervenções pictóricas laboriosas. Esta abordagem cuidadosa é evidente tanto nas obras bidimensionais quanto nas tridimensionais, onde elementos figurativos se entrelaçam com contornos abstratos, desafiando a função meramente decorativa do trabalho.

Entre os trabalhos que compõem “Firulas”, pode-se destacar “Arco com pássaros” (2023), onde imagens de pássaros ganham vida dentro de uma estrutura acolchoada fazendo com que a simplicidade e forma do suporte contraste com a complexidade da superfície, criando uma dinâmica visual intrigante. Já em “Mergulho dos pássaros” (2023), a sobreposição de elementos figurativos e texturas abstratas confere profundidade e perspectiva ao todo, transformando o espaço expositivo em um viveiro de corpos moles, emblemas botânicos e revoadas passeriformes. As cores vibrantes e formas intrigantes de “FIRULAS” convidam a uma experiência sensorial, tátil e ótica.

Sobre o artista

André Barion (São Paulo, SP 1996) – Vive e trabalha em São Paulo. Graduado em Artes Visuais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Sua pesquisa envolve objetos escultóricos, vídeos, instalações e pinturas construídas a partir da costura de tecidos diversos, abordando questões relativas à relação entre o objeto e o espectador, e uma consequente teatralidade nas instalações, bem como quais fatores e atributos de um objeto influenciariam esta relação. O interesse pela tapeçaria nos últimos anos ocasionou em um direcionamento das obras para a relação entre o fetichismo, o desejo, a sedução com a materialidade do objeto artístico. A manipulação de materiais ora nobres ora precários é recorrente nas tapeçarias, instalações, vídeos e nos projetos digitais. Entre as exposições recentes, destacam-se a 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas (2018), em colaboração com o grupo de pesquisa Pineal; 47º e 44º, 43º Salão de Arte de Ribeirão Preto no Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP – 2022, 2019, 2018), 47º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (Santo André, SP 2019). Participou das exposições coletivas À Sombra do Comum, com curadoria de José Spaniol e Sérgio Romagnolo (Galeria Andrea Rehder, SP) (2017) e da Imensa preguiça, com curadoria de Guilherme Teixeira (Galeria Sancovsky, SP) (2018). Em 2023 participou das exposições Doispontozero (Galeria C.A.M.A. SP); PAURA na (Era Gallery, Milão, Itália); Delirium Delirium, com curadoria de Ricardo Bezerra (Espaço Delirium, SP).

Todas as Rosas

10/nov

O Farol Santander São Paulo, Centro, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Rosas Brasileiras”, exibição coletiva inédita que celebra a trajetória da rosa como inspiração artística e parte viva do cotidiano social.

Ao todo, estarão dispostas ao público, cerca de 130 obras de arte e mais de mil objetos diversos que trazem a rosa como personagem principal. Obedecendo a curadoria de Giancarlo Latorraca e Paulo von Poser, e produção da AYO Cultural, a mostra permanecerá em cartaz até 18 de fevereiro de 2024.

A Geometria em Rubem Valentim

09/nov

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Rubem Valentim – Sagrada Geometria”, exposição com curadoria de Max Perlingeiro, e consultoria de Bené Fonteles, artista plástico, poeta e amigo mais próximo de Rubem Valentim, e que o acompanhou por duas décadas, até sua morte.

A exposição celebra este extraordinário artista que fez do sagrado sua vida e obra. São 75 obras, em pinturas e desenhos, e ainda seus “objetos”, com pintura sobre madeira, e um ensaio fotográfico de Christian Cravo, dedicado ao celebrado conjunto com 20 esculturas e 10 relevos brancos chamado “Templo de Oxalá”. Este conjunto, feito por Rubem Valentim em 1974, e pertencente ao Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, é um dos destaques da 35ª Bienal de São Paulo.

Será exibido, em looping, o vídeo “Rubem Valentim (1922-1991) – Sagrada Geometria”, feito especialmente para a ocasião, com 28’15 de duração, Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, é um dos destaques da 35ª Bienal de São Paulo.

Até 16 de dezembro.

Renata Cazzani exibe Pulsações Cromáticas

A artista visual Renata Cazzani, apresenta 20 pinturas inéditas com curadoria de Vanda Klabin até 21 de dezembro na Galeria Patricia Costa. A forma como Renata Cazzani decifra a equação entre medida, geometria e cor é uma característica marcante logo percebida em um primeiro contato visual estabelecido com suas telas abstratas, predominantemente de grandes escalas. No entanto, o olhar mais intimista sobre os planos de dimensões generosas, recortados por barras, permite captar detalhes que conduzem a pinceladas que se alternam entre a explosão e a minúcia presente em pequenos pontos de cor. O espectador será convidado a observar essas questões nas pinturas recentes da artista, produzidas entre 2022 e 2023, agora apresentadas na exposição “Renata Cazzani: Pulsações Cromáticas”, que ocupa a Galeria Patricia Costa, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 21 de novembro. Com uma trajetória artística iniciada aos 16 anos de idade, Renata Cazzani, que já expôs em Nova Iorque e no Toyota Municipal Museum of Art, no Japão, teve como mestres Celeida Tostes e Angelo Venosa, ao ingressar no Parque Lage nos idos dos anos 1980.

“Costumo pensar as cores dos meus trabalhos dividindo os quadros em linhas, sempre com uma forte influência da natureza sobre minhas escolhas e experimentos; busco inspiração nas tonalidades do mar, das plantas e das flores. Nesta nova série, o colorido se faz bastante presente através de uma gama de azuis, verdes e do bordô com suas derivações – algo pouco usado por mim até então -, além de algumas tintas metalizadas. Entre as minhas 20 telas em acrílica desta individual, que vai apresentar também dípticos, as pinceladas estão ainda mais marcantes e perceptíveis, parte de um processo criativo que já vinha acontecendo e ficou mais pronunciado agora”, explica Renata Cazzani.

A palavra da curadora Vanda Klabin

“As obras recentes de Renata Cazzani ganharam autonomia e configuram uma reflexão contínua, um mundo próprio. A tela esticada sobre o seu suporte concentra a ação da utilização de recursos aparentemente tradicionais – telas, tintas e pincéis. Sua gestualidade está diluída nas pinceladas, mas deixa a marca de sua presença, atenuada nos procedimentos que adota para finalizar o seu processo de trabalho e, por vezes, apresenta traços reconhecíveis pela a aplicação da cor em grandes áreas, onde a artista não demonstra receio pelas cores fortes. Podemos observar como a substância cromática ganha espessura no trabalho no seu processo criativo: experimentar é manter viva a capacidade de ser atual e surpreendente, graças a uma espacialidade aberta e uma liberdade oriundas das suas intensidades cromáticas”.

Sobre a artista

Pode-se dizer que Renata Cazzani “debutou” em sua carreira, começando aos 16 anos na arte figurativa, usando tinta a óleo para reproduzir paisagens e regatas, influência da mãe, também pintora. Anos depois, em 1985, iniciou-se na pintura abstrata, usando colagens e materiais diversos, como jornal e areia aplicados sobre a tela. Foi o ponto onde seus pincéis “abstraíram totalmente”, segundo suas próprias palavras. Chegou a produzir esculturas em bronze em um curso com Hélio Rodrigues. Mas foi em 1988, ao ingressar no Parque Lage no Curso de 3D com Celeida Tostes, Avatar de Moraes, João Goldberg e Angelo Venosa, que travou um embate entre a pintura e as instalações que fervilhavam naquela época. Resolveu, então, trabalhar com objetos que buscava no cotidiano: canos de PVC, tecidos em malha, tapetes emborrachados e vassouras, procurando nas lojas de ferragens o que seria transformado em “readymade art” nas suas mãos. Participou, inclusive, de uma coletiva na EAV/Parque Lage com uma instalação em malha. Já nos anos 2000, voltou a pintar e não parou mais, redescobrindo o prazer em manipular tintas e “assumindo” de vez a paixão que nutre pela pintura até hoje. Os principais suportes usados por Renata Cazzani são telas de chassis em madeira com espessuras diferentes e tinta acrílica sobre tela e sobre papel. Sua primeira individual aconteceu na Galeria Contemporanea, em 1990, com quadros mais matéricos. Posteriormente, realizou outras exposições em galerias, museus e centros culturais igualmente conceituados: Museu Nacional de Belas Artes, Galeria Anita Schwartz, Galeria de Arte Ipanema, Centro Cultural Candido Mendes, no Rio de Janeiro; Mônica Filgueiras Galeria de Arte (São Paulo), para citar alguns. Fora do Brasil, participou de coletivas em Nagoya, Nova Iorque e Londres e também de duas individuais (Toyota e NY).

Novas pinturas de Helena Carvalhosa

07/nov

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, apresenta, de 18 de novembro a 20 de janeiro de 2024, “Tinha uma saia rodada e um galope na cabeça”, segunda mostra da artista Helena Carvalhosa na unidade de São Paulo. A exposição reúne um conjunto de pinturas, objetos e cerâmicas produzidas pela artista durante os últimos anos que dão conta de evidenciar sua íntima relação com a poesia. “Tinha uma saia rodada/E um galope na cabeça/O galope virou trote/E passo a passo/ caminho”. Helena Carvalhosa dá forma às suas imagens também através da palavra, reanimando memórias afetivas e reconstruindo, dentre outras arquiteturas, espaços domésticos e jardins. Suas pinturas de jarros de flores, galhos, cadeiras e passarinhos se confortam nas pequenas dimensões de suas telas, assim como os objetos com os quais escolhe trabalhar, coisas que podem caber dentro das mãos. A artista se vale do ritmo de seus poemas, por vezes também curtos, para pensar em sínteses: figuras que se resolvem em pinceladas soltas, descrições abertas, assemblages que rimam. “Eu pinto um ar que me habita”, define a artista. A inauguração desta exposição marca também o lançamento de seu livro de poemas “Tinha uma saia rodada e um galope na cabeça”, publicação que conta com texto de apresentação do artista Paulo Pasta e posfácio do curador Marcelo Salles.

Em “Tinha uma saia rodada e um galope na cabeça”, um centenar de pinturas compõem o espaço como uma espécie de álbum de recordações, cenas banais que adquirem valor pelo equilíbrio entre a simplicidade da abordagem temática e manejo sofisticado do uso da cor. Como observa Paulo Pasta em seu texto de apresentação “Para isso ela se vale desse lugar indefinido entre a figuração e abstração, entre ser e parecer, como também do emprego de relações cromáticas, vivas e sutis, destacando suas possíveis harmonias, e – com coragem, também suas notas dissonantes. Suas pinturas fazem uso igualmente de um claro sentido planar, matisseano, que, a exemplo do ensinamento do mestre, buscam um olhar novo e fresco sobre as coisas.” Complementado essa extensa coleção de imagens, incorporam-se os seus objetos, arranjos entre elementos aparentemente díspares que, ao serem combinados, ressignificam, convidam a leituras múltiplas enquanto poemas tridimensionais. “E, penso mais, que depois de um tempo o poema de Helena é ainda mais potente. A imagem mental que se constrói é tão poderosa e menos literal que sentimos pena das belas e frágeis contas negras, envoltas numa transparência gelatinosa, emolduradas por tons alaranjados que cumprem uma efêmera existência.”, conclui Marcelo Salles.

Desde o final da década de 1970 Helena Carvalhosa explora o campo tridimensional por meio de uma investigação sobre as formas e os significados gerados a partir de associações improváveis entre objetos encontrados, tais como potes de vidro, pedaços de madeira, peças de ferro retorcido e molas. O interesse da artista por tais objetos passa não somente pela particularidade de sua composição material e visual, seus significados e usos, mas também pelo vínculo afetivo que possui com cada um deles e com a possibilidade de conservarem histórias. A partir da segunda metade dos anos 1980, Helena Carvalhosa desenvolve, em paralelo, um trabalho em pintura, onde explora a ambiguidade das formas a partir da observação do mundo ao seu redor, desde paisagens até cenas interiores.

Sobre a artista

Helena Carvalhosa nasceu em 1938 em São Paulo, onde vive e trabalha. Iniciou seus estudos em artes na Escola Brasil em 1970 e em 1977 formou-se em Artes Plásticas pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). Ainda no final da década de 1970 estudou na New School of Arts, em Nova York e desde os anos 1980 vem fazendo cursos e sendo orientada por artistas como Hélio Cabral, Nelson Nóbrega, Paulo Pasta e Sara Carone. Sua produção transita entre a pintura, a escultura, o desenho e o objeto. O início de sua carreira foi marcado pela participação na “Mostra de Escultura Lúdica” em 1979 no MASP, que contou com artistas como Palatnik, Tomie Ohtake, Leon Ferrari e Guto Lacaz. Na ocasião, a artista expôs “Estruturas Mutantes”, duas peças formadas por tecido, ferro e isopor que remetiam à forma de um casulo e que podiam ser vestidas e transformadas pelo público. A escolha por materiais acessíveis, de uso cotidiano, é ampliada em “O objeto reinventado”, exposição que ocorreu no SESC Pompeia em 1992 e que reuniu assemblages formadas por objetos descartados, já gastos por outros usos. Sobre aquela produção de Carvalhosa, o crítico Pietro Maria Bardi escreveu: “Com o máximo de simplicidade, Helena demonstra, através da combinação de formas, que aquilo que está ao nosso redor pode ser motivo de fruição estética”. No ano seguinte participou da coletiva “Objeto. Objeto-Livro. Fotografia” na Pinacoteca de São Paulo. Segundo a crítica Maria Alice Milliet, em texto de 1993: “Os objetos de Helena pertencem ao universo feminino da sedução, do jogo de aproximações que transforma o banal em inédito, do encantamento surpreendido no arranjo das coisas inúteis cuja gratuidade retém um frescor derivado da fantasia. Atestam a possibilidade de criar a partir do encontrável, do desprezível, de restos e sobras.” Em 1998, Carvalhosa retorna à Pinacoteca para ocupar um dos “vãos livres” do edifício com “O Caminho: Instalação com Flores”, composta por móveis antigos, fotos de família, vasos, quadros e peças em porcelana, propondo uma reflexão sobre as fases da vida e a passagem do tempo. Em paralelo ao seu trabalho com o campo tridimensional, Helena Carvalhosa desenvolve, desde a segunda metade dos anos 1980, uma produção em pintura. Em seus primeiros anos, centrou-se em paisagens e retratos através do uso mais despojado da pincelada, e a partir de 2005 dá início à transição de sua pintura para uma abordagem mais sintética da composição. Segundo o jornalista Antonio Gonçalves Filho, essas pinturas são “quase um diário íntimo sem compromisso com o tempo, como nas composições intimistas de Morandi, feitas de cores sóbrias e perfeito equilíbrio tonal”. Nelas, a artista ainda mantém o seu interesse pelos objetos, agora amalgamando-os, no campo bidimensional, aos outros elementos do quadro, operação que se dá pelo uso da tinta em diferentes cores e texturas. Em texto para o catálogo da exposição “Pulo do Gato”, apresentada no Museu Afro Brasil em 2016, o curador Marcelo Salles escreve: “a artista lida com um fazer que não é orientado por premissas políticas, sociais, mercadológicas; seu interesse reside numa necessidade ancestral, aquela que existia antes de nomearmos todas as coisas e aprisionarmos não somente coisas, mas nós mesmos”. Em mais de quatro décadas de carreira, participou de inúmeras mostras individuais e coletivas, em instituições como: MASP, SESC Pompeia, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Afro Brasil, SESC Belenzinho e Centro de Arte Dragão do Mar, em Fortaleza. Desenvolveu curadorias para o SESC São Carlos, SESC Santana e Museu da Casa Brasileira. Possui três livros publicados: Fazenda Pinhal; Ócio: obras de Helena e poesia de Manoel de Barros; e Pulo do Gato.

Ana Durães – Diálogos da Paisagem

Completando 40 anos de carreira, artista apresenta pinturas e gravuras inéditas na Casa de Petrópolis, na serra fluminense, onde mantém ateliê. Quem conhece a artista Ana Durães sabe que a delicadeza rege sua vida e sua arte intrinsicamente, assim como sua conexão com a natureza. Isso está perceptível, pulsando, na exposição “Ana Durães – Diálogos da Paisagem”, que abre para visitação a partir do dia 11 de novembro, na lendária Casa de Petrópolis, sob curadoria de Monica Xexéo. A individual que permanecerá em cartaz até 25 de fevereiro de 2024, é realizada pela Galeria Patricia Costa, que a representa, e reúne trabalhos desenvolvidos nos últimos três anos em seu ateliê no Vale das Videiras, cidade serrana fluminense, a partir do jardim projetado pelo botânico e paisagista francês Auguste François Marie Glaziou (Lannion, França, 1828-Bordeaux, França, 1906), para a residência do empresário José Tavares Guerra (1861-1907), bisavô de Luiz Aquila, um dos herdeiros do icônico casarão do século XIX. Atualmente, abriga a Casa de Petrópolis – Instituto de Cultura, reconhecida por seus inovadores projetos de inclusão e acessibilidade da arte contemporânea brasileira. Com esta exposição, Luiz Aquila encerra sua gestão “com chave de ouro”, como ele mesmo frisa, no espaço cultural. No ano que vem, em fevereiro, está programada uma roda de conversa finalizando esta etapa.

“A obra de Ana Durães é um dos mais belos exemplos contemporâneos da pintura de paisagem, gênero cultivado ao longo da história da arte por artistas brasileiros e estrangeiros. Com sólida e erudita formação, retrata com escrita própria, em muitos dos seus trabalhos, as suas investigações de botânica e sua preocupação com a preservação da natureza”, afirma a curadora Monica Xexéo.

A coloração das sapucaias com suas variações do bordô ao rosa, misturadas ao verde, impressionou Ana Durães ao chegar um dia na cidade. Estarão expostas obras inéditas em tinta a óleo de grandes formatos, além de outras impressas em fine art  em papel de bambu e hemp – resultado, segundo ela, de uma pesquisa em que fotografa a natureza reproduzindo como uma “paisagem inventada” de sua janela no período em que permaneceu reclusa na serra.  “Desde que o Aquila me convidou para fazer essa exposição fiquei muito feliz e honrada; Petrópolis tem uma representação muito importante na minha vida, principalmente nos últimos tempos. A ideia do ateliê no Vale das Videiras, que mantenho há mais de 10 anos, foi justamente a de ter um lugar onde eu pudesse pintar dentro da paisagem”. Fui muito bem acolhida pela cidade e posso dizer que a delicadeza das pessoas do lugar foi o fator primordial para mim”, diz Ana Durães. “Se eu puder levar para alguma pessoa um sopro de beleza, um respiro, é o que me proponho a fazer”, resume.

Sobre a artista

Natural de Diamantina, Minas Gerais, Ana Durães iniciou a sua formação artística na tradicional Escola Guignard, em Belo Horizonte, criada em 1943 e, hoje, vinculada a Universidade do Estado de Minas Gerais. Na década de 1980, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde cursou a Escola de Belas Artes, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Hoje, a artista se divide entre Petrópolis e Lisboa, onde mantém outra residência e contatos profissionais e afetivos.